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N.

o 92 — 19 de Abril de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2521

ANEXO XIV Para o efeito, devem também estabelecer-se os dados


necessários à avaliação dos riscos, assim como a meto-
Declaração oficial
dologia a aplicar.
(relativa às matérias-primas transformadas constituídas por pro- As referidas directrizes devem ainda ser completadas
teínas animais transformadas, com exclusão dos produtos re- pelo estabelecimento de critérios para a avaliação dos
feridos no n.º 2 do artigo 1.º da Decisão 96/449/CE da Comis- riscos que o consumidor pode correr em resultado do
são) consumo de alimentos contendo resíduos do aditivo
Documento comercial n.º (1):_________________________________________________________________ ou dos seus metabolitos. Com base nos estudos de
DECLARAÇÃO resíduos, devem estabelecer-se, sempre que apropriado,
Número da declaração: _____________________________________________________________________ limites máximos de resíduos (LMR) e intervalos de
O abaixo assinado, veterinário oficial, certifica que o estabelecimento
segurança.
___________________________________ (2) foi aprovado em conformidade com a Directiva 90/667/CEE,
aplica as normas de transformação estabelecidas no anexo da Decisão 97/449/CE e foi validado de acordo
O impacte ambiental dos aditivos dos alimentos para
com os procedimentos definidos pelo Comité Científico Veterinário. animais é importante, uma vez que os aditivos são
Feito em _______________,______de________________de 20____ normalmente usados durante longos períodos de tempo,
pelo que as referidas directrizes devem também ser
(1)
carimbo
___________________________________
completadas através do estabelecimento de critérios
(Assinatura do veterinário oficial) (3) para a avaliação do risco de o aditivo ter um efeito
nocivo para o ambiente, directamente ou em resultado
dos produtos que dele derivam, quer directamente quer
excretados pelos animais para o ambiente.
_____________________________________________ Neste domínio, devem ter-se em consideração os
(Nome em maiúsculas, qualificações e funções)
conhecimentos científicos e técnicos.
___________
(1)
A preencher pelo proprietário do estabelecimento ou pelo seu representante
E, por razões de clareza, convém separar as direc-
(2)
Endereço e número de controlo veterinário do estabelecimento aprovado trizes que se aplicam aos aditivos diferentes dos micror-
ganismos e enzimas das que se aplicam aos micror-
ANEXO XV ganismos e enzimas.
Estas directrizes foram estabelecidas com base no
relatório do Comité Científico da Alimentação Animal
relativo à revisão das directrizes para a avaliação dos
aditivos na alimentação para animais, adoptado em 22 de
Outubro de 1999, estando as medidas previstas no pre-
sente diploma em conformidade com o parecer do
Comité Permanente dos Alimentos para Animais.
Por último, importa transpor para a ordem jurídica
nacional a Directiva n.o 2001/79/CE, da Comissão, de
17 de Setembro, que fixa linhas directrizes para avaliação
dos aditivos na alimentação para animais e altera a
Directiva n.o 87/153/CEE, do Conselho, de 16 de
Fevereiro.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.o
Objecto

O presente diploma transpõe para o ordenamento


jurídico nacional a Directiva n.o 2001/79/CE, da Comis-
são, de 17 de Setembro, que fixa linhas directrizes para
avaliação dos aditivos na alimentação para animais e
Decreto-Lei n.o 77/2003 altera a Directiva n.o 87/153/CEE, do Conselho, de 16
de 19 de Abril de Fevereiro.
Artigo 2.o
O aumento da prevalência de bactérias resistentes aos
antibióticos constitui um importante motivo de preocu- Âmbito de aplicação
pação em matéria de saúde pública. A resistência causada As directrizes constantes do presente diploma devem
pela utilização de antibióticos como aditivos nos alimen- servir de orientação à organização de processos de ava-
tos para animais contribui para os níveis globais de resis- liação das substâncias e preparações susceptíveis de
tência. As directrizes para os aditivos diferentes de serem admitidas como aditivos nos alimentos para ani-
microrganismos e enzimas devem, por conseguinte, ser mais ou em novas utilizações enquanto aditivos auto-
complementadas com o estabelecimento de um requisito rizados.
para que o processo inclua uma avaliação do risco da Artigo 3.o
selecção e ou da transferência de resistência a anti-
Definição
bióticos, bem como de qualquer aumento de persistência
e disseminação de agentes enteropatogénicos, por forma Para efeitos do presente diploma o termo aditivo refe-
a garantir a segurança da utilização daqueles aditivos. re-se às substâncias activas quimicamente especificadas
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ou às preparações que contêm substâncias activas, no essencialmente da natureza do aditivo e das circunstân-
estado em que serão incorporadas nas pré-misturas e cias do seu emprego, podendo ser solicitadas informa-
nos alimentos para animais. ções complementares, sempre que tal se mostre neces-
sário.
Artigo 4.o 5 — São exigidos estudos do destino metabólico do
aditivo em animais alvo destinados à alimentação
Processos humana bem como em espécies laboratoriais utilizadas
1 — Os processos devem permitir avaliar os aditivos nos ensaios de toxicidade por forma a:
de acordo com o estado actual dos conhecimentos e a) Garantir a existência de dados adequados rela-
assegurar que obedeçam aos princípios fundamentais tivos à toxicidade do aditivo progenitor bem
impostos para a sua autorização de acordo com o dis- como de quaisquer metabolitos produzidos nas
posto no Decreto-Lei n.o 289/99, de 29 de Julho. espécies alvo às quais o consumidor pode ser
2 — Quando um processo se referir a um aditivo que exposto, sendo para o efeito necessário com-
seja constituído ou contenha organismos geneticamente parar os destinos metabólicos do aditivo nas
modificados, o processo deve incluir as informações adi- espécies de animais alvo e nas espécies de ani-
cionais especificadas no artigo 10.o do Decreto-Lei mais de laboratório utilizadas nos ensaios de
n.o 289/99, de 29 de Julho, para além das exigidas pelo toxicidade;
presente diploma. b) Identificar e quantificar o ou os resíduos mar-
3 — Os processos devem: cadores adequados a utilizar na fixação do LMR
a) Incluir relatórios detalhados de todos os estudos para o resíduo marcador bem como dos inter-
realizados, apresentados com a ordem e a nume- valos de segurança para o produto final.
ração propostas nas directrizes estabelecidas no
presente diploma; Artigo 6.o
b) Incluir referências e cópias de todos os dados
científicos publicados com relevância para a ava- Requisitos gerais
liação do aditivo; 1 — A ausência, no processo, de qualquer dado pre-
c) Ser acompanhados de uma versão electrónica visto deve ser justificada.
do mesmo. 2 — Os estudos relativos aos efeitos mutagénicos e
Artigo 5.o cancerígenos bem como à toxicidade para a função
Estudos reprodutora podem ser dispensados quando a compo-
sição química, a experiência prática ou quaisquer outras
1 — Os estudos destinam-se a demonstrar a segurança considerações possam razoavelmente excluir estes efei-
da utilização do aditivo: tos.
a) Para as espécies alvo, aos níveis propostos de 3 — Os estudos devem ser realizados e comunicados
incorporação nos alimentos para animais; de acordo com as normas de qualidade adequadas, ins-
b) Para as pessoas susceptíveis de serem expostas truídos com relatórios de peritos, relativos à qualidade,
ao aditivo por inalação ou contacto com outras eficácia e segurança.
mucosas, com os olhos ou com a pele, enquanto 4 — Os peritos a que se refere o número anterior
manipulam o aditivo, tal qual ou incorporado deverão possuir qualificações relevantes e ser peritos
nas pré-misturas ou nos alimentos para animais; reconhecidos no domínio em causa, não podendo ter
c) Para os consumidores que ingerem produtos ali- tido um envolvimento pessoal na realização dos ensaios
mentares obtidos a partir de animais aos quais incluídos no processo.
foi administrado o aditivo, que podem conter 5 — Os relatórios devem proporcionar uma avaliação
resíduos do aditivo ou os seus metabolitos; isto crítica da documentação fornecida pelo requerente, não
será normalmente assegurado através do esta- se considerando suficiente um resumo factual.
belecimento de LMR e de intervalos de segu-
rança; Artigo 7.o
d) Para os animais e seres humanos, através da
selecção e propagação de genes com resistência Métodos aplicáveis
antimicrobiana; 1 — A determinação das propriedades físico-quími-
e) Para o ambiente, em virtude do próprio aditivo cas, toxicológicas e ecotoxicológicas é efectuada pelos
ou de produtos dele derivados, tanto directa- métodos fixados legalmente para classificação, emba-
mente como excretados pelos animais. lagem e rotulagem das substâncias perigosas, ou por
métodos actualizados reconhecidos por organismos
2 — Regra geral, devem ser fornecidos os estudos des- científicos internacionais.
tinados a estabelecer a identidade, as condições de uti- 2 — A utilização de métodos diferentes dos referidos
lização, as propriedades fisico-químicas, os métodos de no número anterior deve ser justificada.
controlo e a eficácia do aditivo, bem como o seu destino
metabólico e os seus resíduos, e ainda os seus efeitos
fisiológicos e toxicológicos nas espécies alvo. Artigo 8.o
3 — Se o aditivo se destinar a uma categoria específica Organização dos processos
de animais de uma espécie definida, os estudos da efi-
cácia e dos resíduos devem ser realizados com animais 1 — Cada processo inclui um sumário adequado, uma
dessa categoria. proposta em anexo e, eventualmente, uma monografia,
4 — Os estudos necessários para a avaliação dos riscos nos termos do anexo ao presente diploma do qual faz
para a saúde humana e para o ambiente dependem parte integrante.
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2 — Os processos relativos a antibióticos, coccidios- CAPÍTULO II


táticos e outras substâncias medicamentosas bem como
a factores de crescimento são acompanhados de uma 2 — Identidade, características, condições de utilização
monografia conforme ao modelo que consta do capí- do aditivo e métodos de controlo:
tulo V do anexo e que permita identificar e caracterizar 2.1 — Identidade do aditivo:
o aditivo em causa. 2.1.1 — Designações comerciais propostas;
3 — Para todos os aditivos é fornecida uma nota iden- 2.1.2 — Tipo de aditivo segundo o efeito princi-
tificativa em conformidade com o modelo constante do pal. — Sempre que possível, devem incluir-se provas do
capítulo VI do anexo. ou dos modos de actuação. Devem especificar-se quais-
quer outras utilizações da substância activa;
Artigo 9.o 2.1.3 — Composição qualitativa e quantitativa (subs-
tância activa, outros constituintes, impurezas, variação
Animais de companhia entre lotes). — Se a substância activa for constituída por
uma mistura de constituintes activos, que devem ser
1 — Não são exigidos estudos de resíduos em animais todos claramente definíveis, os constituintes principais
de companhia. devem ser descritos individualmente, devendo mencio-
2 — Os aditivos exclusivamente destinados à alimen- nar-se as respectivas proporções na mistura;
tação de animais de companhia podem ficar isentos de
2.1.4 — Estado físico, distribuição da dimensão das
submissão a um programa de ensaios de toxicidade cró-
nica, efeitos mutagénicos e cancerígenos e de toxicidade partículas, forma das partículas, densidade, densidade
para a função reprodutora tão exaustivo como o que aparente; para líquidos: viscosidade, tensão superficial;
se exige para os aditivos destinados a alimentos para 2.1.5 — Processo de fabrico, incluindo eventuais tra-
animais de criação cujos produtos se destinam ao con- tamentos específicos.
sumo humano. 2.2 — Caracterização da ou das substâncias activas:
2.2.1 — Designação genérica, designação química
Artigo 10.o segundo a nomenclatura IUPAC (União Internacional
Revogação
de Química Pura e Aplicada — International Union of
Pure and Applied Chemistry), outras designações e abre-
É revogada a Portaria n.o 69/97, de 29 de Janeiro. viaturas genéricas internacionais. Número CAS (chemi-
cal abstracts service);
2.2.2 — Fórmula estrutural, fórmula molecular e peso
Artigo 11.o molecular. — Para as substâncias activas que sejam pro-
Entrada em vigor
dutos de fermentação: origem microbiana (designação
e localização da colecção de culturas, reconhecida como
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte autoridade de depósito internacional, se possível na
ao da sua publicação. Comunidade Europeia, em que a estirpe se encontra
armazenada, bem como o número de registo e todas
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 as propriedades morfológicas, fisiológicas, genéticas e
de Fevereiro de 2003. — José Manuel Durão Barroso — moleculares relevantes para a sua identificação). Para
António Manuel de Mendonça Martins da Cruz — as estirpes geneticamente modificadas, devem forne-
Armando José Cordeiro Sevinate Pinto — Luís Filipe cer-se informações relativas à modificação genética;
Pereira — Isaltino Afonso de Morais. 2.2.3 — Pureza. — Identificação e quantificação das
impurezas químicas e microbianas e das substâncias tóxi-
Promulgado em 4 de Abril de 2003. cas presentes, confirmação da ausência de organismos
produtores;
Publique-se. 2.2.4 — Propriedades relevantes. — Propriedades
físicas das substâncias quimicamente especificadas:
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. constante de dissociação, pKa, propriedades electros-
táticas, ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade,
Referendado em 7 de Abril de 2003. pressão de vapor, solubilidade em água e em solventes
orgânicos, Kow e Koc1, espectro de massa e de absorção,
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. dados de RMN, possíveis isómeros e qualquer outra
propriedade física pertinente;
ANEXO 2.2.5 — Produção, processos de purificação, meios
utilizados e, no que respeita aos produtos de fermen-
(a que se refere o artigo 8.o)
tação, variação entre lotes.
Organização dos processos 2.3 — Caracterização do aditivo — propriedades físi-
co-químicas e tecnológicas:
CAPÍTULO I 2.3.1 — Estabilidade de cada formulação do aditivo
à exposição a condições ambientais tais como luz, tem-
1 — Resumo dos dados do processo. — O resumo deve peratura, pH, humidade, oxigénio e material de emba-
abordar todos os elementos, seguindo a ordem das direc- lagem. Prazo de validade esperado para o aditivo na
trizes e referindo as páginas relevantes do processo, sua forma comercial;
incluindo ainda uma proposta que contenha todas as 2.3.2 — Estabilidade de cada formulação do aditivo
condições relativas à autorização solicitada. durante a preparação e armazenagem das pré-misturas
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e dos alimentos para animais, em especial a estabilidade 2.5.3 — Descrição dos métodos utilizados na análise
às condições previstas de processamento/armazenagem qualitativa e quantitativa do ou dos resíduos marcado-
(calor, humidade, pressão/tensão de corte, tempo e res — situando-se como um resíduo para o qual se
material de embalagem). Eventuais produtos de degra- conhece a relação entre a sua concentração e a velo-
dação ou decomposição. Prazo de validade esperado cidade de redução da concentração dos resíduos totais
para o aditivo; no tecido alvo — bem como nos produtos de origem
2.3.3 — Outras propriedades fisico-químicas ou tec- animal;
nológicas adequadas para obter e manter misturas 2.5.4 — Os métodos referidos nos pontos 2.5.2 e 2.5.3
homogéneas tanto nas pré-misturas como nos alimentos devem ser acompanhados de informações tais como o
para animais, propriedades anti-poeiras e electrostáti- método de amostragem utilizado, a percentagem de
cas, dispersabilidade em líquidos; recuperação, a especificidade, o rigor, a precisão, o
2.3.4 — Incompatibilidades ou interacções que se pos- limite de detecção, o limite de quantificação bem como
sam esperar com os alimentos para animais, excipientes, o procedimento de validação utilizado. Devem estar dis-
outros aditivos aprovados ou medicamentos. poníveis padrões de referência da substância activa e
2.4 — Condições de utilização do aditivo: ou do ou dos resíduos marcadores bem como infor-
2.4.1 — Quando um aditivo tiver efeitos significativos mações acerca das condições óptimas para a sua arma-
tanto a nível tecnológico como zootécnico, deve satis- zenagem. Ao conceber métodos, deve ter-se em conta
fazer os requisitos de ambas as reivindicações. As rei- que o seu limite de quantificação tem de ser inferior
vindicações para cada aditivo devem ser identificadas ao LMR. Além disso, deve ainda ter-se em conta a sua
e justificadas; adequação a análises de rotina.
2.4.2 — Utilização tecnológica prevista na produção
de alimentos para animais ou, se for caso disso, nas
matérias-primas; CAPÍTULO III
2.4.3 — Modo de utilização proposto na alimentação
3 — Estudos relativos à eficácia do aditivo:
animal (por exemplo, espécies ou categorias de animais
3.1 — Estudos sobre os efeitos nos alimentos para
e grupo etário/fase de produção do animal, tipo de ali- animais. — Estes estudos dizem respeito aos aditivos
mento e contra-indicações); tecnológicos, tais como antioxidantes, conservantes,
2.4.4 — Método proposto e nível de inclusão nas pré- aglomerantes, emulsionantes, estabilizantes, gelifican-
-misturas e nos alimentos para animais, expresso, sempre tes, modificadores de pH, etc., que se destinam a melho-
que adequado, como a proporção do aditivo e das subs- rar ou estabilizar as características das pré-misturas e
tâncias quimicamente especificadas em peso de pré-mis- dos alimentos para animais mas não têm um efeito bio-
tura, de alimento para animais ou de matéria-prima, lógico directo na produção animal. Todos os efeitos ou
conforme o caso, indicando a dose proposta no alimento actividades atribuídos ao aditivo devem ser justificados
final e a duração proposta para a administração bem cientificamente.
como o intervalo de segurança, se for caso disso; Devem fornecer-se provas da eficácia do aditivo
2.4.5 — Devem fornecer-se dados relativos a outras mediante critérios adequados, indicados em métodos
utilizações conhecidas da substância activa (por exem- reconhecidos e aceites, nas condições de utilização e
plo, nos géneros alimentícios, na medicina humana ou em comparação com alimentos para animais de controlo
veterinária, na agricultura e na indústria); adequados. Estas investigações devem ser concebidas
2.4.6 — Ficha de segurança proposta para o material e realizadas de modo a permitir uma avaliação esta-
nos termos da legislação em vigor que define e esta- tística.
belece as modalidades do sistema de informação espe- Devem fornecer-se informações completas acerca das
cífico relativo às preparações perigosas, e, caso neces- substâncias activas, preparações, pré-misturas e alimen-
sário, medidas propostas para a prevenção de riscos pro- tos para animais examinados, o número de referência
fissionais e meios de protecção durante o fabrico, mani- dos lotes, o tratamento detalhado e as condições de
pulação, utilização e eliminação. análise. Para cada experiência, devem descrever-se os
2.5 — Métodos de controlo: efeitos positivos e negativos, tanto tecnológicos como
2.5.1 — Descrição dos métodos aplicados para deter- biológicos.
minar os critérios enunciados nos pontos 2.1.3, 2.1.4, 3.2 — Estudos sobre os efeitos nos animais. — Os
2.2.3, 2.2.4, 2.3.1, 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4; estudos relativos aos aditivos zootécnicos devem ser
2.5.2 — Descrição dos métodos de análise qualitativa efectuados em espécies ou categorias animais às quais
e quantitativa utilizados no controlo de rotina da subs- o aditivo se destina em comparação com grupos de con-
tância activa nas pré-misturas e nos alimentos para ani- trolo negativo (sem antibióticos, promotores de cres-
mais. Este método tem de ser validado com uma «prova cimento ou outros medicamentos) e, eventualmente,
do anel» (ring test) envolvendo pelo menos quatro labo- com grupos que ingiram alimentos contendo aditivos
ratórios ou então validado internamente seguindo direc- aprovados na UE com eficácia conhecida e utilizados
trizes internacionais harmonizadas para a validação nas doses recomendadas (controlo positivo).
interna de métodos de análise (1) no tocante aos seguin- Os animais utilizados devem ser saudáveis e, de pre-
tes parâmetros: aplicabilidade, selectividade, calibração, ferência, provenientes de um grupo homogéneo.
rigor, precisão, intervalo de aplicação, limite de detec- Os estudos devem permitir a avaliação da eficácia
ção, limite de quantificação, sensibilidade, robustez e do aditivo de acordo com as práticas de criação na União
exequibilidade. Devem fornecer-se provas de que estas Europeia. Sempre que possível, devem usar-se proto-
características foram avaliadas (v. o ponto 2.5.4); colos com concepção semelhante em todos os ensaios
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para que se possa posteriormente testar a sua homo- mitir a realização de análises estatísticas. Devem refe-
geneidade e reagrupá-los (se os ensaios assim o indi- rir-se os métodos utilizados para as avaliações estatís-
carem) para efeitos de avaliação estatística. ticas. Por forma a demonstrar os efeitos invocados, é
Não se recomenda uma concepção única, dando-se necessário fornecer pelo menos três ensaios indepen-
flexibilidade que permita uma liberdade científica na dentes comparáveis com p ‹ 0,05 para cada uma das
concepção e na condução dos estudos. A concepção categorias de animais em causa. No caso dos ruminantes,
experimental utilizada deve ser justificada de acordo pode aceitar-se um nível inferior de probabilidade:
com a utilização que se pretende dar ao aditivo e deve p ‹ 0,10. O relatório deve incluir todos os animais ou
incluir elementos estatísticos de eficácia adequada. unidades experimentais envolvidos nos ensaios. Os casos
3.2.1 — Para coccidiostáticos e outras substâncias que não puderem ser avaliados devido a falta ou perda
medicamentosas. — Deve dedicar-se uma importância de dados devem ser comunicados e deve ser classificada
primordial à verificação dos efeitos específicos [por a sua distribuição nos grupos de animais;
exemplo, espécies controladas, fase(s) afectada(s) do seu 3.2.3.4 — Regimes alimentares — descrição do
ciclo de vida] e, em especial, às propriedades profilác- fabrico e da composição quantitativa do ou dos regimes
ticas (por exemplo, morbilidade, mortalidade, contagem alimentares em termos de ingredientes utilizados,
de oocistos e índice de lesões). nutrientes relevantes (valores analisados) e energia.
Devem fornecer-se informações relativas ao efeito no Registos relativos à ingestão de alimentos;
rendimento dos alimentos para animais e ao aumento 3.2.3.5 — Deve estabelecer-se a concentração da
de peso vivo. substância activa (e, quando for caso disso, de outras
Os dados relativos à eficácia envolvem três fases da substâncias utilizadas como termo de comparação) nos
experimentação nos animais alvo: alimentos para animais através de uma análise de con-
trolo, utilizando um método reconhecido adequado.
a) Experiências controladas de gaiolas em bateria Número(s) de referência dos lotes;
(infecções simples e mistas); 3.2.3.6 — Datas e duração exacta dos ensaios. Datas
b) Estudos controlados de criação no solo em e natureza dos exames efectuados;
recinto fechado (simulação das condições de 3.2.3.7 — Estudos de determinação das doses — o
utilização); objectivo destes estudos é explicar a justificação para
c) Ensaios de campo controlados (condições reais a selecção de uma dose ou de uma gama de doses con-
de utilização). sideradas óptimas em termos de eficácia. A determi-
nação da dose basear-se-á num controlo (sem antibió-
ticos, promotores de crescimento ou outros medicamen-
Simultaneamente e sempre que relevante, no âmbito tos) e, pelo menos, três níveis diferentes de zero nos
dos ensaios de eficácia, devem registar-se dados adi- animais alvo;
cionais que permitam a avaliação das interferências com 3.2.3.8 — Deve comunicar-se o momento e a preva-
o crescimento e a conversão alimentar (aves destinadas lência de quaisquer consequências indesejáveis do tra-
à engorda, substituição de poedeiras e coelhos), efeitos tamento em indivíduos ou grupos (fornecer pormenores
sobre a fertilidade e a taxa de eclosão dos ovos (aves acerca do programa de observações utilizado no estudo);
de criação). 3.2.3.9 — Todos os aditivos estudados em explorações
3.2.2 — Para outros aditivos zootécnicos. — Devem agrícolas devem dispor de provas científicas válidas
fornecer-se informações relativas aos efeitos da ingestão quanto à sua segurança para os utilizadores, os con-
de alimentos para animais, peso corporal, rendimento sumidores, os animais e o ambiente. Quando um aditivo
alimentar (de preferência em relação à matéria seca), não cumprir os requisitos em matéria de segurança dos
qualidade e rendimento do produto e qualquer outro consumidores, qualquer estudo levado a efeito deverá
parâmetro com efeitos benéficos para o animal, o ser concebido por forma a evitar que os produtos deri-
ambiente, o produtor ou o consumidor. Os estudos vados dos animais testados entrem na cadeia alimentar
devem incluir, sempre que apropriado, uma indicação humana.
da relação dose/resposta. 3.3 — Estudos sobre a qualidade dos produtos de ori-
3.2.3 — Condições experimentais. — Os ensaios gem animal. — Os produtos de origem animal devem
devem ser efectuados em pelo menos duas localizações ser examinados, conforme for adequado, quanto às suas
diferentes. Devem ser comunicados individualmente, propriedades organolépticas, nutritivas, higiénicas e
fornecendo pormenores acerca dos controlos e de cada tecnológicas.
tratamento experimental. O protocolo dos ensaios deve 3.4 — Estudos sobre os feitos nas características dos
ser cuidadosamente elaborado e conter os seguintes resíduos de origem animal. — Se os aditivos se desti-
dados descritivos gerais: narem a alterar algumas das características dos resíduos
3.2.3.1 — Rebanho ou efectivo — localização e tama- de origem animal (por exemplo, azoto, fósforo, cheiro,
nho; condições de alimentação e criação, método de volume), são necessários estudos que demonstrem estas
alimentação; para espécies aquáticas, dimensão e propriedades.
número de tanques ou recintos na exploração e qua-
lidade da água;
3.2.3.2 — Animais — espécie (para as espécies aquá- CAPÍTULO IV
ticas destinadas ao consumo humano, deve referir-se
4 — Estudos relativos à segurança de utilização do adi-
o seu nome comum seguido, entre parêntesis, do seu
tivo. — Os estudos indicados neste capítulo destinam-se
nome em latim ou da descrição linneana), raça, idade,
a avaliar:
sexo, modo de identificação, fase fisiológica e estado
geral de saúde; a) A segurança de utilização do aditivo nas espé-
3.2.3.3 — Número de grupos de ensaio e de grupos- cies alvo;
-testemunha, número de animais de cada grupo. b) Qualquer risco associado à selecção e ou trans-
O número de animais envolvidos nos ensaios deve per- ferência de resistência a antibióticos e ao
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aumento da persistência e disseminação de um mês. Exige-se, pelo menos, a avaliação dos sinais
agentes enteropatogénicos; clínicos e de outros parâmetros que verifiquem os efeitos
c) Os riscos que possam resultar para o consu- sobre a saúde dos animais envolvidos. Deve incluir-se
midor do consumo de géneros alimentícios que um grupo de controlo negativo (sem antibióticos, pro-
contenham resíduos do aditivo ou dos seus motores de crescimento ou outros medicamentos).
metabolitos; Podem também ser exigidos parâmetros adicionais,
d) Os riscos da inalação e do contacto com outras dependendo do perfil toxicológico. Quaisquer efeitos
mucosas, com os olhos ou com a pele, para as nocivos detectados durante os ensaios de eficácia devem
pessoas susceptíveis de manipular o aditivo, tal também ser comunicados neste capítulo.
qual ou incorporado nas pré-misturas ou nos Sempre que o produto se destinar a ser utilizado em
alimentos para animais; animais que possam ser usados para reprodução, devem
e) Os riscos de efeitos nocivos para o ambiente realizar-se estudos para identificar possíveis comprome-
decorrentes do próprio aditivo ou de produtos timentos da função reprodutora masculina ou feminina,
dele derivados, tanto directamente como excre- bem como os efeitos nocivos na descendência resultantes
tados pelos animais. da administração do aditivo em estudo.
4.1.2 — Segurança microbiológica do aditivo:
Devem ter-se em consideração as incompatibilidades 4.1.2.1 — Todos os estudos devem ser realizados com
e ou interacções conhecidas entre o aditivo e medica- o mais elevado nível de dose proposto.
mentos veterinários e ou componentes relevantes do 4.1.2.2 — Se a substância activa possuir actividade
regime alimentar das espécies em causa. antimicrobiana ao nível de concentração no alimento
Regra geral, estes estudos deviam ser realizados na para animais, deve determinar-se a concentração ini-
íntegra para cada aditivo, a menos que a directiva espe- bitória mínima (MIC, minimum inhibitory concentration)
cifique exclusões ou alterações. em bactérias adequadas, tanto patogénicas como não
Normalmente, aceitar-se-á uma candidatura mais patogénicas, endógenas e exógenas, em conformidade
reduzida para uma proposta de extensão da autorização com os procedimentos normalizados.
do uso numa espécie próxima, do ponto de vista fisio- 4.1.2.3 — Ensaios destinados a determinar a capaci-
lógico e metabólico, de outra espécie para a qual a uti- dade do aditivo para:
lização do aditivo já tenha sido aprovada. Este conjunto
a) Induzir resistência cruzada aos antibióticos rele-
de dados reduzido deve demonstrar a segurança para
vantes;
a nova espécie e a ausência de diferenças significativas
b) Seleccionar estirpes bacterianas resistentes em
no destino metabólico e nos resíduos nos tecidos comes-
condições não laboratoriais nas espécies alvo
tíveis. Devem justificar-se o LMR e o intervalo de segu-
e, se tal acontecer, investigação dos mecanismos
rança propostos para a espécie.
genéticos de transferência dos genes resistentes;
Por forma a avaliar os riscos para os consumidores
e, consequentemente, a determinação do LMR e do
4.1.2.4 — Ensaios destinados a determinar os efeitos
intervalo de segurança, devem fornecer-se as informa-
do aditivo sobre:
ções seguintes:
a) Diversos agentes patogénicos oportunistas pre-
i) A estrutura química da substância activa;
sentes no tracto digestivo (por exemplo, ente-
ii) Metabolismo nas espécies alvo propostas;
robacteriaceae, enterococci e clostridia);
iii) A natureza dos resíduos nessas espécies alvo;
b) A disseminação ou excreção de microrganismos
iv) Estudo da redução dos resíduos nos tecidos;
zoonóticos relevantes, por exemplo, Salmonella
v) Dados relativos aos efeitos biológicos da subs-
spp., Campylobacter spp.
tância activa bem como dos respectivos meta-
bolitos.
4.1.2.5 — Caso a substância activa possua acção anti-
microbiana, devem fornecer-se estudos efectuados em
Pode igualmente ter utilidade o conhecimento da bio-
condições não laboratoriais para controlar a resistência
disponibilidade dos resíduos (tanto livres como ligados)
bacteriana ao aditivo.
nomeadamente quando se produzem vários metabolitos
4.1.3 — Estudos do metabolismo e dos resíduos:
sem se evidenciar um resíduo marcador (v. o ponto 4.1.3.3).
4.1.3.1 — O objectivo dos estudos é:
Por outro lado, o conhecimento da composição e das
propriedades físico-químicas e biológicas dos principais a) Estabelecer os passos metabólicos da substância
materiais excretados derivados do aditivo será neces- activa como base para a sua avaliação toxi-
sário para definir os limites dos estudos destinados a cológica;
avaliar os riscos de efeitos nocivos para o ambiente ou b) Identificar os resíduos e estabelecer a sua ciné-
de persistência no ambiente (v. o ponto 4.5). tica nos tecidos comestíveis e nos produtos
4.1 — Estudos sobre as espécies alvo: (leite, ovos);
4.1.1 — Ensaios de tolerância nas espécies/categorias c) Identificar as substâncias excretadas como pré-
animais alvo. — O objectivo é a determinação de uma -requisito para avaliar o seu impacte no
margem de segurança (ou seja, a margem entre o nível ambiente.
de dose máximo proposto nos alimentos para animais
e o nível mínimo que provoca efeitos indesejáveis). Con- Ocasionalmente, como por exemplo nos aditivos deri-
tudo, uma margem de segurança de factor 10, no vados de processos fermentativos, pode ser necessário
mínimo, é considerada suficiente para não exigir ensaios alargar estes estudos a outras substâncias adicionadas
complementares. Este ensaio de tolerância deve ser efec- ou produzidas durante a fermentação. Um exemplo
tuado nas espécies/categorias animais alvo de preferên- desta circunstância seria a existência de uma toxicidade
cia durante a totalidade do período de produção embora significativa em comparação com a do(s) componente(s)
normalmente seja aceitável um período de ensaio de activo(s) do aditivo.
N.o 92 — 19 de Abril de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2527

4.1.3.2 — Farmacocinética. — O planeamento e a a concentração do resíduo marcador determi-


concepção experimental dos estudos deve ter em conta nada no tecido alvo se situe abaixo do valor
as particularidades anatómicas, fisiológicas (idade, tipo, do LMR (limite de confiança de 95 %). Con-
sexo), ambientais, bem como a categoria zootécnica da sideram-se requisitos mínimos pontos interva-
população alvo. Sempre que adequado, deve ter-se em lados no tempo adequadamente escolhidos por
conta a influência da microflora intestinal ou do rúmen, referência à fase de depleção da substância
do ciclo entero-hepático e da cecotrofia. O regime de activa e dos seus metabolitos, bem como, pelo
doses testado deve ser o que se pretende na utilização menos, quatro animais por ponto dependendo
e, possivelmente, quando se justifique, um múltiplo da espécie (dimensão, variabilidade gené-
daquela dose. A substância activa (incluindo a substância tica) (2).
marcada) deve ser incorporada no alimento para animais
a menos que haja uma justificação para não o fazer. 4.2 — Estudos em animais de laboratório. — Estes
Os estudos exigidos são os seguintes: estudos devem ser efectuados com a substância activa
a) Balanço metabólico e cinética no plasma/sangue e utilizando métodos de ensaio normalizados interna-
após a administração de uma única dose para cionalmente reconhecidos tal como descrito nas direc-
avaliar a taxa e o grau de absorção, de distri- trizes da OCDE relativas aos pormenores metodoló-
buição e de excreção (urina, fezes, guelras, bílis, gicos, de acordo com os princípios de boas práticas de
ar expirado, leite ou ovos); laboratório (BPL). Podem ser necessários estudos adi-
b) Identificação dos principais (› 10 %) metaboli- cionais relativos a metabolitos específicos produzidos
tos nas excreções, excepto se um metabolito pelas espécies-alvo, caso estes não se formem de forma
secundário (‹ 10 %) se revelasse preocupante significativa nas espécies para ensaio em laboratório.
do ponto de vista toxicológico; De igual modo, quando existirem dados relativos à
c) Distribuição do material marcado em tecidos espécie humana, pode ser necessário ter este facto em
e produtos após a administração de uma única consideração ao decidir os estudos adicionais a levar
dose a animais que já tenham atingido o estado a cabo.
estacionário de equilíbrio com o aditivo não 4.2.1 — Toxicidade aguda. — Os estudos de toxici-
marcado. dade oral aguda devem ser efectuados em, pelo menos,
duas espécies de mamíferos. Uma espécie de animais
Os estudos referidos nos pontos 4.1.3.1 e 4.1.3.2 de laboratório pode ser substituída, se adequado, por
devem incluir um isótopo marcador ou um método alter- uma espécie-alvo. Não é necessário identificar um LD50
nativo relevante. exacto; é normalmente suficiente uma determinação
aproximada da dose letal mínima. Por forma a reduzir
4.1.3.3 — Estudo dos resíduos: o número de animais envolvidos bem como o seu sofri-
mento, a dose máxima não deve exceder 2000 mg/kg
a) Identificação dos resíduos [composto de origem, de peso corporal e recomendam-se métodos alternativos
metabolitos, produtos da degradação, resíduos (ensaios limite, método da dose fixa, método da classe
ligados — que correspondem à fracção residual de toxicidade aguda).
no tecido que não é extraível através de métodos Devem avaliar-se os riscos para os trabalhadores
físico-químicos ou biológicos e resultam da liga- numa série de estudos utilizando o produto (substância
ção covalente entre o metabolismo do composto activa mais excipiente na forma que se pretende comer-
e macromoléculas celulares — que apresentam cializar). Devem efectuar-se estudos relativos à irritação
mais de 10 % dos resíduos totais (excepto se cutânea e, caso tenham resultados positivos, deve ava-
um metabolito secundário se revelasse preocu- liar-se a irritação das mucosas (por exemplo, os olhos).
pante do ponto de vista toxicológico) nos tecidos O potencial alergénico — potencial de sensibilização
comestíveis e nos produtos (leite, ovos) em equi- cutânea — deve também ser avaliado. Devem também
líbrio metabólico, ou seja, após uma adminis- realizar-se estudos relativos à inalação aguda caso o pro-
tração da substância marcada em doses repe- duto possa formar um pó ou vapor respirável.
tidas; razão entre o resíduo marcador e os resí- 4.2.2 — Estudos de genotoxicidade incluindo a muta-
duos totais]; genicidade. — Por forma a identificar as substâncias
b) Estudo cinético dos resíduos nos tecidos (incluindo activas e, quando apropriado, os seus metabolitos e pro-
leite e ovos, se for caso disso) durante o período dutos de degradação com propriedades mutagénicas e
de depleção após se ter alcançado o estado esta- genotóxicas, deve efectuar-se uma combinação seleccio-
cionário utilizando o nível mais alto proposto, per- nada de, pelo menos, três ensaios diferentes de geno-
fil metabólico, identificação do tecido alvo — que toxicidade. A bateria de ensaios deve normalmente
se define como tecido comestível seleccionado incluir sistemas de ensaio procarióticos e eucarióticos
para monitorizar os resíduos totais no animal incluindo sistemas de ensaios em mamíferos in vitro e
alvo — e do resíduo marcador; in vivo. Se adequado, os ensaios devem ser realizados
c) Estudo da depleção do resíduo marcador nos sem e com activação metabólica mamífera.
tecidos alvo (incluindo o leite e os ovos, se ade- Devem apresentar-se as razões para a escolha dos
quado) após remoção do aditivo na sequência ensaios em relação à sua fiabilidade para avaliar efeitos
da sua administração repetida de acordo com genotóxicos em diferentes mecanismos genéticos a nível
as condições de utilização propostas e durante do gene, do cromossoma e do genoma. Pode ser con-
tempo suficiente para se alcançar o estado esta- veniente a realização de ensaios complementares depen-
cionário, por forma a estabelecer um intervalo dendo dos resultados obtidos e tendo em conta o perfil
de segurança com base no LMR fixado; toxicológico da substância bem como a utilização a que
d) O intervalo de segurança para o aditivo não se destina. Os ensaios devem ser realizados de acordo
deve ser inferior ao tempo necessário para que com procedimentos estabelecidos, actualizados e vali-
2528 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 92 — 19 de Abril de 2003

dados. Caso o objectivo do ensaio seja a medula óssea o composto não marcado numa dose semelhante ao nível
e se o resultado for negativo, é exigida uma prova da mais elevado proposto para utilização no animal alvo.
exposição das células à substância de ensaio. 4.2.7 — Biodisponibilidade dos resíduos. — Na ava-
4.2.3 — Estudos de toxicidade oral subcrónica liação dos riscos para os consumidores relacionados com
(90 dias). — Os ensaios devem ter uma duração de, pelo determinados resíduos contidos nos produtos de origem
menos, 90 dias. No que respeita aos aditivos destinados animal, nomeadamente resíduos ligados, pode ter-se em
a serem utilizados em espécies animais produtoras de consideração um factor de segurança adicional baseado
alimentos, os estudos devem ser efectuados em duas na determinação da sua biodisponibilidade utilizando
espécies animais, uma das quais deve ser uma espécie animais de laboratório adequados bem como métodos
não roedora, que pode ser a espécie alvo. Para aditivos reconhecidos.
a utilizar em animais que não se destinam ao consumo 4.2.8 — Outros estudos específicos toxicológicos e far-
humano, são suficientes estudos nas espécies alvo: a macológicos. — Caso subsistam motivos de preocupa-
substância activa deve ser administrada oralmente pelo ção, devem realizar-se estudos complementares que for-
menos em três níveis bem como a um grupo de controlo, neçam informações adicionais úteis para a avaliação da
por forma a obter uma resposta à dose. segurança da substância activa e dos seus resíduos.
Normalmente, a dose máxima deve fornecer provas 4.2.9 — Determinação do nível de efeito negativo não
de efeitos nocivos. A dose mínima não deve produzir observado (NOAEL). — Na identificação de um
quaisquer provas de toxicidade. NOAEL expresso em miligramas por quilograma de
4.2.4 — Estudos de toxicidade crónica oral (incluindo peso corporal por dia, devem ter-se em conta todos
estudos relativos aos efeitos cancerígenos). — Deve os resultados anteriores bem como todos os dados publi-
efectuar-se um estudo de toxicidade crónica, o qual pode cados relevantes (incluindo qualquer informação ade-
incluir a análise dos efeitos cancerígenos, realizado em, quada relativa aos efeitos da substância activa na espécie
pelo menos, uma espécie de roedores. Os estudos dos humana) e, se adequado, informações relativas a estru-
efeitos cancerígenos podem não ser necessários se a turas químicas próximas. Deve seleccionar-se o NOAEL
substância activa e os seus metabolitos: mais baixo.
Contudo, o NOAEL a utilizar no cálculo da dose
a) Fornecerem resultados negativos consistentes diária admissível (DDA) deve ser seleccionado com base
numa gama adequada de ensaios de genoto- nos efeitos toxicológicos ou farmacológicos, conforme
xicidade; adequado. Para alguns aditivos, por exemplo, os anti-
b) Não estiverem estruturalmente relacionados com bacterianos, a DDA ficará mais bem estabelecida se
agentes cancerígenos conhecidos; e se basear nos efeitos sobre a microflora intestinal
c) Não produzirem efeitos indicativos de (pré-)neo- humana. Na ausência de métodos validados e interna-
plasia potencial em ensaios de toxicidade crónica. cionalmente aceites para a descrição da flora intestinal,
podem ser mais apropriados os efeitos sobre estirpes
4.2.5 — Estudos de toxicidade para a função repro- bacterianas seleccionadas e sensíveis da flora intestinal
dutora, incluindo a teratogenicidade: humana.
4.2.5.1 — Estudo da toxicidade para a função repro- 4.3 — Avaliação da segurança para o consumidor
dutora em duas gerações: humano:
a) Os estudos da função reprodutora devem ser efec- 4.3.1 — Proposta de dose diária admissível para o adi-
tuados e estender-se por pelo menos duas gerações em tivo. — Sempre que adequado, deve propor-se uma
linha directa (F1, F2) e podem combinar-se com um DDA.
estudo de teratogenicidade. A substância a investigar A DDA (expressa como miligrama de aditivo ou de
deve ser administrada aos machos e às fêmeas num material relacionado com o aditivo por pessoa por dia)
momento adequado antes do acasalamento. A admi- obtém-se dividindo o NOAEL por um factor de segu-
nistração deve prosseguir até ao desmame da gera- rança adequado e multiplicando por um peso corporal
ção F2. humano médio de 60 kg. Este NOAEL expresso em mili-
b) Devem observar-se e registar-se cuidadosamente grama por quilograma de peso corporal por dia pode
todos os parâmetros relevantes relativos à fertilidade, ser seleccionado utilizando resultados toxicológicos ou
gestação, parto, comportamento materno, lactação, cres- farmacológicos. Em alguns casos, pode ser mais ade-
cimento e desenvolvimento da geração F1 desde a fer- quada uma DDA baseada nas propriedades microbio-
tilização até à maturidade bem como o desenvolvimento lógicas do aditivo. A escolha dependerá da propriedade
da geração F2 até ao desmame. que se considera mais relevante em termos de perigo
4.2.5.2 — Estudo da teratogenicidade. — O estudo da para a saúde do consumidor.
teratogenicidade abrange a toxicidade para o embrião O factor de segurança utilizado para determinar a
e para o feto. Deve ser efectuado em, pelo menos, duas DDA para um determinado aditivo deve ser seleccio-
espécies. nado tendo em conta os seguintes aspectos:
4.2.6 — Estudos relativos ao metabolismo e à elimi- a) A natureza do efeito biológico utilizado para
nação. — Devem ser executados estudos relativos à identificar o NOAEL;
absorção, distribuição nos fluidos e tecidos corporais, b) A relevância deste efeito para a espécie humana
bem como as vias de excreção. Deve efectuar-se um e a reversibilidade do efeito;
estudo metabólico que inclua o balanço metabólico e c) A gama e a qualidade dos dados utilizados para
a identificação dos principais metabolitos na urina e identificar o NOAEL;
fezes, realizado em animais de ambos os sexos e das d) Qualquer conhecimento relativo aos efeitos dos
mesmas estirpes que as utilizadas nos estudos toxico- constituintes dos resíduos.
lógicos. Deve administrar-se uma dose única da molé-
cula marcada (v. o ponto 4.1.3) depois de se ter atingido No cálculo da DDA, é habitual utilizar um factor
o estado estacionário de equilíbrio alcançado utilizando de segurança de, pelo menos, 100 (ou seja, um factor
N.o 92 — 19 de Abril de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2529

de 10 relativo à potencial variação inter-espécies e um tificação inferior ao LMR (v. o ponto 2.5.3 do
outro factor de 10 relativo a possíveis diferenças na res- capítulo II).
posta entre indivíduos da espécie humana). Quando esti- Se uma substância puder originar resíduos em tecidos
verem disponíveis dados relativos à substância activa e produtos, o LMR proposto deve ser tal que a quan-
em relação ao ser humano, pode ser aceitável um factor tidade total de resíduos ingeridos diariamente, signi-
de segurança mais baixo. ficativos do ponto de vista toxicológico (ou microbio-
4.3.2 — Proposta de um limite máximo de resíduos lógico)(3), deve ser inferior à DDA (v. a tabela supra).
(LMR) para o aditivo. — No cálculo do LMR, assu- O LMR só deve ser estabelecido após ter tomado
me-se que a ingestão de tecido comestível, de leite e em consideração e ter incluído qualquer outra fonte
de ovos constitui a única fonte de exposição humana potencial de exposição do consumidor aos componentes
potencial. Se este não for o caso, deve fazer-se uma dos resíduos.
dedução de modo a ter em conta as outras fontes. Em relação a determinados aditivos, os resíduos
Algumas destas substâncias foram já utilizadas como podem apresentar níveis inferiores ao LMR no leite,
aditivos na alimentação animal bem como noutras apli- nos ovos ou na carne, mas, não obstante, podem inter-
cações. Nestes casos, espera-se que os LMR calculados ferir com a qualidade dos alimentos, nomeadamente
sejam os mesmos. Pode também acontecer que, com em procedimentos de transformação de alimentos, por
base em considerações estritamente científicas, se cal- exemplo, a utilização de leite no fabrico de queijos. Para
culem LMR diferentes para cada utilização, quando a estes aditivos, pode ser adequado considerar um «nível
via de administração, a quantidade, a frequência de máximo de resíduos compatível com a transformação
dosagem e a respectiva duração forem suficientemente (de produtos alimentares)», para além do estabeleci-
diferentes das adequadas para utilização como aditivo mento do LMR.
na alimentação animal, de forma que haja provas indi- Em alguns casos, não é exigido o estabelecimento
cadoras de que a cinética e ou o metabolismo possam de LMR, como por exemplo:
resultar em perfis de resíduos diferentes. Nestas cir- a) Ausência de biodisponibilidade dos resíduos e
cunstâncias, antecipa-se que seja aplicado o LMR mais ausência de efeitos negativos para o intestino
restrito. humano, incluindo a sua microflora;
Para estabelecer um LMR, deve definir-se a natureza b) Degradação completa em nutrientes ou substân-
química do material, relacionado com o fármaco, que cias inofensivas para as espécies alvo;
se pretende utilizar para especificar os níveis de resíduos c) DDA «não especificada» devido a toxicidade
nos tecidos. Este material designa-se «resíduo marca- reduzida em ensaios em animais;
dor». Este constituinte dos resíduos não deve ser neces- Quando a utilização é restringida exclusiva-
sariamente o resíduo relevante do ponto de vista toxi- mente à alimentação de animais de companhia;
cológico, mas deve ser escolhido como um indicador d) Quando a substância se encontrar também apro-
adequado para representar a totalidade dos resíduos vada como aditivo para a alimentação humana,
significativos. Em todos os pontos temporais dos estudos normalmente não é exigido um LMR se o resí-
de depleção, devem estabelecer-se as razões entre o duo marcador for a substância de origem e
resíduo marcador e os resíduos totais em ligação com representar apenas uma fracção insignificante
a DDA (ou seja, razão resíduo marcador/resíduos da DDA do aditivo para a alimentação humana.
radioactivos totais, resíduo marcador/todos os resíduos
biologicamente activos). Em especial, esta razão deveria 4.3.3 — Proposta do intervalo de segurança para o
ser conhecida no ponto temporal escolhido para definir aditivo. — O intervalo de segurança deve ser estabe-
o LMR. Deve também estar disponível um método ana- lecido com base no LMR. Este intervalo de tempo inclui
lítico adequado para este resíduo marcador, de modo o período que é necessário para permitir que os níveis
a garantir o cumprimento do LMR. de resíduos se situem abaixo do LMR (limite de con-
Ao estabelecer os LMR (expressos em gramas por fiança de 95 %) após a cessação da administração da
quilograma de resíduo marcador por quilograma de formulação proposta do aditivo.
tecido comestível húmido ou produto) com base numa Para estabelecer um intervalo de segurança, pode
DDA, devem aplicar-se os seguintes valores de consumo identificar-se um tecido comestível específico, que subs-
humano diário: titua todos os restantes, frequentemente denominado
«tecido-alvo».
(Valores em gramas)
4.4 — Avaliação da segurança dos trabalhado-
res. — Os trabalhadores podem ser expostos essencial-
Mamíferos Aves Peixe
mente por inalação ou exposição tópica enquanto fabri-
cam, manipulam ou utilizam o aditivo, por exemplo,
Músculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300 300 (*) 300 os trabalhadores agrícolas estão potencialmente expos-
Fígado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 100 tos quando manipulam ou misturam o aditivo. Deve
Rim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 10
Gordura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (**) 50 (***) 90 ser fornecida informação adicional sobre a forma de
Mais leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 500 manipular as substâncias. Deve incluir-se uma avaliação
Mais ovos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 dos riscos para os trabalhadores.
A experiência nas unidades de produção é frequen-
(*) Músculo e pele de proporções normais.
(**) Para os suínos, 50 g de gordura e pele nas proporções normais.
temente uma importante fonte de informação na ava-
(***) Gordura e pele nas proporções normais. liação dos riscos para os trabalhadores decorrentes da
exposição ao aditivo tanto pela via aérea como tópica.
Os LMR isolados relativos a diferentes tecidos devem Merecem uma especial atenção os aditivos ou os ali-
reflectir a cinética de depleção dos resíduos nesses teci- mentos para animais tratados com aditivos ou ainda
dos nas espécies animais destinadas ao consumo. as excreções animais que se encontram na forma pul-
É necessário um método analítico com limite de quan- verulenta ou que a possam originar, bem como os adi-
2530 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 92 — 19 de Abril de 2003

tivos para a alimentação animal que possam ter um (v. «árvore de decisão»), em cuja 1.a fase se podem iden-
potencial alergénico. tificar claramente os aditivos que não carecem de análises
4.4.1 — Avaliação do risco toxicológico em relação complementares. Para os restantes aditivos, é necessária
à segurança dos trabalhadores: uma 2.a fase de estudo (fase II-A) para fornecer infor-
4.4.1.1 — Efeitos no sistema respiratório. — Devem mações adicionais, as quais podem revelar a necessidade
fornecer-se provas de que os níveis de poeiras no ar de estudos complementares (fase II-B). Estes estudos,
não constituem um perigo para a saúde dos trabalha- quando efectuados, devem ser conduzidos em confor-
dores. Estas provas devem incluir, caso necessário, midade com a legislação em vigor.
ensaios de inalação em animais de laboratório, dados 4.5.1 — Fase I da avaliação. — O objectivo da fase I
epidemiológicos publicados e ou os dados relativos à da avaliação é determinar se é provável que o aditivo
unidade de produção do próprio requerente e ou ensaios ou os seus metabolitos tenham um impacte ambiental
de irritação e de sensibilização do sistema respiratório; significativo, essencialmente com base em dados já esta-
4.4.1.2 — Efeitos nos olhos e na pele. — Quando dis- belecidos para outros fins.
ponível, devem fornecer-se provas directas da ausência A fase II da avaliação será desnecessária se se cumprir
de irritação e ou de sensibilização com base em situações um dos seguintes critérios:
humanas conhecidas. Estes dados podem ser comple-
mentados com resultados de ensaios validados em ani- a) A natureza química e o efeito biológico do adi-
mais relativos à irritação dos olhos e da pele, bem como tivo bem como a sua utilização indicam que o
ao potencial de sensibilização utilizando o aditivo impacte será negligenciável, ou seja, quando o
adequado. aditivo e ou os seus principais metabolitos (mais
4.4.1.3 — Toxicidade sistémica. — Os dados relativos de 20 % dos resíduos totais nas excreções) são:
à toxicidade obtidos para o cumprimento dos requisitos
em matéria de segurança (incluindo a toxicidade em i) Substâncias fisiológicas/naturais (por exem-
doses repetidas, a mutagenicidade, o potencial cance- plo, uma vitamina ou um mineral) que não
rígeno, e os ensaios de função reprodutora) devem ser alteram a concentração no ambiente, a
utilizados para avaliar outros aspectos da segurança dos menos que haja motivos evidentes para
trabalhadores. Para este efeito, deve recordar-se que preocupação (por exemplo, o cobre);
a contaminação cutânea e ou a inalação do aditivo são ii) Aditivos destinados a animais de com-
as vias de exposição mais prováveis. panhia (excluindo os cavalos);
4.4.2 — Avaliação da exposição. — Devem forne-
cer-se informações acerca das utilizações do aditivo sus- b) A concentração ambiental previsível (PEC), no
ceptíveis de originar uma exposição através de todas caso mais desfavorável, é demasiado baixa para
as vias: inalatória, cutânea ou de ingestão. Esta infor- ser preocupante.
mação deverá incluir uma avaliação quantitativa quando
esta se encontrar disponível, tal como a concentração
atmosférica típica, a contaminação cutânea ou a inges- É provável que o valor mais desfavorável da PEC
tão. Quando não se dispuser de informações quanti- relativa ao solo surja quando se espalha sobre a terra
tativas, devem fornecer-se informações suficientes para o estrume gerado durante o período de máxima excreção
permitir uma avaliação adequada da exposição. dos principais constituintes dos resíduos (o aditivo e
4.4.3 — Medidas para controlar a exposição. — Atra- ou os seus principais metabolitos). A PEC deve ser ava-
vés das informações provenientes das avaliações toxi- liada em relação a cada um dos principais constituintes
cológicas e da exposição, devem tirar-se conclusões dos resíduos no estrume e para cada compartimento
acerca dos riscos para a saúde dos utilizadores (sisté- ambiental em causa. No que respeita ao compartimento
micos, toxicidade, irritação ou sensibilização) ao aplicar terrestre, não será necessário efectuar uma avaliação
as medidas de controlo da exposição razoáveis em fun- complementar caso a PEC não exceda 100 l/kg para
ção das circunstâncias. Caso o risco for inaceitável, o total dos principais constituintes dos resíduos no
devem tomar-se medidas de precaução para controlar estrume ou se os principais constituintes dos resíduos
ou eliminar a exposição. As soluções preferenciais são já se encontram degradados (tempo de degradação
a reformulação do produto ou a alteração dos processos DT 50 ‹ 30 dias) (caso existam dados disponíveis) nos
de produção, de utilização e ou de eliminação do aditivo. constituintes naturais ou em concentrações inferiores
A utilização de aparelhos de protecção pessoal deve a 100 lg/kg ou ainda se a PEC no solo (profundidade
apenas ser encarada como uma medida de última ins- 5 cm) for inferior a 10 lg/kg.
tância para prevenir qualquer risco residual após a O valor mais desfavorável da PEC para a água pode
implementação de medidas de controlo. ocorrer quer a partir da transferência directa de ali-
4.5 — Avaliação dos riscos para o ambiente. — É im- mentos ou excreções contendo o aditivo e os seus meta-
portante ter em conta o impacte ambiental dos aditivos bolitos vertidos em massas de água quer através da lixi-
nos alimentos para animais, uma vez que a administração viação dos materiais das excreções ou do solo para os
destes aditivos se efectua tipicamente durante longos lençóis freáticos. Será desnecessária a fase II-A da ava-
períodos de tempo (ou mesmo toda a vida), podem liação do impacte ambiental do aditivo no meio aquático
encontrar-se envolvidos grandes grupos de animais e mui- se a PEC relativa à contaminação das massas de água
tos aditivos são pouco absorvidos e, por conseguinte, ou dos lençóis freáticos for estimada com segurança
são em grande medida excretados intactos. Não obstante, num valor inferior a 0,1 lg/l.
em certos casos, a necessidade de uma avaliação ambien- Se o requerente não puder demonstrar que o aditivo
tal pode ser limitada. Nestas directrizes gerais, é ina- proposto se insere em qualquer destas categorias de
dequado o estabelecimento de normas estritas. Na deter- isenção, ou quando o aditivo for directamente libertado
minação do impacte ambiental de um aditivo para a ali- no ambiente (por exemplo, na aquicultura), será nor-
mentação animal, deve seguir-se uma abordagem faseada malmente exigida a fase II da avaliação.
N.o 92 — 19 de Abril de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2531

Risco ambiental dos aditivos na alimentação animal nível de dose proposto. Este cálculo deve
Árvore de decisão ter em conta os volumes excretados e as
taxas de dose;
Fase I ii) A diluição potencial dos materiais excre-
tados relacionados com o aditivo devido
à pratica normal de processamento e
armazenagem do estrume antes da sua
aplicação na terra;
iii) A absorção/dessorção do aditivo e dos
seus metabolitos no solo, a persistência
dos resíduos no solo (DT50 e DT90),
sedimentos no caso da aquicultura;
iv) Outros factores tais como a fotólise, a
hidrólise, a evaporação, a degradação nos
sistemas sedimentares do solo ou da
água, a diluição através da lavra, etc.
Para efeitos da fase II-A da avaliação dos
riscos, deve adoptar-se o maior valor da PEC
obtida através destes cálculos para cada um dos
compartimentos ambientais em causa.
Caso se preveja, em estado estacionário, uma
elevada persistência no solo (DT90 › 1 ano) em
concentrações superiores a 10 g/kg, pode ser
necessária uma fase II-B da avaliação;

b) Seguidamente, devem determinar-se os níveis


que produzem efeitos nocivos graves a curto
prazo para vários níveis tróficos nos compar-
timentos ambientais em estudo (solo, água).
Estes ensaios devem seguir as directrizes da
OCDE (14) ou directrizes semelhantes bem
estabelecidas. Os ensaios adequados para o
4.5.2 — Fase II da avaliação. — A fase II da avaliação ambiente terrestre incluem: toxicidade para as
é constituída por duas partes: A fase II-A e a fase II-B. minhocas (50 % de concentração letal, valor
Deve avaliar-se o potencial de bioacumulação do adi- LC50), fitotoxicidade (50 % da concentração efi-
tivo e ou dos seus principais metabolitos bem como caz, valor EC50) nas plantas terrestres, efeitos
a sua influência na margem de segurança prevista. Não sobre os microrganismos do solo (por exemplo,
se considera a bioacumulação como potencialmente sig- EC50 para os efeitos sobre a metanogénese e
nificativa se, por exemplo, Kow ‹ 3 (coeficiente de par- a fixação de azoto). Para o ambiente aquático:
tição). Se não se poderem estabelecer estas margens peixes, um estudo de LC50 durante 96 h; Daph-
de segurança, serão geralmente necessários os estudos nia magna, um estudo de EC50 durante 48 h;
apropriados na fase II-B. algas, um estudo de LC50 e um estudo de toxi-
4.5.2.1 — Fase II-A. — O objectivo da fase II-A da cidade para organismos sedimentares;
avaliação é identificar os riscos para o ambiente c) Deve efectuar-se o cálculo do valor PNEC para
mediante: cada compartimento ambiental em estudo. Nor-
malmente, este cálculo é efectuado tomando o
1) A refinação do cálculo da ou das PEC; valor mais baixo observado (ou seja, o resultado
2) A determinação da relação entre a exposição, na espécie mais sensível) relativo a um efeito
os níveis do aditivo e ou dos principais meta- nocivo nos ensaios de ecotoxicidade supramen-
bolitos e os efeitos nocivos a curto prazo nas cionados e dividindo por um factor de segurança
espécies animais e vegetais substitutas relevan- de, pelo menos, 100, dependendo do indicador
tes para o compartimento ambiental em ques- e do número de espécies utilizadas no ensaio;
tão; d) Devem comparar-se os valores calculados da
3) A utilização destes resultados para determinar PEC e da PNEC. A razão aceitável entre estes
a concentração previsível sem efeitos (PNEC). valores dependerá da natureza do resultado uti-
lizado para determinar a PNEC. Normalmente,
Para determinar o risco, recomenda-se o seguinte pro- situar-se-á entre 1 e 0,1. Caso se identifiquem
cedimento sequencial: razões significativamente inferiores a estas, é
a) Caso ainda não se tenha completado na fase I, improvável que sejam necessários mais ensaios
ecotoxicológicos, a menos que se preveja a
deve calcular-se uma PEC mais refinada para
bioacumulação. Por outro lado, razões mais ele-
cada compartimento ambiental em causa. Ao
vadas exigirão alguns ensaios da fase II-B.
determinar a PEC, deve ter-se em conta o
seguinte:
4.5.2.2 — Fase II-B (estudos toxicológicos mais deta-
i) A concentração do aditivo e ou dos seus lhados). — No que respeita aos aditivos para os quais,
principais metabolitos no estrume após na sequência da fase II-A da avaliação, subsistirem dúvi-
a administração do aditivo a animais no das em relação ao seu impacte ambiental, são neces-
2532 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 92 — 19 de Abril de 2003

sários estudos mais detalhados relativos aos efeitos sobre 5.1.5 — Processo de fabrico, incluindo quaisquer tra-
as espécies biológicas no ou nos compartimentos tamentos específicos eventuais.
ambientais em que os estudos da fase II-A indicaram 5.2 — Especificações relativas à substância activa:
possíveis problemas. Nesta situação, são necessários 5.2.1 — Designação genérica, designação química
mais ensaios para determinar os efeitos crónicos e mais segundo a nomenclatura IUPAC, outras designações e
específicos nos animais, nas plantas e nas espécies micro- abreviaturas genéricas internacionais. Número CAS;
bianas em causa. É possível que na fase II-A da avaliação 5.2.2 — Fórmula estrutural, fórmula molecular e peso
o valor PEC tenha sido sobrestimado. Para o demons- molecular. Composição qualitativa e quantitativa dos
trar, pode ser necessário efectuar medições das con- principais componentes, origem microbiana (designação
centrações ambientais bem como da persistência do adi- e localização da colecção de culturas em que a estirpe
tivo e ou dos seus principais metabolitos em situações se encontra armazenada), se a substância activa for um
de utilização reais. produto de fermentação;
Os ensaios adicionais de ecotoxicidade adequados 5.2.3 — Pureza. — Composição qualitativa e quanti-
encontram-se descritos em diversas publicações, por tativa das substâncias activas e das impurezas e subs-
exemplo, nas directrizes da OCDE. Pode ser necessário tâncias tóxicas presentes, confirmação da ausência de
ter em consideração três categorias de espécies ambien- organismos produtores;
tais, nomeadamente, os animais, as plantas e os micror- 5.2.4 — Propriedades relevantes. — Propriedades
ganismos. É necessário escolher adequadamente estes físicas para as substâncias quimicamente especificadas:
ensaios para garantir que são adequados à situação em constante de dissociação, pKa, propriedades electros-
que o aditivo e ou os seus metabolitos podem ser liber- táticas, ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade,
tados e dispersos no ambiente. A avaliação do impacte pressão de vapor, solubilidade em água e em solventes
sobre o compartimento terrestre pode incluir: orgânicos, Kow e Koc, espectro de massa e de absorção,
dados de RMN, possíveis isómeros e qualquer outra
a) Um estudo subletal dos efeitos sobre as minho- propriedade física pertinente.
cas, estudos complementares sobre o impacte 5.3 — Propriedades físico-químicas, tecnológicas e
na microflora do solo, ensaios de fitotoxicidade biológicas do aditivo:
numa gama de espécies vegetais importantes do 5.3.1 — Estabilidade do aditivo à exposição a con-
ponto de vista económico, estudos dos inver- dições ambientais tais como luz, temperatura, pH, humi-
tebrados das pastagens, incluindo insectos e pás- dade e oxigénio. Prazo de validade proposto;
saros silvestres; 5.3.2 — Estabilidade durante a preparação das pré-
b) N. B.: Pode não ser necessário uma avaliação -misturas e dos alimentos para animais, em especial a
separada da toxicidade para os mamíferos, uma estabilidade às condições previstas de processamento
vez que este aspecto é provavelmente abordado (calor, humidade, pressão/tensão de corte e tempo).
nos ensaios da toxicidade em mamíferos efec- Eventuais produtos de degradação ou decomposição.
tuados para determinar a DDA. 5.3.3 — Estabilidade durante a armazenagem das pré-
-misturas e dos alimentos para animais em condições
A avaliação do impacte no compartimento aquático definidas. — Prazo de validade proposto.
pode incluir: 5.3.4 — Outras propriedades físico-químicas, tecno-
a) Ensaios de toxicidade crónica nos organismos lógicas ou biológicas adequadas, tal como a dispersa-
aquáticos mais sensíveis identificados na fase I-A bilidade em condições favoráveis para obter e manter
da avaliação, por exemplo, o ensaio nas primei- misturas homogéneas tanto nas pré-misturas como nos
ras fases da vida dos peixes, o ensaio à repro- alimentos para animais, propriedades anti-poeiras e
dução da Daphnia, os ensaios de 72 h em algas antiestáticas, dispersabilidade em líquidos.
e ainda um estudo de bioacumulação; 5.4 — Métodos de controlo:
b) Quando não se puder estabelecer uma margem 5.4.1 — Descrição dos métodos aplicados para deter-
de segurança adequada entre os valores PEC minar os critérios enunciados nos pontos 2.1.3, 2.1.4,
e PNEC, deve fornecer-se a identificação de 2.2.3, 2.2.4, 2.3.1, 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4.;
5.4.2 — Descrição dos métodos utilizados na análise
medidas eficazes de atenuação para limitar o
qualitativa e quantitativa do ou dos resíduos marcadores
impacte ambiental.
da substância activa nos tecidos alvo bem como nos
CAPÍTULO V produtos de origem animal;
5.4.3 — Quando os métodos referidos tenham sido
5 — Modelo de monografia: publicados, bastarão as referências bibliográficas acom-
5.1 — Identidade do aditivo: panhadas das respectivas separatas;
5.1.1 — Designações comerciais propostas; 5.4.4 — Informações relativas às condições óptimas
5.1.2 — Tipo de aditivo segundo o efeito principal. de armazenagem dos padrões de referência.
Devem especificar-se quaisquer outras utilizações da 5.5 — Propriedades biológicas do aditivo:
substância activa; 5.5.1 — Para os coccidiostáticos e outras substância
5.1.3 — Composição qualitativa e quantitativa (subs- medicamentosas — indicação dos efeitos profilácticos
tância activa, outros constituintes, impurezas, variação (morbilidade, mortalidade, contagem de oocistos e
entre lotes). — Se a substância activa for constituída por índice de lesões, etc.);
uma mistura de constituintes activos, que devem ser 5.5.2 — Para os aditivos zootécnicos diferentes dos
todos claramente definíveis, os constituintes principais enumerados no ponto 5.5.1, devem fornecer-se infor-
devem ser descritos individualmente, devendo ser dadas mações relativas aos efeitos da ingestão de alimentos
as respectivas proporções na mistura; para animais, peso corporal, rendimento alimentar, qua-
5.1.4 — Estado físico, distribuição da dimensão das lidade e rendimento do produto e qualquer outro parâ-
partículas, forma das partículas, densidade, densidade metro com efeitos benéficos para o animal, o ambiente,
aparente; para líquidos: viscosidade, tensão superficial; o produtor ou o consumidor;
N.o 92 — 19 de Abril de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2533

5.5.3 — Para os aditivos tecnológicos — efeitos tec- trizes mais recentes bem como fornecer uma lista rela-
nológicos relevantes; tiva a todas as alterações de qualquer natureza ocorridas
5.5.4 — Eventuais efeitos nocivos, contra-indicações desde a última autorização de colocação em circulação
ou precauções (animais alvo, consumidores, ambiente), ou desde a última renovação.
incluindo interacções biológicas, e respectiva justifica- Deve confirmar-se que a monografia e o processo
ção. Devem especificar-se eventuais DDA ou LMR esta- relativo à segurança foram adaptados de modo a incluir
belecidos para outras utilizações da substância activa. todas as novas informações relevantes para o aditivo
5.6 — Indicações qualitativas e quantitativas dos resí- ou as que são agora exigidas como resultado das alte-
duos eventuais nos tecidos alvo dos produtos de origem rações nas presentes directrizes.
animal, no seguimento da utilização do aditivo nas con- Devem igualmente fornecer-se informações relativas
dições previstas. ao estatuto internacional da autorização e ao volume
5.7 — Referência à DDA, ao LMR bem como ao de vendas.
intervalo de segurança, se adequado. 2 — Identidade da substância activa e do adi-
5.8 — Outras características relevantes para a iden- tivo. — Devem apresentar-se provas demonstrativas de
tificação do aditivo. que o aditivo não foi alterado nem se modificou a sua
5.9 — Condições de utilização. composição, pureza ou actividade em relação ao aditivo
5.10 — Data. autorizado. Deve comunicar-se qualquer alteração no
processo de fabrico.
CAPÍTULO VI
3 — Eficácia. — Devem apresentar-se provas que
6 — Modelo de nota identificativa: mostrem que o aditivo tem a eficácia declarada nas con-
1 — Identidade do aditivo: dições de produção animal normais na União Europeia
1.1 — Tipo de aditivo; aquando do pedido de renovação da autorização. Deve
1.2 — Estado físico; incluir-se um relatório relativo à experiência geral adqui-
1.3 — Composição qualitativa e quantitativa; rida com a utilização do aditivo bem como ao controlo
1.4 — Método de análise do aditivo e dos resíduos; do seu desempenho.
1.5 — Número de registo comunitário (número CE); 4 — Microbiologia. — Deve prestar-se uma atenção
1.6 — Acondicionamento. especial ao possível desenvolvimento de resistência a
2 — Especificações relativas à substância activa: antimicrobianos durante a utilização a longo prazo em
2.1 — Designação genérica, designação química, condições reais. Por conseguinte, os ensaios devem ser
número CAS: realizados em condições reais em explorações nas quais
o aditivo tenha sido utilizado regularmente durante o
1) Designação genérica;
maior período de tempo possível. Como organismos de
2) Designação química (IUPAC);
3) Número CAS; ensaio, deve usar-se uma selecção das bactérias intes-
tinais comuns, devendo a selecção incluir organismos
2.2 — Fórmula empírica. relevantes endógenos e exógenos, gram-positivos e
3 — Propriedades físico-químicas, tecnológicas e bio- gram-negativos.
lógicas do aditivo: Se os ensaios revelarem uma alteração no padrão
3.1 — Estabilidade do aditivo; de resistências em comparação com os valores originais,
3.2 — Estabilidade durante a preparação das pré-mis- a bactéria resistente deverá ser examinada em relação
turas e dos alimentos para animais; à resistência cruzada a antibióticos relevantes utilizados
3.3 — Estabilidade durante a preparação das pré-mis- no tratamento de doenças infecciosas em humanos e
turas e dos alimentos para animais; animais. Os antibióticos mais importantes são os que
3.4 — Outras propriedades; pertencem ao mesmo grupo que o aditivo mas devem
4 — Condições de utilização: também incluir-se no ensaio outros grupos de anti-
4.1 — Espécie ou categoria de animais, idade máxima, bióticos.
caso seja especificado; Devem comunicar-se os resultados dos programas de
4.2 — Teor máximo e mínimo nos alimentos para controlo adequados.
animais; 5 — Segurança. — Devem apresentar-se provas de
4.3 — Contra-indicações, interacções; que, à luz dos conhecimentos actuais, o aditivo continua
4.4 — Advertências. a ser seguro ao abrigo das condições aprovadas para
5 — Pessoa responsável pela colocação em circulação: as espécies-alvo, os consumidores, os operadores e o
5.1 — Nome; ambiente. Deve apresentar-se uma actualização em
5.2 — Endereço; matéria de segurança respeitante ao período decorrido
5.3 — Número de registo. desde a autorização de colocação em circulação ou desde
6 — Fabricante: a última renovação com informações relativas às seguin-
6.1 — Nome; tes áreas:
6.2 — Endereço; a) Relatórios sobre os efeitos nocivos incluindo os
6.3 — Número de aprovação ou de registo atribuído acidentes (efeitos anteriormente desconhecidos,
ao estabelecimento ou ao intermediário. efeitos graves de qualquer tipo, aumento da inci-
7 — Data. dência dos efeitos conhecidos) para os animais
CAPÍTULO VII alvo, os operadores e o ambiente. O relatório
relativo aos efeitos nocivos deve incluir a natu-
7 — Renovação da autorização de aditivos cuja auto- reza do efeito, o número de indivíduos/orga-
rização vincule um responsável pela sua colocação em nismos afectados, o resultado, as condições de
circulação: utilização, a avaliação do nexo de causalidade;
1 — Generalidades. — Deve preparar-se um processo b) Relatórios relativos a interacções e a contami-
actualizado e uma monografia de acordo com as direc- nações cruzadas anteriormente desconhecidas;
2534 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 92 — 19 de Abril de 2003

c) Dados relativos ao controlo de resíduos, sempre ensaios devem ser realizados em condições reais
que adequado; nas explorações onde a substância activa esteja
d) Qualquer outra informação relativa à segurança a ser utilizada regularmente durante o maior
do aditivo. período de tempo possível. Como organismos
de ensaio, deve utilizar-se uma selecção de bac-
Caso não se forneçam informações complementares térias intestinais comuns, devendo a selecção
relativas a qualquer destes factores, devem identificar-se incluir organismos relevantes endógenos e exó-
claramente as razões para este facto. genos, gram-positivos e gram-negativos;
e) Se os ensaios revelaram uma alteração do
CAPÍTULO VIII padrão de resistências em comparação com os
8 — Novo requerente que se baseia na primeira auto- valores originais, as bactérias resistentes devem
rização de um aditivo cuja autorização se encontra vin- ser analisadas quanto à sua resistência cruzada
culada a um responsável pela sua colocação em circu- a antibióticos relevantes utilizados no trata-
lação. — Uma vez que se pode basear na avaliação dos mento de doenças infecciosas em humanos e
dados fornecidos para a autorização inicial, um processo animais. Os antibióticos mais importantes são
preparado para efeitos de um pedido realizado ao abrigo os que pertencem ao mesmo grupo que o adi-
do n.o 5 do artigo 20.o do Decreto-Lei n.o 289/99, de tivo, mas devem também incluir-se no ensaio
29 de Julho, deve apenas satisfazer os requisitos men- outros grupos de antibióticos;
cionados a seguir. f) Provas que demonstrem que, à luz dos conhe-
Para este efeito, um aditivo pode ser considerado cimentos científicos actuais constantes de lite-
como idêntico se a composição qualitativa e quantitativa ratura disponível, a utilização do aditivo con-
e a pureza dos componentes activos e inactivos forem, tinua a ser segura nas condições aprovadas para
na essência, semelhantes, a preparação for a mesma as espécies alvo, os consumidores, os operadores
e as condições de utilização idênticas. e o ambiente;
Para estes produtos, não será normalmente necessário g) A conformidade do intervalo de segurança com
repetir os estudos farmacológicos, toxicológicos e de efi- o LMR.
cácia, podendo apresentar-se um pedido abreviado. Este
deve ser acompanhado por relatórios elaborados por (1) Validação de métodos — Guia laboratorial, Eurachem Secre-
tariat, Laboratory of the Government Chemist, Teddington, RU, 1996.
peritos, donde constem: (2) Para a determinação de um intervalo de segurança, são os
a) O capítulo II completo bem como uma mono- seguintes os números mínimos sugeridos de animais saudáveis amos-
trados em cada abate ou ponto temporal:
grafia;
b) Os dados que indiquem que a gama de espe- Bovinos em lactação, oito, incluindo animais na segunda lac-
cificações das características físico-químicas do tação ou seguintes (quatro bovinos de elevado rendimento
aditivo são, na essência, semelhantes às do pro- numa fase precoce de lactação e quatro bovinos de baixo
rendimento numa fase tardia de lactação);
duto autorizado; Outros animais de grande porte, quatro por período de
c) A confirmação de que os conhecimentos cien- amostragem;
tíficos subsequentes relativos ao aditivo e que Aves de capoeira, seis por período de amostragem;
constam da literatura disponível não alteraram Aves poedeiras, 10 ovos por ponto temporal;
Peixes, 10 por período de amostragem.
a avaliação original em matéria de eficácia desde
a autorização de colocação em circulação do
aditivo inicial; (3) Cálculo proposto: [500 g de carne (constituídos por 300 g de
d) Possível desenvolvimento de resistência antimi- músculo, 100 g de fígado, 50 g de rim, 50 g de gordura) ou 500 g
de ave de capoeira (constituídos por 300 g de músculo, 100 g de fígado,
crobiana durante a utilização a longo prazo da 10 g de rim, 90 g de gordura) ou 300 g de peixe] + 1500 g de
substância activa em condições reais. Estes leite + 100 g de ovos.

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