DO PARANÁ
Disciplina de Química e Biologia
(Química I)
Interações Atômicas e Moleculares
Profa. Ana Paula Franco
Na natureza, os átomos se associam, em busca de
estabilidade, através de ligações químicas.
Os únicos átomos que podem ser encontrados no estado
isolado (moléculas monoatômicas) e estáveis são os gases
nobres.
Os demais átomos se ligariam entre si tentando alcançar a
configuração eletrônica do gás nobre mais próximo deles na
tabela periódica.
Todos os gases nobres, com exceção do He, possuem 8
elétrons.
Teoria do octeto, e foi proposta por Kossel e Lewis no
início do século XX, baseada na idéia, de que a valência de
um átomo passou a ser vista como a quantidade de elétrons
que um átomo deveria receber, perder ou compartilhar
para tornar sua última camada (camada de valência) igual a
do gás nobre de número atômico mais próximo.
As ligações químicas podem ser classificadas
em três categorias:
Iônica
Covalente normal e dativa
Metálica
Ligação Iônica:
Ocorre com a formação de íons.
A atração entre os átomos que formam o composto é
de origem eletrostática.
Sempre um dos átomos perde elétrons, enquanto o
outro recebe.
O átomo mais eletronegativo arranca os elétrons do
de menor eletronegatividade.
Ocorre entre metais e não metais e entre metais e
hidrogênio.
Na ligação iônica:
A ligação iônica ocorre entre metais e não metais e
entre metais e hidrogênio. Num composto iônico, a
quantidade de cargas negativas e positivas é igual.
metal: átomo com facilidade para liberar os elétrons da
última camada;
não metal: átomo com facilidade de adicionar elétrons
à sua última camada.
Exemplo: A ligação entre o sódio (11Na) e o cloro (17Cl)
é um exemplo característico de ligação iônica.
Observe a distribuição dos elétrons em camadas para
os dois elementos:
Na 2 8 1 Cl 2 8 7
O sódio: com 11 prótons e 11 elétrons, após a ligação, a
quantidade de prótons não se altera e a de elétrons passa a ser
10.
O cloro: com 17 prótons e 17 elétrons, tem sua quantidade de
elétrons aumentada de uma unidade após a ligação.
Com isso o sódio se torna um íon de carga 1+ e o cloro 1.
O sódio: com 11 prótons e 11 elétrons, após a ligação, a
quantidade de prótons não se altera e a de elétrons passa a ser
10.
O cloro: com 17 prótons e 17 elétrons, tem sua quantidade de
elétrons aumentada de uma unidade após a ligação.
Com isso o sódio se torna um íon de carga 1+ e o cloro 1.
A força que mantém os dois átomos unidos é de atração
elétrica, ou seja, uma ligação muito forte.
Como foram utilizados um átomo de cada tipo, a fórmula do
composto será NaCl.
Características dos compostos iônicos:
Apresentam forma definida, são sólidos nas condições
ambientes;
Possuem altos ponto de fusão e ponto de ebulição;
Conduzem corrente elétrica quando dissolvidos em água ou
fundidos.
Ligação covalente simples: É o tipo de ligação que ocorre
quando os dois átomos precisam adicionar elétrons em
suas últimas camadas.
Só ocorre o compartilhamento da quantidade de elétrons
necessária em suas últimas camadas para que eles atinjam
a estabilidade.
Cada um dos átomos envolvidos entra com um elétron
para a formação de um par compartilhado, que a partir da
formação passará a pertencer a ambos os átomos.
Ocorre entre não metais e não metais, não metais e
hidrogênio e entre hidrogênio e hidrogênio.
Exemplo: H2
O hidrogênio possui um único elétron na camada K, compartilhando 1
elétron, atinge a quantidade necessária para, que é de dois elétrons
(He).
Os elétrons compartilhados passam a ser contados para as eletrosferas
dos dois átomos participantes da ligação.
Na molécula de N2 ocorrem três ligações covalentes entre
os dois átomos.
N 2 – 5
7
Estas três ligações (tripla ligação) garantem que os dois
átomos de nitrogênio atinjam a quantidade de oito elétrons
nas suas últimas camadas.
A ligação covalente entre dois átomos iguais é dita apolar,
pois nela os elétrons são compartilhados de maneira
igual, nenhum dos átomos tem mais força que o outro
para atrair o elétron para si.
para atrair o elétron para si.
A molécula de CO2 é formada por dois átomos de oxigênio e
um de carbono unidos através de ligações covalentes.
6
C 2 4 8O 2 – 6
C compartilha 4 elétrons e cada átomo de O 2 elétrons
(dupla ligação), garantindo assim que ambos atinjam os oito
elétrons nas últimas camadas.
Como a ligação é entre átomos diferentes e com diferentes
eletronegatividades, a ligação é dita polar pois o átomo de
oxigênio atrai para si mais fortemente os elétrons
compartilhados.
Ligação covalente dativa ou coordenada:
Neste tipo de ligação, um dos átomos que já estiver com
última camada completa entra com os dois elétrons do par
compartilhado.
Este par de elétrons apresenta as mesmas características do
da ligação covalente simples, a única diferença é a origem dos
elétrons, que é somente um dos átomos participantes da
ligação.
Os elétrons do par passam a pertencer a ambos os átomos
participantes.
A ligação covalente coordenada é representada por uma
seta que se origina no átomo doador e termina no átomo
receptor.
Exemplo: SO3
Dadas as distribuições eletrônicas em camadas para os
átomos de 16S e 8O.
S 2 8 6 O 2 – 6
Compartilhando dois elétrons através de ligações
covalentes simples, ambos os átomos atingem os oito
elétrons na última camada.
Características dos compostos moleculares:
Podem ser encontrados nos três estados físicos;
Apresentam ponto de fusão e ponto de ebulição menores que os
compostos iônicos;
Quando puros, não conduzem eletricidade;
Quando no estado sólido podem apresentar dois tipos de retículos
cristalinos (R. C. Moleculares, R. C. Covalente).
Ligação metálica: É o tipo de ligação que ocorre entre
os átomos de metais (1A, 2 A, grupos B).
Os átomos dos elementos metálicos apresentam forte
tendência a doarem seus elétrons de última camada.
Quando muitos destes átomos estão juntos num cristal
metálico, estes perdem seus elétrons da última camada.
Formase então uma rede ordenada de íons positivos
mergulhada num mar de elétrons em movimento
aleatório.
Se aplicarmos um campo elétrico a um metal, orientamos
o movimento dos elétrons numa direção preferencial, ou
seja, geramos uma corrente elétrica.
Teoria da nuvem eletrônica:
Segundo essa teoria, alguns átomos do metal "perdem" ou
"soltam" elétrons de suas últimas camadas; esses
elétrons ficam "passeando" entre os átomos dos metais e
funcionam como uma "cola" que os mantém unidos.
Existe uma força de atração entre os elétrons livres que
movimentamse pelo metal e os cátions fixos, e fornece
as características dos metais.
Propriedade dos metais:
Brilho metálico característico;
Resistência à tração;
Condutibilidade elétrica e térmica elevadas;
Alta densidade;
Maleabilidade(se deixarem reduzir à chapas e lâminas finas);
Ductilidade(se deixarem transformar em fios);
Ponto de fusão e ebulição elevados
Alotropia (do grego allos, outro, e tropos, maneira) foi
um nome criado por Jöns Jacob Berzelius e que hoje
designa o fenômeno em que um mesmo elemento
químico pode originar substâncias simples diferentes.
As substâncias simples distintas são conhecidas como
alótropos.
Ocorre no C, O, S e P.
6C forma as substâncias grafite e diamante de forma natural
e os fulerenos de forma artificial.
O grafite é um sólido escuro e pouco duro, apresenta
massa específica de 2,22g/cm³.
É um sólido constituído pela união de enorme quantidade
de átomos de carbono, e cada um deles apresenta
geometria molecular trigonal plana.
Já o diamante é um sólido transparente e muito duro,
apresenta massa específica de 3,51g/cm³. Sua dureza é
atribuída ao modo como os vários tetraedros de carbono
apresentamse ligados (cortar vidro e fazer brocas).
Geometria molecular: é o estudo de como os átomos estão
distribuidos espacialmente em uma molécula. Esta pode
assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos
que a compõem.
As principais classificações são linear, angular, trigonal plana,
piramidal e tetraédrica.
Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso
conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrónicos da camada
de valência.
Teoria da repulsão dos pares eletrônicos:
Baseiase na idéia de que pares eletrônicos da camada de
valência de um átomo central, estejam fazendo Ligação
química ou não, se comportam como nuvens eletrônicas que
se repelem, ficando com a maior distância angular possível
uns dos outros.
não ligantenão ligante > ligantenão ligante > liganteligante
Disposição geométrica linear. Os átomos se
posicionam em linha.
Disposição geométrica triangular plana. Os
átomos formam um triângulo eqüilátero.
Disposição geométrica tetraédrica. Formato de
tetraedro (pirâmide triangular).
Para se determinar a disposição geométrica de uma
molécula, basta seguir duas regras simples:
1) Escrever a fórmula estrutural;
2) Identificar o número de ligações atômicas, que é o
mesmo número de zonas de repulsão;
Se a molécula tiver até duas zonas de repulsão, a
geometria será linear.
Se tiver três, será triangular plana e se tiver quatro será
tetraédrica.
Vejamos alguns exemplos:
1) Molécula de Dióxido de Carbono (CO2)
Fórmula estrutural (ligações):
Note que o átomo de carbono estabelece duas duplas ligações, uma dupla
ligação com cada átomo de oxigênio.
A molécula de CO2 também pode ser representada
conforme abaixo (disposição geométrica linear dos
elétrons, fórmula eletrônica):
Representação esquemática da molécula de dióxido de
carbono, que apresenta geometria linear.
2) Molécula de Trifluoreto de Boro (BF3)
Fórmula estrutural:
O átomo de boro forma três ligações simples, uma com
cada átomo de flúor, com três zonas de repulsão e a
geometria molecular é triangular plana, conforme a
figura:
3) Molécula de Metano (CH4)
Fórmula estrutural:
C estabelece quatro ligações
simples com os átomos de H, com
quatro zonas de repulsão e a
geometria molecular é tetraédrica,
conforme figura ao lado:
As forças de interação entre as moléculas: são dependentes da
polaridade das ligações entre os átomos que formam as
moléculas.
Polaridade molecular: átomos com grande diferença de
eletronegatividade (maior atração do par eletrônico, distorção
da nuvem eletrônica).
Apolaridade molecular: pequena ou ausência da diferença de
eletronegatividade (sem distorções na nuvem eletrônica.
Força intermolecular: Quando duas moléculas se
aproximam há uma interação de seus campos
magnéticos o que faz surgir uma força entre elas.
Essas forças variam de intensidade, dependendo do
tipo da molécula (polar ou apolar) e, no caso das
polares, de quão polares elas são.
Íon x molécula polar: É a força mais forte e sua
magnitude pode ser compatível a de uma ligação
covalente (NaCl e H2O).
Molécula polar x molécula polar: Ocorre entre
moléculas polares da mesma substância ou de
substâncias diferentes, ambas polares. Esta força é muito
conhecida como dipolo x dipolo ou dipolopermanente
(HCl).
Ligações de hidrogênio: Quando o H está ligado a um
átomo de forte eletronegatividade (F, O ou N), forma
ligações polares muito fortes. Seus pólos interagirão
fortemente com outras moléculas polares, formando uma
forte rede de ligações intermoleculares.
Molécula polar x molécula apolar: Conhecida como
interação dipolo x dipolo induzido, ocorrem porque
moléculas polares (dipolos permanentes) conseguem
distorcer a distribuição de carga em outras moléculas
vizinhas, através de polarização induzida.
Uma interação desse tipo é uma interação fraca. Essas
interações são responsáveis, por exemplo, pela
solubilidade de gases como o O2 (apolar) em água.
Molécula apolar x molécula apolar: O movimento dos
elétrons permite que, em determinado momento,
moléculas apolares consigam induzir um dipolo em sua
molécula vizinha e esta, uma vez polarizada, dê
seqüência ao efeito (gasolina).
Essas forças foram percebidas pelo físico polonês Fritz
London, que sugeriu que moléculas apolares poderiam
se tornar dipolos temporários. Essas forças ficaram
conhecidas como forças de dispersão ou forças de
London ou de van der Waals.
Veja qual força intermolecular é mais intensa através da
figura abaixo:
A seta indica a ordem crescente da intensidade de
interação.
Exercícios fundamentais: referentes aos assuntos
abordados:
Ligações químicas;
Geometria molecular;
Polaridade de ligação; e
Forças intermoleculares.