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CARTA AOS FILIPENSES

1. Ambiente

1.1. O império romano


Em 148 a.C. toda a Macedônia se tornou província romana juntamente com todas as cidades da
região, entre elas Filipos.
Paulo chegou em Filipos entre os anos 49 e 53 d.C., em sua segunda viagem missionária. A cidade
estava sobre o domínio do império romano. Este império estava sustentado por três pilares.
1. A escravidão em toda e qualquer ocupação e atividade civil se encontra a mão de obra escrava,
especialmente nas minas, na agricultura e no serviço doméstico dos grandes senhores. Os escravos não eram
considerados como pessoa, mas um bem ao nível de uma cabeça de boi, um pedaço de terra ou uma saca de
grãos. Os escravos eram mercadoria e eram transportados facilmente de um local para outro;
2. A propriedade privada da terra vastas extensões de terra pertencem à elite romana e quem cultiva são
os escravos. Da concentração de terra e trabalho escravo a elite extrai o excedente da produção geradora de
riqueza. O excedente sustentava uma vida de luxo e pompa nos centros urbanos do império.
3. Comércio os territórios conquistados são anexados às terras imperiais e seus habitantes escravizados,
aumentando a produção agrícola1. A produção exige um forte esquema comercial, favorecido pelas muitas
estradas abertas pelo império e pelo aumento da segurança nas rotas marítimas. Também a moeda única e o
sistema bancário ajudam a garantir o domínio imperial nas regiões conquistadas. Isso aumentava o mercado
comprador, sustentando o fluxo comercial do império.
Além disso, o exército romano bem equipado e remunerado garante a estabilidade do império2.

1.2. A cidade de Filipos


Filipos recebeu este nome em torno de 360 a.C. quando Filipe, pai de Alexandre conquistou
Krenides, dando a ela seu nome. Em 160 ela foi conquistada pelos romanos, mas só em 42 entra para a
história. Nesta ocasião, Filipos foi cenário da batalha entre Brutus e Otaviano. Mais tarde, Otaviano vence a
disputa com Antônio, e eleva Filipos à dignidade de Colonia Julia Augusta Philippensis. Instalou na cidade
os soldados veteranos e agricultores da Itália. Filipos ganha autonomia diante do governo provincial; tem
direito de regulamentar assuntos cívicos e cunhar suas moedas. Os habitantes eram cidadãos romanos e, por
isso, gozavam de privilégios especiais, como direito de voto. A língua oficial era o latim, embora o grego
fosse a língua comumente usada. A colônia era uma miniatura da cidade imperial. Os cidadãos orgulhavam-
se de sua ligação com Roma.
A cidade reunia indivíduos de várias nacionalidades gregos, sírios, macedônios e antigos
descendentes de moradores trácios e fenícios.
A cidade conta com terras férteis e uma localização geográfica que contribuem para o seu
crescimento. O solo regado por diversas fontes é favorável a produção de trigo, uva, azeite e frutas. Criava-se
animais de pequeno porte e exportava-se madeira.
Além disso, a proximidade com o porto de Neápolis e com a via Egnátia, favorece o fluxo
comercial, uma vez que esse caminho liga o oriente ao ocidente.
A diversidade de pessoas na cidade traz a diversidade de cultos. Dos trácios vem os cultos de
fertilidade, dedicados a Bendis [conhecida por Artemis, entre os gregos]; Marte [Mindrito para os trácios] é
venerado como o deus da agricultura e da guerra; cultuava-se também Silvano, deus italiano dos campos e
das florestas; cultuava-se também Isis, principal protetora da cidade; Serápis, Asclépio, Mên e a grande
deusa-mãe Cibele.

1
Terra + mão de obra = produção abundante.
2
Era função dos soldados: conquistar e obrigar as províncias a sustentar a riqueza de Roma; controlar a população [livre e
escrava]; estabelecer a Pax Romana, eliminando os focos de resistência e de rebeliões, garantindo a segura arrecadação de
tributos.
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Mas surge algo novo no chão desta cidade: uma comunidade cristã viva, sensível e que participa
ativamente no trabalho de expansão do Evangelho.

1.3. A comunidade cristã de Filipos


A igreja cristã de Filipos foi fundada por Paulo e seus companheiros em sua segunda viagem
missionária, mais ou menos em 52 d.C. Havia poucos judeus na cidade, por isso não havia uma sinagoga
ali3. Paulo juntou-se a um grupo de mulheres que se reunião para a oração à beira do rio (Cf. At 16,13).
Lídia, comerciante de púrpura, converteu-se, como também uma jovem escrava que dava lucro aos seus
donos. A perda dos lucros causada pela conversão da escrava resultou na prisão de Paulo e Silas. Nesta
ocasião são libertos pelo poder de Deus e o guarda da prisão, vendo o poder de Deus, se converte com toda a
sua família (At 16,33).
Este foi o começo simples da comunidade cristã de Filipos, mas atesta a universalidade do
evangelho e sua aceitação em todas as classes. Lídia, comerciante que era asiática e rica, a jovem escrava era
grega e representa o mais baixo segmento da sociedade, o carcereiro era cidadão romano de classe média. Em
Jesus Cristo não há distinção de macho ou fêmea, servo ou livre (Gl 3,27-28).
Nesta comunidade cristã a presença de mulheres é muito forte. Paulo cita Evódia e Síntique como
colaboradoras no serviço do evangelho (4,2-3)4.
Provavelmente a igreja de Filipos herdou de Paulo a perseguição (1,7.28-30). Talvez por isso eles
ficaram ligados de modo tão íntimo ao apóstolo, e profundamente fiéis a seus ensinamentos. Embora eles
fossem pobres (2Cor 8,1-2) eram marcados por um espírito de fidelidade e liberalidade. Ao menos duas
vezes antes da oferta entregue por Epafrodito (1,25.30), a comunidade enviou ofertas a Paulo para prover-
lhe as necessidades em Tessalônica (4,16) e Corinto (2Cor 11,9).

2. A carta
Pesquisadores recentes dizem que Paulo estava em Éfeso [entre os anos 52-54 d.C.] quando
escreveu esta carta. A autoridade paulina no que toca a escrita só é questionada por causa da menção de
cios, segundo estudos, referem-se a uma fase posterior no
desenvolvimento da igreja. Mas esse argumento não é convincente, uma vez que Paulo nomeava cargos nas
comunidades que fundava (At 14,23; 20,17; Tt 1,5).
No conteúdo da carta há rupturas de estilo e tom, o que leva alguns estudiosos a afirmar a
existência de três cartas no escrito de Paulo.
1. Carta A: 1,1-2; 4,10-20 seria a carta mais antiga. Paulo está preso e a comunidade de Filipos lhe
envia ajuda através de Epafrodito. Paulo abre exceção e aceita a ajuda. Logo após ele escreve a carta para
agradecer a ajuda.
2. Carta B: 1,1-3,1ª; 4,2-9.21-23 escrita depois da carta A. Paulo ainda está preso. O tema desses
capítulos é a perseguição sofrida por causa do evangelho e a divisão que existe na comunidade. O hino
cristológico faz parte dessa unidade.
3. Carta C: 3,1b-4,1 última carta. Paulo parece não estar preso, mas estar advertindo a comunidade
contra os adversários, que anunciam um Jesus de milagres e triunfos, diferente de Paulo que anuncia Cristo
crucificado.

2.1. Data e local da escrita


Como vimos acima, o texto nos leva a crer que a carta não foi escrita de uma só vez. Por essa razão
alguns acreditam que a carta tenha sido escrita em situações e lugares diferentes. É certo, porém, que ela
tenha sido escrita no cativeiro, uma vez que Paulo menciona a sua prisão pelo evangelho (cf. 1,13).5

3
Diz Carlos Mesters que os judeus não permitiam abrir uma sinagoga só de mulheres e exigiam que houvesse pelo menos
dez homens para a sua abertura.
4
Uma curiosidade: por que Paulo não cita Lídia? Teria ele se esquecido tão rápido da primeira convertida do ocidente e que
lhe deu hospedagem?
~3~

- na prisão de Éfeso, durante a terceira viagem missionária. Aceitando essa possibilidade a carta teria sido
escrita entre 56 e 57;
- na prisão de Cesaréia. Essa hipótese dataria a carta entre os anos 58 e 60 (cf. At 24,23-26.32);
- na prisão de Roma de 61-63 (cf. At 28,16ss).

2.2. Divisão da carta


1. Endereço (1,1-2)
2. Ação de Graças (1,3-11)
3. Notícias pessoais e progresso do evangelho (1,12-26)
4. Apelo à unidade (1,27-2,11) e convite ao fervor (2,12-18)
5. Projetos (2,19-3,1)
6. Veemente ataque aos falsos doutores e advertências aos cristãos (3,2-4,9)
7. Agradecimento pelos dons recebidos (4,10-20)
8. Saudações e votos finais (4,21-23)

2.3. Algumas chaves de leitura


Muitas são as formas de leitura da carta, mas gostaria de apresentar quatro chaves que alguns
consideram como principais.
1. A alegria: é característica das primeiras comunidades cristãs (At 2,46). Ela é um fio de ternura e amizade
que tece a carta. Paulo se alegra porque os filipenses participam no evangelho e de suas cadeias (1,3-4.18;
2,17; 4,1.10);
2. Opção radical por Cristo: Jesus Cristo é o centro da vida da comunidade. Paulo insiste na experiência
pessoal com Cristo (3,7-9). Esta é a condição para um seguimento radical. Tendo feito a opção por Cristo a
partir de uma experiência, o cristão terá forças para conservar o rumo (3,12-14).
3. Perseverança na luta: seguir Jesus significa ter os mesmos sentimentos e lutar pela fé e pelo evangelho
(1,27). Perseverar no seguimento exige coragem para não desanimar diante da perseguição dos adversários
(cf. 1,28);
4. Hino cristológico (2,6-11): o hino apresenta uma chave para compreender duas questões: quem é Jesus
e como se deve segui-lo. Jesus é apresentado como Filho de Deus que não se apegou a esta condição divina,
mas se aniquilou e se esvaziou a ponto de se fazer servo de Deus (2,7). Este despojamento de Jesus até chegar
à máxima solidariedade com a pessoa humana desfigurada é aceito por Deus que o exalta e constitui Senhor
da história.

Bibliografia consultada
BOSCH, Jordi Sanchez. Escritos Paulinos. Ed. Ave Maria, São Paulo: 2008.
CRB. Viver e anunciar a palavra. As primeiras comunidades. Ed. Loyola, São Paulo: 1995.
VVAA. As cartas de Paulo, Tiago, Pedro e Judas. Ed. Paulinas, São Paulo: 1987.
DVD VÍDEO. Alegrai-vos sempre no Senhor. Uma chave de leitura da carta de Paulo aos Filipenses.
VERBO FILMES. São Paulo: 2009.

5
Aqui apenas citarei as possíveis datas e locais, mas sem explicação das razões que levaram os exegetas a fazer estas opções.
Para aprofundamento recomendo o livro de Jordi Sánchez Bosch: Escritos Paulinos. Ed. Ave Maria. São Paulo: 2008, pp.
343-346.

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