lingustica moderna
John Passmore
Traduo de Pedro Santos
lngua, de modo a ser capaz de rejeitar parte da sua experincia lingustica como defeituosa e
desviante, i.e., como desempenhos agramaticais. O caso da fonologia, afirma Chomsky,
aquele que mais fortemente sustenta esta anlise. Apesar de outros sons serem fisicamente
possveis, todas as lnguas fazem aparentemente uso de um conjunto limitado de sons. No
poderia haver uma lngua que contivesse sons diferentes? Se houvesse, de acordo com
Chomsky, no a poderamos aprender to depressa e to eficientemente como aprendemos as
nossas lnguas. E, do mesmo modo, ele cr que fomos programados para aprender um certo
conjunto de regras sintcticas e semnticas e apenas os membros desse conjunto.
As teorias lingusticas de Chomsky sofreram muitas alteraes desde que foram
apresentadas pela primeira vez, causando nessa altura uma revoluo na lingustica. Diz-se
por vezes que esto [] em grande ebulio. Isto no o incomoda: uma cincia imatura,
argumenta ele, tem inevitavelmente ritmos de mudana acelerados, mesmo nos seus princpios
mais gerais. Em todo o caso, ele continua a defender os seus princpios fundamentais: o de
que uma gramtica no simplesmente uma descrio mas antes uma teoria explicativa; o de
que investig-la estudar a competncia e no o desempenho; o de que uma psicologia de
pendor empirista incapaz de explicar como uma criana aprende a sua primeira lngua; o de
que a lingustica terica uma pea chave para a compreenso da mente. Este ataque ao
empirismo e o ressuscitar de conceitos de tipo kantiano como o de estruturas mentais inatas
que delimitam a forma que as nossas aces podem tomar foram os factores bsicos da
influncia filosfica exercida por Chomsky.
John Passmore
Retirado de Recent Philosophers, de John Passmore (Duckworth, 1988, pp. 33-38).