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As Aristocracias por Allan Kardec

As Aristocracias

Introdução e Comentários por Alexa Pietro

Continuando o assunto anterior sobre progresso, o texto de


hoje foi tirado do livro Obras Póstumas, que é uma compilação
de textos de Allan Kardec. Os temas deste livro são bem
variados: análise de questões teológicas (Deus, alma,
criação), manifestações de espíritos, estudo da natureza do
Cristo, história do início das pesquisas de Kardec contada por
ele mesmo, etc.

Este texto mostra uma perspectiva incomum sobre o que seria


a verdadeira aristocracia, aquela que cumpriria a sua função
de liderar o progresso dos povos. Faz uma comparação de sua
atuação através do tempo, analisando também o presente e o
que será o futuro, quando a moral deixar de ser considerada
algo incerto e de pouca utilidade prática... Vamos a ele.

As Aristocracias
por Allan Kardec

Aristocracia vem do grego aristos, o


melhor, e kratos, poder: a
Congresso brasileiro

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aristocracia, em sua acepção literária, significa, autoridade patriarcal ficou impossibilitada em


pois: poder dos melhores. Convir-se-á que o sentido certas circunstâncias. As querelas entre populações
primitivo foi, por vezes, singularmente desviado; vizinhas ocasionaram os combates; foi preciso para
mas vejamos que influência o Espiritismo pode dirigi-las não de velhos, mas de homens fortes,
exercer sobre a sua aplicação. Para isso tomemos as vigorosos e inteligentes; daí os chefes militares.
coisas no ponto de partida e sigamo-las através das
idades, para delas deduzir o que ocorrerá mais Vitoriosos esses chefes, se lhes conferia a
tarde. autoridade, esperando encontrar, em sua bravura,
uma garantia contra os ataques dos inimigos; muitos,
Em nenhum tempo, nem em nenhum povo, os homens abusando de sua posição, dela se apoderaram eles
em sociedade puderam abster-se de chefes; são mesmos; depois, os vencedores se impuseram aos
encontrados entre os povos mais selvagens. Isso se vencidos, ou os reduziram à servidão; daí a
prende a que, em razão da diversidade das aptidões autoridade da força bruta, que foi a segunda
e dos caracteres inerentes à espécie humana, há aristocracia.
por toda a parte homens incapazes que é preciso
dirigir, fracos que é necessário proteger, paixões Os fortes, com seus bens, transmitiram, muito
que é preciso comprimir; daí a necessidade de uma naturalmente, sua autoridade aos seus filhos, e os
autoridade. fracos, não ousando nada dizer, se habituaram,
pouco a pouco, a considerar estes como os herdeiros
Sabe-se que, nas sociedades primitivas, essa dos direitos conquistados pelos seus pais, e como
autoridade foi deferida aos chefes de família, aos seus superiores; daí a divisão da sociedade em duas
anciãos, aos velhos, em uma palavra, aos patriarcas; classes: os superiores e os inferiores, aqueles que
essa foi a primeira de todas as aristocracias. mandam e aqueles que obedecem; daí, por
Tornando-se as sociedades mais numerosas, a conseqüência, a aristocracia de nascimento, que se

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torna tão poderosa e tão preponderante como a da cessar, novos recursos, de lutar contra uma
força, porque se não tinha esta por si, como nos concorrência invasora, de procurar novos mercados
primeiros tempos, em que cada um pagava com seu para os produtos, desenvolveu a sua inteligência, e
próprio corpo, possuía a força necessária. Dispondo ela se esclareceu pelas mesmas causas das quais se
de todo o poder, cercou-se, muito naturalmente, de serviu para sujeitá-la. Não se vê aí o dedo da
privilégios. Providência?

Para a conservação desses privilégios, era preciso


lhes dar o prestígio da legalidade, e ela fez as leis
em seu proveito, o que lhe era fácil, uma vez que só
ela as fazia. Isso não era sempre suficiente; deu-se
o prestígio do direito divino, para torná-las
respeitáveis e invioláveis. Para assegurar o respeito
da parte da classe submissa que se tornava mais
numerosa, e mais difícil de contentar, mesmo pela
força, não havia senão um meio, impedi-la de ver
claro, quer dizer, mantê-la na ignorância.

Se a classe superior pudesse ter a inferior na


ociosidade, ou sem a necessidade de trabalhar, a
teria facilmente dominado por muito tempo ainda;
mas como esta era obrigada a trabalhar para viver, Corte renascentista

e trabalhar tanto mais quanto era oprimida, disso A classe submissa, portanto, viu claro; viu a pouca
resultou que a necessidade de encontrar, sem consistência do prestígio que se lhe opunha e,

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sentindo-se forte pelo número, aboliu os privilégios inteligência, diante da qual todos podem se inclinar
e proclamou a igualdade diante da lei. Esse princípio sem se aviltar, porque ela pertence ao pobre como
marcou, em certos povos, o fim do reino da ao rico. Será essa a última? Ela é a alta expressão
aristocracia de nascimento, que não é mais do que da Humanidade civilizada? Não.
nominal e honorífica, uma vez que ela não confere
mais direitos legais. A inteligência nem sempre é uma garantia de
moralidade, e o homem mais inteligente pode fazer
Então, se levantou um novo poder, o do dinheiro, um emprego muito mau de suas faculdades. Por outro
porque com dinheiro se dispõe de homens e de lado, a simples moralidade pode não ter capacidade.
coisas. Era um sol diante do qual se inclinava, como
outrora se inclinava diante de um brasão, e mais A união dessas duas faculdades, inteligência e
baixo ainda. O que não se concedia mais ao título, se moralidade, é, pois, necessária para criar uma
concedia à fortuna, e a fortuna teve os seus preponderância legitima, e à qual a massa se
privilégios iguais. submeterá cegamente, porque lhe inspirará toda a
confiança por suas luzes e por sua justiça.
Mas, então, percebeu-se que, se para fazer fortuna
é preciso uma dose de inteligência, não era preciso Será a última aristocracia, a que será a
tanto para herdá-la, e que os filhos são, conseqüência, ou antes, o sinal do advento do reino
freqüentemente, mais hábeis para comer do que do bem sobre a Terra. Chegará muito naturalmente
para ganhar, que os próprios meios de se enriquecer pela força das coisas; quando os homens dessa
nem sempre são irrepreensíveis; disso resultou que categoria forem bastante numerosos, para
o dinheiro perdeu, pouco a pouco, seu prestígio formarem uma maioria imponente, será a eles que a
moral, e que essa força tende a se substituir por um massa confiará os seus interesses.
outro poder, uma outra aristocracia mais justa: a da

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Por que, pois, seria impossível juntar-lhe a


Como vimos, todas as aristocracias têm a sua razão moralidade? - Porque, dizem os pessimistas, o mal
de ser; nascem do estado da Humanidade; o mesmo domina sobre a Terra. - Está dito que o bem não o
será em relação àquela que tem de vir; todas dominará jamais? Os costumes e, por conseqüência,
fizeram, ou farão, o seu tempo segundo os países, as instituições sociais, não valem cem vezes mais
porque nenhuma se funda em princípio moral; só hoje do que na Idade Média? Cada século não foi
esse princípio pode constituir uma supremacia marcado por um progresso? Por que, pois, a
durável, porque será animado dos sentimentos de Humanidade se deteria quando tem ainda tanto a
justiça e de caridade; supremacia que chamaremos: fazer?
aristocracia intelecto-moral.

Um tal estado de coisas é possível com o egoísmo, o


orgulho, a cupidez que reinam soberanos sobre a
Terra? A isso responderemos com firmeza: sim, não
somente é possível, mas chegará, porque é
inevitável.

Hoje, a inteligência domina; é soberana, ninguém


poderia contestá-lo; e isso é tão verdadeiro que
vedes o homem do povo chegar aos primeiros
cargos. Essa aristocracia não é mais justa, mais
lógica, mais racional do que a da força brutal, de
Congresso da ONU
nascimento ou do dinheiro?

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Os homens, por um instinto natural, procuram seu todas as classes da sociedade, encontrareis ainda
bem-estar; se não o encontram completo no reino da bastante boas e louváveis naturezas que vos não
inteligência, irão procurá-lo alhures; e onde poderão permitirão desesperar da Humanidade.
encontrá-lo se não for no reino da moralidade? Para
isso, é preciso que a moralidade domine E, depois, é preciso dizer também, entre os maus há
numericamente. Há muito a fazer, é incontestável, muitos que não o são senão por arrastamento, e que
mas, ainda uma vez, haveria tola presunção em dizer se tornariam bons se fossem submetidos a uma boa
que a Humanidade chegou ao seu apogeu, quando é influência. Admitamos que, sobre 100 indivíduos, há
vista a marchar, sem cessar, no caminho do 25 bons e 75 maus; sobre estes últimos, há deles 50
progresso. que o são por fraqueza, e que seriam bons se
tivessem bons exemplos sob os olhos, e se,
Dizemos primeiro que os bons, sobre a Terra, não sobretudo, tivessem tido uma boa direção desde a
são inteiramente tão raros quanto se crê; os maus infância; e que sobre os 25 francamente maus, nem
são numerosos, isto infelizmente é verdade; mas o todos são incorrigíveis.
que os faz parecer ainda mais numerosos, é que são
mais audazes, e sentem que essa audácia mesma No estado atual das coisas, os maus estão em
lhes é necessária para triunfarem; e, todavia, maioria e fazem a lei para os bons; suponhamos que
compreendem de tal modo a preponderância do bem uma circunstância leve à conversão dos 50 medianos,
que, não podendo praticá-lo, dele tomam a máscara. os bons estarão em maioria e farão a lei por seu
turno; sobre os 25 outros francamente maus, vários
Os bons, ao contrário, não exibem as suas boas sofrerão a influência, e não ficarão senão alguns
qualidades; não se colocam em evidência e eis incorrigíveis sem preponderância.
porque parecem tão pouco numerosos; mas sondai os
atos íntimos, realizados sem ostentação, e, em

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Tomemos um exemplo para comparação: Há povos Por que, pois, esses povos progredindo, os vícios ali
entre os quais o assassínio e o roubo são o estado não se tornariam a exceção, como o são hoje os
normal; o bem ali é exceção. Entre os povos mais crimes, ao passo que os povos inferiores alcançariam
avançados e os melhores governados da Europa, o novo nível? Negar a possibilidade dessa marcha
crime é exceção; perseguido pelas leis, e sem ascendente seria negar o progresso.
influência sobre a sociedade. O que ali ainda domina
são os vícios de caráter: o orgulho, o egoísmo, a Seguramente, tal estado de coisas não poderia ser a
cupidez e seu cortejo. obra de um dia, mas se há uma causa que deve
apressar-lhe o advento, sem nenhuma dúvida, é o
Espiritismo.

Agente por excelência da solidariedade humana,


mostrando as provas da vida atual como a
conseqüência lógica e racional das ações realizadas
nas existências anteriores, fazendo de cada homem
o artífice voluntário de sua própria felicidade, de
sua vulgarização universal resultará, necessa-
riamente, uma elevação sensível do nível moral atual.

Os princípios gerais de nossa filosofia estão apenas


elaborados e coordenados, e já reuniram, numa
imponente comunhão de pensamentos, milhões de
adeptos disseminados sobre toda a Terra. Os
progressos realizados sob a sua influência, as

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transformações individuais e locais que provocaram, precursores da aristocracia do futuro,


em menos de quinze anos*, nos permitem apreciar quer dizer, da aristocracia intelecto-
as imensas modificações fundamentais que são moral.
chamados a determinar no futuro.
texto escrito em 1868 por Allan Kardec, publicado no livro Obras
Póstumas. SP: LAKE, 2005
Mas se, graças ao desenvolvimento e à aceitação
Em resumo, o artigo cita uma lista de fases da aristocracia ao
geral dos ensinos dos Espíritos, o nível moral da longo da história, que talvez possamos posicionar
Humanidade tende constantemente a se elevar, iria cronologicamente desta forma:
enganar-se estranhamente supondo-se que a
moralidade se tornará preponderante com relação à 1 A patriarcal
inteligência. O Espiritismo, com efeito, não pede (início das primeiras civilizações, Abraão);
para ser aceito cegamente. Ele apela para a 2 A da força bruta
discussão e a luz. (Antigüidade Clássica até Idade Média);
3 A do nascimento
"Em lugar da fé cega, que anula a liberdade de
(Idade Média até Monarquia Absolutista);
pensar, ele disse: Não há fé inabalável senão aquela
que pode encarar a razão face a face, em todas as 4 A do dinheiro
épocas da Humanidade. À fé, é necessária uma base, (Revolução Francesa até meados do século 19);
e essa base é a inteligência perfeita do que se deve 5 A da inteligência
crer; para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, (meados do século 19 até nossos dias);
compreender." 6 A intelecto-moral
(futuro)*
É, pois, com justiça que podemos considerar o *esta cronologia é totalmente especulativa!
Espiritismo como um dos mais poderosos

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Um dos pontos interessantes abordados por Allan Kardec é a E aí entra a influência sobre aqueles que têm uma tendência
necessidade de liderança. Será que precisamos mesmo de boa, porém são levianos, e se deixam levar facilmente pela
líderes? idéia de que se os outros podem levar vantagem, porque eles
não?
Muitos ainda precisam, como aqueles profissionais que só
cumprem suas tarefas quando são mandados, ou aqueles Enquanto essas pessoas não
motoristas que só seguem as regras de trânsito se há um buscarem se fortalecer
guarda por perto. Aqueles que são independentes são mais moralmente, continuaremos
conscientes de seus deveres e direitos e prescindem de tendo problemas sociais,
líderes, precisando ao invés disso, de mentores. causados mais por pura
estupidez do que pela
Temos um exemplo do papel essencial da moralidade nos malícia.
líderes, se levarmos em conta que a inteligência sozinha pode
fazer um Hitler, enquanto a moral junto à inteligência pode Por fim, Kardec diz que o
fazer um Gandhi. espiritismo é o agente por
excelência da solidariedade
Ambos foram homens falíveis, com imperfeições e humana mostrando as provas
qualidades, como todos nós, mas a força de vontade e a da vida atual como a
determinação que eles tiveram para atingir seus objetivos conseqüência lógica e raci-
mostram o quanto a humanidade pode fazer. O primeiro é o onal das ações realizadas nas
exemplo máximo do que o egoísmo pode conseguir, o outro existências anteriores.
um dos melhores exemplos do que o altruísmo pode alcançar. Mahatma Gandhi
Quando a noção de que,
Kardec menciona que o que faz os maus parecerem mais como disse Paulo de Tarso, a semeadura é livre, mas a
numerosos é a sua audácia, mas mais do que isso nos dias colheita é obrigatória (Gl 6:7) for melhor compreendida pela
de hoje, o mal parece atraente porque ele vende bem. maioria das pessoas, muitos males serão evitados.

Quantas vezes a mídia fala sobre os muitos casos de coragem


e desapego que acontecem no mundo todos os instantes? A doutrina espírita, estudada e praticada, é uma das formas
Poucas, em comparação com a quantidade de notícias sobre de se conseguir a compreensão de que somos responsáveis
violência e imoralidade que são consumidas avidamente. pelo que fazemos, e viveremos as conseqüências dos nossos
atos cedo ou tarde, tanto os atos egoístas quanto os

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altruístas, não porque há um Deus irritado que se vinga dos


filhos que erram e que premia os que acertam, mas porque
esta é uma lei natural, e Deus é o pai amoroso do qual Cristo
falou, cujo amor é encontrado em toda a criação.

A frase que fecha o artigo é bem conhecida dos adeptos, mas


nunca é demais mencioná-la, pois ela, em poucas palavras,
nos mostra o tipo de postura que todos, espíritas ou não,
devemos ter: Fé inabalável só o é a que pode encarar de
frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. (Allan
Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 19, item 7)

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