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T505A

Montagem de
Microcomputadores
Parte 4 (T505A4)

Dailson Fernandes

1ª Edição
Montagem de Microcomputadores
ESCOLA TÉCNICA DE INFORMÁTICA

Sumário

11. PLACAS DE VÍDEO 96


11.1. PLACAS DE VÍDEO "3D" - COMO FUNCIONAM 98
11.2. PROGRAMAS "3D": SEM ELES O INVESTIMENTO NÃO VALE A PENA 99
11.3. DIFERENÇA ENTRE VGA E SVGA 100
12. MONITOR 101
TAMANHO E TIPO DA TELA 101
12.2. DOT PITCH 102
12.3. VARREDURA 103
12.4. FREQÜÊNCIA VERTICAL 103
12.5. FREQÜÊNCIA HORIZONTAL 103
12.6. CINTILAÇÃO: A GRANDE VILÃ 104
12.7. VARREDURA ENTRELAÇADA 104
13. DISCO RÍGIDO 107
13.1. ARMAZÉM MECÂNICO 108
13.2. ESTRUTURA E ORDEM 109
13.3. FORMATAÇÃO DE BAIXO NÍVEL 109
13.4. CUIDADOS E MANUTENÇÃO 110
13.5. FUNCIONAMENTO INTERNO 110
13.6. SIGNIFICADO DAS ESPECIFICAÇÕES DO HD 113
13.7. BUS IDE E PARTIÇÕES 114
13.8. CONEXÕES ATA IDE 115
13.9. RAPIDEZ E CAPACIDADE 115
13.10. GEOMETRIA E CAPACIDADE 117
13.11. ESTRUTURA LÓGICA 119

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11. Placas de Vídeo


Esta placa esta presente em todos os PCs, exceto nos raros casos daqueles que possuem placas de CPU com um
circuitos de vídeo embutidos. A maioria dos PCs utilizam placas de vídeo PCI, como a mostrada na figura A, mas
existe grande tendência atual é o uso cada vez mais comum das placas de vídeo AGP, como a mostrada na figura B.

Figura A

Além das placas de vídeo PCI e AGP, você poderá encontrar nos PCs antigos, placas de vídeo ISA e VLB,
mostradas na figura C. PCs equipados com o Pentium não utilizam placas VLB, pois não possuem esse barramento,
já obsoleto. Placas de vídeo ISA podem ser instalados em PCs Pentium, mas essa pratica não é muito comum, já que
esse tipo de placa apresenta desempenho muito baixo.

Na figura D vemos o conector VGA de 15 pinos fêmea, utilizados em todas as placas de vídeo VGA e superiores.
Neste conector devemos ligar o cabo de vídeo do monitor.

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Figura B

Figura C

Figura D

As placas de vídeo possuem também um conector interno, mostrado na figura E, chamado VGA Feature Conector.
Serve para a conexão com outras placas que operam em conjunto com a placa de vídeo, como por exemplo, placas
digitalizadoras de vídeo.

Figura E

Existem placas de vídeo com múltiplas funções, e portanto, com múltiplos conectores, como a mostrada na figura F.
Esta é a placa ATI All in Wonder. Entre outros recursos, possui entrada de RF (para ligação de uma antena

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receptora de TV), entrada de vídeo composto (para digitalização de vídeo), e saída de vídeo composto (para ligação
em uma TV, fazendo com que a imagem do monitor seja exibida na TV).

Figura F

Nos últimos anos as placas de vídeo passaram a incluir diversas funções:


Aceleração 2D. Este recurso faz com que os gráficos bidimensionais sejam produzidos em alta velocidade. Está
presente em todas as placas de vídeo modernas.
Aceleração 3D. bastante usada para jogos tridimensionais, mas também para programas de CAD, e trabalhos sérios
que exijam representações em 3 dimensões. Já em 1996 era possível encontrar placas de vídeo em 3D, mas só a
partir do final de 1997 tornaram-se comuns, baratas e de alto desempenho.
Descompressão de vídeo. Este recurso faz com que imagens de vídeo (filmes, por exemplo) possam ser exibidos
com qualidade de imagem idêntica ao de TV. Circuitos de hardware realizam este trabalho com grande eficiência,
sendo muito mais velozes que o próprio microprocessador neste tipo de trabalho.
Até pouco tempo, era muito difícil encontrar placas dotadas de todos esses recursos. Era possível encontrar, ou
aceleradores 3D, ou descompressoras de vídeo. Já no final de 1997, podíamos encontrar modelos de placas
equipadas com grande quantidade de recursos. Este é o caso da placa ATI All in Woner. Faz aceleração 2D e 3D,
descompressão e captura de vídeo, sintonização de placas de TV, e ainda possui saída para TV.

11.1. Placas de Vídeo "3D" - Como funcionam

A placa de vídeo que todos os computadores possuem trabalha de uma forma denominada mapeamento de bits. Para
que um programa faça um desenho na tela do monitor, ele necessita enviar para a placa de vídeo o valor de cada
ponto individualmente, não importando se a imagem é simples ou complexa.
No caso de imagens complexas, há um problema: como é o programa quem informa o valor de cada ponto da tela,
pode ser que o computador fique lento para executar o programa em si, pois o programa perde muito tempo
preparando as imagens a serem enviadas à placa de vídeo, em vez de executar efetivamente o programa.
A saída para aumentar o desempenho quando utilizamos gráficos complexos é a utilização de uma placa de vídeo
com processador gráfico - as chamadas placas de vídeo "3D". Neste caso, o processador da placa de vídeo "sabe"
desenhar polígonos e formas geométricas tridimensionais.
Para desenhar uma esfera, um programa escrito para uma placa de vídeo tradicional deve enviar à placa de vídeo o
valor de cada ponto que a compõe, o que demora um bocado. Já em um programa escrito para uma placa de vídeo
"3D", bastaria informar a posição espacial e o raio desta esfera para que o processador da placa de vídeo faça o
desenho automaticamente na tela.
Além de trabalhar com variáveis tridimensionais, um outro aspecto importante é a facilidade com que as placas de
vídeo "3D" trabalham com texturas ("superfícies") complexas - como mármore, aço e madeira, por exemplo -, com
transparências, com focos de luz e com reflexos, o que dão um realismo impressionante às imagens formadas na
tela.

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11.2. Programas "3D": Sem eles o investimento não vale a pena


As placas de vídeo "3D" são beneficiadas exclusivamente por programas capazes de utilizar instruções "3D". Em
outras palavras: o seu Windows 98 não ficará mais rápido se você instalar uma placa de vídeo "3D" em seu micro.
é de se esperar que programas pesados de editoração 3D se beneficiem da placa de vídeo "3D". Pura e simplesmente
instalando a placa não há qualquer benefício; você deverá instalar um "driver 3D" ao programa para que ele se
beneficie dos recursos de sua placa de vídeo "3D".
Para não haver problemas de incompatibilidade entre as diversas placas "3D" existentes no mercado, os fabricantes
constróem suas placas 3D baseadas em algum protocolo 3D (Direct3D, por exemplo). Desta forma, basta saber com
que protocolo 3D sua placa "3D" é compatível e se "casa" com o protocolo utilizado pelo programa "3D" que você
deseja utilizar. No geral, você não encontrará dificuldades neste ponto.
O mais interessante a notar: apesar de ter uma finalidade "pesada" - como programas de modelagem 3D, CAD, etc -
o que mais há no mercado são joguinhos "3D" para estas placas de vídeo: Quake, Virtua Fighter, Monster Truck
Madness, Schorched Planet, etc etc etc

Tela inicial do jogo Quake, em uma placa de vídeo normal.

Mesma tela vista com uma placa de vídeo 3D.

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Outra tela do Quake vista com uma placa de vídeo 3D.

11.3. Diferença entre VGA e SVGA

Na verdade, todas as placas de vídeo usadas nos PCs modernos são Super VGA. Entretanto, não é errado chamá-las
de VGA. Uma placa Super VGA nada mais é que uma placa VGA avançada.
As placas VGA originais, lançadas pela IBM em meados dos anos 80, operavam com várias resoluções e números
de cores, entre as quais, as principais são:
¾ 320x200x256
¾ 640x480x16
Como vimos, 256 cores são satisfatórias para representar fotos e filmes, mas na resolução de 320x200, notamos
nitidamente a pixelização da imagem, ou seja, podemos notar que é formada por pequenos quadrados. A resolução
de 640x480 apresenta uma pixelização imperceptível, mas com apenas 16 cores, não é possível representar fotos e
filmes. Assim que a tecnologia evoluiu, e os preços dos circuitos necessários à implementação de placas de vídeo
diminuíram, os seus fabricantes puderam produzir placas VGA de baixo custo, com as mesmas características de
placas mais sofisticadas que custavam, até então, alguns milhares de dólares. Surgiram então as placas SVGA
(Super VGA). Tratam-se de placas VGA, capazes de operar, tanto nas resoluções normais (como 320x200x256 e
640x480x16), como em resoluções mais altas, e com maior número de cores. As primeiras placas SVGA operavam
com resoluções elevadas, como:
¾ 640x480x256
¾ 800x600x256
¾ 1024x768x256
O uso de 256 cores e resoluções mais altas tornou possível a representação de imagens com qualidade muito
superior à das antigas placas VGA.
Um dos requisitos de hardware que uma placa de vídeo deve atender para possibilitar o uso de maiores resoluções e
maior número de cores é possuir memória de vídeo em quantidade suficiente. As placas VGA originais possuíam
apenas 256 kB de memória de vídeo. As placas SVGA precisam ter 1024 kB de memória de vídeo para chegar à
resolução de 1024x768x256. No início dos anos 90, encontrávamos placas SVGA com 256 kB, 512 kB e 1024 kB
de memória de vídeo. O número de cores e as resoluções suportadas dependiam desta quantidade. A tabela abaixo
mostra esta dependência.

SVGA com SVGA com SVGA com


Resolução Placa VGA
256 kB 512 kB 1024 kB
640x480 16 16 256 256
800x600 - 16 256 256
1024x768 - - 16 256

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De acordo com a tabela, podemos observar que para chegar à resolução de 1024x768 com 256 cores, é necessário
que a placa SVGA tenha 1024 kB de memória de vídeo. Uma placa SVGA com 512 kB de memória de vídeo chega
a esta resolução com apenas 16 cores. Esta mesma placa oferece 256 cores no máximo na resolução de 800x600.
As atuais placas SVGA são muito mais poderosas que as disponíveis no início dos anos 90. Uma das suas principais
características é a disponibilidade de modos gráficos que chegam até 16 milhões de cores. Da mesma forma como
ocorre com as placas mais antigas, para ter elevadas resoluções e um elevado número de cores, é necessário que a
placa possua uma grande quantidade de memória de vídeo. As placas atuais podem apresentar 1 MB, 2 MB ou 4
MB de memória de vídeo. Os números máximos de cores atingidos por essas placas estão descritos na tabela abaixo.

SVGA com 1 SVGA com 2 SVGA com 4


Resolução
MB MB MB
640x480 16M 16M 16M
800x600 64k 16M 16M
1024x768 256 64k 16M
1280x1024 16 256 16M
Obs: Existem diferenças entre as diversas placas SVGA existentes, principalmente nos modos
com resoluções superiores a 1024x768. Por exemplo, certas placas podem não ser capazes de
operar com 16 milhões de cores na resolução de 1280x1024, mesmo com 4 MB de memória de
vídeo, ficando limitadas a usar 64k cores nesta resolução.
Como vemos pela tabela, as modernas placas SVGA, mesmo equipadas com apenas 1 MB de memória de vídeo, são
capazes de operar em modo True Color na resolução de 640x480, e em modo Hi Color na resolução de 800x600.

12. Monitor
Com certeza o principal meio de comunicação do PC com o usuário. Veja abaixo as principais característica deste
periférico.

12.1. Tamanho e tipo da tela


Os monitores mais comuns no Brasil são os que possuem telas de 14
polegadas (escreve-se 14"). Um deles é o Samsung SyncMaster 3, que pode
ser considerado o "Fusca" dos monitores. Merece ser chamado assim porque
não é de excepcional qualidade, mas sua qualidade é muito razoável, levando
em conta o seu preço, além de ser relativamente robusto. A medida em
polegadas normalmente atribuída à tela de um monitor corresponde ao
comprimento da sua tela, em diagonal. As telas dos monitores apresentam
uma relação de aspecto de 4:3, o que significa que a largura da tela é igual a
4/3 da sua altura. Por isso, as resoluções mais usadas pelas placas de vídeo
apresentam seus números de pontos também na proporção de 4:3, como
640x480, 800x600 e 1024x768. Outras resoluções apresentam relações de
aspecto ligeiramente diferentes. Se calcularmos a medida da diagonal de um
retângulo que tem como lados 4 e 3, encontraremos para esta diagonal o valor
5 (basta usar o Teorema de Pitágoras). Portanto, a largura da tela vale 4/5 da
diagonal, e a altura vale 3/5 da mesma. Infelizmente, a medida em diagonal não corresponde exatamente à área
visível da imagem. Em um monitor de 14", a diagonal da área visível é um pouco superior a 12" (30 cm). O mesmo
ocorre em monitores de telas maiores.

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Podemos encontrar monitores com telas de diversos tamanhos. São comuns as telas de 14", 15", 17", 20" e 21".
Obviamente, quanto maior é o tamanho da tela, maior é o preço do monitor. Esta regra possui algumas exceções.
Existem por exemplo, monitores com minúsculas telas de 5" a 10". Seus preços não são baixos como sugere a regra.
Muitas vezes chegam a custar mais que os monitores de 14". Existem também monitores especiais para serem
usados em apresentações, com telas de 29" ou mais. Como esses monitores são visualizados à distância, não
precisam possuir telas com alta qualidade, e por isso utilizam o mesmo tipo de tela usada nos aparelhos de TV de
29". Seu custo é comparável ao dos monitores de 17".
Monitores de 14" e 15" são mais indicados para operar nas resoluções de até 800x600. Nas resoluções de 1024x768
e superiores, praticamente não notamos diferença em relação à resolução de 800x600. Por isso, esses monitores em
geral não suportam resoluções superiores a 1024x768.
Monitores de 17", 20" e 21" são usados em editoração eletrônica e CAD. Em geral, essas atividades experimentam
um considerável ganho de produtividade com o uso de resoluções mais altas, o que requer telas maiores.
Com 17", podemos trabalhar confortavelmente na resolução de 1024x768, sendo notável a diferença em relação à
resolução de 800x600. Esses monitores podem, em geral, chegar até a resolução de 1280x1024, mas pouca
diferença podemos notar em relação à resolução de 1024x768.
Monitores de 20" e 21" permitem o uso da resolução de 1280x1024, sendo bem perceptível a diferença em relação à
resolução de 1024x768. Em geral, permitem chegar até 1600x1200, apesar de ser pouco perceptível a diferença em
relação a uma imagem de 1280x1024.
Essas regras não são rígidas. Você poderá encontrar monitores de 14" ou 15" que chegam até 1280x1024, bem
como monitores de 17" que chegam até 1600x1200. Entretanto, a qualidade de imagem não é tão boa.
A tabela que se segue mostra as resoluções ideais e as resoluções máximas que os monitores SVGA apresentam.
Lembre-se que alguns monitores chegam a resoluções máximas ainda maiores que as apresentadas nesta tabela, mas
devido ao tamanho inadequado de suas telas para uma resolução tão alta, não oferecem nenhuma melhoria na
qualidade da imagem.

Tamanho Resolução
Resolução ideal
da tela máxima
14" 800x600 1024x768
15" 800x600 1024x768
17" 1024x768 1280x1024
20" 1280x1024 1600x1200
21" 1280x1024 1600x1200

Outra característica interessante relacionada com a tela é a sua curvatura. Os monitores antigos apresentavam uma
tela curvada, como ocorre com as telas usadas em televisores. Os monitores mais valorizados apresentam tela plana.
Na verdade, essas telas não são planas, e sim, "quase planas". O uso de uma tela plana (vamos chamar assim,
mesmo sabendo que não são perfeitamente planas) oferece um maior conforto visual. Praticamente todas as telas de
17", 20" e 21" são planas. Entre os modelos de 14" e 15", podemos encontrar telas comuns e telas planas. Este fator
pode ter uma influência no preço. Não compre um monitor extremamente barato sem antes avaliar as suas
características. Um monitor pode ter seu preço baixo exatamente pelo fato de ter uma tela curva.

12.2. Dot Pitch

Este é o principal responsável pela qualidade da imagem de um monitor. A tela de um monitor colorido é formada
por minúsculos pontos vermelhos, verdes e azuis. Na verdade, esses pontos são formados por vários tipos de
fósforo, capazes de emitir luz com essas cores ao serem atingidos por uma corrente elétrica. Três feixes eletrônicos
percorrem continuamente a tela do monitor, atingindo os pontos de fósforos que emitem essas cores. Cada grupo de
três pontos, sendo um vermelho, um verde e um azul, é chamado de tríade. Chamamos de Dot Pitch a medida das
tríades. A figura 11 mostra uma tríade e o seu Dot Pitch.

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Tríades e Dot Pitch.

Para apresentar uma boa qualidade de imagem, um monitor SVGA precisa ter tríades com 0,28 mm, ou então
menores. Entretanto, são muito raros os monitores com Dot Pitch inferior a 0,28 mm. Podemos encontrar alguns
modelos de alta qualidade, com 0,26 ou 0,25 mm. É considerado aceitável um Dot Pitch de 0,31 mm em monitores
acima de 17", mas o ideal é dar preferência aos modelos com 0,28 mm ou menos. Monitores com Dot Pitch muito
grande, como 0,39 mm, 0,41 mm e até 0,55 mm são considerados de qualidade inferior. Modelos com 0,41 mm e
0,55 mm praticamente não são mais fabricados, mas ainda existem muitos modelos baratos com 0,39 mm. Devemos
evitar este tipo de monitor.

12.3. Varredura
O principal componente de um monitor de vídeo é a sua tela, na verdade um tubo de imagens. No tubo de imagens,
um feixe de elétrons parte da ponta oposta da tela até atingi-la. Atrás da tela que você enxerga há uma tela de
fósforo (chamada máscara). Quando o feixe de elétrons atinge a máscara de fósforo, o fósforo começa a brilhar,
fazendo com que um ponto seja aceso na tela. No caso dos monitores coloridos, há três máscaras, uma para cor
primária de vídeo: vermelho, verde e azul (RGB, Red, Green and Blue). A tela é dividida em linhas. Na varredura
utilizada pela maioria dos monitores de vídeo - chamada varredura não-entrelaçada - cada linha é varrida
seqüencialmente. Com as informações sobre a cor e a intensidade de cada ponto que são passadas pela placa de
vídeo do micro, o feixe de elétrons passa por cada ponto da tela fazendo com que cada ponto seja aceso ou então
apagado (nesta situação o feixe de elétrons passa direto pelo ponto, pois o fósforo, depois de algum tempo, apaga-se
sozinho). Quando a tela é totalmente preenchida, dizemos que a varredura terminou de preencher um quadro. As
imagens da tela são, portanto, uma seqüência de quadros preenchidas pela varredura do monitor de vídeo.

12.4. Freqüência vertical


A quantidade de quadros por segundo que um monitor de vídeo é capaz de preencher é chamada freqüência vertical.
Esta quantidade não pode ser inferior a 60 quadros por segundo ou 60 Hz. Se a freqüência vertical for menor que 60
Hz (ou seja, houver menos de 60 quadros por segundo sendo reproduzidos), haverá um fenômeno chamado
cintilação ou flickering. Esta cintilação ocorre porque a quantidade de quadros por segundo neste caso é baixa e
você consegue perceber os quadros se formando. Você percebe a cintilação principalmente nas bordas da tela e das
janelas.

12.5. Freqüência horizontal


A freqüência horizontal é a velocidade com que a varredura consegue preencher os quadros. Um monitor de vídeo
com freqüência horizontal de 31.500 Hz consegue preencher 31.500 linhas por segundo. A freqüência horizontal
mede, portanto, a velocidade do monitor. Quanto maior a freqüência horizontal, melhor. Na resolução 640 x 480,
todos os monitores de vídeo trabalham com uma freqüência horizontal de 31.500 Hz, suficiente para preencher 60
quadro por segundo e não ocorrer a cintilação. Quando aumentamos a resolução, a freqüência horizontal deve ser
automaticamente aumentada, pois o número de linhas irá aumentar (ou seja, o quadro fica maior), porém deveremos
continuar formando, no mínimo, 60 quadros por segundo. Em outras palavras, quanto maior a resolução, mais
rápido deverá ser o monitor, para conseguir preencher 60 quadros por segundo e não ocorrer a cintilação.

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12.6. Cintilação: a grande vilã


O valor da freqüência horizontal e da freqüência vertical dizem se um monitor de vídeo é bom ou não. Alguns
fabricantes fazem monitores de vídeo capazes de trabalhar a resoluções altas como 800 x 600, 1.024 x 768, 1.280 x
1.024 ou mesmo 1.600 x 1.200, mas isto não significa que o monitor de vídeo será capaz de mostrar estas
resoluções com qualidade! Vejamos um exemplo prático: em geral, monitores de vídeo baratos e de baixa qualidade
possuem uma freqüência horizontal máxima de 35,5 KHz. Quando estão trabalhando a 640 x 480 não há qualquer
problema com cintilação. A freqüência horizontal será de 31.500 Hz, o suficiente para apresentar 60 quadros por
segundo. Esta conta é fácil de fazer: 31.500 linhas por segundo / 525 linhas por quadro = 60 quadros por segundo.
Em uma tela de 640 x 480 há 525 linhas e não 480, pois há linhas ocultas. Entretanto, quando passam a trabalhar na
resolução de 800 x 600, o monitor passa a utilizar a sua freqüência horizontal máxima, de 35.500 Hz. Ora, teremos
35.500 linhas por segundo / 630 linhas por quadro = 56 quadro por segundo. Em uma tela de 800 x 600 há 630
linhas e não 600, pois há linhas ocultas. Se este mesmo monitor for configurado a trabalhar a 1.024 x 768, teremos
35.500 linhas por segundo / 788 linhas por quadro = 45 quadros por segundo. Em uma tela de 1.024 x 768 há 788
linhas e não 768, pois há algumas linhas ocultas. Se você reparar, este monitor apresentará problemas de flickering
(principalmente na resolução 1.024 x 768, onde a freqüência vertical será de apenas 45 Hz) em resoluções acima de
640 x 480, mesmo o monitor possuindo uma resolução máxima de 1.024 x 768. Conclusão: dizer que um monitor
de vídeo é capaz de apresentar uma determinada resolução não significa que esta resolução será apresentada com
qualidade! A freqüência horizontal máxima de um monitor de vídeo (bem como todas as suas demais características,
como dot pitch, freqüência vertical, etc) vem especificada em seu manual.

12.7. Varredura entrelaçada


O monitor de vídeo é bastante parecido com um aparelho de televisão. Aposto, inclusive, que sua avó já chamou o
monitor de vídeo de seu computador de "televisãozinha". O aparelho de televisão típico possui resolução de 640 x
480. Isto significa que a maioria dos monitores existentes hoje possuem mais resolução que o aparelho de TV!
(aliás, é por este motivo que você pode conectar placas de recepção de TV ao micro...) Outro aspecto bastante
importante de notar é o esquema de varredura utilizado pela televisão. Em vez de 60 quadros por segundo, a
televisão opera

apenas com 30 quadros por segundo. Ué, então como não ocorre cintilação na televisão? Através de um esquema
chamado varredura entrelaçada, que alguns monitores de vídeo também utilizam. Na varredura entrelaçada, cada
quadro é dividido em dois campos: o campo ímpar, onde são varridas somente as linhas ímpares, e o campo par,
onde são varridas somente as linhas pares. Ou seja, cada campo possui metade das linhas de um quadro. A
varredura é feita de tal modo que campos ímpares e pares são intercalados. Como a varredura é feita rapidamente, o
usuário náo percebe que, na verdade, cada campo é formado por apenas metade da imagem. No caso da televisão, os
30 quadros são divididos, portanto, em 60 campos. Em um segundo, são apresentados 60 campos, o que faz com
que a cintilação não ocorra. A imagem de um monitor de vídeo com varredura não-entrelaçada é melhor, pois cada
quadro será formado por telas "completas", ao contrário do monitor com varredura entrelaçada, onde cada quadro é
formado apenas por metade da imagem.

Nas tabelas abaixo, consulte as principais marcas de monitores, com suas respectivas especificações técnicas.

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Monitores 14'' Modelo Resolução Dot pitch Freqüênci Freqüência


máxima a vertical horizontal
máxima máxima
Goldstar LG143SNIE 1024 X 768 0.28mm 50 a 90 Hz 30 a 48 KHz
Philips 104B 1024 X 768 0.28mm
Philips 104S 800 X 600 0.28mm
Samsung Syncmaster 3 1024 X 768 0.28mm 50 a 90 Hz 31.5 a 38 KHz
Samsung Syncmaster 3 1024 X 768 0.28mm 56 a 87 Hz 31.5 a 48 KHz
Ne
Techmedia 1400G 1280 X 1024 0.28mm 50 a 100 30 a 48 KHz
Hz
Techmedia 1448G 1024 X 768 0.28mm 50 a 100 30 a 48 KHz
Hz
Techmedia 14DK 1024 X 768 0.28mm 40 a 90 Hz 30 a 48 KHz
Techmedia 14JM 1024 X 768 0.28mm 50 a 100 30 a 50 KHz
Hz
Techmedia 14V 640 X 480 60 a 70 Hz 31.5 KHz

Monitores 15'' Modelo Resoluçã Dot pitch Freqüência Freqüência


o máxima vertical horizontal máxima
máxima
Goldstar 1520DM 1280 X 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 65 KHz
1024
Goldstar 56m 1280 X 0.28mm 50 a 90 Hz 30 a 65 KHz
1024
NEC Multisync A500 1280 X 0.28mm 55 a 120 Hz 31 a 65 KHz
1024
NEC Multisync E500 1280 X 0.25mm 55 a 120 Hz 31 a 69 KHz
1024
NEC Multisync M500 1280 X 0.25mm 55 a 120 Hz 30 a 69 KHz
1024
NEC Multisync 1280 X 0.28mm 55 a 100 Hz 31 a 65 KHz
XV15+ 1024
Philips 105B 0.28mm
Philips 105S 1024 X 0.28mm
768
Samsung Syncamster 1280 X 0.28mm 50 a 160 Hz 30 a 69 KHz
500b 1024
Samsung Syncmaster 1024 X 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 54 KHz
500s 768
Sony Multiscan 100sf 1280 X 0.25mm 50 a 120 Hz 31 a 70 KHz
1024
Sony Multiscan 1280 X 0.25mm 50 a 120 Hz 31 a 65 KHz
100sx 1024
Techmedia 1500G 1280 X 0.28mm 50 a 100 Hz 30 a 64 KHz
1024
Techmedia 1500N 1280 X 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 64 KHz
1024

Dailson Fernandes Página: 105


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ESCOLA TÉCNICA DE INFORMÁTICA

Techmedia 1548G 1280 X 0.28mm 50 a 90 Hz 30 a 48 KHz


1024
Techmedia 1564 1280 X 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 64 KHz
1024

Monitores Modelo Resolução Dot pitch Freqüência Freqüência


17'' máxima vertical horizontal
máxima máxima
Goldstar 76i 1280 X 1024 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 65 kHz
Hyundai DeluxScan 17B+ 1280 X 1024 0.28mm 50 a 150Hz 30 a 70 kHz
(#HL 7870A)
Hyundai DeluxScan 1600 x 1280 0.26mm 45 a 100 Hz 30 a 80 kHz
17Pro (#HL
7682A)
Hyundai DeluxScan 17B 1280 X 1024 0.28mm 45 a 150Hz 30 a 65 kHz
(#HL 7864F)
Hyundai DeluxScan 1024 X 768 0.39mm 30 a 50 kHz
17MB/ 17 MS
NEC Multisync A700 1280 X 1024 0.28mm 55 a 120 Hz 31 a 69 KHz
NEC Multisync E700 1600 X 1200 0.25mm 55 a 120 Hz 31 a 82 KHz
NEC Multisync M700 1280 X 1024 0.25mm 55 a 120 Hz 31 a 69 KHz
NEC Multisync P750 1600 X 1200 0.25mm 55 a 160 Hz 31 a 94 KHz
Philips 107B 1024 x 768 0.28mm
Philips 107S 1280 X 1024 0.28mm
Samsung Syncmaster 1280 x 1024 0.28mm 50 a 120 Hz 30 a 65KHz
17GLi
Samsung Syncmaster 1600 X 1200 0.26mm 50 a 120 Hz 30 a 85KHz
17GLsi
Samsung Syncmaster 1280 X 1024 0.28mm 50 a 160 Hz 30 a 69 KHz
700B
Samsung Syncmaster 1600 X 1200 0.26mm 50 a 160 Hz 30 a 85 KHz
700P
Samsung Syncmaster 1280 X 1024 0.28mm 50 a 160 Hz 30 a 69 kHz
700S
Sony Multiscan 200sf 1600 X 1200 0.25mm 50 a 120 Hz 30 a 80 kHz
Sony Multiscan 200sx 1280 X 1024 0.25mm 50 a 150 Hz 31 a 70 KHz
Sony 17seII Trinitron 1600 X 1200 0.25mm 48 a 150 Hz 30 a 85 KHz
Techmedia 1700G 1280 X 1024 0.28mm 40 a 104 Hz 30 a 64 KHz
Techmedia 1750 1024 X 768 0.39mm 50 a 120 Hz 30 a 48 KHz

Observação: Nas tabelas acima, listamos os monitores mais comuns em nosso mercado. Se você estiver em dúvida
em relação a um monitor "desconhecido", procure saber suas características, em especial a freqüência vertical, a
freqüência horizontal, o dot pitch, sua resolução máxima e o tipo de varredura utilizada. Todas estas informações
estão disponíveis no manual do monitor, no site do fabricante na Internet ou então em anúncios publicados pelo
fabricante. Abaixo consulte a primeira tabela para você saber a freqüência horizontal mínima que um monitor de
vídeo deverá ter para que a cintilação não ocorra. Quanto maior a freqüência horizontal, melhor, pois como
conseqüência a freqüência vertical será maior. A resolução listada na tabela é a resolução que você pretende utilizar
a maior parte do tempo.
Na segunda tabela, veja a resolução máxima em relação as polegadas dos monitores.

Resolução Freqüência horizontal mínima

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640 x 480 31.500 Hz


800 x 600 37.800 Hz
1024 x 768 47.280 Hz
1280 x 1024 65.000 Hz

Tamanho da tela Resolução ideal Resolução máxima


14" 800x600 1024x768
15" 800x600 1024x768
17" 1024x768 1280x1024
20" 1280x1024 1600x1200
21" 1280x1024 1600x1200

13. Disco Rígido

Desde sua chegada ao mercado, o disco rígido constitui o mais difundido sistema de armazenamento de grandes
volumes de dados. Os primeiros computadores pessoais não o possuíam, porque os pequenos volumes de dados com
que trabalhavam podiam perfeitamente ser arquivados nos disquetes de poucos KB/s de capacidade.

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A incorporação do disco rígido é um dos fatores que explicam o extraordinário desenvolvimento dos computadores
pessoais. A partir do lançamento comercial do IBM PC/XT, essa unidade de armazenamento transformou-se em
componente padrão de qualquer PC.
Os discos rígidos também são conhecidos como Winchester. Nos anos 60, a IBM desenvolveu um disco de alta
velocidade que possuía um prato fixo de 30 MB. Os números 30-30 que designavam esse dispositivo coincidiam
com os do famoso rifle Winchester 30-30. Por isso, o nome disco Winchester.
A importância do disco rígido não está apenas no desempenho dentro do sistema. Trata-se de um dispositivo de
armazenamento permanente e, portanto, capaz de conservar a informação nele arquivada mesmo quando o sistema é
desligado. Ele abriga em seu interior os dados necessários para o funcionamento do PC (o sistema operacional e os
programas), bem como os arquivos e informações que o usuário vai gerando.
Tudo isso dá uma idéia da importância do disco rígido e da gravidade implicada em qualquer defeito nele
verificado.
Curiosidade: A IBM lançou em 1957 os primeiros discos rígidos. A capacidade de armazenamento da unidade era
de apenas 5 MB, era conseguida graças à utilização de vinte pratos de 24 polegadas cada um. Seu aluguel custava
35 mil dólares

13.1. Armazém Mecânico

O disco rígido é o único componente básico de funcionamento mecânico no PC. Por esse motivo, é também o
elemento interno mais suscetível a riscos de problemas relacionados a seu trabalho.
Quando se considera ainda a importância das informações pessoais que o usuário armazena no disco rígido, muitas
pessoas são levadas a crer que ele é uma espécie de “bomba relógio” colocada dentro de um PC. No entanto, apesar
de ele constituir o componente mais sensível ao risco de avarias, isso não quer dizer que elas sejam habituais. Hoje
em dia, qualquer disco rígido em condições de uso normais (que não impliquem um trabalho intensivo como o que é
imposto, por exemplo, a um servidor de rede) fica obsoleto e é substituído sem ter sofrido nenhum problema
mecânico ao longo de toda a vida.
O disco rígido compõe-se de duas seções: a mecânica e a eletrônica (ou lógica). A primeira recupera a informação
armazenada magneticamente e a envia à eletrônica, que a interpreta e por sua vez a envia ao bus do sistema.
No interior do disco rígido existem vários pratos (disco) rígidos recobertos por uma camada de material magnético.
O número de pratos é variável e limitado apenas pela altura da unidade de armazenamento. (Os disquetes também
empregam um disco recoberto por material magnético que diferentemente dos pratos do disco rígido, é flexível.)
Geralmente, os pratos do disco rígido são feitos de alumínio ou de compostos vitrocerâmicos de grade rigidez. A
superfície de cada prato é revestida por uma camada muito fina de um material com a densidade aumentada por
partículas metálicas sensíveis ao magnetismo. A informação é armazenada no prato por meio de variações no campo
magnético das partículas metálicas. Por essa razão, o aumento de densidade nos componentes metálicos da
superfície dos pratos é um dos fatores que permitem que a capacidade de armazenamento dos discos rígidos venha
aumentando cada vez mais sem a necessidade do aumento das dimensões das unidades.
As cabeças são os elementos encarregados de ler e escrever, utilizando campos elétricos, a informação magnética
armazenada nos pratos. Por meio de braços metálicos, elas se deslocam acima da superfície dos pratos, sem chegar a
toca-los, deixando entre ambos um espaço de menos de um décimo de milímetro. Esse afastamento entre as cabeças
e a superfície dos pratos é produto da pressão do ar que eles deslocam ao girar a velocidade acima de 3.600 rpm
(rotações por minuto).
Como norma, os discos rígidos dispõem de uma cabeça de leitura e de escrita para cada uma das faces de um prato,
ou seja, uma cabeça para a face superior e outra para a face interior. Todos os braços das cabeças do disco rígido
ficam agrupados e trabalham com uma base num sistema único de movimento, que faz com que as cabeças de todos
os pratos se desloquem simultaneamente.
Um sistema eletromagnético incumbe-se de mover sobre um eixo o conjunto formado pelos braços e as cabeças do
disco rígido, podendo situar estas últimas em qualquer ponto do raio de ação dos braços. Esse movimento,
combinado com a rotação dos pratos permite que as cabeças possam percorrer a totalidade da superfície útil dos
respectivos pratos.
Depois que a seção mecânica do disco obteve os dados, na forma de impulsos elétricos, entra em ação a parte
eletrônica, que se encarrega de preparar esses dados para envia-los através do bus de dados incorporado no disco
rígido.

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13.2. Estrutura e Ordem

Para armazenar a informação e poder recuperá-la sem problemas e sem desperdício de tempo, o disco rígido divide
as superfícies magnéticas, de modo a obter uma estrutura de armazenamento consistente e eficaz.
Num disco rígido, a informação organiza-se em cilindros, trilhas e setores. As cabeças lêem e gravem os dados nos
pratos, traçando círculos concêntricos, que recebem o nome de trilhas. Estas se dividem por sua vez em setores,
cada qual com capacidade aproximada de 512 bytes. Os pratos ficam empilhados sobre um eixo e armazenam
informação em ambas faces. A maioria dos discos rígidos possui dois ou três pratos girando simultaneamente, ou
seja, quatro a seis faces para o armazenamento de dados. Todas as trilhas que ocupam uma mesma posição na
superfície de cada face de um prato recebem o nome de cilindro.

13.3. Formatação de Baixo Nível

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Quando um disco é formatado em


baixo nível criam-se áreas de
identificação nas superfícies
magnéticas, que o controlador
(driver) de disco usa para numerar
os setores e identificar o princípio
e o fim de cada um. Essas áreas de
identificação estão situadas, dentro
de uma trilha, à frente e atrás da
área de dados do setor. A área de
dados de um setor tem
habitualmente um tamanho de 512
bytes, número que aumenta em
alguns bytes quando se acrescenta a ela o espaço ocupado pelas áreas de identificação. Isso explica a redução
verificada na capacidade de qualquer sistema de armazenamento quando ele é formatado.
A área de identificação que precede um setor recebe o nome de cabeceira, ou prefixo de setor. Ela identifica o início
daquele setor e, além disso, contém o número dele dentro de cada trilha.
O sufixo, ou trailer é a área de informação que se segue aos dados. Além de identificar o final do setor, ele contém o
check-sum (técnica para comprovar a validade de um pacote de dados. A informação do pacote forma uma cadeia
de números; da soma de todos eles obtém-se um valor que deve coincidir com o valor do dado fornecido como
checksum.), que assegura a integridade do conteúdo da área de dados.
A formatação de baixo nível, também conhecida como formatação física, é um passo preliminar à formatação de
disco utilizada pelo Windows e por outros sistemas operacionais.
Há alguns anos, os discos rígidos usavam motores passo a passo para deslocar as cabeças, com o inconveniente de
falta de precisão. Esses motores não contavam com qualquer sistema de recalibragem automática, de modo que,
após algum tempo de funcionamento, acabavam por desviar a posição das cabeças sobre as trilhas sobre a superfície
magnética dos pratos. O problema foi superado nos atuais modelos de discos rígidos, que em vez dos problemáticos
motores passo a passo, empregam um sistema eletromagnético para ajustar o bloco com as cabeças.
Os discos rígidos são comercializados já formatados em baixo nível com os valores ótimos para seu funcionamento.
Não é recomendável alterá-los.

13.4. Cuidados e Manutenção

Os discos rígidos instalados nos primeiros IBM PC e compatíveis exigiam muitos cuidados por parte do usuário.
Atualmente, são poucas as tarefas de manutenção que precisam ser dedicadas a essas unidades. Limita-se à
eliminação dos arquivos desnecessários, para economizar espaço, e à desfragmentação do disco quando necessário.
Um dos cuidados mais importantes que deviam ser tomados com os primeiros discos rígidos era o estacionamento
(parking) de suas cabeças. Quando as unidades estavam em funcionamento, a alta velocidade de rotação dos pratos
fazia com que as cabeças flutuassem sobre a superfície magnética sem tocá-la. No entanto, quando se desligava a
corrente elétrica, as cabeças perdiam a força de sustentação e golpeavam a camada magnética, muitas vezes
causando danos ao disco rígido.
Para evitar isso, antes de desligar o computador devia-se executar um programa usualmente conhecido com Park,
para que as cabeças se deslocassem até uma ancoragem de repouso. Hoje em dia, todos os discos contam com
sistemas que estacionam automaticamente as cabeças. Os discos rígidos são montados em câmaras especiais à prova
de pó, dotadas de um sistema de vedação hermética que evita totalmente a entrada de qualquer elemento capaz de
danificar as cabeças ou a superfície magnética dos pratos. Uma vez fechada a câmara, não existe dentro dela
nenhum tipo de partícula que possa afetar o futuro funcionamento dos discos. Apesar disso, costuma-se colocar
pequenos filtros de ar no interior da carcaça. Essa medida explica-se pelo fato de que a velocidade de rotação dos
pratos gera uma corrente de ar capaz de arrastar pequenas partículas metálicas que se desprendem dos pratos e das
cabeças durante a ligação e o desligamento do disco. A função dos filtros internos é reter essas partículas com o
objetivo de impedir que elas venham a provocar danos no interior da unidade.

13.5. Funcionamento Interno

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A carcaça do disco rígido oculta uma das atividades mais espetaculares desenvolvidas dentro do computador. O
zumbido abafado que essa unidade emite quando está em pleno funcionamento não reflete a complexidade dos
processos que ocorrem em seu interior.


A mecânica de precisão em que se baseia o funcionamento do disco rígido precisa recorrer à seção lógica,
localizada na zona inferior da unidade, para que qualquer operação possa ser executada. A conexão entre
as duas partes é feita por meio de um cabo plano de grande capacidade de transferência. Os sinais lidos por
cada cabeça são enviados diretamente à seção lógica. Esta recompõe os dados originais a partir da
informação codificada magneticamente nos pratos.

Um conector no interior da carcaça do disco rígido comunica a seção mecânica com a lógica


Os pratos do disco rígido ficam girando todo o tempo à mesma velocidade. Graças a isso, os braços que
servem de suporte às cabeças têm apenas de girar um pouco sobre seu eixo para alternar de uma trilha a
outra e chegar, com as respectivas cabeças, à maior parte da superfície dos pratos.

Os braços de suporte situam as cabeças sobre as trilhas de cada prato a grande velocidade


O sistema eletromagnético que desloca o grupo de cabeças costuma ser do tipo rotativo, mas existem
também sistemas lineares. Os braços dos sistemas rotativos unem-se pelo eixo sobre o qual giram, para
alcançar todas as trilhas da superfície. Isso provoca um pequeno desvio em relação à tangente dos
cilindros, o que limita ligeiramente o aproveitamento das últimas trilhas, mas, em compensação, permite
que as cabeças possam trocar de trilha com muita rapidez.

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Os sistemas lineares deslocam o conjunto dos braços ao longo de uma linha reta, o que evita os desvios típicos dos
sistemas rotativos. Contudo, eles têm peso maior e tempo de acesso menor.

Eixo de união de um sistema rotativo


- Os pratos estão unidos no mesmo eixo e alcançam velocidade de rotação muito alta, que pode variar
entre 3.600 e 10.000 rpm. Essa velocidade é um dos fatores responsáveis pelo desempenho de um disco.
Mas vale a pena destacar: quanto maior for a velocidade de rotação, tanto mais ruidoso será o disco e tanto
maior seu aquecimento, que lhe encurta a vida útil. O motor que gira os pratos deve ser de alta precisão
para assegurar a integridade dos dados armazenados.

A velocidade de rotação é elevada e constante

5º Quando o disco rígido está em repouso, as cabeças descansam em sua superfície, presas pelos braços de
suporte. Quando o disco começa a funcionar, o ar deslocado pela rotação dos pratos gera uma pressão que
mantém as cabeças afastadas da superfície magnética. Isso permite que elas possas acessar a informação
registrada sem necessidade de entrar em contato físico com o disco e, portanto, sem causar nenhum tipo de

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desgaste na superfície dele.


A pressão do ar cria o afastamento entre as cabeças e as superfícies magnéticas


O Ar deslocado pela veloz rotação dos pratos magnéticos produz correntes no interior da carcaça do disco
rígido. Embora o formato externo da unidade seja retangular, no interior da carcaça existem elementos com
diferentes perfis, capazes de ajudar a dirigir as correntes de ar, evitando com isso o surgimento de
turbulências que poderiam provocar problemas durante o acesso à informação contida no disco rígido.

A corrente de ar descreve um circuito no interior do disco

Importante: Mudanças bruscas na temperatura ambiente podem provocar condensação e umidade dentro da
carcaça hermética do disco rígido. Por esse motivo, é totalmente desaconselhável a idéia de instalar um PC, por
exemplo, numa varanda.

13.6. Significado das Especificações do HD

Seek time (tempo de acesso)


Unidade: ms
Tempo consumido pelo braço de suporte das cabeças para movê-las entre trilhas. Atualmente, um disco rígido pode
ter mais de três mil trilhas em cada face de um prato; portanto, tentar acessar a próxima trilha de certa informação
pode significar um salto entre uma e 2.999 trilhas.

Average seek time (tempo médio de acesso)


Unidade: ms
Tempo consumido pelo braço de suporte para colocar as cabeças de leitura e de escrita num ponto qualquer do
disco.

Head switch time (tempo de alternância entre cabeças)


Unidade: ms
O conjunto dos braços de suporte desloca todas as cabeças simultaneamente; contudo, apenas uma cabeça pode ler
ou escrever um dado num determinado momento. Esse parâmetro indica o tempo médio empregado na alternância
de uma para outra cabeça.

Cylinder Switch time (Tempo de alternância entre os cilindros)


Unidade: ms
Também conhecido como tempo de alternância entre trilhas. É o tempo médio consumido pela unidade para mudar
de um cilindro para outro quando alguma informação está sendo lida ou escrita.

Rotational Latency (Latência de rotação)


Unidade: ms
Quando ocorre um salto de uma trilha a outra, as cabeças precisam esperar que a rotação do disco chegue até o setor
certo. Esse tempo de espera, conhecido como latência de rotação, é determinado pela velocidade de rotação da
unidade.

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Velocidade de Rotação (rpm) Latência de Rotação (ms)


3.600 8,3
4.500 6,7
5.400 5,7
6.300 4,8
7.200 4,2

Data access time (tempo de acesso aos dados)


Unidade: ms
Constitui a soma do tempo de acesso, do tempo de alternância entre cabeças e da latência de rotação. O tempo de
acesso indica apenas o quanto demora a posicionar-se as cabeças sobre o cilindro de início. Até que a informação
comece a ser lida decorrem o tempo de alternância entre as cabeças, para que seja encontrada a pista correta dentro
do cilindro, e a latência rotacional, para que se chegue ao primeiro setor.

Data thoughput rate (razão de transferência de dados)


Unidade: KB/s
Indica o volume de informação que pode ser transferida por unidade de tempo.

13.7. Bus IDE e partições

Os discos rígidos possuem uma parte mecânica, o hardware, que


constitui a base de seu funcionamento e de seu desempenho. Contudo,
a informação nela armazenada não teria nenhuma utilidade para o
usuário se não existisse uma interface capaz de comunicá-la com o bus
do sistema e uma estrutura de organização hierarquizada de volumes e
arquivos.
Os discos rígidos conectam-se ao bus do sistema por meio de
diferentes tipos de interface ou adaptadores para buses de dados. A
interface mais difundida nos PCs é a IDE (integrated Drive
Electronics, circuito integrado no disco), sigla que se aplica, de forma
genérica , às unidades que possuem o controlador de disco integrado.
A interface IDE tem o nome oficial de ATA (AT Attachment, conexão
tipo AT), que é um padrão do ANSI (American National Standard
Institute, Instituto Nacional de Normas dos Estados Unidos).
Nos discos do tipo IDE o controlador da interface faz parte da unidade,
juntamente com a mecânica do disco. Este possui um cabo de dados
que estabelece conexão direta com o bus do sistema, situado na placa-
mãe. A combinação da unidade de armazenamento com a interface de controle simplifica bastante a instalação do
dispositivo e, além disso, traz algumas vantagens: por exemplo, o fato de que os dados, armazenados
magneticamente, são captados pela parte mecânica da unidade de disco (de tipo analógico), convertidos em sinais
digitais e introduzidos no bus do sistema a partir da unidade de disco. Desse modo, torna-se possível reduzir ao
máximo o número total de componentes, a extensão dos circuitos e as conexões analógicas. Isso significa aumentar
a resistência em relação aos ruídos e interferências que afetam os discos sem controlador integrado, como os que
utilizam o bus SCSI (Small Computer System Interface – Interface de pequenos sistemas informáticos), interface
que permite conectar um ou vários periféricos a um computador. A conexão ocorre a um nível que possibilita ao
computador utilizar diretamente os dados.
Os discos que não são IDE possuem um único controlador, ao qual se conectam todas as unidades do sistema.
Geralmente, esse controlador está integrado a uma placa de expansão, de modo que fica um pouco afastado das
unidades de armazenamento no interior da unidade central.
Esse tipo de interface conecta as unidades ao controlador de disco por meio de cabos de dados, a velocidades de
transmissão muito elevadas, que as tornam extremamente sensíveis tanto aos ruídos como às interferências
provocadas por outros sinais e circuito do computador. O grau de independência que o disco rígido IDE tem,

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assegurado pelo fato de possuir integrado o controlador da unidade, permite que os engenheiros o projetem em
função de suas necessidades específicas. As unidades de disco IDE não podem mudar de controlador, uma vez que
são combinações fixas de disco e controladores totalmente otimizadas para trabalhar em conjunto, sem necessidade
de ajuste em nenhum tipo de configuração.

13.8. Conexões ATA IDE

Os disco IDE utilizam um cabo de dados tipo cinta, de 40 pinos, para conectar-se aos soquetes IDE da placa-mãe.
Os conectores IDE da placa são, basicamente, slots de expansão ISA de 16 bits e 98 pinos, remodelados para
empregar apenas os 40 pinos exigidos pelo controlador de disco.
Embora a maior parte dos usuários imagine que o controlador IDE fica situado na placa-mãe, essa idéia é totalmente
infundada. Na verdade, o componente localiza-se num circuito que é parte integrante da estrutura física do disco
rígido. A interface IDE é a mais difundida porque está presente em todas as placas-mãe atualmente disponíveis no
mercado. Isso não constitui surpresa, pois, com esse tipo de solução, os fabricantes economizam o custo de intregrá-
la como um componente extra, limitando-se a incorporar os conectores e alguns poucos circuitos de apoio que
fazem parte do chipset.
A especificação ATA como padrão ANSI da interface IDE, foi aprovada em março de 1989. Antes dessa
normalização da interface ATA IDE, muitas empresas introduziam mudanças e aperfeiçoamentos próprios na
interface IDE das unidades de disco que fabricavam. Isso fazia com que a instalação de dois discos de diferentes
fabricantes em um mesmo bus se tornasse uma tarefa muito complicada, pois cada disco possuía seu próprio
controlador, que, em consequência das mudanças introduzidas pelo fabricante, era completamente incompatível com
o outro.
Depois da aprovação da especificação ATA foram sendo eliminadas, por meio de sucessivas atualizações, as
incompatibilidades e os problemas de conexão entre dispositivos IDE. Ao padrão ATA seguiram-se o ATA-2 ou
EIDE (Extended IDE, IDE estendido), o ATA-3 e o ATA-4. As funções incorporadas em cada uma dessas
especificações ATA são, entre outras, a definição dos sinais do conector, as tarefas e características desses sinais e o
tipo de cabo.
Um dos principais avanços proporcionados pela especificação ATA foi a resolução dos graves problemas
representados pela conexão de duas unidades de diferentes fabricantes a um mesmo bus.
Quando em um único bus dois controladores estão em funcionamento, ambos tentam responder aos mesmo
comandos, o que pode provocar grande número de conflitos. O padrão ATA resolve essa dificuldade, permitindo
que dois controladores possam funcionar no mesmo bus conectados ao mesmo cabo de dados e discriminando os
comandos dirigidos a cada unidade. Para que isso seja possível, atribui-se a uma das unidades o caráter de primária
(master ou principal) e à outra o de secundária (slave ou escrava), mudando-se a posição de um jumper (ou de um
interrruptor) incorporado no disco ATA.
Quando em um bus há somente um disco, e portanto só um controlador, este responde a todos os comandos que
recebe do sistema. Se no mesmo bus estão instaladas duas unidades, os controladores de ambas recebem os mesmos
comandos. A unidade de destino indicado pelo comando do sistema pode ser discriminada se, antes, um dos
dispositivos foi configurado como principal e o outro como escravo, a fim de que eles não entrem em conflito.
No momento em que os dois controladores recebem o comando do sistema, a unidade de destino especifica
interpreta essa instrução e ocupa o bus, transferindo a informação necessária, enquanto a outra interrompe sua
atividade para deixar o bus livre durante a execução do comando por parte da unidade designada.
As placas-mãe atuais incorporam dois buses ou canais IDE ATA. A cada um deles podem ser conectadas duas
unidades, configuradas como principal (master) e escrava (slave), solução que permite um total de até quatro
dispositivos IDE ATA.
Para a conexão dos dispositivos à placa-mãe empregam-se cabos planos do tipo cinta com três conectores de 40
pinos. Uma das extremidades do cabo liga-se ao slot do canal IDE da placa-mãe, de modo que as unidades podem
utilizar indistintamente os dois conectores livres do cabo, desde que esteja indicada sua posição dentro do canal por
meio do jumper de configuração.

13.9. Rapidez e Capacidade

O padrão ATA melhorou, de forma paulatina, graças a sucessivas revisões feitas a partir da especificação original
ATA IDE. O aperfeiçoamento mais substancial ocorreu no campo do desempenho, graças ao acréscimo de uma

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série de novas características, como os modos de transferência PIO (Parallel Input/Output, modo de entrada/saída
paralela) e DMA ( Direct Memory Access, modo de acesso direto à memória).
O modo de tranferência PIO era aquele que o padrão ATA empregava no princípio. Seu desempenho depende, em
grande medida, do microprocessador, já que ele utiliza seus registros internos para indicar os endereços e posições
da informação que deve ser transferida. Entre os diversos modos PIO existentes, o 0 é o mais lento, com um tempo
mínimo de transferência de 600 ns por ciclo. Em um ciclo são transferidos 16 bits à (ou da) unidade de disco,
situando a razão máxima de transferência do modo PIO 0 (600 ns por ciclo) em 3,3 MB/s. O modo de acesso PIO
mais rápido é o 4, que alcança um máximo de 16,67 MB/s por conta com um tempo de 120 ns por ciclo.
O padrão ATA-2 implicou a introdução de um comando de identificação automática das unidades que é, junto com
os modos de transferência DMA, imprescindível para o funcionamento dos sistemas plug & play. Esse comando é
usado pelo BIOS para detectar e configurar as unidades de disco conectadas e, entre outros parâmetros, retorna
dados acerca dos modos de transferência que cada unidade pode empregar. Quando se ajusta uma unidade IDE com
um modo de transferência por ela não suportado, os dados transmitidos se corrompem.
Diferentemente do que ocorre nos modos PIO, quando se emprega um modo DMA a transferência entre a memória
do PC e o disco rígido se realiza diretamente, sem necessidade da intervenção do processador. No modo DMA-2 a
razão de transferência alcança um máximo de 16 MB/s.
O modo ATA-3 não trouxe nenhuma melhora substancial em relação à capacidade de transferência, mas incorporou
nos discos IDE algumas funções de segurança e gerenciamento. A razão de transferência máxima do ATA-3 é igual
à do ATA-2, mas ele melhora o desempenho e a eficiência dos modos DMA mais rápidos.
A especificação ATA-4 significou grande mudança em relação às revisões anteriores desse padrão. A principal
inovação consiste na incorporação de um modo de transferência DMA conhecido como Ultra DMA ou DMA-33,
que dobra a capacidade do modo DMA-2 ao utilizar cada ciclo de relógio para transmitir duas vezes. O ATA-4
incorpora, além disso, suporte para filas de comandos, o que melhora o desempenho das unidades IDE com sistemas
operacionais do tipo multitarefa. Cada vez que precisa realizar uma operação de envio para o disco rígido ou de
recepção a partir dele, o sistema operacional envia um comando pela interface IDE.
Os modos de transferência DMA permitem que, após o envio desse comando, o disco possa executá-lo e acessar
diretamente a memória, aliviando o trabalho do processador. As filas de comandos melhoram essa característica ao
permitir que o sistema operacional envie vários comandos, que o disco rígido armazena para ir executando-os e
transferindo dados para a memória, sem necessidade da intervenção do processador.

CARACTERÍSTICAS DAS ESPECIFICAÇÕES ANSI ATA


Especificação ATA ATA-2 ATA-3 ATA-4 ATA-5
Nomes IDE EIDE EIDE ATAPI Ultra ATA-66
Extended IDE Extended IDE Ultra ATA-3 Ultra DMA-66
Fast ATA-2 Ultra DMA-33
Modos de PIO1 PIO 3, 4 PIO 3, 4 PIO 3, 4 PIO 3, 4
Transferência DMA 0, 1, 2 DMA 0, 1, 2 DMA 0, 1, 2 DMA 0, 1, 2
Ultra DMA SDMA
Razão Máxima 4 MB/s 16 MB/s 16 MB/s 33 MB/s 66 MB/s
de transferência
(MB/s)
Conexão Cabo e conector Cabo e conector Cabo e conector Cabo e conector Cabo de 80 fios e
de 40 pios de 40 pios de 40 pios de 40 pios conector de 40
pinos

MODOS DE TRANSFERÊNCIA PIO


Modo PIO Tempo por ciclo (ns) Razão de transferência Espcificação
(MB/s)
0 600 3,33 ATA
1 383 5,22 ATA
2 240 8,33 ATA
3 180 11,11 ATA-2
4 120 16,67 ATA-2

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MODOS DE TRANSFERÊNCIA DMA


Modo DMA Tempo por ciclo (ns) Razão de transferência Espcificação
(MB/s)
0 480 4,16 ATA-2
1 150 3,33 ATA-2
2 120 16,67 ATA-2
Ultra-33 60 33,3 ATA-4
Ultra-66 60 66,6 ATA-5

13.10. Geometria e Capacidade

A capacidade dos primeiros discos IDE ATA era de somente 504 MB. Essa limitação derivada basicamente da falta
de previsão de incorporação, no BIOS, do suporte para as unidades IDE.
A geometria física de um disco rígido possibilita a divisão e o gerenciamento de toda a sua capacidade por
intermédio de pequenos blocos de informação. Cada bloco mínimo de informação localiza-se na superfície
magnética dos pratos. Além dos setores por trilha, outros parâmetros geométricos com os quais um disco rígido é
organizado são as cabeças e os cilindros (esses três parâmetros são identificado pela sigla SCC). Os números que
acompanham os atuais discos não correspondem a suas verdadeiras estruturas físicas. A lógica incorporada no disco
rígido é encarregada de adaptar os parâmetros SCC lógicos, que o BIOS empregará para configurá-lo e trabalhar
com ele, e acomodá-lo à sua verdadeira estrutura física. Dessa forma, é possível mudar a relação entre os valores
SCC sem que seja necessário modificar o número total de setores do disco.
A relação entre os valores SCC dos primeiros discos rígidos, de pouca capacidade, podia ser ampliada com
facilidade no sistema operacional. O notável aumento de capacidade experimentado pelos discos rígidos foi possível
graças a um substancial incremento da densidade da informação que é armazenada nos pratos magnéticos.
Um disco rígido atual de grande capacidade pode ser formado por um par de pratos magnético; anos atrás, um disco
com capacidade em torno de 1 MB podia conter oito ou mesmo dez pratos.
Quando se traduz em valores SCC a estrutura de um disco rígidos atual de 8 GB, constituído por apenas três pratos
e seis cabeças, a quantidade de cilindros resultante é tão grande que dificulta seu gerenciamento. A tradução dos
valores SCC físicos em valores lógicos, que contam com o mesmo número total de setores, permite a manutenção
da compatibilidade do sistema operacional, aumentado a capacidade dos discos.
Inicialmente, para que se pudesse gerenciar o mapa de setores dos primeiros discos IDE, definiram-se determinados
limites que foram superados em pouco tempo. O mapa de setores dessas unidades era de 18 bits e, portanto, a
capacidade máxima delas ficava limitada a 512 MB.
O padrão ATA-2 implicou a introdução de mudanças destinadas a superar essa capacidade, por meio de BIOS
melhorados e capacitados a traduzir a geometria dos discos rígidos, de modo que estes mantivessem a
compatibilidade com o sistema operacional. Os BIOS aumentaram o tamanho do mapa de setores, que, com 512
bytes por setor, podia gerenciar um disco com uma capacidade máxima de 8 GB. Esse número também se mostrou
insuficiente com o passar do tempo.
A lógica de um disco rígido traduz os valores lógicos de cilindros, cabeças e setores (SCC ou, em inglês, CHS, de
Cylinder-Head-Sector) que ele recebe com cada comando, obtendo os valores CHS ou SCC físico que lhe indicam a
localização de um determinado setor. Com resultado, o disco traduz os valores CHS que recebe (e que provêm da
tradução, no BIOS, dos valores CHS gerenciados pelo sistema operacional). A necessidade de todos esse processos
de tradução ou de adaptação de corre da rápida evolução das capacidades e dos desempenhos dos dispositivos de
armazenamento, da necessidade de assimilação dessas características e da obrigação de manter-se a compatibilidade
com os sistemas anteriores.

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Antes do surgimento dos microprocessadores Pentium,


os controladores IDE situavam-se em placas de expansão, e não na placa-mãe

Quando se configura um disco rígido no BIOS, um dos parâmetros indicados é o modo de tradução a empregar no
acesso ao disco por meio da interrupção 13h. Essa interrupção gerencia todos os acessos do sistema operacional ao
disco, permitindo aplicar a tradução ou conversão de geometria entre ambos. Em modo Normal ou CHS, o sistema
operacional fornece os parâmetros lógicos ao BIOS, que envia diretamente à unidade de disco. Para aumentar a
capacidade dos discos rígidos, a norma ATA-2 introduziu dois modos de tradução no BIOS, o ECHS (Extended
CHS, CHS estendido) e o LBA (Logical Block Addressing, Endereçamento lógicos de blocos) ao que acrescentou o
aumento do tamanho do mapa de setores, que, de 18 bits, passou a 24 bits de endereçamento, o que permite
gerenciar um máximo de 16. 777. 216 setores, cada um com tamanho de 512 bytes.
O modo ECHS intercepta as transações entre o sistema operacional e o disco rígido a partir da interrupção 13h, e as
reenvia alterando os valores SCC do sistema, adaptando-os a dois parâmetros lógicos que o disco fornece ao BIOS.
Quando recebe os comandos do BIOS , a lógica do disco aplica a tradução dentro da estrutura SCC real. Os discos
que empregam o ECHS têm tamanho máximo de 8 GB.
O modo LBA trabalho de forma diferente: em vez de fazer a localização de cada setor por meio de endereços SCC
de tipo geométrico, numera todos os setores do disco começando pelo 0. A tabela de localização física dos setores
que compõe um disco LBA tem tamanho de 28 bits. Um disco LBA pode conter um máximo de 268.435.436 setores
de 512 bytes, o que implica um a capacidade de 128 GB. Quando se emprega a interrupção 13h do BIOS para
traduzir os valores SCC do sistema operacional ao LBA, limita-se o tamanho do disco a 8 GB. Essa limitação deriva
do fato de que o BIOS, com o surgimento do ATA-2, aumentou o tamanho do mapa de endereçamento para poder
gerenciar 8 GB de dados, e não pode traduzir endereços geométricos que superem essa capacidade.
O aproveitamento ótimo do endereçamento LBA exige a eliminação de todos os processos de tradução geométrica
entre o sistema operacional, o BIOS e a lógica do disco rígido. Isso é possível em PCs equipados com discos rígidos
LBA e Windows 95/98 ou NT, porque esses sistemas operacionais de 32 bits trabalham em modo protegido e
podem acessar diretamente as unidades de disco sem precisar recorrer à interrupção 13h do BIOS . Desse modo,
todas as transações ocorridas entre o disco rígido e o sistema operacional realizam-se diretamente com endereços de
setores em modo LBA . Isso possibilita uma notável melhora no desempenho do sistema.

GEOMETRIA APLICADA
Limites que provocaram problemas com o progressivo aumento da capacidade de armazenamento dos discos rígidos
Bits empregados Limite Bits empregados Limite
(ATA BIOS) (ATA BIOS) (ATA-2 BIOS) (ATA-2 BIOS)
Cilindros (trilhas) 10 1.024 10 1.024
Cabeças 2 16 8 256

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Número máximo de 1.048.576 16.777.216


setores
Capacidade 512 MB 8.192 MB
Máxima

13.11. Estrutura lógica

Os sistemas operacionais estruturam a informação gerenciada pelo computador, de modo a agir como intermediários
entre o usuário e a máquina. Uma das partes mais de armazenamento, que opera como interface com o disco rígido e
facilita o trabalho com arquivos e pastas, evitando a necessidade do uso de trilhas e setores para armazenar a
informação. A capacidade total de um disco rígido pode ser dividida em partições, que se comportam como
unidades de disco individuais. A estrutura de cada participação compõe-se de um sistema de armazenamento de
arquivos.
O modelo de armazenamento mais difundido entre os sistemas operacionais de PCs denomina-se FAT (File
Allocation Table, tabela de alocação de arquivos). Para poder armazenar arquivos de dados de tamanhos variados, o
disco rígido é dividido em unidades de pequeno tamanho, entre as quais os arquivos são distribuídos para facilitar o
armazenamento deles. Essas unidades, que recebem nome de clusters, são formadas por vários setores físicos de 512
bytes do disco rígido.
O sistema FAT utiliza um índice ou tabela de alocação de arquivos (do qual, como vimos, deriva seu nome) . Ele
registra ali a posição dos diversos clusters correspondentes a cada arquivo armazenado. As diferentes versões dos
sistemas operacionais MS-DOS e Windows empregam um sistema de arquivos FAT . Na versão OSR2 do
Windows 95 e do Windows 98 incorporou-se o sistema de arquivos FAT-32.
A diferença entre os sistemas FAT e FAT-32 limita-se ao tamanho da tabela de alocação dos clusters. No sistema de
armazenamento FAT ela tem 16 bits, o que significa que é possível endereçar 65.536 posições ou clusters com
tamanho máximo de um estrutura FAT é de 2 GB (65.536 clusters x 32 KB = 2.097.152 KB )
Uma estrutura FAT de 16 bits, além de possuir uma capacidade extremamente limitada, conta com um tamanho de
cluster de 32 KB, o que significa que ela desperdiça considerável quantidade de espaço no disco rígido ao gerenciar
arquivos de pequeno tamanho.
As partições FAT-32 duplicam o tamanho da tabela de alocação de arquivos, que passa a poder endereçar
268.435.456 clusters por posição. Os limites teóricos do tamanho de uma partição FAT –32 pode endereçar permite
que eles sejam usados em tamanhos muito pequenos, de modo que o espaço é aproveitado ao máximo. Mas deve-se
levar em conta que uma partição desse tipo com clusters muito pequenos mão oferece desempenho ótimo quando
tem de gerenciar grande quantidade deles nas operações. O ajuste da quantidade e do tamanho dos clusters
condiciona, em boa medida, o desempenho de uma unidade de disco com sistema FAT-32.

SEQÜÊNCIAS DE TRADUÇÃO DA GEOMETRIA

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A interrupção 13h do BIOS se encarrega de traduzir os valores correspondentes a cilindro-cabeça-setor (CHS), os que o sistema
operacional usa para acessar os dados armazenados no disco rígido, em valores de endereçamento de bloco lógico, que são os
exigidos por esse disco.

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