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Hortas na Permacultura

As hortas são ambientes de grande concentração de ervas comestíveis que precisam


estar bem próximos da casa que é o lugar onde vão ser consumidas. Na Permacultura as
hortas se localizam no que chamamos de Zona 1, esta zona possui ainda todos aqueles
elementos que necessitam de cuidado diário como a criação de pequenos animais,
viveiros , áreas de armazenagem e etc. Por isso posicione sua horta sempre perto de sua
casa ou do lugar onde as hortaliças vão ser utilizadas pois isso facilitará seu trabalho e
permitirá o fácil acesso. Não precisa se preocupar em fazer seus canteiros onde tem sua
melhor terra, acredite, solo fértil pode ser criado a partir das técnicas e dicas que vamos
passar nesta apostila.

Aqui na FDD, as pessoas sempre se deparam com nossos canteiros esquisitos e não
compreendem porque o fazemos assim. Na verdade tentamos nos inspirar com os
padrões da natureza que não possui ângulos retos e assim fazemos canteiros redondos,
espirais, zigue- zagues e etc.

As linhas retas da agricultura foram determinadas para a entrada de maquinários que


passaram a fazer o trabalho humano de plantação, adubação e colheita. Sem falar que
essas máquinas também são herança de guerra.

2. IMPORTÂNCIA

Importância da utilização dos recursos naturais como fonte de adubos orgânicos

Desde que a humanidade se fixou em propriedades fixas com o surgimento da


agricultura e pecuária, vem se testando diversos tipos de produtos que possam
beneficiar o crescimento das plantas e animais. No entanto após as grandes guerras
mundiais houve uma sobra do estoque de produtos químicos, esse material foi
aproveitado para a constituição de adubos para plantas.

Esses adubos químicos e os defensivos criados para controlar pragas e doenças são
largamente usados na agricultura convencional pois dão um rápido retorno no
crescimento e desenvolvimento da planta. Felizmente hoje o mundo já sabe que as
conseqüências do uso desses produtos é maléfico para a saúde humana e para o planeta,
além disso as empresas que são donas dessa tecnologia forçam os produtores à uma
relação de comércio onde estes não possuem autonomia para produzir.

A substituição desses produtos pelos adubos orgânicos saudáveis é fundamental pois


depende disso a continuação da vida no planeta terra. Os fertilizantes de origem
orgânica fornecem material constituído de elementos naturais do meio ambiente que são
os estercos, folhas, urina, minerais encontrados em rochas e diversos outros. O seu uso
permite o crescimento de plantas saudáveis, não agride o meio ambiente e contribui para
a recuperação de solos degradados e colabora para a proliferação de macro e
microorganismos benéficos para as plantas. Sem contar que hoje cresce cada vez mais a
procura por produtos de origem orgânica alcançando um valor maior do que os produtos
convencionais, porém com o aumento da produção a tendência é baixar o preço dos
alimentos naturais.

Valor Alimentício
As Hortaliças são fontes de vitaminas, fibras e sais minerais essenciais para a
alimentação humana, são pobres em gorduras portanto são mais saudáveis, além disso
contribuem para a prevenção de inúmeras doenças devido seu valor medicinal.

Teoria da trofobiose

Quando as pessoas intoxicam suas plantas com quantidades excessivas de N-P-K ou


uréia, estão sobrecarregando o vegetal com alguns dos nutrientes mais importantes e
deixando de fornecer micronutrientes fundamentais tornando-as fracas.

A teoria da trofobiose nos revela que uma planta que está bem nutrida e saudável não
irá ser atacada por pragas e doenças. Portanto é mais coerente trabalharmos na obtenção
de um solo equilibrado, com uma diversidade de macro e micronutrientes.

Investindo na nutrição das plantas teremos mais resultados positivos do que nos
preocupando antecipadamente com defensivos. Preocupe-se primeiramente com todos
os recursos que você pode vir a dispor para alimentar de maneira mais saudável e eficaz
suas plantas.

Aproveitamento de resíduos

Outro aspecto muito importante da produção desses adubos é que permite o


aproveitamento de vários resíduos orgânicos que são desperdiçados nas cidades em
feiras, nos restaurantes e em nossas próprias casas. Verdadeiras empresas podem ser
criadas para utilizar esses recursos de forma adequada. Assim podem gerar rendas às
pessoas além de colaborar para a despoluição que pode ocorrer com o fim adequado
desses produtos e também, evita-se a disseminação de várias doenças que esses
materiais expostos geram à população.

Adubos de fonte segura

Tenha cuidado na obtenção dos seus adubos, procure sempre saber de que fonte é o seu
material. Os estercos são produtos orgânicos, mas se os animais que o produzem não
estiverem recebendo alimentação saudável, seu esterco também não será. Por exemplo,
o esterco da galinha é um dos melhores adubos pela sua alta taxa de nitrogênio, porém é
um animal que na avicultura convencional recebe doses elevadas de antibióticos e
hormônios para a aceleração de seu crescimento. Esses produtos são acumulados nos
órgãos dos animais e boa parte também é excretada, portanto suas fezes não são seguras.

Se informe a respeito de criadores orgânicos que utilizem rações alternativas ou


qualquer outra alimentação saudável .

Horticultura na Amazônia

A Amazônia brasileira compreende vários

estados com inúmeros ecossistemas diferentes e é conhecida mundialmente como a


região que contém uma das maiores reservas de
biodiversidade do planeta. Porém temos visto com crescente horror a depredação e o
extermínio das espécies vegetais e animais dessa região sem falar na dizimação das
culturas indígenas e do modo de vida de caboclos e ribeirinhos. Desde o período
colonial houve a introdução de várias espécies exóticas na Amazônia como o gado
bovino, a cultura do dendê e da juta, que geraram a degradação de extensões enormes de
floresta, mudaram os hábitos dos nativos e até hoje influenciam de modo negativo o
desenvolvimento da região.

As hortaliças de modo geral também foram introduzidas e na sua maior expressão de


consumo dos nativos só compreende alguns temperos como a cebolinha, coentro,
chicória, cariru etc. No entanto para abastecer a demanda dos migrantes para nossa
região o estado do Amazonas vem crescendo muito no cultivo de hortaliças como
alface, repolho, couve, tomate, pimentão etc. Infelizmente, no modo de produção dessas
culturas são largamente usados os produtos de origem química como a Uréia, N-P-K, os
Superfosfatos e Cloretos de Potássio que como todos sabemos já é comprovado seu
efeito negativo na saúde das pessoas que as consomem, que cultivam, para o solo, água,
animais e as próprias plantas.

É possível produzir na Amazônia hortaliças saudáveis desde que se use técnicas de


cultivo orgânicas, aproveitando o máximo possível dos recursos biológicos que estão
disponíveis e que muitas vezes são ignorados pelos produtores e pelas autoridades em
tentar incentivar esse tipo de produção.

Problemas ocasionados pelo uso de fertilizantes e defensivos químicos:

As pessoas que aplicam esses produtos sem proteção podem ser intoxicadas e a longo
prazo geram câncer;
Os produtos após assimilados pelas plantas e consumidos por seres humanos são
acumulados no nosso organismo gerando distúrbios;

A vida do solo é gradativamente exterminada, todos os seres macro e microscópicos que


naturalmente beneficiam solo e planta tem seu ciclo interrompido;

O resíduo final desses produtos geram a salinização do solo;

A vida de todo um ecossistema aquático é prejudicada pois a erosão carrega resíduos


químicos da lavoura para os rios lagos e oceanos;

Boa parte dos materiais são lixiviados para o lençol freático ocasionando a poluição da
água que recarrega os restantes dos corpos d'agua do planeta;

Os seres humanos ao consumirem essa água são contaminados por todos os tipos de
produtos.

3. MANEJO DAS HORTALIÇAS

Cuidados na Sementeira

A Sementeira é um canteiro protegido onde se realiza o plantio das sementes das


hortaliças. Deve ser coberto por material que barre parcialmente a entrada da luz do sol
e que não permita a entrada da chuva pois pode danificar as plântulas. Coberturas
indicadas:

Plástico de plasticultura (polietileno de baixa densidade) de 150 a 160 micras;


Sombrite 50 %;
Garrafa pet.;
Palha;
Saco de estopa ou pano.

O canteiro da sementeira pode ser feito de diversos materiais, o que importa é a


facilidade do manejo e a altura do substrato que deve atingir de 10 a 20 cm de altura.

Bandejas de isopor( 128 e 200 células);


Canteiro de madeira.;
Copinho de jornal ou plástico;
Cano PVC;

Alternativos: cartela de ovos, garrafa pet cortada, bacias de plásticos.

O substrato da sementeira é o mesmo que se prepara para os canteiros, a diferença é que


ele deve ser bem peneirado em tela de 1/4" (tela de pedreiro). Isto é necessário pois as
sementes de hortaliças são muito pequenas e na sua maioria um pouco frágeis, portanto
para uma boa germinação é importante não haver obstáculos para a plântula de
desenvolver, na peneiração se quebra torrões de terra o que facilita a germinação. A
melhor fase lunar para os plantios em geral é a lua cheia.

A irrigação deve ser feita na sementeira com regador do crivo mais fino possível para
não danificar as plântulas ( planta que acabou de germinar).

Necessidade de Luz e Temperatura

A maioria das hortaliças que se adaptam em nossa região são aquelas nativas de regiões
tropicais e que gostam mais de luz. A alta porcentagem de umidade presente em nosso
ar, beneficia a incidência de doenças.

Posicione seus canteiros de modo a pegar a maior quantidade possível de incidência


solar. A maioria das Compostas ficam logo estioladas na falta de luz suficiente. O
estiolamento se caracteriza pelo crescimento do caule principal da planta e o seu
afinamento.

As hortaliças preferem climas amenos, com chuvas leves, por isso a necessidade de
cobertura na nossa região. As temperaturas elevadas encurtam o ciclo da planta e
aceleram a maturação. As baixas temperaturas retardam o crescimento, a frutificação e a
maturação, podendo também induzir florescimento indesejado.

Hortaliças mais plantadas e adaptadas na região amazônica: Alface, chicória, cebolinha,


coentro, salsa, rúcula, couve, repolho, maxixe, pepino, pimentão, quiabo, tomate,
berinjela, melancia, abóbora, chuchu;
Menos adaptadas: Beterraba, cenoura, acelga, rabanete, nabo, melão, alho, alho-poró,
almeirão, aspargo, espinafre, brócolis, couve flor.

Sementes

Infelizmente a grande maioria das hortaliças não produzem sementes em nossa região,
havendo a necessidade de comprar as sementes em casas agrícolas. Abóboras, pepinos,
tomates e outros são possíveis de plantar as sementes produzidas. Procure selecionar as
sementes das plantas mais vigorosas, bonitas e com frutos grandes e saudáveis.

Como se deve plantar as hortaliças.

Plantio em sementeiras e transplante para canteiro: Alface, cebolinha, chicória, couve,


repolho, couve-flor, rúcula, pimentão, tomate, berinjela, brócolis, almeirão.

Plantio direto em canteiro: coentro, salsa, cenoura, beterraba, rabanete, nabo, alho, alho-
poró.

Plantio direto em leiras ou covas: pepino, quiabo, abóbora, melancia, melão, chuchu.

Preparo de solo para canteiros

O solo para canteiros de hortaliças deve ser bem preparado, em proporções ideais para a
melhor absorção das raízes. É importante observar e fazer uma relação dos materiais
que você tem disponível no seu terreno para depois partir à procura de outros. A terra e
os adubos devem ser bem misturados para distribuir bem os nutrientes.

Se você já tem em seu terreno uma terra relativamente fértil é só acrescentar os


seguintes adubos:

Esterco curtido(boi, coelho, galinha)- 10 a 15 litros m²;


Composto orgânico- 10 a 15 kg m²(meio carrinho);
Húmus- 5 a 8 kg por m²(1/4 de um carrinho);
Calcário agrícola (dolomítico)- 300 gramas;
Cinza- 1kg por m²;
Pó-de-Rocha (mármore, ardósia ,granito)- 200 gramas;
Terra vegetal (paú)- 10 kg.

Função dos adubos


Estercos, Compostagem, húmus, terra vegetal: Possuem grande quantidade de nutrientes
importantes e essenciais para o crescimento da planta. São ricos em microorganismos
benéficos para o solo e planta e ainda são responsáveis pela sua estruturação e
condições físicas, dando mais porosidade, facilitando a absorção de água e melhores
condições para o desenvolvimento das raízes;

Calcário Dolomítico: É um produto industrializado que contém rocha calcária natural e


grande concentração de cálcio e magnésio. Além de incorporar esse dois importantes
nutrientes ele tem o papel de corrigir a acidez do solo. Basicamente isto significa que se
o solo estiver ácido a planta não consegue absorver os adubos, aplicando o calcário
ocorre a liberação desses nutrientes para a planta. A acidez ou alcalinidade do solo é
representada pela sigla pH que significa potencial de hidrogênio. A faixa ideal de pH
para a maioria das plantas é em torno de 5,5 a 6,5;

Cinza e Pó de rocha: Esses dois adubos são ricos em minerais importantes que existem
em menor quantidade nos descritos acima.

Tipos de canteiros

Canteiros suspensos: são ótimos para regiões de várzea e alagamento como é a


Amazônia, permite a manutenção da umidade do canteiro e na época da chuva permite o
cultivo de temperos. É muito funcional pois pode se localizar nas janelas sendo mais
fácil a colheita para a cozinha. Tome cuidado na irrigação para não lavar demais a terra
do canteiro, retirando os nutrientes.

Canteiros formatados no chão: mais indicados para áreas planas e com solo firme e bem
estruturado que não seja fácil o arraste pela chuva.

Canteiros com laterais de alvenaria ou madeira: permitem a estruturação de solos mais


arenosos e em áreas inclinadas.

Vasos: para quem mora em apartamento ou não possui quintal diversas hortaliças
crescem perfeitamente em recipientes pequenos, só é preciso colocá-los do lado da casa
que pega a maior incidência de sol.

Tratos culturais

Transplante

É o plantio que se faz das plântulas para o seu local definitivo. É preciso que se faça
essa prática nas horas mais amenas do dia de preferência pela tarde, ou em dias
chuvosos ou nublados. As pequenas mudas devem ter no máximo de 4 a 5 folhas com5
a 10cm de altura. Antes de tirá-las da sementeira faça uma irrigação abundante para
deixá-la preparada para o transplante. Tome sempre bastante cuidado em não enterrar o
colo da planta, pressione com as pontas do dedo a terra ao redor do pequeno caule.

A maioria das mudas necessita de cobertura provisória para deixar a planta protegida
nos primeiros 5 a 7 dias após o transplante. Use sombrite, folhas de palmeira ou um
guarda-sol de madeira. A melhor época lunar de transplante é a lua minguante quando a
seiva da planta está nas raízes e isso propicia um melhor enraizamento.

Poda

Essa prática é feita geralmente quando as hortaliças começam a florar e a emitir brotos
nas axilas das folhas principais. Geralmente esses brotos crescem demais, não frutificam
e desfiguram a planta, por isso são cortados em sua base com uma tesoura de poda
adequada para não fazer ferimentos. Faça essa prática em seus tomates, pimentões,
berinjelas, feijão-de-metro, quiabo, etc.
Tutoramento

Algumas hortaliças precisam ser amparadas por algum tipo de material para que permita
seu melhor desenvolvimento. Faça essa prática antes da florada das plantas para evitar a
queda das flores. As culturas como pepino, tomate, pimentão, berinjela, couve e vagem
precisam desse cuidado para evitar que se quebre seus ramos ou que os frutos fiquem
em contato com o chão. Faça o tutoramento com estaca de madeira, bambu, fios,
vergalhões, etc. É importante fincar as estacas á uma distância de 10 cm das raízes das
plantas. Conforme seu crescimento é necessário fazer a amarração da planta no tutor,
pois algumas hortaliças se enroscam naturalmente

como o pepino mais algumas não, como o tomate.

Desbaste

Consiste na eliminação de frutos em excesso e os defeituosos, essa prática se faz mais


nas curcubitáceas. Use sempre a tesoura de poda ou um material cortante bem afiado
para não deixar a planta danificada.

Raleamento

É feita a eliminação de plantas mal desenvolvidas ou germinadas em excesso,


permitindo que as que ficam cresçam mais vigorosas.

Repicagem

Consiste no aproveitamento de plantas raleadas para o transplantio novamente nas


sementeiras.

Escarificação

A escarificação nada mais é do que o afofamento do solo dos canteiros com a ajuda de
um escarificador, essa prática permite que se quebre torrões do solo e diminui a
compactação dos mesmos. É interessante fazer essa atividade sempre antes que se for
fazer uma adubação líquida como o biofertilizante, pois assim será mais fácil a
infiltração e absorção dos nutrientes pelas raízes.

Cobertura morta ou mulch

Solo coberto é solo protegido! Mantenha todos seus canteiros, áreas de frutíferas,
jardins e todo tipo de cultivo sempre bem coberto por um material de origem orgânica.
Com cuidado aplique sobre toda a parte de solo ao redor das plantas, evitando abafá-las
demais. Use sempre material bem seco, como poda de grama, capins sem sementes,
folhas de bambu ou folhas grandes bem picadas, pois folhas grandes inteiras dificultam
o manejo das hortaliças.

Não é só com o solo dos canteiros que você tem que se preocupar, os caminhos entre
eles devem também ser protegidos pois depois de algum tempo podem ser removidos
para dentro dos canteiros. A melhor cobertura dos caminhos é a serragem.
Irrigação

A grande maioria das hortaliças só se desenvolvem em solo úmido( não confunda com
encharcado) por isso é importante projetar seu sistema de cultivo para o maior acúmulo
de água possível. Caixas de água para coleta de água da chuva, irrigação por
gotejamento ou sulcos são uma boa opção para economizar sua energia de trabalho e
dinheiro! Lembre-se que a falta de água diminui o crescimento, acelera a maturação e
prejudica a qualidade do produto, como as alfaces que sem água suficiente logo ficam
amargas. Para fazer irrigação com mangueira faça jatos bem finos e direcione com
cuidado para não danificar os vegetais.

Ciclo vegetativo das hortaliças

Espécies Germinação Colheita


Alface 4 a 7 dias 40 a 50 dias
Salsa 2 a 14 dias 70 dias
Cebolinha 8 dias 30 dias
Couve 3 a 10 dias 30 a 45 dias
Coentro 8 dias 40 a 60 dias
Repolho 3 a 6 dias 100 a 120 dias
Pepino 3 a 6 dias 30 a 35 dias
Quiabo 7 a 17 dias 80 a 90 dias
Pimentão 8 a 12 dias 100 a 120 dias
Maxixe 3 a 6 dias 60 a 70 dias
Beringela 5 a 13 dias 80 dias
Tomate 6 a 8 dias 90 a 100 dias
Rúcula 3 a 5 dias 30 a 40 dias
Abóbora 4 a 7 dias 90 a 100 dias

Espécies Espaçamento de plantio


Alface 30 cm
Salsa 5 cm
Cebolinha 10 cm
Couve 60 cm
Coentro 5 cm
Repolho 40 cm
Pepino 60 cm
Quiabo 60 cm
Pimentão 60 cm
Maxixe 3m
Beringela 60 cm
Tomate 60 cm
Rúcula 30 cm
Estratégias na Horticultura

A agricultura convencional dispõe de inúmeras armas para combater tudo que possa vir
a prejudicar o seu cultivo, porém já sabemos que essas medidas não são as melhores
para o nosso planeta. Não se engane pois o cultivo orgânico também possui suas
estratégias para beneficiar a sua plantação e a saúde da Terra.

Rotação de Cultura

É uma medida muito eficiente para dificultar o ataque de pragas e doenças em qualquer
tipo de plantação. Consiste em rotacionar diferentes espécies e famílias de plantas em
uma área de cultivo. Por exemplo, se em um canteiro você plantou alface e o ciclo dela
já acabou, da próxima vez plante tomates e suas alfaces transplante em outro canteiro.

Assim se tem enormes benefícios: Com diferentes espécies, você tem diferentes portes
de planta e profundidade de raízes, ou seja elas vão consumir nutrientes que estão em
diferentes profundidades e plantas menores que foram recém transplantadas aproveitam
sombra de plantas maiores. É possível também confundir as pragas que vão dar de cara
com plantas que eles talvez não apreciem misturadas com suas preferidas, assim o
ataque é dificultado.

Policultura

Estamos acostumados a passar nas estradas e ver imensas áreas de produção de grãos,
árvores para madeira ou pasto, essa é a famosa monocultura onde só se planta uma
espécie de planta, se utiliza adubos químicos e onde as plantas estão mais suscetíveis ao
ataque de pragas.

Raciocine um pouco: Nada no mundo é sozinho completamente, todos os seres são


dependentes de outros para viver, essa é a complexidade que torna a natureza perfeita.
Não seria mais fácil portanto imitar essa perfeição para nos dar bem?

Tente então em seus cultivos misturar espécies diferentes de hortaliças em um mesmo


canteiro ou fazendo bordas ao redor das hortas. Experimente introduzir espécies
ornamentais com bonitas flores assim você chama insetos polinizadores e mesmo
algumas espécies aromáticas e que são repelentes naturais de insetos e microorganismos
maléficos.

Exemplos: Capim-citronela, Cravo-de-defunto, manjericão, Capim santo, Catinga de


mulata, Alecrim, Hortelã, e etc. Sua horta além de ficar mais bonita funcionará mais
parecida com um verdadeiro ecossistema.

Hortaliças e suas famílias

Compostas ou Asteráceas: Alface, chicória, alcachofra, almeirão.

Brássicas: Couve, couve-flor, repolho, brócolis, rúcula.


Solanáceas: tomate, pimentão, berinjela, jiló, batata(esta família não gosta que se
molhe suas folhas, não irrigue por aspersão).
Crucíferas: rabanete.
Umbelífera ou Apiácea: salsa, cenoura, coentro, aipo.
Curcubitáceas: abóbora,chuchu,pepino, melão, melancia.
Aliáceas: alho, cebolinha, cebola.
Labiadas: Orégano, hortelã, alecrim, manjericão.

Esterqueiras ou composteiras

Acredite, você pode ter sua compostagem dentro do próprio canteiro de hortaliças. Faça
um pequeno buraco dentro do canteiro, forre as sua laterais com madeira, bambu ou
vergalhões e vá depositando nele todo o resto orgânico do próprio canteiro e pequenas
quantidades de esterco, irrigue de vez em quando. Plante ao seu redor as hortaliças que
vão direcionar suas raízes para a esterqueira onde terá sempre alimento e umidade.
Tomates e pimentões adoram esse tipo de ambiente.

Onde achar os nutrientes

A obtenção de macro e micro nutrientes é essencial para uma boa produção de


hortaliças que geralmente são exigentes. Consulte essa lista para achar fertilizantes de
origem natural:

Nitrogênio - sangue e ossos, borra de café, penas, restos de peixe, folhas verdes, urina.
Fósforos - sangue e ossos, cinzas de madeira, xaxim, rocha calcária. Enxofre - húmus.
Potássio - sangue e ossos, samambaia, restos de peixe.
Cálcio - ossos, rocha calcária, folhas picadas, conchas, cinza de madeira, xaxim.
Micronutrientes - ossos, composto, restos de galinha e peixe, cogumelos, algas
marinhas, ervas daninhas, húmus, plantas aquáticas, castanhas.

4. PRODUÇÃO DE ADUBOS NATURAIS

Os adubos feitos a partir dos recursos biológicos são mais baratos para o bolso e para o
planeta.

A produção dos fertilizantes naturais não é restringida, qualquer pessoa, de diferentes


objetivos podem produzi-lo. Comunidades agrícolas podem se organizar para uma
produção que sustente seus cultivos, grupo de pessoas nas cidades recolhendo resíduos
podem abrir empresas de compostagem ou alguém morando em apartamento pode ter
uma pequena composteira ou minhocário para tratamento de seus próprios resíduos
orgânicos e cultivando hortaliças em vasos. Bom, se não estiver ao alcance de sua
vontade fazer isso, seja ético, procure agricultores ou empresas sérias que forneçam
esses adubos e contribua comprando de quem faz um bom trabalho.

Na FDD só usamos adubos feitos utilizando os recursos naturais e durante todo o tempo
de 7 anos desse projeto, constatamos através de experiências práticas o uso da
compostagem orgânica, biofertizantes e húmus de minhoca.

Compostagem Orgânica

A compostagem é um processo natural onde ocorre a decomposição de materiais de


origem orgânica. Imitando esse processo natural, fazemos as pilhas de compostagem
verticais nas quais aceleramos a decomposição realizadas por bactérias e fungos. É
importante observar sempre a relação C/N de 30:1 na compostagem, basicamente isso
quer dizer que sempre se põe mais quantidade de material rico em carbono para uma
baixa porcentagem de nitrogênio.

Os materiais básicos que utilizamos na FDD são os seguintes:

Material rico em carbono: capim seco, serragem, folhas;

Materiais ricos em nitrogênio: estercos, capim verde, plantas leguminosas, vísceras


(peixe principalmente), sangue;
Minerais: pó-de-rocha, calcário dolomítico, cinzas, farinha de ossos;
Inoculantes: material de uma pilha já pronta, serrapilheira da floresta, etc.

Ferramentas e Materiais de proteção necessários:

Pá- de-bico
Forcado
Enxada
Mangueira
Botas
Luvas
Máscara de proteção
Terçado

Modo de fazer: Uma pilha de compostagem é feita em camadas como um sanduíche,


inicie sempre com uma boa camada de material carbônico, em seguida coloque os
materiais ricos em N, repita essas camadas terminando sempre com carbono, exemplo:

1º camada: serragem.
2º camada: esterco de boi.
3º camada: capim seco.
4º camada: plantas leguminosas e vísceras.
5º camada: folhas secas.

A quantidade de camadas é determinada pelos materiais disponíveis, e a altura padrão é


de no mínimo 1m.

Água

È importante acrescentar água com ajuda da mangueira durante a construção da pilha,


sem água o ambiente não é favorável para a proliferação dos microorganismos que
realizam a decomposição. Tomando sempre cuidado para não encharcar demais o que
dificulta a fermentação.

Temperatura

O controle da temperatura é importante pois é através dela que avaliamos a atividade


das bactérias e fungos que realizam a decomposição do composto. Depois de feita, nos
dois primeiros dias a pilha vai aumentar a temperatura até 70ºC. Quanto mais quente
mais atividade dos microorganismos que estão liberando calor. Durante a evolução de
decomposição a tendência é a pilha estar fria no final do processo. Para acompanhar o
desenvolvimento da temperatura, finque no meio da pilha um vergalhão ou um galho de
madeira e verifique sempre.

Aeração

Entre as camadas é possível introduzir materiais que ajudam na entrada de ar da pilha de


composto como por exemplo,canos, varas de bambu, feixes de capim, cano ou estacas
de madeira.

Depois de pronta a pilha, espere de 4 a 5 dias para começar a revirá-la, esse processo
permite a entrada de ar no composto, inverte a posição dos materiais e com isso a
atividade bacteriana é favorecida para que a decomposição seja acelerada.

Como fazer a reviragem: Com a pá, remova o material do composto que está nas
laterais e ponha no centro da pilha, e vice-versa. Inverta também os materiais que estão
acima para a parte de baixo da nova pilha.

Quando o composto está pronto?

O composto está pronto quando está frio e perde o mau cheiro da fermentação,
apresenta um agradável odor de terra, é poroso e completamente granulado com
coloração escura. Os nutrientes de uma compostagem bem sucedida estão disponíveis
para a assimilação das raízes, você pode ainda peneirá-lo ( tela de 1/2”) ou usá-lo
imediatamente. Tenha sempre cuidado ao armazenar os adubos orgânicos, ensaque e
guarde em lugar seco e sombreado, evitando as chuvas.

Cuidados pessoais necessários: Agora que você já sabe como fazer o composto é
preciso ficar alerta para a sua higiene pessoal, pois como foi dito no início, o composto
e outros adubos são ricos em microorganismos benéficos para o solo e as plantas, isto
não quer dizer que seja benéfico para nós seres humanos. Portanto é muito importante
que se use os materiais de proteção para evitar problemas e sempre após trabalhar com
esses produtos tome um bom banho. Lembre-se que é mais fácil prevenir do que
remediar.

Caso tenha dúvidas consulte a tabela.

SINTOMAS, POSSÍVEIS CAUSAS E SOLUÇÕES:

A pilha não está aquecendo?

Falta de nitrogênio
Alta de umidade
A pilha precisa ser revolvida
O composto pode estar pronto

Adicione materiais ricos em nitrogênio


Faça orifícios e com a mangueira adicione água na pilha
Use o forcado ou a pá para levar o material situado nas bordas para o centro da pilha e
vice-versa

A pilha está úmida e só aquece no centro?

A pilha é muito pequena


Junte mais material e faça uma pilha maior

Cheiro desagradável proveniente da pilha


Falta de oxigênio devido a compactação

Falta de oxigênio devido ao encharcamento


Revolva a pilha e ponha um arejador
Adicione materiais ricos em carbono para absorver o excesso de água

Minhocultura

A criação de minhocas para produção de húmus é uma atividade que está em plena
expansão no mundo e mais recentemente no Brasil. Durante muito tempo se questionou
a atuação da minhoca no solo e muitas pessoas até hoje pensam erroneamente que elas
prejudicam o desenvolvimento das plantas chegando até a catá-las e matá-las com medo
disso. Nos Estados Unidos há um mercado de milhões de dólares com a venda de
minhocas para isca na pesca esportiva. No Brasil a criação para a produção de húmus
atingiu status e o reconhecimento do húmus como um dos materiais mais nobre, rico e
completo para a nutrição das plantas vem sendo comprovado por diversos produtores e
órgãos de pesquisa.

Biologia: As minhocas são vermes do filo Annelidae, classe Oligochaeta, ordem


Haplotaxiada e da família Lumbricidae. São seres que vivem no solo e desempenham
um papel muito importante pois se locomovem dentro da terra formando galerias,
abrindo espaço para a entrada de água, permitindo a aeração das raízes e ao digerirem o
solo e a matéria orgânica, transformando-os em húmus, permitem a liberação de vários
nutrientes importantes para a nutrição das plantas. Além disso a minhoca possui
glândulas calcíferas que regulam naturalmente o pH do húmus, daí sua rápida
assimilação pelas raízes. O primeiro cientista a relatar cientificamente os benefícios das
minhocas para o solo e sua relação com as plantas foi o inglês Charles Darwin.

As minhocas possuem cérebro, vários corações, papo, moela, e intestinos. Não possuem
audição nem visão porém possuem sensibilidade táctil surpreendente. A cutícula que
protege o corpo desse animal é responsável pela trocas de oxigênio, por isso sua
umidade é imprescindível. Fora do seu ambiente natural as minhocas não suportam a
luz do sol e ressecam rapidamente, morrendo rapidamente por desidratação. Sua
musculatura é impressionante e podem remover até 60 vezes o seu próprio peso.
Ingerem por dia o equivalente ao seu próprio peso que chega na idade adulta 0,5g.
São seres hermafroditas, mas necessitam de parceiro para realizar a fecundação trocada,
sendo que desse acasalamento as duas minhocas são fecundadas. Algumas horas depois
do ato sexual elas emitem casulos contendo de 10 a 20 ovos dependendo da espécie. A
maturidade das minhocas é alcançada com 40 a 50 dias depois da eclosão dos ovos. Em
dois meses a quantidade de minhocas dobra.

Em seu ambiente natural as minhocas nativas do Brasil como a minhocoçú,


desempenham seu papel fundamental na natureza, porém até agora não se sabe de
experiências bem sucedidas na minhocultura com essas espécies pois suas
características não são de decompositoras específicas de estercos e por isso não se
adaptam à criação para essa finalidade.

Vermicultura

A Vermicultura é uma criação de onde se cuida somente a reprodução de minhocas.


Essa atividade tem por objetivo a comercialização das minhocas e a distribuição de
matrizes na vermicompostagem.

Espécies utilizadas:As minhocas mais utilizadas na minhocultura é a Gigante Africana


(Eudrillus eugeniae) e a Vermelha da Califórnia (Eisenia foetida). As duas espécies são
estrangeiras e são preferidas por sua prolificidade e rusticidade. As minhocas nativas do
Brasil não se prestam à minhocultura por não se adaptarem ao cativeiro e por terem
hábitos alimentares diferenciados das estrangeiras citadas.

Local da criação: Prefira locais sombreados com cobertura para proteger da chuva e
evite lugares barulhentos.

Canteiros de reprodução ou Berçários: Podem ser utilizados os canteiros comuns de


alvenaria ou recipientes como caixas d'agua, tambor cortados ao meio, caixas de
madeira, etc.

Substrato: Use compostagem orgânica ou esterco bem curtido. Lembre-se, quanto mais
rico em nutrientes for o material utilizado, mais rico será o húmus. Geralmente se diz
que as minhocas não suportam o substrato muito úmido ou com alto teor de amônia
porém na FDD temos experiência com reprodução sob esterco fresco e urina de coelho
com ótimos resultados. Uma curiosidade: as minhocas adoram comer papéis, papelões e
cartelas de ovos, só evite que eles contenham plásticos ou sejam muito coloridos.
Picote-os bem e misture no substrato, depois de um mês você não verá nem vestígios
deles. Mantenha o substrato sempre bem protegido por cima para manter sua umidade
com folhas bem secas, poda de capim sem sementes, papelões, sombrite, etc.

Umidade: O substrato deve ter de 40 a 60% de umidade, por isso umedeça com
cuidado sempre que perceber que o material estiver muito seco. Para averiguar a
umidade faça o teste do aperto de mão: Pegue uma porção do substrato entre os dedos e
aperte, se sair pequenas gotas de água entre os dedos, a umidade está boa, ser escorrer
demais está muito úmido, se nada sair está seco demais.

Manejo

Em um recipiente com capacidade para 40 cm³ de substrato,umedecer levemente;


Coloca-se meio litro de minhocas adultas;

Após quatro dias ponha de um lado frutas cortadas ao meio para alimentação das
minhocas;

De dois em dois dias repõem-se alimento do lado oposto e preencha com mais substrato
do lado que havia frutos;

Faça isso durante o período de três meses;

Após esse período, as minhocas adultas já se reproduziram e você terá em média 2,5
litros de minhocas prontas para distribuir nos canteiros ou vender.

Vermicompostagem

Na vermicompostagem o objetivo da criação é a produção de húmus, as minhocas são


espalhadas em canteiros com substrato e não são alimentadas com frutas.

Espécies utilizadas: As mesmas espécies da vermicultura podem ser utilizadas, sendo


que em cada 1m³ de canteiro deve ser usado 1 litro de minhocas.

Local da criação: Siga as recomendações da vermicultura e em terrenos inclinados


aproveite para fazer a chorumeira.

Chorumeira: A chorumeira é um reservatório que recolhe o excesso de umidade dos


canteiros em declive. Esse chorume é um importante material de adubação que pode ser
usado igualmente como o biofertilizante.

Canteiros de vermicompostagem: Os canteiros podem ser construídos de madeira ou


alvenaria. Medidas padrão: 1m de largura, altura de até 40 cm e comprimento variável.
Lembre-se que você pode usar a imaginação e reutilizar recipientes para seus canteiros
de vermicompostagem.

Substrato: Mesma recomendação da vermicultura.

Peneiração: Quando o húmus está pronto é hora de separá-lo das minhocas . O método
mais utilizado é usar uma mesa telada (diâmetro 1/4) onde se peneira o húmus. É uma
atividade que deve ser feita com cuidado pois geralmente pode machucar ou estressar as
minhocas. já existem métodos menos estressantes como as caixas iscas e a criação em
box.

Manejo

Nos canteiros de vermicultura coloque o substrato e umedeça.

Coloque as minhocas na superfície que aos poucos elas entrarão no substrato.


O período de humificação vai de 30 a 45 dias, observe sempre a umidade do substrato
fazendo o teste do aperto de mão.
Quando o húmus estiver pronto é hora de peneirar para separar as minhocas.
O húmus deve ser ensacado e guardado em lugar protegido.
As minhocas devem ser selecionadas para matrizes e as jovens para novos canteiros de
reprodução.

Inimigos do minhocário

Alguns predadores vão adorar sua criação de minhocas! Passarinhos e lagartos catam
minhocas nos canteiros que são suculentas demais para eles. Mais o visitante mais
temido na minhocultura são as sanguessugas. Também são vermes da mesma família
das minhocas mais são predadoras. É fácil identificá-las pois são mais avermelhadas
que as minhocas e quando esticadas não se quebram com facilidade. A umidade elevada
do substrato é o ambiente favorável para a proliferação das sanguessugas. Extermine
todas durante a peneiração pois seu ataque é fatal.

As formigas também adoram fazer seus ninhos no minhocário. Elas atacam e matam
muito facilmente as minhocas. Retire a porção de húmus que contém o ninho das
formigas e o óleo queimado pode ajudar quando passado ao redor do minhocário.

Biofertilizante

O biofertilizante é o produto pastoso resultante do processo da fermentação da matéria


orgânica. É preparado em um tambor com vários ingredientes vegetais e animais
diluídos em água, onde ocorre a proliferação de milhões de bactérias e fungos que irão
decompor esse material. Com essa atividade há liberação de uma variedade muito
grande de nutrientes essenciais para a nutrição das plantas além de desempenhar vários
outros papéis benéficos. Originalmente é obtido de biodigestores onde o processo de
fermentação é anaeróbico ( sem oxigênio) e há produção do gás metano. Porém também
pode ser obtido de fermentação aeróbica ( com oxigênio) tendo então uma porcentagem
mais baixa de nutrientes que o anaeróbico.

Benefícios do biofertilizante:

Atua como fonte de nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das


plantas, é um alimento vivo que favorece o equilíbrio da necessidade dos nutrientes dos
vegetais tais como:

Macronutrientes (exigidos em maior quantidade): Nitrogênio(N), fósforo(P),


potássio(K), cálcio(Ca), magnésio(Mg), enxofre(S);

Micronutrientes (exigidos em menor quantidade): Molibdênio(Mo), manganês(Mn),


zinco(Zn), cobre(Cu) boro(B), cobalto(Co), ferro(Fe);

Também tem efeito inseticida, nematicida, bactericida e fungicida. O biofertilizante


aplicado via foliar protege as folhas das plantas criando uma película que dificulta o
ataque dos insetos.

fitohormonal- influencia maior desenvolvimento da florada e enraizamento de mudas.

Receita do biofertilizante: Esta receita foi desenvolvida pelo pesquisador Moacir


Biondo e foi repassada para a FDD há muitos anos, hoje em dia ela já foi alterada por
alguns iingredientes e tem tido ótimos resultado em todos os cultivos realizados neste
instituto.

100L de água
30kg de esterco fresco
3kg açucar mascavo
5 litros de soro de leite
30kg de sílica (folhas de bambu ou casca de arroz)
5kg de cinza
3 litros de melaço de cana
3kg de piperáceas ou puerária

Materiais necessários:

Recipientes: tambores de plástico, caixas de água, etc.


Peneira ou tela para coagem
Aparelho de verificação de pH
Vara para mexer o material
Luvas
Balde de medida

Modo de fazer:

Em um tambor comece a por os ingredientes um a um, sendo que as folhas devem ser
picotadas;

somente a cinza deve ser colocada aos poucos durante o processo de fermentação;

Acrescente água e mexa bem o material com o auxílio de um pedaço de madeira;

Deixe o material descansar devidamente coberto;

Acrescente a cinza aos poucos a cada semana sempre verificando o pH do seu


biofertilizante;

É preciso também mexer o biofertilizante aeróbico a cada semana para ajudar na


decomposição;

Após um mês o biofertilizante está pronto e é hora de usá-lo;

Estando pronto é importante usar no tempo de um mês para não perder seus efeitos.

Modo de usar:

Via foliar: É a aplicação feita nas folhas das plantas com o pulverizador, para esse
método é preciso que o biofertilizante seja coado para não entupir o pulverizador;

No solo: É aplicado ao redor das plantas diretamente no solo aonde as raízes vão
diretamente absorvê-lo.
ATENÇÂO: Tome cuidado ao aplicar para não molhar as folhas e queimar as plantas,
por isso sempre irrigue com água depois do biofertilizante para lavar os respingos.

Hortaliças

Via foliar: aplique na proporção de 1:20, uma vez por semana e parar antes da colheita;

No solo: aplique na proporção de 1:2 a partir da segunda semana depois do transplante.

Frutíferas e outras plantas

foliar- 1:15.
raiz- de 1:10 progredindo para 1:1.

5. DEFENSIVOS NATURAIS

Os maiores aborrecimentos em qualquer tipo de cultivo são as pragas, as doenças e as


ervas daninhas. Quando tudo parece estar indo muito bem aparece um inseto, devasta
tudo e rapidamente tentamos exterminá-lo sem perceber que ele está nos dando uma
informação: As plantas não estão saudáveis. A mesma coisa acontece com as ervas
daninhas que nos ocupamos tanto em arrancar. De agora em diante tente saber qual é a
planta que infesta seu canteiro pois ela com certeza irá passar alguma informação sobre
a condição do solo, por exemplo:

A Urtiga e o Caruru indicam solos com excesso de nitrogênio livre e deficiência em


cobre;

A Beldroega indica solos bem estruturados, com umidade e matéria orgânica;

Samambaias indicam solos com excesso de alumínio tóxico;

Em solos com deficiência de potássio crescem Mamonas que são acumuladoras desse
nutriente;

As Tiriricas infestam solos ácidos, mal drenados e com deficiência em magnésio;

O Picão Preto indica solo com média fertilidade;

Capins e ervas difíceis de arrancar nos demonstram solos compactados e mal drenados,
suas raízes ajudam na descompactação.

Para diminuir a incidência de ervas use bastante cobertura nos canteiros que abafam e
impedem o crescimento das ervas indesejadas.

Para as pragas aqui vão algumas receitas de prevenção e tratamento. aplique sempre nos
horários mais amenos e pare a aplicação uma semana antes de colher as hortaliças.

Macerado de Samambaia

Controla ácaros, cochonilhas e pulgões;


Materiais: 1/2kg de folhas frescas ou 100 kg de folhas secas em 1 litro de água;

ferver por meia hora e depois dilua 1 litro desse macerado em 10 litros de água e
pulverize.

Macerado de Urtiga

Controle de lagartas e pulgões;

Coloque 1/2kg de folhas frescas- ou 100g de folhas secas- em 1 litro de água e deixe-as
mergulhadas na água por dois dias. Pra a aplicação dilua em 10 litros de água e
pulverize sobre as plantas ou solo.

Chá de camomila

Controla doenças fúngicas, indicada para uso na sementeira;

Para preparar esse chá, pegue um punhado de folhas e faça imersão em água fria por
dois dias e pulverize.

Solução de sal e vinagre

Eliminação de lesmas, caramujos e moscas brancas;

Misture 5 colheres de sal de cozinha, 100ml de vinagre, 50g de sabão biodegradável e 5


litros de água, depois coar e pulverizar uma vez por semana.

Extrato de primavera (buganvile)

Combate do vírus Vira Cabeça do tomateiro;

coloque dois litros de folhas de primavera em 1 litro de água. Bata tudo no


liquidificador por um minuto e dilua em 20 litros de água. Coe e pulverize pelo menos
uma vez por semana.

Água de Sabão e Pimenta malagueta

controle de pulgões e lagartas;

Separe 500g de sabão biodegradável de coco raspado ou ralado e 250g de pimenta


malagueta. Triture a pimenta e aqueça o sabão na água, depois de esfriar misture a
pimenta e coe. Aplique com o pulverizador.

Armadilha de cerveja

Atrativo para lesmas;

Pegue latas vazias, sem tampa ou mesmo pratos fundos. enterre as latas com a cobertura
na altura do solo e coloque cerveja mistura com sal de cozinha. desta forma as lesmas
caem na lata atraídas pela cerveja e morrem desidratadas pelo sal.
Nim

O Nim é uma planta exótica que age muito eficientemente contra pragas, todas as partes
da planta são utilizadas mais as que mais se recomendam é a semente, o óleo, e suas
folhas que contém uma porcentagem menor do seu inseticida natural;

Uso da semente triturada e das folhas(use o dobro da dose):30 a 50g-1 litro de água;

Uso do óleo: 5ml-1litro;

Pulverize uma vez por semana para o combate de lagartas, larvas, gafanhotos, besouros,
pulgões e ácaros.

Tajá

Contra insetos

1kg de folha de tajá, 1/2 litro de água.

Usando luvas, picote as folhas de tajá e bata no liquidificador com meio litro de água.
Tomando sempre o cuidado de não deixar o suco do tajá em contato com a pele.

Aplique o suco diluído em 10 litros de água e acrescente 5 ml de sabão vegetal líquido


ou 3ml de óleo de andiroba.

BIBLIOGRAFIA

VIEIRA, Marcio Infante. Criação de Minhocas-Comercialização,Reprodução,


Produção, Instalações, Bons lucros/ Márcio Infante Vieira.--Livraria Nobel S.A; São
Paulo: SP, 1986.

BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate/ Samuel Murgel Branco.--


São Paulo: Moderna, 1997- Coleção Polêmica.

LEGAN, Lucia. A Escola Sustentável: Eco- Alfabetizando pelo Ambiente/ Lucia


Legan.--São Paulo: Imprensa oficial do Estado de São Paulo; Pirenópolis: GO, IPEC-
Instituto de permacultura e Ecovilas do Cerrado, 2004.

BALBACH, Alfons. As |Hortaliças na Medicina Natural/ Alfons Balbach, Daniel S. F.


Boarim.--Itaquaquecetuba, SP: Editora Missionária, 1992.

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