As vantagens do decrescimento
Depois de algumas décadas de desperdício frenético, parece que entramos na zona das
tempestades – no sentido próprio e no figurado... As perturbações climáticas são acompanhadas
pelas guerras do petróleo, que serão seguidas pela guerra da água, mas também por possíveis
pandemias, desaparecimento de espécies vegetais e animais essenciais como conseqüência de
catástrofes biogenéticas previsíveis. (...) Nessas condições, a sociedade de crescimento não é
sustentável, nem desejável. É urgente, portanto, que se pense numa sociedade de “decrescimento”,
se possível serena e convivial. (...)
A sociedade de crescimento não é desejável, pelo menos por três razões: produz um
aumento das desigualdades e das injustiças, cria um bem-estar amplamente ilusório, e não promove,
para os próprios “favorecidos”, uma sociedade convivial, mas uma anti-sociedade doente devido à
sua riqueza.
A elevação do nível de vida de que pensa se beneficiar a maioria dos cidadãos do hemisfério
Norte é cada vez mais ilusória. É claro que gastam mais, em termos de compra de bens e serviços,
mas esquecem de deduzir a elevação superior dos custos. Esta última assume formas diversas,
mercantis e não mercantis: degradação da qualidade de vida – não quantificada, mas sofrida (ar,
água, meio ambiente) –, despesas de “compensação” e de reparação (medicamentos, transportes,
lazer) que se tornaram necessárias na vida moderna, elevação dos preços dos artigos escassos
(água engarrafada, energia, espaços verdes...). (...)
Uma política de decrescimento poderia consistir inicialmente em reduzir, e até suprimir, o
peso sobre o meio ambiente das cargas que não trazem benefício algum. O questionamento do
volume considerável dos deslocamentos de homens e de mercadorias através do planeta com o
impacto negativo correspondente (portanto, uma “relocalização” da economia), o questionamento do
volume não menos considerável da publicidade exagerada e freqüentemente nefasta e, enfim, o
questionamento da obsolescência acelerada dos produtos e dos aparelhos descartáveis, sem outra
justificativa a não ser fazer com que gire cada vez mais depressa a megamáquina infernal, são
reservas representativas de decrescimento no consumo material.
(Trad.: Regina Salgado Campos)
(Fonte: http://diplo.org.br/2003-11,a797)
Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, estes sujeitos (as corporações) estudavam a
forma de impulsionar a economia. O analista de vendas, Victor Leboux, articulou a solução que se
tornaria a norma de todo o sistema. Ele disse: "A nossa enorme economia produtiva"; "exige que
façamos do consumo a nossa forma de vida"; "que tornemos a compra e uso de bens em rituais";
"que procuremos a nossa satisfação espiritual"; "a satisfação do nosso ego, no consumo...";
"Precisamos que as coisas sejam consumidas"; "destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo
cada vez maior." O conselheiro econômico do presidente Eisenhower disse: "O principal objetivo da
economia americana" "é produzir mais bens de consumo." Mais bens de consumo? O nosso
principal objetivo? Não é providenciar cuidados médicos,ou educação, ou transportes seguros, ou
sustentabilidade ou justiça? Bens de consumo?! Como é que eles nos fizeram adotar este sistema
de forma tão entusiástica? Bem, duas das suas estratégias mais bem sucedidas são: a
obsolescência planejada e obsolescência perceptiva. Obsolescência planejada é uma outra forma de
dizer "criado para ir para o lixo". Eles fazem as coisas de modo que sejam inúteis tão rápido quanto
possível para as jogarmos fora e voltarmos a comprar. Isso é óbvio em sacolas ou copos de plástico,
mas agora verifica-se isso em coisas maiores como esfregões, DVDs, máquinas fotográficas,
churrasqueiras, quase tudo! Até computadores!
(http://sununga.com.br/HDC/index.php?topico=texto)
3. A sociedade do lixo
Segundo o doutor Alexandre de Ávila Lerípio, “somos a sociedade do lixo”. Nos últimos 20
anos, a população mundial aumentou em 18% e a quantidade de lixo planetária passou a ser 25%
maior. Tudo isso graças ao american way of life que incentiva o consumismo, a produção de bens
descartáveis e a utilização de materiais artificiais.
Com este volume crescente, o lixo nosso de cada dia – doméstico, hospitalar ou industrial –
deveria ser bem gerenciado para evitar os impactos negativos à saúde humana e o meio ambiente.
(...)
Com o advento da Lei de Crimes Ambientais e a previsão de sanções para o poluidor-
pagador, as empresas de transporte e de tratamento de resíduos passaram a apostar nesse filão de
mercado. Mas chegaram à conclusão que é mais fácil lucrar com o lixo urbano, facilmente pago pelo
cidadão comum.
Enquanto isso, ninguém tem interesse (ou coragem) de propor a confecção de um inventário
nacional dos resíduos industriais; nem em desenvolver uma política de redução do potencial poluidor
da indústria brasileira.
Afinal, é mais fácil impor à Natureza a responsabilidade de depurar as substâncias tóxicas
que nela lançamos.
(http://www.ecoeacao.com.br e http://institutoeccos.blog.terra.com.br/)
Enfim, uma boa notícia a respeito do aquecimento global, que ameaça fugir inteiramente ao
nosso controle. Ainda há tempo para conter o processo e evitar suas conseqüências mais
catastróficas, como enchentes, secas, extinção de espécies, derretimento dos pólos e outros
desastres naturais. A conclusão animadora é do terceiro relatório divulgado neste ano pelo Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), criado pela ONU para buscar consenso
internacional sobre o assunto. (...)
Em linhas gerais, diz o seguinte: se o homem causou o problema, pode também resolvê-lo. E
pode fazê-lo por um preço relativamente modesto - pouco mais de 0,12% do produto interno bruto
mundial por ano até 2030. Hoje, a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera está em 425
partes por milhão (ppm). O gasto anual do PIB mundial é necessário para fazer com que os níveis de
concentração desses gases nocivos se mantenham no máximo na faixa entre 445 e 535 ppm. O
0,12% do PIB mundial seria gasto tanto pelos governos, para financiar o desenvolvimento de
tecnologias limpas, como pelos consumidores, que precisariam mudar alguns de seus hábitos. O
IPCC calcula que um esforço internacional para tornar as casas e os edifícios mais eficientes do
ponto de vista energético acarretaria um corte de 30% nas emissões de gases que eles hoje
produzem. Isso seria conseguido com medidas simples, como substituir todas as lâmpadas
incandescentes por fluorescentes, e outras que dependem de políticas públicas, como o abatimento
no imposto de renda para pessoas que instalam painéis solares - a exemplo do que já é feito nos
Estados Unidos. (...)
Também não se deve tirar de sua leitura a conclusão de que é fácil controlar o efeito estufa.
Para a obtenção de resultados significativos nos níveis de gases poluentes na atmosfera, o esforço
de redução das emissões precisa ser global. O fracasso do Tratado de Kyoto, ao qual os Estados
Unidos, os maiores emissores de CO2 do mundo, não aderiram, ilustra os problemas colocados
diante das tentativas de conter o aquecimento global.
(Revista Veja, 9 de maio de 2007)
PROPOSIÇÃO
Essa só no dia da prova, né?
Bjs