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Músicas Populares e Folclóricas Brasileiras

A Origem do Samba

Ao longo da nossa história muitas formas de compor melodias, harmonias e ritmos foram
inventadas. A maioria foi importada de diferentes países e transformada com criatividade
pelos músicos brasileiros.

Encontro musical: É possível afirmar que a música brasileira surgiu de um encontro


musical improvisado entre índios e portugueses nas praias do Nordeste. Segundo a carta
de Pero Vaz de Caminha, escrivão da Corte portuguesa, uma das primeiras "conversas"
travadas entre colonizadores e índios foi por meio da música. Como ninguém entendia uma
palavra do que estava sendo dito, um português decidiu tocar sua gaita galega, instrumento
muito parecido com as gaitas de foles escocesas, enquanto outro tocava uma caixa que
eles chamavam de tamboril. Os índios gostaram do que ouviram e improvisaram com os
portugueses. Esse foi o primeiro dos muitos encontros musicais que ocorreriam entre
brasileiros e estrangeiros.

Samba: O samba, uma das principais expressões da música popular, é um exemplo do


cruzamento de práticas musicais no país. O gênero surgiu da mistura do jongo, dança de
roda de origem banto que ocorre no Sudeste, com os toques dos tambores do candomblé
jeje-nagô dos negros da Bahia, Pernambuco e Maranhão. Esses ingredientes agregados a
outros de origem européia e indígena formaram, no começo do século XX, pela mão de
Noel Rosa, Pixinguinha, João da Baiana, Cartola e outros, o gênero conhecido como
samba. O toque final foi dado na casa de Tia Ciata, mãe-de-santo baiana, que reunia
músicos como Villa-Lobos em sua residência na Praça Onze, no Rio de Janeiro.

Influência Indígena e Portuguesa

Além dos negros, os índios e os europeus, principalmente os portugueses, são


responsáveis pela variedade, criatividade e qualidade da música brasileira, que já tem mais
de 350 gêneros musicais registrados.

Temática indígena: Embora sua influência sobre a música popular não seja tão grande
quanto a dos negros e portugueses, os índios têm sua cultura representada durante o
Carnaval em vários pontos do Brasil. No Nordeste, por exemplo, os caboclinhos – assim
como os caiapós, as tribos, os bugres, os caboclos e os tapuias – são grupos de dança que
se apresentam vestidos de índio para fazer recriações musicais e coreográficas das guerras
travadas no sertão brasileiro. Na dança, os caboclinhos se movimentam muito rapidamente,
talvez uma alusão à capacidade de locomoção dos índios no interior das matas e florestas.
Outras vezes, os índios aparecem como aliados dos brancos na invasão a fortalezas de
negros rebeldes, como de fato aconteceu na derrota sofrida pelos negros do Quilombo dos
Palmares para o bandeirante Domingos Jorge Velho, que liderava um exército indígena.

Moda de viola: Se os tambores do batuque são comuns em toda a costa brasileira, no


interior do país a viola toca mais alto. Nos sertões paulista, mineiro, goiano e paranaense,
um dos gêneros musicais mais conhecidos é o sertanejo. Os portugueses são os
responsáveis pela presença da viola no Brasil. Existe até um santo protetor dos violeiros:
São Gonçalo do Amarante. Em alguns lugares, ele é protetor também dos marinheiros,
outro símbolo marcante da presença lusa em nossa cultura, que aparece em tradições
musicais como cheganças, barcas, marujadas, naus e fandangos

Predomínio Africano
Séculos de miscigenação com mulçumanos do norte da África justificam a enorme
permissividade de Portugal com relação a determinadas práticas musicais e religiosas: os
batuques. Nos Estados Unidos, por exemplo, os negros nunca puderam tocar seus
tambores.

Candomblé: Na África, ser músico é quase como ser padre, pois a música está ligada às
tradições religiosas. E aquele que nasce em uma família de músicos deve seguir o ofício até
o fim da vida. Nenhum ritual importante na religiosidade africana é praticado sem música.
Canta-se e toca-se para tudo e para todos os santos. No Brasil, o candomblé exerceu forte
influência na música de todo o país e é conhecido nas diversas regiões por nomes
diferentes. No Maranhão, o culto é conhecido como tambor de mina. Do Rio Grande do
Norte até Sergipe, o candomblé recebe o nome de xangô. Já no Rio Grande do Sul, o nome
corrente é simplesmente batuque.

Você sabia?

No candomblé usam-se três tambores de timbres diferentes e um agogô, instrumento de


ferro que repercute como um sino, para acompanhar as cantigas levadas pelos pais e
mães-de-santo na condução das cerimônias religiosas. Ainda hoje a língua dos cânticos
preserva palavras da língua original

Danças dos negros: Batuque é a denominação genérica para as danças dos negros
africanos. Carimbó, tambor de criola, bambelô, zambê, candomblé, samba de roda, jongo,
caxambu são alguns dos batuques ainda praticados em todo o Brasil, principalmente nas
ocasiões em que os negros se reúnem para festejar ou lembrar a escravidão. A palavra
"batuque" aparece nos relatos mais antigos da nossa história. No entanto, não se sabe se
ela se refere a uma dança de sapateados e palmas ou a um ritual religioso. Sabe-se,
porém, que os senhores tinham total desprezo pelas práticas culturais africanas por
considerá-las obscenas. A umbigada, gesto em que os ventres do homem e da mulher se
encontram no ponto culminante da música, era uma das danças desprezadas pelos
senhores de engenho.

Festas religiosas: Muitas das manifestações populares, como o maracatu – grupo


carnavalesco pernambucano com pequena orquestra de percussão – e o reisado – grupos
que cantam e dançam na véspera e no Dia de Reis –, estão ligadas às festas religiosas
brasileiras. No entanto, nem todas as práticas religiosas resistiram à ação do tempo. Para
ouvir uma encomendação de almas, por exemplo, só se for em uma das poucas cidades,
como Santa Rita de Viterbo, em São Paulo, onde a procissão noturna que pede pelas almas
do purgatório ainda é realizada. Na Sexta-feira da Paixão, os músicos esperam dar meia-
noite para acompanhar o cortejo purificador das rezadeiras. Congadas, cantos e bailados
que tratam de assuntos religiosos ou profanos são raridades que só podem ser vistas nas
festas de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

Distribuição da Música Folclórica

As danças folclóricas brasileiras e os gêneros musicais que as acompanham ocorrem,


praticamente, em todo o território brasileiro. No entanto, para facilitar a localização dessas
manifestações culturais, o historiador Câmara Cascudo, em seu livro Dicionário do Folclore
Brasileiro, divide as atividades musicais por área de predominância.

Área do boi-bumbá: O boi-bumbá ocorre durante as festas de São João no Amazonas e


Pará. O boi feito de pau e pano é conduzido por dois personagens – Pai Francisco e Mãe
Catirina – e acompanhado por rabecas, espécie de violinos populares, e cavaquinhos. Nos
arredores de Belém também acontece o carimbó, outra dança da região que é
acompanhada de palmas e sapateados.

Área do samba: O samba ocorre na zona agrícola da Bahia e nos estados do Sudeste. O
gênero reúne várias danças e é caracterizado pelo uso de instrumentos de percussão. O
jongo, dança de roda, e o candomblé também são comuns nessa área. Nos jongos do
interior paulista é comum o uso de atabaques menores chamados condongueiros.

Área da moda de viola: A moda de viola caracteriza-se pela constância do canto, pelo
emprego de duas vozes, pela frouxidão do ritmo musical e pelo uso da viola. A viola foi o
primeiro instrumento de cordas português divulgado no Brasil. Pandeiro, tamboril e flauta
eram os outros instrumentos que compunham a orquestra jesuíta. A viola é o grande
instrumento da cantoria sertaneja do interior de Paraná, Goiás, São Paulo, Minas Gerais,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Área do fandango: Gênero musical de forte ocorrência no litoral sul do país, o fandango
vem das velhas danças sapateadas e palmeadas. Em todo o país o baile também chamado
de marujada é representado no Natal com personagens vestidos de marinheiro. A música,
de influência européia, é executada por orquestra de rabeca, violão, viola, cavaquinho e
banjo.

Área da cantoria: Essa é uma manifestação cultural do sertão nordestino, onde se usam a
rabeca e a viola para acompanhar louvações improvisadas e desafios poéticos musicais

Área do coco: Essa é uma dança ritmada do litoral nordestino baseada na percussão de
palmas e no canto coral curto. Antigamente, era dançada nos salões da sociedade em
Alagoas e Paraíba. São utilizados no coco instrumentos de percussão – cuícas, pandeiros e
ganzás.

Área dos autos: Auto é o nome dado aos enredos populares que tratam de assuntos
religiosos ou profanos. Alagoas e Sergipe são os núcleos principais dos folguedos
populares (fandangos e cheganças); dos congos e quilombos, de origem africana; dos
caboclinhos e caiapós, manifestações de temática indígena; e do bumba-meu-boi de
formação cabocla. O bumba-meu-boi do Nordeste vai às ruas durante as festas de Natal e
Ano-Novo.

Área da modinha: Muito comum nos centros urbanos, esse ritmo compreende música
instrumental, como choros. São utilizados instrumentos de sopro (flauta ou clarinete),
cavaquinhos e violões. O choro foi um dos ritmos que mais contribuíram para a fixação da
música carioca. Conjuntos de flauta, bandolim, clarinete, violão, cavaquinho, pistão e
trombone marcaram a boêmia carioca nos últimos anos do século XIX e primeira década do
século XX.

Livros:

Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo. Ediouro. Trabalho de investigação


sobre o folclore brasileiro.

Danças Dramáticas do Brasil, de Mário de Andrade. Martins, 1959. Obra de referência que
trata da expressividade múltipla do brincante popular.

História Social da Música Popular Brasileira, de José Ramos Tinhorão. Lisboa: Caminho. O
livro traz fatos documentados em jornais e livros do Brasil Colônia.
Contribuição Bantu na Música Popular Brasileira, de Kazadi wa Mukuna. Global. Identifica
os instrumentos da nossa música popular que foram trazidos da África.

Os Sons dos Negros no Brasil, de José Ramos Tinhorão. Art.


Informações sobre as etnias africanas que vieram para o Brasil.

Na internet:

Fundação Joaquim Nabuco. Estudos enfocando a realidade.

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