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Construindo a proposta de Sombra e Água Fresca

“Subsídios para reflexão e ação”

Ações do Poder Público e da


Parte I Sociedade Civil em Relação
à Criança e ao Adolescente.
1. Um pouco de História

O Brasil herdou de seu processo de colonização um quadro de profundas desigualdades e


injustiças sociais, cuja brutalidade se revela hoje nas precárias condições de vida da maioria
das crianças e dos adolescentes pertencentes às camadas menos favorecidas da sociedade.
A República herdou um país sem instituições públicas que garantissem os serviços
básicos de educação, saúde, moradia etc., num quadro agravado pela presença dos ex-
escravos desprovidos de meios de sobrevivência. Esse quadro desumano de "liberdade" foi o
berço no Brasil da chamada "questão do menor".
Ao longo do período republicano, o "menor" passou a ser visto pelos governantes "como
ameaça social e o atendimento a ele dispensado pelo poder público tinha por fim corrigi-lo,
regenerá-lo, reformando-o pela reeducação a fim de devolvê-lo ao convívio social".1
Os governos militares instalados a partir de 1964 implantaram a Fundação Nacional do
Bem Estar do Menor (FUNABEM) e suas congêneres estaduais, as FEBEMS. Montou-se uma
dispendiosa máquina administrativa para atender às crianças e aos adolescentes
"marginalizados", concebidos como “carentes”. Essa política nacional de bem-estar do menor
(Lei 4513/64), com traços preconceituosos e discriminatórios, estabeleceu uma perspectiva
assistencialista, ocultando a potencialidade e ignorando os direitos da criança e do
adolescente empobrecidos.

1.1. De "Menor" a Cidadão

No final da década de 80, instituições representativas dos movimentos sociais, das


Igrejas, do mundo jurídico e das políticas públicas, preocupadas com a promoção dos direitos
das crianças e adolescentes, mobilizaram-se para fazer incluir na Constituição brasileira de
1988 os avanços contidos na Convenção de Direitos da Criança da Organização das Nações
Unidas (ONU). Essa mesma mobilização da sociedade possibilitou, em 1990, a promulgação do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei que representa um grande avanço na política
de atendimento à população infanto-juvenil.

* Texto extraído e adaptado do Guia de Ações Complementares à escola para crianças e adolescentes. São Paulo CENPEC/UNICEF,2. ed.1998.212p.
1- COSTA, Antônio Carlos G., SEDA, Edson Moraes, COELHO, João Gilberto L. A criança, o adolescente, o município: entendendo e implementando a Lei nº
8069/90 Brasília: Fórum- DCA, 1990.

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Essa transformação de "menor portador de carências" em cidadão sujeito de direitos dá
um novo rumo às políticas de atendimento à infância. É a substituição do assistencialismo por
um trabalho socio-educativo, emancipador, visando ao resgate da cidadania.

1.2. Mudando o rumo da política de atendimento

O novo perfil básico da política de atendimento, definido no Estatuto da Criança e do


Adolescente, estabelece:
• a criação de Conselhos de Defesa de Direitos da Criança e do Adolescente nas três esferas
de poder, assegurando a participação da população organizada;
• a manutenção de Fundos ligados aos respectivos Conselhos nas três esferas;
• criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administradva;
• a municipalização do atendimento.

Muito importante:
É interessante observar que houve uma mudança na forma de participação da
população organizada: ao invés de simples executora de ações, agora ela é chamada a
participar tanto da formulação das políticas como do controle das ações.

2. Partilhar Responsabilidades

Embora caiba ao município a responsabilidade pela concretização da política de


atendimento à infância e à juventude, a Prefeitura, geralmente, não tem condições nem
recursos suficientes para arcar sozinha com essa responsabilidade. Além disso, numa
sociedade democrática, o atendimento previsto pelo ECA não deve ser encarado apenas como
"prestação de serviço público", mas como um compromisso assumido por toda a sociedade.
Aqui encontramos um importante espaço para a ação das igrejas, que podem mobilizar
as comunidades para uma participação mais efetiva nas instâncias de ação com o objetivo de
garantir a implantação dos direitos das crianças e adolescentes.

2.1. O que é mobilização e como viabilizá-la

Ao contrário do que muitos supõem, mobilizar não se reduz à realização de alguns


eventos, nem à convocação de pessoas para manifestações públicas. Mobilizar é conscientizar
cada um da importância de uma causa, acenar com metas claras, conquistar a adesão das
pessoas e convocar voluntários para atuar na realização de um objetivo comum. Em nosso
caso, o propósito é divulgar o Projeto Sombra e Água Fresca e desenvolver ações concretas
nas igrejas locais.
Mobilizar para obter a participação efetiva da igreja e da comunidade consiste em
processo permanente de:

1. informar e motivar todos/as sobre os objetivos claros a serem alcançados;

2. apresentar propostas que realmente permitam a participação individual e coletiva. A


participação e as mudanças duradouras se constróem no cotidiano. Assim, por
exemplo, a mobilização efetiva convoca reuniões em horários e locais em que os
interessados possam participar discutir, trocar opiniões, com o cuidado permanente
de dar retorno e divulgar os resultados alcançados.

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2.2. Estabelecendo parcerias

As igrejas de diferentes denominações têm tradicionalmente se preocupado em


desenvolver programas nas áreas sociais, especialmente de atendimento à infância e
juventude. Tais programas, historicamente de natureza assistencialista, têm mudado
recentemente sua filosofia, buscando atuar norteados pelos direitos da criança e do
adolescente.
Todas essas iniciativas, por parte das igrejas, devem estar integradas à política de
atendimento do município. Isto é, as igrejas devem conhecer o trabalho desenvolvido pelo
Conselho Municipal dos direitos das crianças e adolescentes e Conselho tutelar e apoiar estes
trabalhos. O Projeto Sombra e Água Fresca considera importante o conhecimento do ECA e a
promoção da implementação das propostas do mesmo.

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Parte II Iniciando Ações

1. O diagnóstico: a importância de conhecer a realidade

O primeiro passo para desenvolver um bom Projeto Sombra e Água Fresca é, sem
dúvida, a análise da situação de realidade das crianças e adolescentes nesse momento: essa
análise é que permitirá visualizar o que fazer primeiro, onde concentrar mais recursos e que
tipo de intervenção utilizar.
Para elaborar essa radiografia, é preciso definir inicialmente quais são as informações
fundamentais de que precisamos quem vai coletá-las, onde vão ser procuradas, que
procedimentos serão utilizados para obtê-las e como vão ser reunidas, organizadas e
divulgadas.

2. O que precisamos / queremos saber?

• Onde vivem as crianças e adolescentes: com suas famílias, em instituições assistenciais, na


rua?
• Como vivem? Qual é a situação habitacional, de emprego, de salário das famílias?
• Há crianças e adolescentes inseridos nos mercados formal e informal de trabalho? Em que
condições?
• Como está a situação escolar? Há vagas para todos? Quantos estão fora da escola? Dentre
os que freqüentam escola, o que fazem depois das aulas?
• Quais as instituições que atendem crianças e adolescentes empobrecidos?
• Quais os trabalhos de complementação escolar já existentes? Como funcionam e que
resultados vêm obtendo?
• Quais os recursos existentes na área de recreação e cultura?
• Quais são as condições de saúde das crianças e adolescentes?
• Já se implantaram os Conselhos Municipais e Tutelares? As igrejas têm participado da
implantação e atuação dos Conselhos?

3. Onde e como buscar informações?

Uma vez definido o que saber e a forma de pesquisar e coletar as informações, a etapa
seguinte é sua organização e análise, de modo a obter uma radiografia o mais clara possível
da situação das crianças e adolescentes: saber o que há e o que falta é uma etapa de
amadurecimento da vontade, do querer fazer.
Muito importante nesta etapa é realizar algum tipo de registro dos resultados obtidos
na investigação da realidade e divulgá-los, partilhá-los com a comunidade local.
O registro pode assumir várias formas, desde a confecção de cartazes com os dados até
a elaboração de um relatório mais completo, dependendo da natureza e das condições do
grupo que está realizando o diagnóstico.
Independente da forma como estão registrados os resultados da investigação da
realidade, é fundamental apresentá-los e discuti-los com a equipe, a igreja local e com os/as
parceiros/as. Esse período deve levar algum tempo e vai estimular o processo de
conscientização e sensibilização da igreja e da comunidade, no sentido de criar um espírito
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que mova as pessoas e instituições a assumirem, cada uma segundo seu nível e condição, mas
em comunhão, a parte que lhes cabe frente à realidade das crianças e adolescentes. E pode,
ainda, levar a identificar pessoas interessadas e adequadas para realizar as ações ou
programas com as crianças.

4. Propostas de ação e seu planejamento

Esse é o momento do planejamento, que deverá ter um caráter amplo e abrangente. É


preciso priorizar as ações, decidindo o que fazer primeiro e onde concentrar mais recursos. O
diagnóstico da realidade local é que deve orientar essas decisões. O planejamento deverá ter
um caráter simplificado.
Qualquer que seja o caráter do planejamento, ele deverá prever algumas questões
básicas tais como:

• O que fazer?
• Com quem contar para realizar o trabalho com as crianças e como preparar essas pessoas?
• Como arranjar um espaço e os materiais necessários?
• Onde e como obter recursos?
• Como envolver as famílias e a comunidade em geral?
• Como detalhar uma proposta educacional?
• Como avaliar as ações desenvolvidas?

Vamos tratar dessas questões, examinando, sempre que possível, as diversas


alternativas à luz da experiência. Vamos orar e fortalecer nossa caminhada buscando sempre
o apoio de todas as pessoas da igreja e comunidade.

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Parte III Envolvendo a Família

De fato, a família é o primeiro espaço de referência, proteção e socialização dos


indivíduos, independente das múltiplas formas e desenhos com que se apresenta atualmente.
A legislação brasileira deixa clara a importância de assegurar à criança o direito à convivência
familiar e comunitária.
Assim, um efetivo atendimento à criança e ao adolescente passa pela manutenção dos
vínculos com a família e com os elos socioculturais da sua comunidade de origem. Não cabe
ao Estado nem às outras instituições da sociedade civil, nem à Igreja, substituir a família no
atendimento à criança: ao contrário, como aliados da família, devem contribuir para
fortalecê-la.
Quando falamos em família, é muito importante perceber as diferenças socio-étnicas e
culturais presentes, assim como respeitar politicamente tais diferenças. É preciso evitar
categorizações do tipo família "regular" ou "normal" x família "irregular" ou "desestruturada",
que acabam por revelar ou gerar preconceitos, os quais, por sua vez, podem dificultar e até
inviabilizar ações e programas com as crianças.
Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que, nas famílias dos segmentos populares
empobrecidos da sociedade brasileira, as mulheres desempenham um papel expressivo e
central: muitas vezes, elas são as únicas responsáveis pela subsistência familiar – mesmo
quando o pai permanece fisicamente no grupo familiar, é considerado ausente tanto no
processo de educação dos filhos quanto na contribuição para a renda familiar.
Nesse contexto, quando consideramos "família desestruturada" aquela que não
contempla o modelo ideal (pai, mãe, filhos), estamos já emitindo uma desaprovação
moralista que revela um preconceito; atitudes como essa são incompatíveis com a postura
não-assistencialista que deve caracterizar os programas voltados para essas famílias e suas
crianças.
As ações e programas que vêm obtendo melhores resultados no atendimento à criança
e ao adolescente caracterizam-se pela interação regular com as famílias, seja aliando-se a
elas inicialmente para atender as crianças, seja organizando sua participação sistemática nos
trabalhos, seja conduzindo a reaproximação da criança com sua família.
Não há dúvida, portanto, de que o "olhar" da família no acompanhamento da criança
deve ser sempre estimulado e valorizado. Por sua proximidade e afeto pela criança, ela é a
principal aliada dos programas e ações. A pobreza não lhe retira nem os direitos nem os
deveres.
Há ainda outro argumento central para tal aliança: não é possível contribuir para o
desenvolvimento integral das crianças se não conhecermos sua história de vida e seu contexto
familiar. Na verdade, o envolvimento da família é também crucial para o próprio
conhecimento da realidade, sem o qual não é possível deslanchar um programa ou ação e
obter êxito.

1. Diversas formas de envolvimento

1.1. Partilhando com a família o trabalho realizado com as crianças


A conquista da família não se encerra no contato inicial. A maneira mais simples de
envolvê-la ao longo do programa ou ação é fazer-lhe conhecer os resultados que os filhos vêm
obtendo, o que pode ser feito através de visitas, contatos informais ou reuniões sistemáticas
promovidas pelo programa.
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1.2. Envolvendo a família nas decisões
Levar os pais e mães e a comunidade a se envolverem diretamente nas decisões do
projeto pode fazer com que se sintam co-responsáveis pela ações desenvolvidas.

1.3. Tornando os pais também sujeitos de novas aprendizagens


A participação de seus filhos nos programas ou ações pode levar os pais ou responsáveis
a ampliarem, eles também, seu leque de conhecimentos ou mesmo a adotar novas atitudes,
especialmente para com a escola e a educação.

Subsídios para concretizar "Sombra e Água Fresca" nas igrejas locais


A criança e adolescente atendidos por esse programa devem vir, prioritariamente, das
camadas mais desfavorecidas da comunidade, que raramente têm acesso aos recursos
culturais e educacionais comuns às camadas médias e altas. Assim, têm menores
oportunidades de adquirir os conhecimentos tidos como pré-requisitos para os "saberes
escolares" e de praticar o lazer e esporte, o que é geralmente um fator determinante do
"fracasso" e exclusão da escola. Deve também estabelecer uma relação estreita e sistemática
com a/s escola/s freqüentada/s por suas crianças, de modo a assegurar uma ação integrada.
No entanto, a proposta não pode reproduzir nem replicar a proposta da escola formal,
visto que oferece atividades de outra natureza. Mais do que transmitir conhecimentos
específicos, os programas buscam desenvolver valores e atitudes, promover a sociabilidade e
a capacidade criativa, estimular o potencial cognitivo, propiciar uma atitude positiva frente
ao conhecimento e instigar a vontade de aprender sempre mais. As atividades oferecidas
pelo programa devem incentivar o desenvolvimento da autonomia, levando as crianças a
buscarem melhorar sua própria qualidade de vida, aprenderem tomar decisões, construírem
relações afetivas saudáveis e reconhecerem-se como sujeito ativo e participante dentro de
seu grupo social. E é na proposta educacional que a equipe do projeto explicita esses valores
e atitudes que pretende promover.
A proposta educacional é a definição das finalidades mais amplas do programa. A
proposta educacional de um programa, na verdade, torna-se a grande estimuladora da equipe
de educadores.
Propomos a seguir uma reflexão sobre as atitudes e valores a serem estimulados, não
só entre os educandos como também entre os educadores, pois são estes que, através de suas
próprias atitudes nas relações com as crianças, passam lições cotidianas de fé e de
democracia que, por sua vez, irão permitir o efetivo alcance da relação fé e vida.

Organizando a equipe de trabalho

Todas as pessoas envolvidas em um programa para crianças e adolescentes –


voluntários(as), coordenadores, auxiliares, etc. – participam do processo de discussão das
propostas de atuação e do planejamento das ações. É fundamental que todos/as sejam
envolvidos/as pela filosofia do programa para que se crie um clima solidário e consistente de
trabalho, ou seja, para que constituam uma verdadeira equipe.
Na definição do perfil dos integrantes da equipe, além da qualificação mínima, algumas
características são imprescindíveis, não importando a natureza do trabalho ou sua área de
atuação:

• gostar de crianças e adolescentes e saber se relacionar bem com eles;


• ter disposição e tato para trabalhar com pessoas das camadas desfavorecidas;
• ser paciente e saber tratar o/a outro/a com atenção e respeito.

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1. Estratégias para organização da equipe

Há várias estratégias para constituir uma equipe com pessoas da própria comunidade.

1.1. A igreja organiza a equipe.


Convida as pessoas da própria igreja ou da comunidade para constituirem a equipe e se
propõe a capacitar as pessoas que forem motivadas.

1.2. A igreja faz o levantamento das pessoas da localidade e, posteriormente, as convida


para participar como voluntários/as.
Por ocasião do diagnóstico para conhecimento da realidade local, incluir o
levantamento dos moradores com potencial para atuarem no programa, convidando-os
posteriormente a participar.

1.3. Com a participação da família.


Por ocasião das visitas ou inscrição das crianças no projeto, consultar cada família
sobre a possibilidade de participar do programa como voluntários/as.

1.4.Mobilização de voluntários e outros parceiros

2. Capacitação das equipes do Projeto Sombra e Água Fresca

Promover reuniões periódicas de toda a equipe. Reservar momentos quinzenais ou


mensais para que todas as pessoas que trabalham em cada núcleo ou setor se reúnam e
discutam seus problemas coletivamente.
Garantir efetiva coordenação e uma unidade na linha de trabalho, prevendo um
processo constante de avaliação.
A formação continuada visa a proporcionar momentos coletivos de troca e reflexão
sobre a prática. Os educadores recebem, nessas reuniões, subsídios específicos, de acordo
com o projeto em que estão envolvidos.
Qualquer que seja a forma de capacitação, porém, deve sempre visar a ampliar os
conhecimentos da equipe e sua consciência cristã, social e política.

3. O trabalho voluntário

O trabalho voluntário é aquele exercido em benefício da comunidade e que não é


remunerado. “O/a voluntário/a é a pessoa que, devido a seu interesse pessoal, sua vocação
religiosa e seu espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a
diversas formas de atividades, de bem estar social ou outros campos”.
Voluntariado é doação e solidariedade. Envolve sentimentos de amor ao próximo e
solidariedade.
O trabalho voluntário deverá ser exercido com o mesmo cuidado, carinho e
responsabilidade que qualquer outro trabalho.
O trabalho voluntário tem legislação própria que deve ser observada na organização da
equipe.

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Organizando espaço e materiais

1. Mais importante que o espaço físico

A falta de recursos físicos e materiais é, de modo algum, pretexto para que a igreja
deixe de se empenhar no sentido de promover um Projeto Sombra e Água Fresca na
comunidade. O mais importante é ter a vontade, a coragem e a competência para enfrentar,
com criatividade e determinação, os problemas. Certamente, de acordo com as
peculiaridades de cada igreja e de cada comunidade, diferentes soluções serão encontradas.

2. Adaptando espaços existentes

Como proceder para localizar um espaço já existente que possa servir aos objetivos do
programa? O primeiro passo é fazer uma relação dos espaços existentes na igreja local ou na
comunidade para identificar quais estariam em condições de abrigar os programas em vista:
salão da igreja, galpões vazios, salão da associação amigos do bairro, salas ociosas em
escolas, sindicatos, clubes esportivos etc. Desde que limpos, bem iluminados e arejados,
podem perfeitamente ser usados para essa finalidade. É importante verificar o fornecimento
de água potável e a necessidade de adaptar banheiros e chuveiros, bem como providenciar
espaço para preparação da merenda, de forma a proporcionar condições mínimas de conforto
para as crianças e equipe. Uma das preocupações básicas em relação ao espaço deve ser a de
proporcionar um ambiente agradável e estimulante.

3. Recursos Materiais

Os materiais didático-pedagógicos e os recursos audiovisuais devem estar em boas


condições. O programa pode iniciar-se com os recursos disponíveis e, aos poucos, ir ampliando
a quantidade e variedade. Na medida do possível, a organização dos espaços onde se
desenvolvem ações complementares deve prever: uma biblioteca, que pode ser iniciada com
um pequeno acervo de literatura infanto-juvenil, livros de consulta, enciclopédias,
dicionários, revistas, gibis etc., os quais os participantes possam consultar livremente ou sob
a orientação de um profissional; um aparelho de TV e vídeo-cassete para a transmissão de
programas de cunho cultural ou para simples recreação; aparelhos de som, computadores,
ventilador ou aquecimento e outros recursos tecnológicos que permitam os participantes a
tirar o melhor proveito dos programas.

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Equipe Local e Agente Local

1. O que é o projeto sombra e água fresca?

É a ação desenvolvida pela Igreja local para atender crianças na faixa de 6 a 14 anos,
oferecendo-lhes atividades que fortaleçam seu desenvolvimento físico, intelectual,
emocional, espiritual e social, visando a melhores condições de vida.

Situação

“No Brasil, constata-se a existência de grande contingente de crianças desatendidas em


suas necessidades básicas de alimentação, habitação, cuidados com a saúde, amor e
compreensão, educação, proteção e recreação. Essas carências da primeira infância são, via
de regra, irreversíveis. É de inadiável urgência no Brasil a tomada de providências que visem
ao cumprimento dos Direitos da Criança, proclamados pela Assembléia da ONU e o Estatuto da
Criança e do Adolescente, de 1990.”
O desenvolvimento tecnológico e industrial do país nas últimas décadas não veio
assegurar atenção às necessidades básicas da grande maioria da população, o que tem gerado
exclusão social, principalmente das crianças e adolescentes.
A Igreja Metodista, diante desta realidade, definiu como prioridade absoluta o trabalho
de apoio integral às crianças, promovendo projetos que ofereçam oportunidades para que se
desenvolvam integralmente.

Base Bíblica e Teológica

Ter uma experiência de acolhida. Desejo de muitos. Vivência especial, divina, que
cristãos e cristãs compartilham entre si e com a comunidade ao seu redor, principalmente
diante de necessidades básicas.
As necessidades humanas sempre foram uma preocupação emergente de Deus.
Aprendemos isso lendo a Bíblia, cheia de histórias da intervenção divina em favor dos
pequenos, e também em nossas próprias vidas. Quando há clamor, Deus ouve. Quando há dor,
Deus consola. Situação constrangedora, as misericórdias são incontáveis.
Enfim, a vivência da presença divina é desejo de todas as pessoas. Em nossas vidas de
cristãos e cristãs, sabendo que Deus é experiência cotidiana, propomos uma experiência de
“Sombra e Água Fresca”. Expressão muito freqüente entre os muitos ditos populares no Brasil.
Diz respeito a um lugar e um tempo de tranqüilidade e alívio. Sombra para descansar o corpo
em tempos de calor ardido e água fresca para acalmar a sede, aliviar o corpo seco, sedento.
Experiência divina!
Esta expressão, “Sombra e Água Fresca”, retrata bem o desejo deste projeto: propiciar
lugar de vivência da presença divina para crianças e adolescentes que vivem uma realidade
de negação da plenitude de vida. Lugar de aprender, brincar e partilhar. Lugar de conhecer
as coisas da vida, rompendo cadeias que as fazem vítimas primeiras de injustiças sociais.

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Deus, quando viu Jonas cansado e descrente, criou uma sombra para aliviá-lo do vento
quente, do sol ardente (Jonas 4.6ss). A sombra e a ausência dela foram instrumentos
pedagógicos de Deus. Momento importante na vida de Jonas, no aprendizado do sentido da
Graça de Deus. Momento que pode ser viabilizado na vida de muitas pessoas nestes tempos de
desigualdades sociais em que vive a sociedade brasileira.
Água da vida é símbolo fundamental de nossa herança teológica cristã. Do batismo,
renovação e pureza. Dos rios, correndo abundante para todos/as. Da sede saciada nas
palavras de Jesus. A mesma água que banha o corpo, que lava a casa e que embeleza por
limpar é também água que alimenta o corpo, que renova as forças e que enriquece o corpo de
energia. É desta água que beberão nossas crianças, prioridade no Reino de Deus.
Entendemos que é disso que nossas crianças precisam. Sombra e Água Fresca. Vivência
de Deus, gratuidade de vida. Abundância de experiências cotidianas que sejam sinais da
presença divina no nosso meio.

Princípios Filosóficos e Metodológicos

• A criança é sujeito ...


... de direitos
A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis (ECA – Artigo 15).

• Sombra e Água Fresca é um projeto de construção coletiva – crianças, adolescentes,


educadores/as, famílias, igrejas e comunidade participam:
– Na elaboração;
– Na execução;
– No desenvolvimento;
– No sustento;
– Na avaliação.

• Compromisso e parceria com a família

• Garra
– Motivação missionária

• A vida e a natureza são parte do conteúdo e da prática


– Cultura;
– Fé;
– Valores;
– Meio ambiente.
• A vigilância constante: Não à exclusão.
Todas as crianças e os adolescentes gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana.

• Valorização dos movimentos pelos direitos da criança e o adolescente.

• Valorização das ações comunitárias.

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Proposta Geral de Conteúdos Programáticos

™ Educação Cristã

A Educação Cristã na proposta do Projeto Sombra e Água Fresca buscará vivenciar com
a criança a compreensão da vida através de uma prática libertadora, segundo os
ensinamentos de Jesus Cristo.

Objetivos:

9 Proporcionar uma vivência cristã da criança, considerando as diversas fases de seu


desenvolvimento.
9 Contribuir para que a comunidade compreenda o significado da situação da criança como
cidadã do Reino, participante como sujeito na igreja e na comunidade.
9 Motivar a igreja a se integrar na prática missionária, à luz do evangelho e da realidade
social, em ações que visem a proporcionar à criança o acesso aos meios e condições para o
seu desenvolvimento integral (conselhos comunitários, programas de creche, etc...).
9 Fortalecer a família como vínculo de atenção prioritária à criança, valorizando os laços
afetivos segundo o amor acolhedor de Deus em Jesus Cristo.

Estratégias:

9 Propor conteúdo que inclua temas ligados a Jesus como amigo, Salvador, filho de Deus
Criador. Valores ensinados por Jesus como sinais da relação com o Projeto de Deus (Reino
de Deus), o ser cidadão/cidadã do reino de Deus.
9 Possibilitar experiências de expressão da fé que considerem elementos da cultura, os quais
dão identidade ao povo e une as pessoas (simplicidade, alegria, acolhimento,
festividades).
9 Integrar as atividades da igreja e da comunidade (celebrações, ações de solidariedade,
estudo e reflexão, etc...).

™ Acompanhamento Escolar

O acompanhamento escolar no Projeto Sombra e Água Fresca é o espaço para a


realização de atividades que contribuam para desenvolver, em nossas crianças, as
competências cognitivas básicas, tais como expressão oral e escrita, cálculo, raciocínio
lógico, solução de problemas e capacidade de decisão, além das habilidades de comunicação
e interação social. Dessa forma, é um programa alternativo que tem como característica
principal, a complementação do que a escola está ensinando, sem a pretensão de substituí-la
ou competir com ela.

Objetivos:

9 Contribuir para que a criança desenvolva habilidades de comunicação oral e escrita.


9 Despertar na criança a prontidão para a solução de situações cotidianas.
9 Contribuir para que a criança desenvolva habilidades de raciocínio e cálculos
matemáticos.

Estratégias:

9 Oferecer oportunidades para leitura, construção e interpretação de textos, elaboração


poética e observação de organização física e espacial.

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™ Esporte e Recreação

A prática do esporte, além de favorecer a consciência do próprio corpo, seus limites e


possibilidades, desenvolve o espírito de solidariedade, de cooperação mútua e de respeito
pelo coletivo. Aprender a convivência com o grupo, as regras necessárias à organização das
atividades, a partilha de decisões e emoções, reconhecendo os limites do espaço físico e da
convivência social, encontrando soluções em conjunto para os problemas, é essencial para
uma vida em sociedade. A prática do esporte é, assim, um exercício de cidadania.
Sua prática favorece ainda o desenvolvimento de habilidades específicas que
contribuem para um melhor desempenho escolar como a atenção, a capacidade de
concentração e a coordenação motora.
O brincar não é apenas uma forma de ocupar o tempo. É um elemento facilitador para
a socialização, uma vez que, na espontaneidade e liberdade do jogo, a criança interage com o
grupo, buscando cumplicidade e companheirismo. Através do jogo e da brincadeira, a criança
aprende as regras básicas da convivência social. A brincadeira é um treino para a liberdade de
escolha do uso do tempo, possibilitando o exercício da autonomia. Ensinar a brincar,
portanto, significa ajudar a descobrir preferências, organizar o tempo livre e desfrutar o
prazer do jogo.

Objetivos:

9 Promover aspectos de saúde integral para o bom desenvolvimento físico e orgânico da


criança.
9 Contribuir para que a criança desenvolva o conhecimento do corpo e de habilidades físicas
e sociais.
9 Proporcionar tempo para brincar e jogar, contribuindo para a prática de lazer da criança e
família.

Estratégias:

9 Oportunidades para atividades lúdicas.


9 Resgate de brincadeiras regionais, culturais e folclóricas.
9 Prática de esporte, jogos e atividades interativas com a natureza.

™ Cultura e Expressão Artística

Trabalhar a expressão artística e cultural, no Projeto Sombra e Água Fresca, é tomar a


arte como expressão de continuidade da obra de Deus. Vivenciar com a criança o sentido de
que Deus nos dá a oportunidade de participarmos de Sua Arte: a criação. As ações na área da
cultura são sempre significativas para a criança que se desenvolve, permitindo-lhe resgatar
sua história e sua origem.

Objetivos:

9 Desenvolver habilidades de convivência social, aprendizagem da comunicação, da


interação, da decisão coletiva, do cuidado com o ambiente, etc...
9 Estimular a criança para uma atitude de aprendizagem ativa, na qual todos podem fazer –
criar.
9 Ajudar a identificar aptidões artísticas das crianças e adolescentes, estimulando-os/as no
desenvolvimento.

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Estratégias:

9 Atividades de dança, desenho, teatro, artesanato, pintura, música, cerâmica, etc...


9 Formação de grupos (corais, coreografia, instrumentos e etc...).
9 Oficinas de contos, poesia e folclore.
9 Contatos com expressões artísticas e culturais na comunidade.

™ Saúde Integral

As pessoas, às vezes, pensam que a educação é o acúmulo de informações e aptdões


básicas. Porém, a educação, assim como a saúde, tem conceito mais amplo, mais rico. A
educação e a saúde são inseparáveis. A boa saúde proporciona um aprendizado proveitoso e
um aprendizado proveitoso proporciona saúde.
Em todo o mundo, um nível mais alto de educação pode permitir às pessoas melhores
trabalhos, gozar de mais saúde e contribuir para o bem estar da famíla e da comunidade.
Investir em promoção de saúde no cenário ou ambiente do acompanhamento escolar
significa refletir com as crianças – atores do Projeto Sombra e Água Fresca – como se percebe
ou se entende a saúde e como ela se insere no cotidiano de suas vidas. E, ainda, que a saúde
está relacionada a tantas outras questões como a educação, a cultura, o lazer, a moradia, a
convivência, a alimentação ou o próprio meio ambiente e que ações podem estar realizando
na sua comunidade para construir uma vida mais saudável.

Objetivos:

9 Valorizar o cotidiano do acompanhamento escolar, inserindo a promoção da saúde em seu


plano pedagógico.
9 Estimular o desenvolvimento de atividades necessárias a uma vida mais saudável que
garanta às crianças os adequados processos de crescimento, de desenvolvimento e de
aprendizagem de acordo com seus direitos fundamentais.
9 Estimular na criança sua capacidade de pensar, agir e decidir, elevando sua auto-estima,
proporcionando ações que desenvolvam a percepção crítica, melhorando o desempenho
escolar e a própria perspectiva de vida.

Estratégias:

9 Ações conjuntas com família, escola, igreja e organizações na comunidade para a


realização de atividades de educação para saúde.
9 Programas de educação alimentar, educação ambiental e higiene.
9 Integração com todas as áreas de ação do Projeto.

™ Cidadania

Em nosso planeta somos mais de 6 bilhões de pessoas vivendo juntas, em sociedade.


Todos nós temos uma série de direitos para nos proteger e, ao mesmo tempo, deveres a
cumprir. Fazer valer nossos direitos e agir de acordo com nossos deveres é o que nos torna
cidadãos.
A proposta de trabalhar cidadania no Projeto Sombra e Água Fresca será direcionada
para o desenvolvimento de valores e atitudes que promovam a capacidade criativa, o espírito
crítico, contribuindo com as crianças e os adolescentes na busca de melhorar suas condições
de vida: aprender a tomar decisões, construir relações afetivas saudáveis, reconhecerem-se
como sujeitos ativos e participantes dentro do seu grupo social e ensinar a buscar soluções a
fim de alterar a realidade.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 16 de 32 ●


Objetivos:

9 Refletir com as crianças e adolescentes a sua situação atual e as propostas do Estatuto da


Criança e do Adolescente.
9 Mobilizar o esforço da Igreja e de toda a comunidade para promover os direitos de todas
as crianças.
9 Motivar a participação consciente dos membros da igreja nos conselhos de direitos da
criança e do adolescente.

Estratégias:

9 Envolvimento das crianças e das famílias na elaboração e desenvolvimento de programas e


na busca de soluções para as situações apresentadas.
9 Estudos e debates, visando a sensibilizar a igreja.
9 Integração com os conselhos de direito para a mobilização da comunidade em ações que
beneficiem as crianças.

™ Informática
A tecnologia de informação é uma das principais forças motrizes dos processos de
modernização das sociedades contemporâneas. Ela também representa uma atração
irresistível para crianças e adolescentes que vivem em comunidades pobres. A capacitação em
computação, de forma adequada, favorecerá o entendimento da cidadania, a alfabetização, a
ecologia, a saúde, os direitos humanos e uma conduta não violenta.
Além disso, há uma demanda crescente de conhecimento de informática no mercado
de trabalho. As crianças e adolescentes de comunidades menos favorecidas, capacitados em
tecnologia de informação, terão mais oportunidade de ingresso no mundo de trabalho e,
consequentemente, haverá uma diminuição dos níveis de exclusão social a que são
submetidos no Brasil.
O objetivo geral deste módulo é capacitar crianças e adolescentes no domínio de
conhecimentos e técnicas na área de informática, utilizando-se deste conhecimento como
ferramenta nos processos de aprendizado, criação e desenvolvimento pessoal.

Objetivos específicos:

9 Usar a informática como ferramenta de apoio a programas de reforço escolar, cidadania,


cultura e expressão artística e educação cristã;
9 Oferecer uma alternativa atual, eficiente e atraente de profissionalização e inserção no
mercado de trabalho.

Estratégias:

9 Selecionar um grupo/pessoa (Igreja Local) responsável pelo planejamento e organização


da Escola de Informática;
9 Ter lugar adequado para a instalação de computadores (instalação elétrica segura e
adequada);
9 Cadastrar o maior número de profissionais voluntários de informática nas Igrejas,
estimulando-os a contribuir com o Projeto Sombra e Água Fresca;
9 Montar parcerias com empresas, entidades e outros que possam participar na doação de
microcomputadores.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 17 de 32 ●


Estrutura do Projeto

Equipe Local Equipe Regional Equipe Nacional

Agente local e equipe 5 pessoas.


Departamento de Crianças
Participação: Ministérios com Departamento Regional indica uma
Coordenações: Ação Social, Ação
Criança, da Ação Social e Ação pessoa para agente regional
Administrativa e COGIMAS
Docente.
Responsabilidade: Responsabilidade: Responsabilidade:
Coordenação com os ministérios da Coordenação com as equipes.
igreja local. Coordenação com igrejas locais.
Análise da conjuntura
Treinamento dos/as voluntários Análise da conjuntura regional,
nacional.
locais. Assistência. organização da equipe regional e
Produção de material educacional.
Aquisição de recursos necessários avaliação dos projetos locais,
Treinamento das equipes regionais.
para desenvolvimento do programa acompanhamento dos voluntários
Avaliação do Projeto em nível
local. locais. Avaliação do projeto local.
nacional.

2. Como iniciar este Projeto

a) Organizar uma equipe:

a.1 - Identificar pessoas para compor e desenvolver a equipe que trabalhará para organizar
todas as etapas do projeto – podem ser juvenis, jovens, adultos. Essas pessoas, para
comporem a equipe, devem ter as seguintes características: gostar de crianças e adolescentes
e saber se relacionar bem com eles; ter disposição e tato para trabalhar com pessoas das
camadas desfavorecidas: ser paciente e saber tratar o/a outro/a com atenção e respeito.
a.2 - Este grupo torna-se a “Equipe Local do Projeto Sombra e Água Fresca”.

b) Qual é a tarefa da Equipe Local do Projeto Sombra e Água Fresca? Página 7 deste manual.

b.1 - Conhecer a realidade das crianças da comunidade. Página 4 deste manual


O conhecimento da realidade é como tirar uma radiografia e é muito necessário para que as
ações alcancem bons resultados. Estas informações podem ser obtidas de várias fontes:
● Com as famílias;
● Com as escolas;
● Visitando hospitais;
● Procurando conhecer as associações de bairro;
● Contato direto com as crianças e famílias que terão interesse e necessidade de ser
atendidas pelo projeto;
● Visitando grupos, associações e entidades que trabalham com crianças, etc...
● Planejar detalhadamente as ações a serem desenvolvidas.

b.2 - A equipe deve conversar em torno das informações obtidas. Identificar as principais
necessidades de atenção que as crianças têm: lazer, atividades culturais, acompanhamento
escolar, etc...
Elaborar um plano de ação com todos os detalhes que possam ajudar a realizar bem as
atividades.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 18 de 32 ●


Sugestão para registrar tudo que for planejado:

1 2 3 4 5 6 7 8
O que? Com Quem é o Qual é o
(atividade) Quem? Como? Quando? Responsável? Material Custos Fonte
Necessário?

1. Atividade - O que vamos fazer. Exemplo: Encontros três vezes por semana, Curso de violão, Colônia de férias.

2. Com quem - Quais são as crianças que participarão da atividade?

3. Como - Detalhar o modo como a atividade será desenvolvida. Exemplo: encontro três vezes por semana.
Como? Iniciar o encontro às 14h30 e desenvolver três tarefas por encontro.

4. Quando - Especificar bem os períodos, dias, horários. Exemplo: 2a, 4a e 6a feiras de 14h às 17h de fevereiro a
junho e de agosto a dezembro.

5. Quem é o responsável - Colocar os nomes das pessoas que colaboram nas tarefas. Exemplo: Renata, Pedro.

6. Material necessário - Listar todo o material necessário e a quantidade. Exemplo: Papel formato A4 – 500
folhas, Lápis – 36, Lápis de cor – 6 caixas.

7. Custos - Calcular quanto cada material custa e multiplicar pela quantidade necessária. Exemplo: lápis de cor
– 6 caixas. Custo unitário: R$ 3,00, 6 x 3,00 = 18,00.

8. Fonte - De onde virão os recursos para garantir o material necessário, mesmo que seja através de doações,
campanhas, etc... Exemplo: Lápis de cor. 6 caixas. 6 x 3,00: doação da sociedade de Mulheres. OBS: Você verá
mais detalhes sobre orçamento no caderno de “Administração e Finanças”.

b.3 - Organizar as atividades do projeto

► Definir os dias e horários de atendimento.


Cada projeto deve definir sua possibilidade de atendimento dentro do seguinte:
• todos os dias da semana (de segunda a sexta).
• três vezes por semana
• duas vezes por semana.
O ideal é ter atendimento todos os dias da semana e, não sendo possível, três vezes ou
duas vezes por semana. Tudo vai depender da disponibilidade dos/as voluntários/as. Um
voluntário pode estar disponível para ajudar um dia só por semana, durante duas horas, em
uma atividade específica (artesanato, esporte, música, recreação, contar histórias, etc...).
Organizar os horários, possibilitando a participação dos/as voluntários/as.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 19 de 32 ●


ATENÇÃO: A Equipe Local do Projeto Sombra e Água Fresca deve ter uma pessoa que possa
coordenar todas as atividades:
• O que fazer a cada dia
• Quais são os módulos a serem desenvolvidos a cada dia
• Lanche das crianças

► Divulgação
• Preparar cartazes: colocar na Igreja e nas lojas do local onde moram as crianças que
serão atendidas.
• Preparar folheto para distribuir na Igreja e nas casas onde moram as crianças.
• Visitar a Escola onde as crianças estudam e pedir à Diretora para encaminhar as
crianças que mais necessitam.

► Inscrição das crianças


• Marcar os dias e horários para a inscrição das crianças. Avisar que a inscrição deverá
ser feita pelos responsáveis pelas crianças. Lembrar que as mães e pais trabalham e o
horário deve facilitar para eles e elas.
• Preparar, com antecedência, a ficha de inscrição – modelo.
• Preparar orientação para as crianças e famílias com os dias e horários das atividades.

► Envolvimento familiar
• A família é o primeiro espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos.
Portanto, todo nosso trabalho deve manter vínculos com as famílias das crianças, seja
aliando-se a elas para trazer as crianças, seja organizando sua participação nos
trabalhos ou conduzindo a reaproximação das crianças com suas famílias.
• Ler Caderno Motivador número 1 – Parte III – Envolvendo a família

b.4- Organizar o trabalho dos/as voluntários/as.

3. A Avaliação

É previsto um acompanhamento contínuo durante a realização das ações tanto nos


núcleos locais quanto nas ações das equipes regionais e nacional.
A avaliação deverá apontar até que ponto os objetivos estão sendo atingidos, os pontos
fortes e os pontos fracos e o que necessita ser aperfeiçoado.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 20 de 32 ●


● Projeto Sombra e Água Fresca — página 21 de 32 ●
Equipe Regional e Agente Regional

1. A Equipe Regional

É responsável pela coordenação do Projeto no âmbito da Região Eclesiástica, Região


Missionária ou Campo Missionário.

2. Quem participa da Equipe

A equipe organiza-se com cinco ou mais componentes, indicados/as pelos parceiros/as no


Projeto Sombra e Água Fresca que são:
• Coordenação Regional de Ação Social ,
• Coordenação Regional Educação Cristã
• Coordenação Regional Administrativa,
• Coordenação Regional de Expansão Missionária,
• Departamento Regional de Trabalho com Crianças.

Todos/as devem:

• ser comprometidos/as com a visão do Evangelho, em que a criança é sujeito no Reino


de Deus;
• gostar das crianças e adolescentes;
• ter visão e compromisso ecumênicos;
• ter espírito de liderança;
• ter conhecimento básico da estrutura e proposta missionárias da Igreja Metodista,
contidas em seus documentos.

A indicação dos/as componentes da Equipe Regional é de responsabilidade das


coordenações regionais de Ação Docente, Ação Social, Ação Administrativa, Expansão
Missionária e do Departamento Regional do Trabalho com Crianças.
Uma pessoa é designada como Agente Regional do Projeto Sombra e Água Fresca e sua
indicação deve ser respaldada pelo bispo da região.

3. São tarefas da Equipe Regional

• Estudar e refletir sobre a situação da criança e do adolescente na região e no país;


pesquisar dados sobre a situação das crianças e adolescentes na região e divulgá-los
para conhecimento das agentes locais;
• Identificar o trabalho de cada igreja local e elaborar mapeamentos;
• manter contato com as igrejas locais para motivá-las a participarem do Projeto Sombra
e Água Fresca;

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 22 de 32 ●


• orientar os/as agentes locais e equipes em como organizar e desenvolver o projeto
local;
• preparar encontros regionais de capacitação para os/as agentes locais e equipes;
• mobilizar os projetos em desenvolvimento para participarem dos encontros de
capacitação;
• receber relatórios dos projetos locais; analizá-los e propor ações de apoio;
• manter cadastro atualizado dos projetos locais;
• cooperar no levantamento de recursos financeiros, didáticos e outros para subsidiar as
equipes locais e regionais;
• participar dos encontros de capacitação em nível nacional.

4. São tarefas do/a Agente Regional do Projeto Sombra e Água Fresca

• Coordenar a Equipe Regional do Sombra e Água Fresca;


• convocar e liderar as reuniões da Equipe Regional do Sombra e Água Fresca;
• relacionar-se com o Departamento Regional do trabalho, com crianças e com as
coordenações parceiras;
• cadastrar e mapear os projetos locais;
• cadastrar os/as agentes locais do Sombra e Água Fresca;
• manter, em dia, os contatos necessários com os/as agentes locais;
• estabelecer os contatos com a Equipe Nacional do Sombra e Água Fresca;
• participar dos Encontros Nacionais de Capacitação e Avaliação do Projeto Sombra e
Água Fresca;
• preparar o relatório da Equipe Regional e encaminhar à Equipe Nacional – uma vez por
ano, no mês de fevereiro. Encaminhar este relatório ao Departamento Regional do
trabalho com crianças;
• visitar os projetos locais;
• viabilizar as assessorias e orientações solicitadas pelos projetos locais;
• e... muitas outras que vamos descobrir na caminhada.

5. Plano de Trabalho da Equipe Regional

• Reuniões da Equipe – duas ou mais reuniões anuais.


• Visita dos projetos locais – cada membro da Equipe poderá visitar no mínimo dois
projetos por semestre.
• Encontro Regional de Agentes Locais – Capacitação, Avaliação e Planejamento – dois
anuais.
• Curso de capacitação para Equipes Locais – uma vez por ano.
• Relatórios – receber os relatórios dos núcleos locais semestralmente e analisar as
dificuldades, estabelecendo os retornos necessários.

6. Orientações sobre a proposta de ação

• O Projeto Sombra e Água Fresca acontece a partir das igrejas locais, nas comunidades
onde elas estão ou comunidades assistidas pastoralmente por elas.
• O projeto é voluntário. Despertar nas igrejas locais e comunidades a vocação para o
trabalho voluntário.
• Cada núcleo local poderá ter um nome.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 23 de 32 ●


Exemplo:
Projeto Sorriso – Caso haja interesse, o Projeto recebe o “selo” Sombra e Água Fresca e participa
de toda a programação (REDE) nacional do Projeto Sombra e Água Fresca. Cada Equipe Regional
poderá identificar, em sua região, um ou dois projetos que serão desenvolvidos como referência
para a região. Estes projetos receberão apoio visando ser referência de capacitação dos/as
equipes locais – estagiários, etc.

• Cada projeto local, já existente e/ou novo, que for avaliado pela equipe regional e que
estiver trabalhando segundo a proposta de ação e princípios do Sombra e Água Fresca
poderá receber:
a. o “selo” do Sombra e Água Fresca;
b. o “kit” de material didático e material de orientação administrativa;
c. outros recursos obtidos pelo projeto Sombra e Água Fresca.
• Mapeamento das regiões: A equipe regional fará o mapeamento de todas as igrejas e
congregações na região eclesiástica, mostrando os trabalhos de atenção às crianças que
as igrejas já realizam e as igrejas que estão interessadas em iniciar o Projeto Sombra e
Água Fresca. Este mapeamento deve ser realizado anualmente.
• Novos Projetos: A equipe regional identifica as equipes interessadas em iniciar projetos
locais e dá todas as orientações para o desenvolvimento das atividades.
• Avaliação de projetos: A equipe regional avalia, através dos projetos, como está sendo
realizado o trabalho.
• Encaminhamento de Projetos para o apoio nacional: A equipe nacional e as equipes
regionais estarão buscando recursos materiais e financeiros para apoiar os projetos
locais. Os projetos, para receberem apoio, deverão proceder conforme os critérios
para aprovação de projetos na área geral e que são:
a. Ter a aprovação da igreja local (CLAM e pastor/a local)
b. Ter avaliação da equipe regional do Projeto Sombra e Água Fresca e ter
aprovação da COREAM para encaminhamento à área geral.
A assessoria da área geral fará os encaminhamentos para as agências e, conseguindo os
recursos, fará contato com o projeto local.
• Relatórios: Os projetos locais que receberem apoio material e/ou financeiro deverão
apresentar relatório das atividades e do uso dos recursos. São relatórios simples. As
equipes regional e nacional darão as orientações necessárias.

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 24 de 32 ●


● Projeto Sombra e Água Fresca — página 25 de 32 ●
Ficha de Inscrição do Projeto Local

Dados do Projeto

Nome do Projeto Local:


Endereço: Bairro:
Cidade: Estado / UF:
CEP: Telefone: ( ) Fax: ( )
e-mail: Site:
Nome entidade mantenedora:
Cidade: Estado / UF:
Dias de atendimento: Horário:
Crianças Participantes
Atividades em Desenvolvimento
Idade Meninos Meninas Total

Totais
Gerais

Dados do/a agente local

Nome:
Endereço: Bairro:
Cidade: Estado / UF:
CEP: Telefone: ( ) Fax: ( )
e-mail: Nascimento:

Escolaridade: □ Ensino Fundamental □ Ensino Médio □ Ensino Superior


Regime de Partipação: □ Voluntário □ Remunerado
● Projeto Sombra e Água Fresca — página 26 de 32 ●
Ficha da Criança / Adolescente

1. Identificação da criança/ Adolescente

Nome: Data de Nascimento:


Nome do Pai:
Nome da Mãe:
Com quem mora a criança: □ Pais □ apenas com a mãe □ apenas com o pai □ outro (preencher abaixo)

Nome: Parentesco:
Endereço: Bairro:
Cidade: Estado / UF:
CEP: Telefone: ( ) Fax: ( )
e-mail: Nascimento:
Ocupação do Responsável:
Endereço comercial:
Horário de expediente: Telefone: ( )

2. Ficha familiar (Com quem a criança/adolescente vive)

Nome Escolaridade Idade Estado-civil Ocupação Salário

Pai

Mãe

Irmãos

Outros

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 27 de 32 ●


3. Habitação e Condições Sanitárias
• Casa □ Própria □ Cedida □ Alugada Valor do aluguel: R$________________
• Número de cômodos: ______________ □
• Construção Tipo □ Madeira □ Adobe □ Alvenaria
□Outros:_______________________
• Esgoto □ Fossa □ Instalação sanitária
• Água □ encanada □ Cisterna □ Outros:__________________________________
• Lixo □ queimado □ recolhido
□ enterrado □ exposto
4. Saúde da criança / adolescente
• Toma algum medicamento regularmente? □ Sim □ Não
Qual?____________________________________________ □
• Já desmaiou alguma vez? □ Sim □ Não
• É alérgica? □ Sim □ Não
• Queixa-se constantemente de algum tipo de dor? □ Sim □ Não
Qual?____________________________________________ □
• Possui alguma necessidade especial? □ Sim □ Não
Qual?____________________________________________ □
• Possui alguma deficiência? □ Sim □ Não
Qual?____________________________________________ □
• Doenças de Infância: □ Sarampo □ Catapora □ Outra:
□ Cachumba □ Rubeola Qual?________________
• Submeteu-se à internação hospitalar? □ Sim □ Não
Motivo?__________________________________________ □
• Em caso de Febre, toma algum medicamento? □ Sim □ Não
Qual?____________________________________________ □
5. Dados escolares da criança / adolescente
• Escola: ______________________________________________________________□
• Endereço: ___________________________________________________________□
• Série:______________________ Turno: ________________________□

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 28 de 32 ●


6. Identidade religiosa

• □ Sim
Participa de alguma denominação ou grupo religioso? □ Não
Qual?____________________________________________ □

7. Participação da família no grupo de voluntários/as.

Quem pode participar:


Dias: Horário:
Atividade:

8. Autorização

Autorização
Eu, _____________________________________________________________________
Autorizo, ________________________________________________________________
a participar do Projeto Sombra e Água Fresca ____________________________________
no horário de ______ h às _______ h nos seguintes dias ___________________________

____________________________ , _____ de _______________ de ________ .

______________________________________________
Assinatura do responsável pela criança / adolescente.

9. Dados complementares:

Data da entrada da Criança / adolescente no projeto:


Data do desligamento da Criança / adolescente no projeto:
Motivo:
Observações:

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 29 de 32 ●


Cronograma semanal das atividades

Nome do projeto:
Nome do agente local:
Dias e horários de atendimento:

Atividades Responsáveis Recursos Necessários

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 30 de 32 ●


Proposta de Conteúdo

Nome do projeto:
Nome do agente local:
Área / Módulo:

Conteúdo Básico Detalhamento do Conteúdo Sugestões de Atividades

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 31 de 32 ●


Plano Anual de Trabalho – para projeto local

Nome do projeto:
Nome do agente local:

Primeiro Semestre
Início das Atividades: Término das Atividades:
Atividades

Segundo Semestre
Início das Atividades: Término das Atividades:
Atividades

● Projeto Sombra e Água Fresca — página 32 de 32 ●

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