que sua misso a de explicar o que ele conhece a respeito da filosofia. Da que,
enquanto aquele que explica, o professor passa a preencher um elo que
indevidamente haveria entre o que o aluno leu, e o que ele deveria aprender a
respeito do que disse o filsofo. Assumindo essa postura de explicador (Rancire), o
professor no s recai numa lgica de transmisso operante na base de um saber
tcnico, como, por consequncia disso, acaba tambm por tornar a experincia
invivel.
Aos olhos de Gelamo, isso tudo converteria a Filosofia num corpus que se
sustentaria na relao entre o que pode ser explicado de um dado contedo, e algo
que deve ser compreendido: algo que, antes de ser experimentado pelo aluno no seu
corpo a corpo com o texto do filsofo, sofre toda sorte de mediaes, que tanto
podem ser de seu prprio professor que lhe explica e lhe cobra entendimento acerca
do que foi transmitido, ou mesmo de uma cadeia de mediaes que rementem s
explicaes ou comentrios que tambm formaram seus professores, e os
professores de seus professores... Desse ponto de vista, de nada valeria o contato do
aluno com um dado filsofo, se este estivesse marcado pela crueza de um algum
nada experimentado. Interessa ao aluno que ele esteja consciente de que seu
contato com o autor deva ser feito em vista de uma compreenso correta da
evoluo de suas ideias. Mostrando que o aluno no pode ser capaz de compreender
por si s o texto filosfico, o explicador acaba por fomentar no jovem estudante a
busca por explicaes que ponham fim ao conflito de suas ideias, que seja anterior
experincia do texto. A explicao da filosofia se antecipa a experincia de ser
afetada por ela: o filsofo cede lugar ao comentador, ao professor: ao longo de todo
esse processo, a capacidade de o aluno experimentar as coisas e atribuir-lhes
sentido debilitada pela releitura do mundo que tem como modelo a leitura feita
por um filsofo, muitas vezes mediada por um comentador e explicada por um
professor, fechada em si mesma. A relao entre o aluno, o filsofo, o mundo e o
problema passa, assim, a constituir-se por uma forma de mediao: parte-se da
relao que determinado filsofo criou com o mundo, assumindo-a como modelo
para, assim, relacionar-se com o problema
Recusando a tese de Agamben de que teramos sido totalmente expropriados
da
experincia,
Gelamo
prefere
se
alinhar
noo
benjaminiana
de