homologação
Necessário ressaltar que no caso da decadência, o crédito tributário sequer foi constituído,
daí porque se perde o direito de constituí-lo. Por outro lado, em relação à prescrição, o
crédito tributário foi devidamente constituído, entretanto, o Fisco perde a possibilidade de
cobrá-lo.
O art. 149, do CTN estabelece que o lançamento é efetuado e revisto de ofício pela
autoridade administrativa nos casos elencados.
Neste caso, caberá ao Fisco lançar o tributo devido que não tenha sido devidamente
informado ao Fisco. Assim é que o Fisco pode lançar de ofício, nos tributos sujeitos ao
lançamento por homologação, quando a não for prestada declaração pelo contribuinte,
quando embora tenha prestado informações deixe de atender chamado, quando se
comprove erro ou omissão por parte dos contribuintes.
Firmadas as premissas, a questão da decadência no lançamento por homologação deve
ser analisada com bastante atenção. Vejamos:
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito,
sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.
§ 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Nestes tributos, como já foi dito, cabe ao sujeito passivo realizar a declaração e o
pagamento antecipado do tributo, cabendo ao Fisco homologar ou recusar o pagamento.
No caso de recusa, deverá o Fisco proceder ao lançamento de ofício.
Assim, por exemplo, em 20/03/09, ocorrido o fato gerador, o sujeito deve 100, declara 70 e
paga 20. O prazo decadencial é de 5 anos contados do fato gerador, nos termos do art.
150, § 4º, para lançar a diferença entre o devido (100) e o declarado (70), pois para o que
já foi declarado não há que se falar mais em lançamento, uma vez que já foi "auto-
lançado" pelo próprio contribuinte.
Cumpre ressaltar, por fim, que o STJ (1ª. Seção do STJ: Embargos de Divergência no
Recurso Especial – EREsp n. 466.779/PR; DJ de 01/08/2005) entende que o prazo
decadencial para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o seguinte:
- Se houve algum pagamento: Por exemplo, o sujeito deve 100, declara 70 e paga 70. O
prazo decadencial é de 5 anos contados do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, para
lançar a diferença.
- Se não houve pagamento antecipado e nem declaração: Neste caso, não há o que
homologar nem se pode falar em lançamento por homologação. Surge, assim, a figura do
lançamento direto substitutivo, previsto no art. 149, V, do CTN, cujo prazo decadencial
rege-se pelo art 173, I. Deste modo, o prazo decadencial, em verdade, é de 10 anos:
espera-se o transcurso do prazo de 5 anos do fato gerador (150, §4º), referente à
homologação, ainda que não haja nada a homologar; e mais 5 anos do 1º dia do exercício
seguinte (173, I).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 15ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
Notas