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Eu posso medir a mente humana?

por Alberto Filgueiras

A construção dos instrumentos de


medida do comportamento e da atividade
psíquica nos remete à produção de
conhecimento anterior à ciência: a Filosofia. O
conhecimento filosófico como conhecemos nos
é apresentado, em princípio, pelos pensadores
gregos da Antiguidade (6). A observação da
natureza e a sabedoria que nasce da capacidade
de explicar os fenômenos através da lógica e da
dialética desenvolveram fontes do saber cujo
objetivo era explicar como a natureza se
apresenta.
A matemática enquanto disciplina nasce antes da Filosofia. Os sumérios,
babilônios e egípcios já faziam uso prático dos cálculos a fim de realizar operações
abstratas sobre objetos concretos e relativos ao que existe no mundo físico (7). Foram os
gregos, no entanto, através de mentes como Arquimedes e Pitágoras, que
desenvolveram a matemática complexa e abstrata. Todavia, o exercício da matemática
de conteúdo abstrato tende a explicar fenômenos físicos possíveis e, muitas vezes,
corriqueiramente reais.
A reflexão que se pode inferir desta propositura é: a matemática busca
quantificar, avaliar e prognosticar, através de métodos lógicos e (ou) numéricos, um
evento que pode ser abstrato ou físico. Ora, seria o comportamento humano: físico ou
abstrato? Teremos, na bibliografia psicológica, ambas as compreensões.
Autores como Freud (2), Sartre (8) e muitos outros que permearam o
conhecimento da Psicologia Moderna propondo reflexões filosóficas sobre a mente
humana. Neste sentido, Freud (2) apresenta, em seu trabalho: a metapsicologia, ou seja,
algo que vai além da mente, extrapola os domínios internos do prazer, logo, extrapola a
Psicologia enquanto disciplina que visa compreender só a mente (2). Sartre, por sua vez,
é um autor conhecido no campo do existencialismo. Discute a metafísica através da
visão fenomenológica do mundo implicando uma concepção da sua existência
condicional (8).
Na contramão da metafísica e da metapsicologia, a neurociência de Lent (5),
Kolb & Wishaw (4) e Herculano-Houzel (3) trazem propostas de relativos biofísicos
situados no cérebro humano (e no sistema nervoso) dos pensamentos e
comportamentos. A mente - psique, pensamentos, emoções e comportamentos - está no
cérebro - sistema nervoso humano. Não há, portanto, “meta” - nada além.
Seja qual for a compreensão adotada no estudo da Psicologia - cremos que o
ideal é considerar todas as propostas, por mais antagônicas que pareçam (9) - a nossa
principal questão neste trabalho é: podemos quantificar? A mente pode ser medida?
Busquemos no psicólogo Lee J. Cronbach a reflexão que permeará nossa
proposta. O célebre psicometrista propõe que se algo existe, existe em alguma
quantidade, logo, pode ser mensurado (1).
Poderemos, a partir deste pressuposto, remeter-nos à proposta dos filósofos
matemáticos gregos de usar as ferramentas da disciplina para explicar fenômenos físicos
e abstratos. Tudo o que é “meta”, seja físico ou psicológico, mesmo que extrapole os
limites de nossos conceitos, ainda assim existe, pois passa por nossa compreensão. A
mente pode ser limitada ao biofísico ou ir além de qualquer concepção, a mente possui
uma parcela, ou integralidade, inerente ao homem. Assim sendo, no que concerne à
porção correspondente ao ser humano, acreditamos que a mente se representa para o
mundo na forma de pensamentos, emoções e comportamentos. Destarte, a mente existe,
em certa quantidade, e pode, portanto, ser medida.
A conclusão a que chegamos, durante esta reflexão, pode ser sintetizada em uma
máxima aqui proposta: A mente existe, em certa medida, na forma de pensamentos,
emoções e comportamentos, ora, se algo existe, existe em certa quantidade e pode ser
mensurado, logo, podemos medir a mente, mas limitando-nos aos pensamentos,
emoções e comportamentos do homem.

Referências:
1. CRONBACH, LJ (1996). Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre:
Artmed.
2. FREUD, S (2006). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud: Volume XVIII. Além do Princípio do Prazer, Psicologia de Grupo e
outros trabalho. Rio de Janeiro: Imago.
3. HERCULANO-HOUZEL, S (2004). Cérebro nosso de cada dia. Rio de Janeiro:
Vieira e Lent.
4. KOLB, B, WISHAW, IQ (2006). Neurociência do Comportamento. São Paulo:
Manole.
5. LENT, R (2004). Cem Bilhões de Neurônios. São Paulo: Atheneu.
6. MANNION, J (2003). O Livro Completo da Filosofia. São Paulo: Madras Editora.
7. OLIVEIRA, AM, SILVA, A (1970). Biblioteca da Matemática Moderna: Tomo 1.
São Paulo: Livros Irradiantes.
8. SARTRE, JP (2005). O ser e o nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica. 11ª
Edição. São Paulo: Vozes.
9. STERNBERG, R (2007). Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed.

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