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Os designers gráficos assinaram um manifesto em 1964 pedindo para que suas habilidades fossem colocadas a serviço de usos mais significativos ao invés de apenas propaganda e marketing. O manifesto é renovado em 1999 devido ao crescimento da cultura comercial global, argumentando que as mensagens comerciais saturaram a sociedade e que os designers deveriam ajudar a desafiar essa perspectiva e explorar novos significados.
Os designers gráficos assinaram um manifesto em 1964 pedindo para que suas habilidades fossem colocadas a serviço de usos mais significativos ao invés de apenas propaganda e marketing. O manifesto é renovado em 1999 devido ao crescimento da cultura comercial global, argumentando que as mensagens comerciais saturaram a sociedade e que os designers deveriam ajudar a desafiar essa perspectiva e explorar novos significados.
Os designers gráficos assinaram um manifesto em 1964 pedindo para que suas habilidades fossem colocadas a serviço de usos mais significativos ao invés de apenas propaganda e marketing. O manifesto é renovado em 1999 devido ao crescimento da cultura comercial global, argumentando que as mensagens comerciais saturaram a sociedade e que os designers deveriam ajudar a desafiar essa perspectiva e explorar novos significados.
Ns, abaixo assinados, somos designers grficos e diretores de arte
que temos vivido em um mundo no qual as tcnicas e os instrumentos da propaganda tm persistentemente sido apresentados para ns como o uso mais lucrativo, efetivo e desejado de nossos talentos. Muitos professores de design promovem essa crena, o mercado recompensa e uma enxurrada de livros e publicaes reforam. Encorajados a seguir nessa direo, designers tm aplicado suas habilidades e sua imaginao para vender biscoito para cachorros, caf para designers, diamantes, detergentes, gel de cabelo, cigarros, cartes de crdito, sneakers, bronzeadores de bunda, cerveja light e veculos resistentes para a recreao. O trabalho comercial sempre pagou as contas, mas muitos designers grficos tm permitido que ele se torne, em larga medida, to somente o tipo de trabalho que desenvolvem. Em contrapartida, dessa maneira que o mundo percebe o design. O tempo e a energia dos profissionais so usados para suprir demandas industriais para coisas que no so essenciais, na melhor das hipteses. Muitos de ns esto cada vez mais desconfortveis com essa viso de design. Designers que devotam sues esforos primariamente para a propaganda, o marketing e o desenvolvimento de marcas esto apoiando e aprovando um ambiente mental to saturado com mensagens comerciais que acabem mudando o modo como o cidado consumidor fala, pensa, sente, responde e interage. De alguma forma, ns todos estamos ajudando a esboar um cdigo incomensuravelmente perigoso para o discurso pblico. Existem esforos mais valiosos para as nossas habilidades. Uma crise ambiental, social e cultural sem precedentes pede nossa ateno. Muitas intervenes culturais, campanhas de marketings
sociais, livros, revistas, exposies de ferramentas educativas,
programas de televiso, filmes, causas de caridade e outros projetos de design de informao requerem urgente nossa expertise e nossa ajuda. Propomos uma reverso nas prioridades em prol das formas de comunicao mais teis, duradouras e democrticas uma mudana de mentalidade que se distancie do marketing do produto e busque a explorao da produo de um novo tipo de significao. O escopo do debate est encolhendo e precisa ser expandido. O consumidorismo que est correndo solto no tem sido contestado; ele precisa ser desafiado por outras perspectivas expressas, em parte, atravs de linguagens visuais e dos recursos do design. Em 1964, 22 designers grficos assinaram o documento original conclamando para que nossas habilidades fossem colocadas a servio de uma utilizao mais significativa. Com o crescimento explosivo da cultura comercial global, a mensagem desses designers apenas se tornou mais urgente. Hoje, ns renovamos seu manifesto na esperana de que no se passem dcadas at que esta mensagem chegue em nossos coraes. Jonathan Barnbrook / Nick Bell / Andrew Blauvelt / Hans Bockting / Irma Boom / Sheila Levrant de Bretteville / Max Bruinsma / Sin Cook / Linda van Deursen / Chris Dixon / William Drenttel / Gert Dumbar / Simon Esterson / Vince Frost / Ken Garland / Milton Glaser / Jessica Helfand / Steven Heller / Andrew Howard / Tibor Kalman / Jeffery Keedy / Zuzana Licko / Ellen Lupton / Katherine McCoy / Armand Mevis / J. Abbott Miller / Rick Poynor / Lucienne Roberts / Erik Spiekermann / Jan van Toorn / Teal Triggs / Rudy VanderLans / Bob Wilkinson. Fonte: BOLETIM da Associao dos Designers Grficos, n. 18. So Paulo: ADG, 1999.