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Universidade Estadual Paulista 

Faculdade de Filosofias e Ciências 
Departamento de Ciência de Informação 
Curso de Arquivologia 

Contabilidade: origem, livros contábeis e suas 
funções. 

Trabalho apresentado 
á disciplina 
Documentação Contábil 
ministrada pelo Docente David. 
Discentes: Janaína Zaffani 
Lucas Martins 
Rafael Saiani 
Rodrigo Otávio 

Marília, 2005.
INTRODUÇÃO 

Origem da Contabilidade 

Se a contabilidade abrange toda forma de registrar fatos numéricos para 
diversos objetivos, a sociedade humana pratica contabilidades há tempos 
imemoriais. 
Fourastié  e  Kovacs  (1992)  notam  que,  “embora  pouco  documentada,  a 
eficiente  administração  do  império  romano  certamente  se  apoiava  em  registros 
estatísticos  e  contábeis”.  Com  sai  destruição  pelas  invasões  bárbaras,  o  mundo 
retornou a sistemas do tipo Inca de marcas de madeira. 
A  origem  da  contabilidade  atual,  conhecida  como  Contabilidade  das 
Partidas  Dobradas,  surgiu  nas  cidades­estados  italianas  e  remonta  à  expansão 
comercial  dos  anos  de  1300  e  ano  conseqüente  do  desenvolvimento  das 
operações de crédito. 
A criação da contabilidade é normalmente atribuída ao frei Luca Pacioli que, 
em  1494,  escreveu  o  Tractatus  de  Computis  et  Scripturis,  onde  o  Método  das 
Partidas  Dobradas  é  proposto  como  mecanismo  de  controle  patrimonial.  Embora 
historiadores  afirmem  que  o  Método  das  Partidas  Dobradas  já  estivesse  em 
aplicação  em  diversos  centros  comerciais  italianos,  a  obra  de  frei  Pacioli,  ilustre 
matemático da época, muito ligado a Leonardo da Vinci e autor da primeira obra 
impressa sobre matemática, serviu pra sistematizar e popularizar a Contabilidade. 
Esta  origem  da  Contabilidade  estabeleceu  no  Brasil  a  chamada  tradição 
italiana que além de ter influenciado durante gerações a formação dos contadores, 
deu base aos regulamentos contábeis, como o Código Brasileiro de Contabilidade 
(1850) e a antiga Lei das Sociedades por Ações (1940). 
A  evolução  da  Contabilidade  acompanhou  o  desenvolvimento  comercial  e 
industrial  durante  os  séculos.  No  século  XX,  a  preocupação  norte­americana  na 
busca  da  eficiência  gerencial,  coerente  com  os  Princípios  de  Administração 
Científica propostos em 1911 por Taylor (1947), passou a dar ênfase à informação 
contábil como suporte e ao processo decisório.
A influência americana na contabilidade brasileira encontra­se materializada 
na  Nova  Lei  das  Sociedades  por  Ações  (Lei  6.404  de  15/12/76)  e  em  todas  as 
circulares e resoluções da Receita Federal posteriores à Resolução do Imposto de 
Renda  nº  1.598/  77.  Por  outro  lado,  com  a  persistência  inflacionária  brasileira, 
durante  muitos  anos  em  níveis  considerados  galopantes,  os  registros  contábeis 
tradicionais  mostraram­se  vítimas  de  deformações  absurdas.  Por  tais  razões,  o 
Brasil tornou­se campo dos experimentos na área inflacionária e, em decorrência, 
foram  progressivamente  introduzidos  na  Contabilidade  os  mecanismos  de 
correção monetária, que são de notável concepção teórica e consistência prática. 
Entretanto,  talvez  até  por  seus  méritos,  a  Correção  Monetária  dos  Balanços 
costuma ser acusada de provocar nas pessoas a indiferença à inflação e mesmo 
de realimentar o processo inflacionário, o que levou a sua recente proibição, logo 
após o Pano Real. 

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 

A  Contabilidade  segue  princípios  e  convenções  geralmente  aceitos.  No 


Brasil,  a  legislação  implicitamente  os  utiliza  e  pressupõe  que  sejam  do 
conhecimento geral. Não existe unanimidade quanto ao número desses princípios 
fundamentais.  Assim,  alguns  autores  afirmam  que  seriam  sete,  enquanto  outros 
afirmam  serem  quatro,  havendo  autores  que  aumentam  muito  o  número  desses 
princípios. A seguir, estão enunciados sete princípios:

· Princípio da Moeda como Denominador Comum
· Princípio do Custo Histórico
· Princípio da Continuidade da Empresa
· Princípio da Entidade Própria
· Princípio da Realização
· Princípio da Competência
· Princípio da Igualdade Contábil
PRINCIPAIS LIVROS CONTÁBEIS 

Dos  vários  livros  usados  pelas  empresas,  vamos  mencionar  apenas  os 
utilizados pela contabilização dos atos e fatos administrativos. Os principais livros 
utilizados pela Contabilidade são:

· Livro Diário
· Livro Razão
· Livro Caixa
· Livro Contas­Correntes 

LIVRO DIÁRIO 

O  Diário  é  um  livro  obrigatório  pela  legislação  comercial.  Por  ser  obrigatório,  o 
Diário está sujeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas 1 . 

Elementos Essenciais do Lançamento no Livro Diário

· 1º  ­  local e data;
· 2º  ­  conta ou contas debitadas;
· 3º  ­  conta ou contas creditadas,  precedida(s) da partícula “a”;
· 4º  ­  Histórico da operação;
· 5º  ­  valor da operação. 


O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, soltas 
ou  avulsas).Porém,  a  adoção  desse  sistema  não  exclui  a  empresa  de  obediência  aos  requisitos 
intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário. As empresas que utilizam fichas 
são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das demonstrações financeiras.
LIVRO RAZÃO 

O  Razão  é  um  livro  de  grande  utilidade  para  contabilidade  porque  registra  o 
movimento  de  todas  as  contas.  A  escrituração  do  livro  Razão  passou  a  ser 
obrigatória  a  partir  de  1991.  Na  Contabilidade  moderna,  o  Razão  é  escriturado 
em fichas. 

LIVRO CONTAS­CORRENTES 

O  Contas­Correntes  é  o  livro  auxiliar  do  Razão.  Serve  para  controlar  as  contas 
que representam Direitos e Obrigações para a empresa. 

LIVRO CAIXA 

O  livro  Caixa  também  é  auxiliar.  Nele  são  registrados  todos  os  fatos 
administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro. 

PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS 

Livro Balanço Patrimonial/Geral  Permanente  A lei não prevê descarte 


10 anos considerando 
Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade 
Livro de Apuração de Lucro Real (Lalur)  a data do último 
Social 
lançamento 
Livro de Razão  5 anos  Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional 
5 anos considerando 
Livro de Registro de ICMS  a data do último  Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional 
lançamento 
31 anos considerando 
Parecer 410Coordenação do sistema de 
Livro de Registro de Inventário  a data do último 
Tributação (CST/SIPR) 
lançamento 
10 anos considerando 
Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade 
Livro de Registro de Saídas  a data do último 
Social 
lançamento 
Livro Diário  Permanente 
5 anos considerando 
Livro Registro de Entradas  a data do último  Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
lançamento 
CONCLUSÃO 

A  quantidade  de  declarações  e  obrigações  fiscais  muitas  vezes  levam  as 


empresas a deixar de guardar esses documentos. 
O  empresário  corre  um  sério  risco  de  ter  que  pagar  novamente  o  que  já  pagou. 
"No  Brasil,  ao  contrário  da  maioria  dos  países,  a  boa­fé  do  contribuinte  não  é 
presumida e a responsabilidade de provar o pagamento é dele", alerta o advogado 
Luis  Carlos  Galvão,  diretor  do  departamento  jurídico  do  Centro  das  Indústrias  do 
Estado de São Paulo (Ciesp). 
Cada documento tem que ser guardado por um prazo mínimo, muitos empresários 
se  esquecem  das  implicações  fiscais  de  documentos  comerciais  e  jogam  fora  o 
que não deveriam. 

Referência: 

PIZZOLATO,  Nélio  D.  Introdução  à  contabilidade  gerencial.  2ºed.  revisada  e 


ampliada. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000. 

THOMÉ, Irineu. Empresas de serviços contábeis: estrutura e funcionamento. 
São Paulo: Atlas, 2001. 

IGNACIO,  Laura.  Para  não  pagar  duas  vezes,  é  melhor  guardar.  Diário  do 
Comércio, 2005.  Disponível  em:  <http://www.dcomercio.com.br/especiais/guardar/ 
>. Acesso em: 09 dez. 2005.

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