SEXTA-FEIRA
– As indulgências.
“Que significa para mim a Comunhão dos Santos? Significa que todos os
que estamos unidos em Cristo – os santos do Céu, as almas do purgatório e
os que ainda vivemos na terra – devemos ter consciência das necessidades
dos outros. Os santos do Céu [...] devem amar as almas que Jesus ama, e o
amor que têm pelas almas do purgatório e pelas almas da terra não é um
amor passivo. Os santos estão ansiosos por ajudar a caminhar para a glória
essas almas cujo valor infinito estão agora em condições de apreciar como
antes não podiam. E se a oração de um homem bom na terra pode mover o
coração de Deus, como não será a força das orações que os santos oferecem
por nós! Eles são os heróis de Deus, seus amigos íntimos, seus familiares”8.
Por outro lado, se formos fiéis, também perceberemos com imensa alegria
como foram eficazes para outras pessoas todos os nossos sacrifícios,
orações e trabalhos, incluídos aqueles que, no momento em que os fazíamos,
nos pareceram estéreis e de pouco interesse. Talvez vejamos como houve
pessoas que se salvaram devido em boa parte à nossa oração, à nossa
mortificação e às nossas obras.
A doutrina sobre este intercâmbio de bens espirituais deve ser para nós um
grande estímulo para rezarmos com devoção, para cumprirmos com
fidelidade os nossos deveres e oferecermos a Deus todas as nossas obras,
sabendo que todos os nossos trabalhos, doenças, contrariedades e orações
constituem uma ajuda formidável para os outros. Nada se perde daquilo que
fizermos com retidão de intenção. Se vivêssemos melhor esta realidade da
nossa fé, a nossa vida estaria cheia de frutos.
Pode animar-nos a viver melhor este dia o pensamento de que alguém está
intercedendo por nós neste instante, e de que alguém espera a nossa oração
para sair de uma má situação ou para decidir-se a seguir mais de perto o
Senhor.
(1) Act 9, 3-5; (2) 1 Cor 12, 26; (3) Rom 15, 30-31; (4) Fil 1, 1; (5) São Josemaría Escrivá,
Caminho, n. 545; (6) Santa Teresa, Vida, 7-8; (7) cfr. Santo Inácio de Antioquia, Carta aos
Efésios, 2, 2-5; São Cipriano, Carta 60; São Clemente, Carta aos Corintios, 36, 1 e segs.;
Santo Ambrósio, Tratado sobre Caim e Abel, 1 e segs.; (8) L. J. Trese, A fé explicada, 4ª ed.,
Quadrante, São Paulo, 1987, pág. 135; (9) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 89;
(10) São Gregório Magno, Homilia sobre os Evangelhos, 37; (11) 1 Cor 10, 17; (12) Conc.
Vat. II, Const. Lumen gentium, 3; (13) São Tomás, Suma Teológica, 3, q. 73, a. 3; (14) São
Josemaría Escrivá, Sulco, n. 948.