Artigo 3.
Cremos, quanto ao Filho de Deus e ao Santo Esprito, o que a Palavra
de Deus e a doutrina apostlica, e o smbolo, nos ensina.
Artigo 4.
Cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo vir julgar os vivos e os
mortos, em forma visvel e humana como subiu ao Cu, executando
tal juzo na forma em que nos predisse em so Mateus vigsimo
quinto captulo, tendo todo poder de julgar a ele dado pelo Pai,
entanto que homem. E, quanto ao que dizemos em nossas oraes,
que o Pai aparecer em fim na pessoa do Filho, entendemos por isso
que o poder do Pai, dado ao Filho ser manifestado no dito juzo, no,
todavia, que queiramos confundir as pessoas, sabendo que elas so
realmente distintas uma da outra.
Artigo 5.
Cremos que no Santssimo Sacramento da Ceia, com as figuras
corporais do po e do vinho, as almas fiis so realmente e de fato
alimentadas com a prpria substncia de Nosso Senhor Jesus Cristo
como nossos corpos so alimentados de viandas e assim no
entendemos dizer que o po e o vinho sejam transformados ou
transubstanciados no corpo e sangue dele, porque o po continua em
sua natureza e substncia, semelhantemente o vinho, e no h
mudana ou alterao. Distinguimos, todavia, este po e vinho do
outro po que dedicado ao uso comum, que este nos um sinal
sacramental, sob o qual a verdade nos infalivelmente recebida.
Ora esta recepo no se faz seno por meio da f e nela no convm
imaginar nada de carnal, nem preparar os dentes para o comer, como
Santo Agostinho nos ensina, dizendo: "por que preparas tu os dentes
e o ventre? Cr, e tu o comeste". O sinal, pois, nem nos d a verdade,
nem a coisa significada; mas Nosso Senhor Jesus Cristo, por seu
poder, virtude e bondade, alimenta e preserva nossas almas, e as faz
participantes de sua carne, e de seu sangue, e de todos os seus
benefcios. Vejamos a interpretao das palavras de Jesus Cristo:
"Este po o meu corpo". Tertuliano, no livro quarto contra Marcion,
explica estas palavras assim: "Este o sinal e a figura do meu corpo."
Santo Agostinho: "O Senhor no evitou dizer: - Este o meu corpo,
quando dava apenas o sinal de seu corpo." Portanto (como
ordenado no primeiro Cnon do conclio de Nicia) neste santo
Sacramento no devemos imaginar nada de carnal e nem nos distrair
no po e no vinho, que nos so neles propostos por sinais, mas