A experincia dolorosa tem forte relao com o nvel de dor e a atitude bsica do ser
humano perante a vida. Por exemplo, aspectos negativos decorrentes de uma falha
pessoal, quando no esquecidos pesam na alma, constituindo-se num remanescente
perturbador, enquanto no reparado ou aliviado atravs de algum tipo de punio. A
pessoa que experimenta a dor como punio, mesmo que aceite procurar ajuda
profissional, pode no aderir ao tratamento, recusando-se consciente ou
inconscientemente a seguir a conduta mdica estabelecida. O fato que o ser humano
participa de forma ativa ou passivamente do processo de adoecer.
O entendimento pelo profissional desta concepo moral da dor e do sofrimento e de
seu lugar estruturante na experincia da dor e do sofrimento decisivo e no deve ser
ignorado. importante estar alerta para os possveis significados defensivos da dor e do
sofrimento, de modo a se compreender as funes da dinmica, origem e
desenvolvimento da metapsicologia de seu simbolismo e sua representao no aparelho
psquico.
Enquanto a abordagem psicolgica humanista constata o quanto o cuidado, o
acolhimento, a aceitao, a palavra de conforto, a esperana, a f, a ateno, o olhar
terno, sincero, carinhoso e o toque atenuam o sofrimento, amenizam a dor, acalmam o
esprito, a neurocincia constata que os mecanismos de ao de tais intervenes so
capazes de estimular no organismo humano produzir analgsicos endgenos,
substncias naturais, com grande poder anestsico.
preciso reencontrar o elo perdido, juntar fragmentos, unir foras, rever valores,
preservar nossa singularidade, olhar o ser humano em sua totalidade, apreender uma
viso de mundo totalizador, tornar o ser humano mais consciente, mais sadio, mais livre,
menos normtico.
Profa. Dra. Edna Pacincia Vietta