Índice
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….………….3
ADN…..............................................................................................................................4
CONTITUICAO E ESTRUTIRA DO ADN………………………………..............................5
FUNCAO DO ADN………………………………………………………………………………6
O QUE É A HEREDITARIEDADE…………………………………………………………….7
REPRODUÇÃO ASSEXUADA: BIPARTIÇÃO DE UMA PARAMÉCIA……...……………8
ONDE SE ENCONTRA A INFORMAÇÃO GENÉTICA……………………………………..9
A REPLICAÇÃO DO ADN…………………………………………………………………….10
ALGUMAS ÁREAS EM QUE SE RECORRE ÀS ANÁLISES DO ADN…………………11
PATRIMONIO CROMOSSONICO..………………………………………………………....12
GENES………………………………………………………………….…………………...…13
O QUE É A CLONAGEM……………………………………………………………………..14
COMO SE FAZ A CLONAGEM.……………..………………………………………………15
COMO SE PROCESSA A CLONAGEM O QUE E UM CLONE……………………….…16
TÉCNICA DA CLONAGEM / O CASO DA OVELHA DOLLY..……………………..…17,18
O LADO POSITIVO DA CLONAGEM.………………………………………………………19
TIPOS DE CLONAGEM / CLONAGEM REPRODUTIVA……………………………...….20
CLONAGEM TERAPEUTICA………………………………………………...………………21
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CLONAGEM………………………………....22-24
TERMOS EM QUE A EXPRESSAO CLONAGEM É UTILIZADA……………………..…24
PROBLEMAS ÉTICOS LIGADOS COM A CLONAGEM HUMANA.…………………25-28
CLONAGEM EM PORTUGAL……………………………………………………………28-29
CONCLUSÃO………………………………………………………………………………….30
BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………………………..31
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Escola EB 2,3 Prof. Gonçalo Sampaio
Curso Educação e Formação de Adultos –EFA (NS)
Sociedade, Tecnologia e Ciência –STC
Ano Lectivo 2008/2009
Introdução
Neste trabalho, começarei por abordar o tema ADN, que é uma das moléculas mais complexas que se
pode estudar. Tentarei explicar a sua estrutura, sendo o primeiro ser transformante, abriu o caminho
para se compreender como a informação genética é transmitidas de pais para filhos.
Posteriormente, explicarei qual a função do ADN e a sua relação com hereditariedade. Explicarei as
principais diferenças e complementos entre ADN e Hereditariedade.
No seguimento destas temáticas, explorarei o Gene e sua funcionalidade, que sendo unidades
operantes dos cromossomas, cada um corresponde a um fragmento preciso de ADN.
Posto isto, passarei a explorar a temática Clonagem. Dentro do tema Clonagem, explicarei como se
processa a clonagem assim como a sua técnica.
Espero, acima de tudo, que o grande tema Clonagem seja clarificado e todas as temáticas a ele
associadas.
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O ADN...
Em 1869, o Médico Suíço Friedrich Miescher retirou de uma ligadura alguns glóbulos
brancos e fez uma grande descoberta. Descobriu que o núcleo da célula continha uma substância
desconhecida. Mais tarde, substâncias semelhantes foram encontradas em várias células
diferentes, desde a célula de um animal à de um fungo. A este
composto químico deu-se o nome de ácido nucleico. Em 1929
descobriu-se que na constituição dos ácidos nucleicos intervêm
dois açúcares: a ribose e a desoxirribose. Designou-se por
ARN ou ácido ribonucleico aquele que é constituído por
ribose. Algumas moléculas do ARN eram muito pequenas e
encontravam-se inúmeras vezes fora do núcleo. O outro tipo de
ácido nucleico contendo desoxirribose como açúcar é
conhecido como ácido desoxirribonucleico ou ADN. Este
último foi encontrado nos cromossomas. As suas moléculas
são geralmente muito longas e pareciam transportar
características hereditárias de uma célula para outra. Aos
poucos, descobriu-se que o ADN continha a informação genética dos seres vivos através de uma
escrita em forma indecifrável, para aquela altura. Além de conter a informação, o ADN pode
também copia-la, o que permite passar a informação de uma célula para a outra.
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Como é constituído?
O ADN é constituído por unidades de nucleótidos.
Cada nucleótido contém uma das quatro bases: adenina (A),
timina (T), citosina (C) e a guanina (G). É possível ler a
cadeia de ADN, obtendo-se uma sequência de letras. A
adenina forma sempre par com a timina e a citosina sempre
com a guanina. Estes quatro pares formam as letras do
código de ADN. À sequência completa do ADN de cada
célula chama-se o genoma.
Cada conjunto de três nucleótidos (bases) codifica um
aminoácido, a unidade constituinte das proteínas. Quando
existem erros na cadeia do ADN (mutações), poderão são
incorporados aminoácidos errados na proteína, e esta deixará
de funcionar correctamente. É daqui que resultam doenças
como o cancro. Muitas vezes, os erros no ADN são
transmitidos de pais para filhos resultando em doenças
hereditárias.
Estrutura do ADN
O ADN tem a forma de uma hélice dupla em que os degraus são formados por pares de bases
ligadas entre si. A sua estrutura foi proposta em 1953 por James Watson e Francis Crick em
Cambridge, Inglaterra. Eles conseguiram descrever correctamente a estrutura da dupla hélice da
molécula de ADN. Compreenderam que devido aos pares das bases as duas cadeias são
complementares. Quando uma célula se divide, as cadeias separam-se e cada uma constrói uma
novacadeia.
A descoberta da estrutura do ADN abriu o caminho para se compreender como a informação
genética é transmitida de pais para filhos ou de uma célula para outra.
Hoje em dia, esta descoberta tem um impacto em muitas áreas da vida moderna, tais como a
saúde e a medicina, a reprodução, a alimentação, a longevidade, o ambiente e a indústria. A
imagem da dupla hélice do ADN tornou-se num símbolo utilizado por cientistas, artistas e
organizações políticas.
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Função do ADN
O ADN tem duas funções básicas: a replicação, que é responsável pela hereditariedade e a
transcrição de genes, que produz mensagens para outros locais da célula e que dão origem à
síntese de proteínas.
•Replicação genética: O ADN contém todas as instruções que
controlam o trabalho da célula. Antes da célula se dividir, a
informação é duplicada, permitindo que essas instruções
passem para a outra célula. Este processo envolve a
separação, afastamento e desenrolamento das cadeias. Os
nucleótidos livres juntam-se às cadeias separadas e formam-
se duas novas moléculas. Assim, cada uma destas é
constituída por uma cadeia velha e uma nova.
•Transcrição genética: A síntese de proteínas é feita em duas
etapas: a transcrição genética propriamente dita e a tradução
de mensagens.
2º - Esta segunda etapa, da síntese proteica, ocorre fora do núcleo da célula. O ribossoma
trabalha ao longo da cadeia de ARNm, lendo os cordões ou pequenas unidades de informação
constituídas por sequências significativas de bases. Por meio de uma molécula de ARN de
transferência, ARNt, o aminoácido é transportado para junto do ribossoma, ligando-se à cadeia
de ARNm. Assim que se dá esta união, o ARNt liberta-se do ARNm e o ribossoma avança para o
cordão seguinte, e assim sucessivamente. Quando encontra algum que o manda ―parar‖ é porque
a proteína já se encontra totalmente sintetizada. Esquema feito por Crick, em 1956,
representando o Dogma Central da Biologia.
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CURIOSIDADE: Todas as células do nosso corpo contêm o mesmo ADN. O diâmetro médio do
núcleo de uma célula é de 0.005 mm (5000 vezes mais pequeno que a cabeça de um alfinete) e
cada célula tem cerca de 2 metros de ADN. Este ADN todo só cabe no núcleo porque está muito
enrolado e compactado, nos cromossomas. O ADN de cada um de nós chegaria ao Sol e
regressaria à Terra 500 vezes!
O QUE É A HEREDITARIEDADE?
É frequente identificar nas pessoas características ou
caracteres semelhantes aos dos seus pais ou dos seus avós.
Isto acontece porque o ser humano, tal como todos os seres
vivos, herdem dos seus progenitores as informações
(codificadas) que determinam as suas características – a essa
transmissão dá-se o nome de hereditariedade. A ciência que
estuda o mecanismo da hereditariedade é a genética.
Foi já no século xx, com o avanço da ciência, nomeadamente da citologia (estudo da célula) e da
química, que se descobriu a molécula que está na base da hereditariedade, o ADN – ácido
desoxirribonucleico.
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A molécula de ADN existe em todas as células dos seres vivos e contém toda a informação do
ser vivo a que pertence. Quando um ser vivo se reproduz, quer seja de forma sexuada ou
assexuada, o ADN passa para a célula e, com ele, a informação das características dos
progenitores.Quando se trata de reprodução assexuada (sem fusão de dois gâmetas diferentes) , o
ADN passa da célula – mãe para a célula – filha por duplicação, dando origem a célula muito
idênticas.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA:
BIPARTIÇÃO DE UMA PARAMÉCIA.
Quando a reprodução é sexuada, o ADN dos gâmetas dos pais recombina se no ovo, ou zigoto.
Dai que os filhos não sejam exactamente iguais aos pais.
Apesar de os seres vivos possuírem as mesmas características dentro de cada espécie, cada
individuo tem a sua identidade própria ao expressar as suas características de uma forma
particular. Há, no entanto, algumas características que não são hereditárias e que resultam da
influência do meio ou da actividade do ser vivo.
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CARACTERES HEREDITÁRIOS E NÃO-HEREDITÁRIOS. Algumas características são
hereditárias, como, por exemplo, a cor da pele [A], o tipo de cabelo ou a cor dos olhos [b]. outras, como
um corpo musculado, que é uma característica adquirida pelo treino intenso, ao longo da vida, não são
transmitidas dos progenitores para os descendente
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No interior do núcleo celular, o ADN
forma uma substância chamada
cromatina. No período que decorre
entre uma divisão celular e à
seguinte, a cromatina está dispersa no
interior do núcleo. No entanto,
quando se aproxima o momento da
divisão celular, condensa-se e
constitui estruturas com a forma de
um pequeno bastão que se
denominam cromossomas. Apesar
dos cromossomas possuírem
tamanhos diferentes, todos têm uma
forma semelhante: um minúsculo
bastão com uma constrição, o centrómero, que o divide em dois braços, em geral de
comprimento diferente. Não obstante, a imagem que habitualmente se observa cromossomas,
corresponde a uma fase de processo de divisão celular em que o ADN já se duplicou, pelo que se
vêem dois cromossomas, chamados então cromátides, unidos pelos centrómeros: a forma de um
conjunto a um X com dois braços curtos e dois braços longos.
A replicação do ADN
A divisão de todas as
células do organismo, com
a excepção das células
germinais, é precedida pela
duplicação do material
cromossómico, pois cada
uma das células-filhas deve
receber uma cópia exacta
do ADN da célula-mãe.
Neste processo, chamando a
replicação, às duas cadeias de ADN separam-se, graças à acção de uma enzima específica.
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Junto de cada uma das duas cadeias forma-se uma nova cadeia complementar: cada cadeia
original serve de molde para uma nova que, dada à escrita correspondência entre as bases
azotadas (só são possíveis as uniões entre a adenina e timina ou entre citosina e guanina), se
torna complementar da anterior. Reconstituem-se assim duas macro moléculas de ADN
idênticas, cada uma delas compostas por uma cadeia original e por uma cadeia nova.
Medicina forense
Os médicos forenses podem utilizar o ADN presente no sangue, no sémen, na pele, na saliva ou
em pelos, existentes na cena de um crime, para identificar o responsável. Esta técnica denomina-
se impressão genética, ou também perfil de ADN. Ao realizar a impressão genética, compara-se o
comprimento de secções altamente variáveis do ADN repetitivo, como os micros satélites, entre
pessoas diferentes. Este método é frequentemente muito fiável para identificar um criminoso. No
entanto, a identificação pode complicar-se se a cena do crime estiver contaminada com ADN de
pessoas diferentes. A técnica da impressão genética foi desenvolvida em 1984 pelo geneticista
britânico Sir Alec Jeffreys, e utilizada pela primeira vez em medicina forense para condenar
Colin Pitchfork por causa dos assassinatos de Narborough (Reino Unido) em 1983 e 1986. Pode-
se requerer às pessoas acusadas de certos tipos de crimes que proporcionem una amostra de
ADN para ser introduzida numa base de dados. Isto tem facilitado o trabalho dos investigadores
na resolução de casos antigos, onde só se obteve uma amostra de ADN da cena do crime, em
alguns casos permitindo exonerar um convicto. A impressão genética também pode ser utilizada
para identificar vítimas de acidentes em massa, ou para realizar provas de consanguinidade.
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Património Cromossómico
Dos 46 cromossomas, 22 pares são designados por autos somas, sendo morfologicamente
diferentes: o outro par é constituído pelos cromossomas sexuais que podem ser
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morfologicamente diferentes (xx ou xy). Os cromossomas possuem milhares de pequenos
segmentos de ADN dispostos topo – topo os genes. Os genes são as unidades funcionais da
hereditariedade transmitidas de uma geração para outra. Para cada gene, existem uma cópia –
alelo – num cromossoma e outra cópia no cromossoma homólogo. Cada alelo pode conter
informação alternativa para a mesma característica, por exemplo, cabelo liso versus cabelo
ondulado.
Genes
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O que é a Clonagem?
Em 1997, fez-se o primeiro clone de um mamífero, a ovelha DOLLY. Desde essa altura que a
técnica tem sido utilizada para produzir clones de outros mamíferos, como por exemplo, gatos,
cães, porcos ou cavalos. Estes tipos de clonagem, em que se pretende criar um novo ser, «cópia»
de outro, designa-se por clonagem reprodutiva. A Investigação deste tipo de clonagem em seres
humanos é proibida pelas Nações Unidas.
Estas células podem ser encontradas n a placenta, no sangue do cordão umbilical e nos embriões.
As células estaminais são mais difíceis de encontrar no adulto, mas já foram descobertas no
cérebro, na espinal-medula, no fígado, no pâncreas, etc. A descoberta e utilização destas células
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permite curar doenças, como a leucemia, com transplantes de células estaminais para a célula
óssea, que se diferenciam em novas células sanguíneas, possibilitando a cura.
É também possível fazer com estas células estaminais, depois de processadas em laboratórios,
dêem origem a tecidos que possam ser utilizados para reconstituir tecidos de órgãos doentes.
Espera-se que, de futuro, seja possível utilizar as células estaminais para reconstruir órgãos
completos para transplante. Isto permitiria ultrapassar a dificuldade de encontrar órgãos de
dadores compatíveis e diminuir a rejeição dos mesmos, uma vez que estes seriam formados a
partir de células estaminais do próprio indivíduo.
Este tipo de clonagem, cujo objectivo é o tratamento de doenças a partir da criação de tecidos e,
provavelmente, no futuro, a criação de órgãos para transplante, formados a partir de células
estaminais, é designado por clonagem terapêutica.
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COMO SE PROCESSA A CLONAGEM
O que é o clone
O ser clonado ou clone que se desenvolve no útero e vem a nascer (caso as condições sejam
favoráveis) é indubitavelmente, um indivíduo da espécie em causa, apenas com a característica
de ser como que gémeo daquele que lhe deu origem. No caso da espécie humana (se se vier a
verificar uma clonagem de seres humanos) o clone será uma pessoa como qualquer outra,
embora com a característica de ser igual (ou quase) aquele que lhe deu origem. Isto quer dizer
que, se houver clonagem humana, o clone terá a mesma dignidade que qualquer outro ser
humano e direito a ser respeitada a sua dignidade, liberdade e integridade. Quanto à natureza do
clone, antes de ser implantado no útero, há posições divergentes. Como não resulta da fusão de
um óvulo e de um espermatozóide, há quem lhe negue a qualidade de embrião, preferindo
chamar-lhe ―embrioide‖ ou ―artefacto embrionário‖. Do ponto de vista semântico, é verdade que
o embrião é definido como resultando da penetração de um ovócito por um espermatozóide e
fusão destas duas células – mas a definição é essa por que era desconhecida, até aí, outra forma
de reprodução que não fosse a sexuada.
Outra corrente de pensamento entende que o clone, antes da implantação, é um embrião, pois
tem características idênticas às do embrião obtido por via sexual, divide-se e tem o mesmo
potencial de originar um nascituro.
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Técnica da clonagem
Antes da clonagem da ovelha Dolly, os investigadores tinham chegado a clonar ovelhas a partir
de células embrionárias. Em Fevereiro de 1997, um
grupo de cientistas escoceses, liderado pelo inglês
Ian Wilmut, anuncia a realização da primeira cópia
genética (clonagem) de um mamífero adulto de 6
anos, a partir duma célula somática: a ovelha da raça
Finn Dorset, baptizada como Dolly. Na experiência,
os pesquisadores usaram uma célula da glândula
mamária, cujo núcleo (onde está armazenado o
material genético) foi retirado e transferido para um
óvulo enucleado. Essa nova célula formada com o
auxílio duma corrente eléctrica foi então implantada no útero de uma terceira ovelha, onde Dolly
foi gerada.
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Porém, enquanto a maior parte das ovelhas vive entre o 11 e os 12 anos, Dolly morreu com 6
anos e meio após ter começado a manifestar doenças frequentemente associadas à velhice, a
partir da idade de cinco anos e meio.
Um dos temores principais era que Dolly nascesse prematuramente velha. Dolly deu nascimento
a 4 ovelhas, o primeiro nascimento teve lugar em 1998, as três seguintes em 1999. Este
nascimento foi de excelentes notícias, provando que animal clonado não era um estéril e podia
reproduzir-se sem problema essencial. Recentemente tem sido demonstrado uma relação directa
entre a dimensão dos telómeros e a esperança de vida (em saber mais: a dimensão dos télomères
influencia a esperança de vida). Os telómeros agiriam como um relógio molecular que controla o
número de divisão da célula antes de induzir a sua morte. Em 1999, os cientistas observaram que
as células Dolly apresentavam sinais de envelhecimento. Em Janeiro de 2002, foi anunciado que
Dolly apresentava sinais de artrite ao quadril e os joelhos esquerdos. A artrite é uma doença
bastante comum nas ovelhas, mas habitualmente a artrite aparece numa idade mais avançada,
bem como uma localização diferente. A artrite foi tratada eficazmente graças a anti-
inflamatórios.
Dolly morrer imediatamente após o seu 6º aniversário não é, talvez, um azar. Com efeito, os
cromossomas que permitiram criar Dolly viviam a mais de 12 anos, e é nessa idade que as
ovelhas costumam morrer.
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O lado positivo da clonagem
É uma questão de tempo, porém, até que todas as dificuldades serem corrigidas - em especial na
opinião de quem vê na clonagem uma esperança de vida para milhares de pessoas. Porque,
afinal, a clonagem também tem o seu lado positivo. A técnica da clonagem não precisa de ser
aplicada apenas na produção de seres vivos (clonagem reprodutiva). Pode ser utilizada também
para fabricar células e órgãos (clonagem terapêutica). A partir de células-tronco extraídas de
embriões clonados, os cientistas acreditam que, no futuro, poderão produzir corações, rins e
outros órgãos para transplantes. Podem também cultivar células sadias que assumirão as funções
de células defeituosas do corpo das pessoas ou corrigi-las, levando à cura de paralisias, diabetes,
cirrose, hepatite e mal de Parkinson, entre outras doenças. A clonagem é uma caixa de surpresas
e de muita polémica. De um lado estão os que condenam a intervenção humana na ordem criada
por Deus, onde se encaixam os seguidores do Islão. O argumento é que a criatura não deveria
ousar tornar-se criadora. De outro lado, há quem sonhe em ver um filho amado curado de uma
doença grave com o auxílio das técnicas de clonagem. A discussão está lançada - e, agora,
ampliada para boa parte da sociedade.
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Tipos de Clonagem
→ Reprodutiva;
→ Terapêutica.
Clonagem Reprodutiva:
Uma das técnicas básicas usadas por cientistas é a transferência nuclear da célula somática
(SCNT ou TNCS). Esta técnica foi usada por cientistas durante muitos anos, para clonar animais
através de células embrionárias.
Os problemas associados com a técnica de SCNT são o stress em ambas as células envolvidas no
processo. Isto resulta numa taxa elevada de mortalidade de ovos recipientes. Além disso, o
processo inteiro é um consumo de tempo e de recursos, porque as partes deste requerem o
trabalho manual sob microscópio. Similar a outras técnicas, esta é também ineficiente pois,
apenas aproximadamente 3% dos embriões sobrevivem dado logo após o nascimento.
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Clonagem Terapêutica
É um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos a clonagem para fins reprodutivos,
difere no fato do blastócito não ser introduzido no útero. Ele é utilizado em laboratório para a
produção de células – tronco a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. Esta técnica
tem como objectivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de uma pessoa doente
para transplante. As células – tronco embrionárias são particularmente importantes porque são
multifuncionais, isto é, podem ser diferenciadas em diferentes tipos de células. Podem ser
utilizadas no intuito de restaurar a função de um órgão ou tecido, transplantando novas células
para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam
adequadamente devido a defeito genético (ex: doenças neurológicas, diabetes, problemas
cardíacos, derrames, lesões da clona cervical e doenças sanguíneas, etc. …)
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Vantagens e Desvantagens da Clonagens
Vantagens:
→O método permitiria filhos a casais inférteis ou com alto risco de transmitir aos descendentes
doenças genéticas graves;
→Utilização de clones Como doadores de órgãos;
→Cura possível para queimaduras e doenças como Parkinson, Alzheimer, diabetes e hepatite
através da obtenção de tecidos humanos com o ADN da própria pessoa.
Outros benefícios da clonagem, é evitar de gerar filhos com doenças como síndrome de Down.
Outro é as pessoas que tem problemas nos rins, nos fígados e em outros órgãos terem um
transplante do mesmo órgão mais sem o problema que o actual já tem. Animais com o risco de
desaparecerem do planeta também podem retomar a espécie.
Um dos ―benefícios‖ da clonagem, no início desta ―era‖, para alguns investigadores era a de que
a clonagem de animais domésticos fosse uma grande vantagem para os países pobres e para os
agricultores pobres em geral. Agora, pensemos um pouco. Será que isto realmente é uma
vantagem? Se virmos bem, estes agricultores pobres e as economias que eles representam, em
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vez de melhorarem, iriam ser completamente erradicados pelas técnicas de clonagem. Se a
clonagem se tornar técnica e economicamente viável, será um grande sucesso para o negócio
agrícola, permitindo produtos tão baratos que inviabilizarão o mercado para o agricultor pobre.
Haverá efectivamente mais lã, mais medicamentos ou mais leite, mas isso não trará benefícios a
uma pequena escala. Outro dilema complicado relaciona-se com o registo de novas patentes para
novas técnicas ou novos reagentes laboratoriais. Este problema não é um atributo específico da
clonagem, visto pertencer a todos os domínios da biologia cada vez mais industrializada.
Contudo, uma vez que a clonagem promete tão aliciantes lucros comerciais ao nível da indústria
da carne de vaca, da produção de derivados farmacêuticos, da utilização de células de porco para
transplantes cerebrais ou das técnicas idealizadas de regeneração de órgãos, o registo de patentes
tem sido bastante atacado nesta frente de combate.
Claro que as patentes são óptimas para a indústria. Se uma companhia tiver a patente de um certo
meio de cultura que contorna os problemas da morte prematura do gado, todos os outros que
quiserem usar esse meio têm que lhe pagar. Quanto maior for a patente, maior será o lucro. O
argumento a favor do registo de patentes é que é preciso coragem, e grandes ideias, e um grande
investimento em mão-de-obra para alguma vez se conseguirem fazer semelhantes descobertas: se
uma companhia for suficientemente intrépida para chegar até tão longe sem nenhuma garantia
preliminar de que haveria uma recompensa no final, então merece todos os biliões que conseguir
colher das suas patentes. De resto, muitos cientistas argumentam inclusivamente que o dinheiro
das patentes é o único incentivo sólido para que as companhias invistam na investigação,
recordando ainda que estamos a falar de investigação dispendiosa e desgastante, frequentemente
condenada a estender-se durante décadas sem nenhum resultado à vista, e que nunca poderia ser
financiada de outro modo.
A posição contra é que o registo de patentes rompe com uma das regras básicas para o progresso
científico: a regra da livre circulação de todos os dados após terem sido publicados. A relutância
em partilhar resultados, e até ideias, já começa a afectar a biologia moderna. Como é fácil de
prever, quanto mais pequeno for o laboratório, mais difícil é a sua sobrevivência dada esta
situação. Sob o controlo das grandes indústrias, a biologia poderá muito bem tornar-se uma coisa
árida e chata de se fazer dentro de dez anos. E os biólogos dos países pobres poderão perder
completamente a sua liberdade, pois talvez não tenham outra escolha senão a de trabalharem
naquilo que as multinacionais gigantescas decidirem que é mais rentável para o negócio em
qualquer momento determinado. Mas o pior efeito colateral desta presente tendência continua a
ser o de a sonegação de dados tornar mais lento o progresso da biologia.
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Desvantagens:
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Para além disso, o termo ―clone‖ também se aplica a outras várias identidades que nada têm que
ver com a cópia de organismos preexistentes. Agora vai ser explorada a génese da palavra que
toda a gente usa hoje como nunca antes foi usada, pretendendo-se descobrir também as suas
ramificações no léxico corrente.
A história da palavra ―clonagem‖ é particularmente interessante do ponto de vista linguístico: o
termo nasceu no meio científico, foi apropriado pela ficção científica e mais tarde regressou á
ciência, designando um terceiro fenómeno diferente dos dois anteriores.
Visto ser tão óbvio que várias plantas podem ser replicadas (―clonadas‖) por multiplicação
vegetativa (p.ex., a partir de um simples ramo), é bastante provável que as primeiras civilizações
agrícolas já tivessem experiência no uso desta técnica da clonagem. Na verdade, a etimologia do
termo relaciona-se com uma palavra grega que designa um enxerto de um ramo. Mas a
cunhagem de ―clone‖ como substantivo inglês apareceu oficialmente apenas em 1903,
designando ―grupos de plantas exactamente idênticas na sua composição genética, devido à
propagação através de rebentos e não de sementes‖, ou seja, aquilo que os nossos antepassados já
produziam há séculos. Na agronomia, a técnica desenvolveu-se muito rapidamente, e em 1929,
foi aplicada aos bacilos com igual sucesso.
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É uma manipulação radical da relacionação e complementaridade constitutiva, que está na
origem da procriação humana, tanto no seu aspecto biológico como na sua dimensão
propriamente pessoal. De facto, a clonagem humana tenderia a tornar a bissexualidade um mero
resíduo funcional, ligado ao facto de ser preciso utilizar um óvulo, privado do seu núcleo, para
dar lugar ao embrião-clone, e de se exigir, por enquanto, um útero feminino para levar a cabo o
seu desenvolvimento. Põem-se, deste modo, em acção todas as técnicas que foram
experimentadas na zootécnica, reduzindo o significado específico da reprodução humana. É
nesta perspectiva que se enquadra a lógica da produção industrial: dever-se-á explorar e
favorecer a pesquisa de mercado, aperfeiçoar a experimentação, produzir modelos sempre novos.
Verifica-se uma radical instrumentalização da mulher, que fica limitada a algumas das suas
funções puramente biológicas (empréstimo de óvulos e do útero), estando já em perspectiva a
investigação para tornar possível construir úteros artificiais, o derradeiro passo para a fabricação
«em laboratório» do ser humano.
Nela, como em qualquer actividade artificial, «encena-se» e «imita-se» aquilo que tem lugar na
natureza, mas a preço de menosprezar tudo o que, no homem, ultrapassa a sua componente
biológica – e esta reduzida àquelas modalidades reprodutivas que caracterizaram apenas os
organismos mais simples e menos evoluídos do ponto de vista biológico.
Cultiva-se a ideia segundo a qual alguns homens podem ter um domínio total sobre a existência
dos outros, a ponto de programarem a sua identidade biológica — seleccionada em nome de
critérios arbitrários ou puramente instrumentais; ora aquela, mesmo não esgotando a identidade
pessoal do homem que se caracteriza pelo espírito, é sua parte constitutiva. Esta concepção
selectiva do homem provocará para além do mais uma grave quebra cultural, inclusivamente fora
da prática — numericamente reduzida — da clonagem, porque fará aumentar a convicção de que
o valor do homem e da mulher não depende da sua identidade pessoal, mas apenas daquelas
qualidades biológicas que podem ser apreciadas e, por isso, seleccionadas.
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A clonagem humana recebe um juízo negativo ainda no que diz respeito à dignidade da pessoa
clonada, que virá ao mundo em virtude do seu ser «cópia» (embora apenas cópia biológica) de
outro indivíduo: esta prática gera as condições para um sofrimento radical da pessoa clonada,
cuja identidade psíquica corre o osco de ser comprometida pela presença real, ou mesmo só
virtual, do seu «outro». E não vale a hipótese de se recorrer à conjura do silêncio, porque, como
observa Jonas, seria impossível e igualmente imoral: visto que o ser «clonado» foi gerado para se
assemelhar a alguém que «valia a pena» clonar, sobre ele recairão expectativas e atenções tão
nefastas, que constituirão um verdadeiro e próprio atentado à sua subjectividade pessoal.
E, ainda que o projecto da clonagem humana fosse suspenso «entese da instalação no útero,
procurando assim subtrair-se pelo menos a algumas das consequências que até agora indicámos,
continua igualmente a ser injusto sob o ponto de vista moral.
Imoral porque está, também no caso de o ser clonado, perante um «homem», embora no seu
estádio embrionário.
Contra a clonagem humana, há que referir ainda todas as razões morais que levaram seja à
condenação da fecundação « in vitro » enquanto tal, seja à radical desaprovação da fecundação «
in vitro » destinada apenas à experimentação.
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O projecto da «clonagem humana» demonstra o desnorteamento terrível a que chega uma ciência
sem valores, e é sinal do profundo mal-estar da nossa civilização, que busca na ciência, na
técnica e na «qualidade da vida» os sucedâneos do sentido da vida e da salvação da existência.
Há que sublinhar, uma vez mais, a diferença que existe entre a concepção da vida como dom de
amor e a visão do ser humano considerado como um produto industrial.
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Clonagem em Portugal
Enquanto em Espanha, Grécia ou Itália, a lei proíbe toda e qualquer investigação sobre a
clonagem humana, há sete Estados-Membros da União Europeia nos quais esta possibilidade não
está sequer prevista, e Portugal é um deles. Isto quer dizer que, teoricamente, é possível realizar,
em Portugal, a clonagem dum embrião humano, com fins experimentais, à semelhança do que foi
feito nos E.U.A. O alerta partiu da própria Comissão Europeia que adianta que, no caso
português, nem sequer está prevista qualquer legislação nesse sentido. Assim, seria legal realizar
uma experiência deste tipo em Portugal, o mesmo acontecendo na Bélgica, Finlândia,
Dinamarca, Luxemburgo, Holanda e Suécia. Uma directiva de 1998 proíbe toda a utilização de
embriões para fins comerciais e industriais sem, no entanto, tratar os programas de investigação
e desenvolvimento de experiências neste campo. Apenas três países da União Europeia
assinaram e ratificaram a Convenção de Oviedo (Espanha), elaborada em 1997 no âmbito do
conselho da Europa, que prevê a interdição de toda a investigação sobre clonagem humana:
Espanha, Grécia e Itália. Portugal assinou a Convenção mas ainda não a ratificou. França,
Alemanha e Áustria não ratificaram nem assinaram o documento, mas tem legislação nacional
que impede qualquer experiência desse tipo, enquanto na Irlanda essa disposição está prevista na
Constituição. Por seu lado, o Reino Unido está a examinar, com carácter de urgência, uma
proposta de lei para impedir a clonagem humana para fins de reprodução.
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Conclusão
Com este trabalho, conclui que a clonagem consiste basicamente na reprodução assexuada de
indivíduos geneticamente iguais. Contudo, nos últimos anos, o termo clonagem tem assumido
um significado especial, relacionado com o processo laboratório de obtenção de indivíduos
geneticamente iguais através de técnicas de manipulação celular e de tecidos.
Embora se multipliquem os estudos sobre a clonagem artificial, esta continua com elevada taxa
de insucesso. Os embriões clonados são pouco viáveis e os poucos clones resultantes apresentam
anomalias que comprometem a sua sobrevivência, nomeadamente envelhecimento precoce e
falhas nos sistemas vitais.
Enquanto em Espanha, Grécia ou Itália, a lei proíbe toda e qualquer investigação sobre a
clonagem humana, há sete Estados-Membros da União Europeia nos quais esta possibilidade não
está sequer prevista, e Portugal é um deles.
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Bibliografia
Manuais de apoio:
DESCOBRIR A TERRA
BIOLOGIA DO 11º ANO
ENTRE OUTROS
www.wikipedia.org/wiki/Clonagem
/ www.suapesquisa.com clonagem/
www.acidigital.com/clonagem/index.html
www.igc.gulbenkian.pt/langind/mediapub/media/dna/what_is_dna.html
www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalh
os/adn.htm -
dn.sapo.pt/2009/03/18/sociedade/condenados_identificados_pelo_com_a_.html
www.todabiologia.com/genetica/clonagem.htm
www.afilosofia.no.sapo.pt/10clonagem.htm
www.estadao.com.br/especiais/dolly-e-a-clonagem,351.htm –
www.newstin.com.pt/tag/pt/43238733
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