Postura Correta
1
Professora do Departamento de
O artigo contesta a abordagem tradicional sobre as posturas adotadas pelos trabalhadores
Medicina Preventiva e Social da
Faculdade de Medicina da Universi- durante a realização de suas tarefas, a qual procura identificar e prescrever a postura
dade Federal de Minas Gerais. correta sem considerar a ação humana durante o cumprimento dos objetivos da produção.
Mestre e Doutora em Ergonomia pelo
Descrevendo os resultados de um estudo ergonômico realizado no setor de caixas de um
Laboratório de Ergonomia Fisiológica
e Cognitiva da École Pratique des hipermercado, apontam-se os limites da análise que desconsidera a dinâmica do arranjo das
Hautes Études (Paris – França) partes do corpo em situação real de trabalho. Ao final, são apresentadas as vantagens e as
desvantagens das posturas sentada e em pé.
This study confronts the traditional approach to postures adopted by workers during the
performance of their tasks, which attempts to identify and prescribe the correct posture
without considering human action during the fulfillment of production aims. Describing the
results of an ergonomic study of supermarket cashiers, the author illustrates the limitations
of an analysis that ignores the dynamics of the arrangement of the parts of the body in real
work situations. In the end, the advantages and disadvantages of seated and standing
postures are given.
sentado
ABRAHÃO, J. I.; ASSUNÇÃO, A. A. A con- BONGERS, P. M.; KREMER, A. M.; & ter
cepção de postos de trabalho infor- LAAK, J. Are psychosocial factors, risk
matizados visando à prevenção de proble- factors for symptoms and signs of the
mas posturais. Ver. Saúde Col. UEFS, shoulder, elbow, or hand/wrist?: A review
1(1):38-45, 2002. of the epidemiological literature. American
ABRAHÃO, J. I. Reestruturação produtiva e Journal of Industrial Medicine
variabilidade do trabalho. Psico. Teo. 41:315-342, 2002.
Pesq. 16(1):49-54, 2000.
CLAUDON, L.; & CNOCKAERT, J. C.
ASSUNÇÃO, A. A. De la déficience à la Biomécanique des tissus mous. Modèles
gestion collective du travail: les troubles biomécaniques d’analyse des contraintes
musculo-squelettiques dans la restauration au poste de travail dans le contexte des
collective.1998 Thèse de Doctorat troubles musculosquelettiques. Doc. Méd.
d’Ergonomie. Paris: École Pratique des du Trav. 58:140-148,1994.
Hautes Études.
DINIZ, C. A.; & FERREIRA Jr., M. Prevalência
___________. Doenças osteoarticulares de de sintomas músculo-esqueléticos em ope-
origem profissional. In: PEDROSO, E. R. P radores de checkout em mercados. Rev.
& ROCHA, M. O. C. (orgs.) Clínica Mé- Bras. de Saúde Ocup. 25: 75-91,
dica. 2 ed. São Paulo.; Atheneu [no pre- 1993/1994.
lo].
DOLAN, P.; ADAMS, M. A.; & HUTTON,
___________. Gesto repetitivo, trabalho va-
W. C. Commonly adopted postures and
riável. In: SALIM, C. A.; & CARVALHO, L.
F. (orgs.). Saúde e Segurança no their effect on the lumbar spine. Spine,
Trabalho: contextos e vertentes. Belo Ho- 13(2):197, 1988.
rizonte: PRODAT/FUNDACENTRO, pp.
DUNLOP, R. B.; ADAMS, M. A.; & HUTTON,
77-92, 2002.
W. C. Disc space narrowing and the
___________. O saber prático construído lumbar facet joints. J. Bone J. Surg.
pela experiência compensa as deficiências (Br.), 66-B, 706, 1984.
provocadas pelas condições inadequadas
de trabalho. Trabalho e Educação, European Agency for Safety and Health at
12(1):35-49, 2003. Work. Repetitive strain injuries in the
Member States of the European Union: the
___________. O trabalho no caixa de um resultats of information request. Luxembourg:
hipermercado: estudo ergonômico. Rela- Office for Official Publications of the
tório de pesquisa. UFMG, Laboratório de European Communities, 2000.
Ergonomia, 129 p., 1999.
HAGBERG, M. Work load and fatigue in
ASSUNÇÃO, A. A.; & LIMA, F. P. A. Condi- repetitive arm elevations. Ergonomics,
ções ergonômicas em uma fábrica de jóias.
24:543-555, 1981.
Relatório de pesquisa. UFMG, Laboratório
de Ergonomia, 2000. KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; &
BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáti- Provance, P. G. Músculos: provas e
cos. São Paulo: Summus editorial, 1993, funções. São Paulo: Manole, 1995, 453 p.
149 p.
LAVILLE, A. Cadence de travail et posture.
BJELLE, A.; HAGBERG, M.; MICHAELSON, Le Travail Humain, 31(1-2):73-94,
G. Occupational and individual factors in 1968.
acute shoulder-neck disorders among in-
dustrial worker. Br. J. Ind. Med. 38:356- ___________. Ergonomia. São Paulo: Pe-
363,1981. dagógica e Universitária, USP, 1977.