Uterino
Agora você tem um novo teste para aumentar a sua segurança na prevenção do câncer de colo uterino!
Está comprovado que o câncer de colo uterino ocorre em mulheres com infecção persistente por um vírus chamado
Papilomavírus Humano (HPV).
O HPV é um vírus de transmissão sexual muito comum na população. Na maioria das vezes, a infecção não apresenta
nenhum sintoma e desaparece por ação do sistema imunológico, mas em algumas mulheres, a infecção pode provocar
alterações nas células e persistir por anos. Nestas mulheres, o risco de câncer cervical está aumentado.
O teste de HPV foi desenvolvido para complementar o exame de Papanicolaou que até pouco tempo atrás era o único
exame preventivo de rotina. A associação dos exames aumenta a chance de detectar as lesões precursoras do câncer,
permitindo seu tratamento precoce. Se você tem mais de 30 anos, converse com seu médico e solicite o teste de
HPV!
É importante lembrar:
• O HPV é um vírus sexualmente transmissível. O uso do preservativo é recomendado como método de
prevenção para a infecção por HPV e outras DSTs.
• A infecção por HPV é muito comum na população, cerca de 80% das mulheres irão contrair o HPV durante a
vida, entretanto a maioria não perceberá nenhum sintoma clínico
• A infecção por HPV é na maioria dos casos uma infecção transiente, ou seja, regride espontaneamente por
ação do sistema imunológico em 9 a 15 meses
• A infecção por HPV por si só não é considerada uma doença e não existe tratamento contra o vírus somente
para as lesões provocadas por ele
• Uma pequena proporção das mulheres infectadas apresenta infecção persistente, o que aumenta o risco de
desenvolver o câncer cervical
• Mesmo pacientes com relação monogâmica devem realizar os exames preventivos, pois o vírus pode
permanecer latente por muitos anos, até décadas
• Ter HPV não é sinal de infidelidade
• A maioria das mulheres que tem HPV não terá necessariamente alterações celulares ou câncer, mas todas
devem seguir as orientações médicas para prevenção da doença
• A infecção por HPV é muito comum, mas o câncer cervical é raro
• Foi aprovada a primeira vacina de prevenção do câncer cervical. Deve ser utilizada por mulheres entre 9 a
26 anos que ainda não iniciaram a atividade sexual. Mesmo as mulheres vacinadas devem continuar a fazer
os exames preventivos, pois a vacina não previne contra os tipos de HPV menos comuns.
• Consulte um médico ginecologista periodicamente para esclarecer suas dúvidas e realizar os exames de
prevenção
Importância Clínica
O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus de transmissão predominantemente sexual que na mulher
pode infectar o colo, a vagina, a vulva, o ânus e a uretra. Dentre as manifestações clínicas da infecção
estão: o condiloma, a papulose bowenóide, a neoplasia intra-epitelial cervical, vaginal, vulvar e o
carcinoma. Atualmente, identificam-se mais de 70 tipos de HPV que são classificados em grupo de baixo
ou alto risco oncogênico, conforme sua associação com o câncer cervical e suas lesões precursoras. A
infecção pelos tipos virais de alto risco é considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento
do câncer cervical. A infecção por HPV de alto risco está associada com alterações citológicas e
histológicas que são detectadas no exame de Papanicolaou, colposcopia e biópsia. Os tipos 6 e 11 (baixo
risco) estão associados à verruga genital ou condilomas, mas são infreqüentemente associados com
alterações pré-cancerosas ou com o câncer . Existem muitos outros tipos de HPV de baixo risco que não
estão relacionados com verrugas e nem com o câncer cervical.
Historicamente, os tipos virais 16/18 têm sido considerados como de alto risco por sua associação com o
câncer cervical. Os tipos 31,33 e 35 são considerados como de risco intermediário por serem mais
freqüentes em NIC 2-3 do que no câncer. Esses 5 tipos virais juntos, 16/18/31/33/35, são responsáveis
por aproximadamente 80% dos casos de câncer cervical. Os tipos 39/45/51/52/56/58/59 e 68 têm sido
identificados nos restantes dos casos.
Amostra
As amostras devem ser coletadas em kit coletor digene, composto por uma escova cervical e um tubete
contendo meio conservante (UCM – Universal Collection Médium). São estáveis por 15 dias à
temperatura ambiente e 6 meses sob refrigeração (4-8°C)
Mulher: Escovado ou Biópsia de cérvice uterina, vagina, vulva e ânus
Homem: Escovado ou Biópsia de pênis, uretra e ânus
Interpretação do Resultado
• RLU/PC igual ou maior que um somente para HPV de baixo risco (grupo A): Resultado Positivo
para um ou mais tipos de HPV 6, 11, 42, 43 e 44.
• RLU/PC igual ou maior que um somente para HPV de alto risco (grupo B): Resultado Positivo
para um ou mais tipos de HPV: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68.
• RLU/PC igual ou maior que um para HPV de baixo e HPV de alto risco (grupo A e B): Resultado
positivo para um ou mais tipos de HPV de cada grupo de sonda pesquisada.
• RLU/PC menor que um: Resultado negativo e indica ausência de DNA-HPV dos tipos virais
pesquisados ou níveis abaixo da sensibilidade do teste.
Estrutura
Genoma
O seu genoma é constituído por cerca de 8000 pares de base distribuídos num duplo
filamento circular sendo que apenas o filamento positivo contém os genes principais: 2 genes
estruturais tardios (L1 e L2) envolvidos na estrutura do capsídeo; e 7 ou 8 genes
funcionais precoces dependendo do tipo viral (E1 a E8) relacionados com os processos de
replicação.
Arma letal
Testes confirmam que vacina contra alguns tipos de HPV previne câncer de colo do útero
A
vaci
na,
que
já é
com
erci
aliza
Médicos e biólogos de várias instituições de pesquisa do mundo comemoram o da
resultado dos testes da vacina contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do papiloma vírus no
humano (HPV), detectado em 10% a 20% da população sexualmente ativa Bras
il,
entre 15 e 50 anos. No Brasil os trabalhos foram realizados em vários com
laboratórios, entre eles o do Centro de Estudos e Pesquisas Médicas bate
(Cepeme), de Curitiba, coordenado pelo ginecologista Rosires Pereira de o
Andrade. cânc
er
de
colo
“Temos em mãos uma poderosa arma contra a maioria dos cânceres de colo do
do útero relacionados com os vírus HPV 16 e 18 e contra as verrugas genitais úter
o
causadas pelos tipos 6 e 11 do vírus”, disse Andrade, co-autor de um artigo caus
que relata essa investigação na prestigiosa revista inglesa The Lancet ado
Oncology . pelo
s
tipos
A primeira fase da pesquisa em seres humanos, iniciada no final da década de 1990, 6,
envolveu apenas os Estados Unidos; a segunda começou em 2000, com a participação 11,
do Brasil, Estados Unidos e alguns países da Europa; a terceira etapa teve início em16 e
2002, com a participação de mais de 30 países. A eficácia da vacina continua sendo 18
do
avaliada, mas em 2006 os resultados já foram suficientes para que agências reguladoras
víru
de vários países, inclusive o Brasil, a aprovassem e autorizassem sua comercialização.
s
Em humanos, já foram descritos mais de cem tipos de HPV, dos quais cerca de 30 HPV
.
infectam a mucosa genital.
Ima
gem
“Por envolver nova droga contra uma doença que ainda não contava com medicamento extr
de eficiência comprovada, o estudo comparou os resultado dos testes feitos com dois aída
de
grupos de voluntários: um que havia recebido a vacina ativa e o outro, apenas placebo”,
ww
conta Andrade. Durante seis anos o Cepeme testou a vacina – produzida pelo w.pi
laboratório americano Merck Sharp & Dohme – em mais de 500 mulheres adultas e em ms
adolescentes dos dois sexos na região metropolitana de Curitiba. multi
med
ia.co
Em todo o mundo, foram selecionados cerca de 30 mil voluntários, 2 mil deles m/g
brasileiros. Além do Cepeme, também participaram da investigação o Instituto arda
Brasileiro de Combate ao Câncer, de São Paulo, e instituições da Universidade Estadual
sil.
Ameaças do HPV
A vacina foi desenvolvida com o objetivo principal de proteger as mulheres contra o
câncer de colo do útero, mas combate também as verrugas genitais que acometem tanto
homens quanto mulheres. “A infecção pelo HPV está ligada também ao
desenvolvimento de formas menos comuns de câncer, como o anal, vulvar, vaginal e de
pênis”, lembra o ginecologista. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer
de colo uterino é o terceiro mais freqüente entre as mulheres no Brasil, perdendo apenas
para os cânceres de mama e de pele (exceto o melanoma).
Morfologia do HPV
É um vírus circular com cerca de 8.000 pares de bases nitrogenadas (8.000 bp).
Veja ao lado uma representação esquemática
do genoma do HPV-16. Onde:
L (Late) - Genes que se expressam
tardiamente no ciclo vital do vírus.
E (Early) - Genes que se expressam
precocemtne no ciclo vital do vírus.
LCR (Long Controll Region) - Gene que fica
entre o final de L1 e início de E6.
Genoma do HPV- 16
O cancro do colo do útero é causado pelo vírus do Papiloma Humano (HPV) sendo, por isso,
as relações sexuais uma forma de transmissão. Apesar de cerca de 40% das pessoas
sexualmente activas serem infectadas por diferentes variantes deste vírus, na maioria dos
casos o sistema imunitário é capaz de combater de forma eficiente a infecção, sem que se
manifestem sintomas e eliminando o vírus.
A maioria dos cancros uterinos atingem as células escamosas que revestam a porção exterior
do colo interno do útero. Uma pequena percentagem pode afectar as células glandulares ou
ambas. Este tipo de cancro dissemina-se rapidamente às várias partes do corpo, depois de
alcançar os vasos sanguíneos que vascularizam o útero ou os linfáticos aqui presentes. Uma
vez tendo sido criadas metástases, considera-se que o cancro é invasivo (maligno).
Numa altura em que tanto se fala da vacina do cancro do colo do útero é importante
salvaguardar que a prevenção passa também pelo uso do preservativo e pelos exames de
rastreio (para um diagnóstico precoce). A vacina é particularmente recomendada para as
jovens entre os 9 e os 26 anos e vai fazer parte dos planos de vacinação.
Mulheres mais protegidas
O vacina contra o câncer de colo do útero deve chegar ao mercado em
poucos dias. HC- FMRP participou dos testes da vacina aprovada pela
Anvisa e já inicia testes para uma vacina mais potente
Rosemeire Soares Talamone
Deve chegar ao mercado em outubro a vacina contra o HPV (papilomavírus
humano) e que tem como alvo mulheres entre 9 e 26 anos de idade. A previsão
é do professor Rui Alberto Ferriani, chefe do Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). No final de
agosto, foi anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
liberação para comercialização da vacina contra o HPV.
A vacina é fruto de uma pesquisa que envolveu, no Brasil, 3 mil mulheres em
16 centros de testes, entre eles a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
através de seu Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, que acompanhou
120 mulheres, entre 16 e 23 anos de idade. No mundo, foram 27 mil mulheres
participantes da pesquisa e a vacina, preventiva, se mostrou 100% eficaz. São
cerca de cem tipos do vírus HPV e a vacina aprovada pela Anvisa é eficaz para
quatro subtipos, 6, 11, 16 e 18. Desses, os 16 e 18, estão diretamente
relacionados ao câncer de colo do útero, e outros dois, 6 e 11, a verrugas
vaginais. Segundo o professor Ferriani, coordenador da pesquisa em Ribeirão
Preto, o ideal é utilizar a vacina antes da primeira relação sexual.
O HPV está mais presente em países menos desenvolvidos, assim como
câncer de colo do útero que mata mais em países pobres. "No Brasil o câncer
de colo do útero é a segunda causa de mortalidade entre as mulheres, e na
África é a primeira causa. Nos Estados Unidos, não aparece nem entre as sete
primeiras causas e na Europa está em sexto lugar. Essa diferença mostra
claramente que o câncer uterino é uma doença passível de prevenção, basta o
exame anual de papanicolau", alerta Ferriani.
Ele lembra ainda que em Ribeirão Preto os exames preventivos são eficazes,
mas no Brasil, ainda existem regiões em que as mulheres não fazem um único
exame ao longo da vida e que esse vírus não está relacionado somente ao
câncer de colo do útero, mas também ao câncer de vagina, anal, de pênis, que
são menos comuns.
A pesquisa apontou que de 70% a 80% das mulheres que têm contato com o
vírus, o eliminam naturalmente, entretanto, naquelas em que ele fica, favorece
a lesão do colo do útero. O pesquisador lembra que a lesão do colo uterino é
progressiva, pode levar cerca de um ano para desenvolver a infecção que se
tornará uma neoplasia, as feridinhas, e depois o câncer. Até a neoplasia grau 1
ela pode ser eliminada espontaneamente. Todo o processo até o câncer pode
levar 20 anos.
Ferriani explica que para a elaboração dessa vacina não foi utilizado o vírus
atenuado. "Utilizou-se a capa do vírus, chamada de partícula pequena, é como
uma casca da laranja, sem o bagaço. Essa capa o organismo reconhece como
sendo o vírus e vai produzir anti-corpos para neutralizar a sua ação".
Dados de Ribeirão Preto surpreenderam
Em agosto passado, o professor Rui Alberto Ferriani esteve em uma reunião na
Grécia com outros 450 pesquisadores de todo o mundo que participaram dos
testes da vacina contra o HPV. Nessa reunião foram analisados os resultados
de todas as regiões e países. Segundo Ferriani, os dados de Ribeirão Preto
surpreenderam. Entre as mulheres participantes, de 16 a 23 anos, 8%
apresentaram algum tipo de lesão cervical. "Se não estivessem no estudo,
essas lesões passariam despercebidas e elas poderiam desenvolver um
câncer de colo do útero no futuro. Os resultados surpreenderam pois elas são
consideradas de baixo risco. Logo no primeiro dia dos testes 26% das
pacientes já tinham tido algum contato com o HPV".
O pesquisador lembra ainda que o Brasil tem prevalência de HPV mais alto que
muitos países asiáticos e que Ribeirão Preto segue o padrão do país. Esse
vírus é muito freqüente e a transmissão é pela relação sexual". Nos países
mais desenvolvidos a prevalência é menor. "Analisando por regiões, a maior
prevalência é do continente africano, seguido do asiático, da América Latina,
Europa e Estados Unidos. Fica claro que essa é uma doença de país
subdesenvolvido. Daí a importância de participarmos dessa pesquisa. Nossa
realidade é diferente dos Estados Unidos, por exemplo. O objetivo, do ponto de
vista médico, é tentar cobrir principalmente a população de baixa renda, que é
aquela que tem menos acesso a exames preventivos".
Ministério depende de estudos para disponibilizá-la na rede pública
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, até o final do ano
devem ser iniciados os estudos para avaliar a possibilidade de inclusão dessa
vacina no calendário da rede pública. Ainda de acordo com a assessoria, serão
analisados dados como a garantia de produção e fornecimento, de efetividade
e eficácia, e de transferência de tecnologia para produção nacional pois, por
ser um medicamento de alto custo, se não houver condições de acesso a um
custo menor ela se tornará inviável para o sistema público.
FMRP se prepara para testar mais uma vacina contra o HPV
A vacina aprovada pela Anvisa contra o HPV, chamada quadrivalente, é eficaz
para quatro subtipos do vírus, 6, 11, 16 e 18. São mais de uma centena deles e
uma segunda fase de testes, agora para oito subtipos do vírus já está em
andamento. "A meta agora é testar uma vacina para oito tipos de vírus, os 4 da
quadrivalente e mais 4 subtipos. Foram selecionados somente cinco centros no
Brasil para participar dessa fase e o Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia da FMRP é um deles", explica o professor Ferriani. Na segunda
parte do estudo não será utilizado placebo, pois já se conhece a eficácia da
vacina. Serão dois grupos de pacientes, um receberá a quadrivalente e outro a
vacina para oito vírus. "Se 70% dos cânceres estão relacionados aos subtipos
16 e 18, ampliaremos o leque com essa nova fórmula".
Os Centros para testes são escolhidos por critérios de excelência e por
capacidade de recrutamento de pacientes. Segundo Ferriani, o Departamento
de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP tem uma equipe profissional em
pesquisa clínica, com funcionários exclusivos para essa finalidade e o Centro
de Saúde Escola da Rua Cuiabá, vinculado à FMRP, é um excelente local de
recrutamento, pois as pacientes estão mais próximas de casa, favorecendo
uma maior interação. "Lá já foram realizadas pesquisas com anticoncepção e
terapia de reposição hormonal, além dos testes da vacina quadrivalente",
finaliza.
Célula infectada pelo HPV e o cólo do útero com lesão causada pelo vírus, fase pré-
cancerígena