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Tradução do artigo a cargo de: Psicólogo da Saúde Artur Pereira

Email: psicologiasaude@msn.com
Título do artigo: “Right hemispheric dominance in processing of unconscious negative emotion.”.
Autores: Wataru Sato, Satoshi Aoki
Editor: Brain and Cognition 62 (2006) 261–266. Elsevier.

Dominância do hemisfério direito no processamento de emoções negativas inconscientes

Abstrat:

A dominância do hemisfério direito no processamento de emoções inconscientes foi sugerido, mas


ainda é controverso. Esta questão foi investigada utilizando o paradigma subliminal affetive
priming (paradigma subliminar afectivo de pré-activação) combinado com apresentação visual
unilateral em 40 indivíduos normais. Em ambos os campos visuais, à esquerda ou à direita,
expressões faciais de raiva, expressões faciais de felicidade, ou imagens cinzentas planas eram
brevemente apresentadas como negativas-positivas e prime de controlo, seguido por uma máscara
mosaico. Então alvos ideográficos sem sentido foram apresentados, e os sujeitos avaliados na sua
parcialidade em relação aos alvos. Quando os estímulos eram apresentados no campo visual da
esquerda, mas não da direita, os efeitos negativos dos primes reduziu a ligação dos sujeitos aos
alvos, relativamente aos casos do controlo positivo ou primes. Estes resultados forneceram
evidências de apoio comportamental à hipótese de que o hemisfério direito é dominante para o
processamento de emoções negativas inconscientes.

Palavras-chave: Dominância do hemisfério direito; Emoções negativas inconscientes; Priming


subliminal afectivo; Expressões faciais emocionais.
Introdução
O mecanismo neuro-cognitivo da emoção sem consciência, foi desde há muito, um assunto
de grande interesse (Pribram & Gill, 1976). Estudos neuro-psicológicos em pacientes com o
cérebro dividido sugerem que emoções inconscientes poderiam ser lateralizados ao hemisfério
direito. Por exemplo, Gazzaniga e LeDoux (1978) relataram que, quando estímulos emocionais
eram apresentados no campo visual esquerdo (ou seja, estimulando o hemisfério direito), de um
paciente com o cérebro dividido, o paciente não poderia descrever verbalmente os estímulos, mas
mostrou reacções emocionais. Como algumas capacidades psicológicas (por exemplo, a linguagem)
são predominantemente tratados em um único hemisfério, a prova da assimetria funcional
hemisférica das emoções inconscientes teria implicações intrigantes quanto ao seu mecanismo
neuro-cognitivo. No entanto, outros estudos neuropsicológicos com pacientes com cérebro dividido
(Ladavas, Cimatti, Del Pesce, & Tuozzi, 1993) e paciente com lobotomia temporal unilateral
(Glascher & Adolphs, 2003; Kubota et al., 2000) não relataram tais assimetrias hemisféricas nas
emoções inconscientes. Estudos de neuro-imagiologia em sujeitos sem danos cerebrais revelaram
que apresentações mascaradas de estímulos emocionais, que não são acessíveis à consciência dos
indivíduos, activaram a amígdala, especialmente quando os estímulos são emocionalmente
negativos (Killgore & Yurgelun-Todd, 2004; Morris, Ohman, & Dolan, 1998, 1999; Nomura et al.,
2004; Rauch et al., 2000; Sheline et al., 2001; Whalen et al., 1998). Alguns desses estudos (Morris
et al., 1998, Morris, Ohman, & Dolan, 1999; Nomura et al., 2004) têm relatado dominância
hemisférica para o processamento de emoções negativas inconscientes. Por exemplo, Morris et al.
(1998) relataram que, quando os estímulos foram apresentados subliminarmente, uma expressão
facial zangada foi condicionado por um ruído emocionalmente negativo activando a amígdala
direita, mas não a esquerda mais do que uma expressão facial de zangado descondicionada. Outros
estudos (Yurgelun-Killgore & Todd, 2004; Rauch et al. 2000; Sheline et al., 2001; Whalen et al.,
1998), no entanto, não relataram tais assimetrias hemisféricas na actividade da amígdala em
resposta a estímulos emocionais mascarados. Também houve uma série de estudos de neuro-
imagiologia de pacientes com cérebros danificados que investigaram o processamento emocional
inconsciente devido a lesões corticais (Morris, De Gelder, WEISKRANTZ, & Dolan, 2001; Pegna,
Khateb, Lazeyras, & Seghier, 2004; Vuilleumier et al., 2002). Estes estudos relatam lateralidade
inconsistente com actividade na amígdala em resposta a estímulos emocionais sem sentido (à direita
em Pegna et al. 2004, à esquerda em Vuilleumier et al., 2002, e bilateral em Morris et al., 2001).
Tomados em conjunto, há alguns indícios na literatura neuropsicológica e de neuro-imagiologia
para a dominância do hemisfério direito no processamento emocional inconsciente, particularmente
para as emoções negativas, mas os resultados até agora foram inconsistentes. Relativamente a esta
inconsistência, deve notar-se que todos estes estudos testaram um número relativamente pequeno de
indivíduos (por exemplo, oito em Whalen et al., 1998). A dimensão das amostras tem sido
demasiado pequenas para fornecer dados estatisticamente fiáveis sobre a existência ou não de
assimetria hemisférica no processamento emocional inconsciente.
Estudos psico-fisiológicos com indivíduos normais utilizando amostras relativamente
grandes têm consistentemente revelado que apresentações subliminares de estímulos emocionais
negativos suscitam actividade electrodérmica (EDA), especialmente quando os estímulos são
apresentados no campo visual esquerdo (Johnsen & Hugdahl, 1991; Kimura, Yoshino, Takahashi, &
Nomura, 2004; Peper & Karcher, 2001; Zaidel, Hugdahl, & Johnsen, 1995). Por exemplo, Zaidel et
al. (1995) testou 33 indivíduos normais, e revelou que cenas emocionais negativas suscitaram mais
EDA que cenas emocionais positivas quando os estímulos foram apresentados no campo visual
esquerdo, mas não no direito. Estes dados sugerem que a emoção negativa inconsciente é
processada predominantemente pelo hemisfério direito. No entanto, usar a EDA como medida de
reacções emocionais tem uma desvantagem podendo reflectir vários tipos de processos
psicológicos; mesmo que reflicta respostas puramente emocionais, indicando apenas o nível de
excitação da emoção sem a valência da informação (Bauer, 1998).
Para fornecer evidências comportamentais de assimetria hemisférica no processamento
emocional inconsciente, testámos 40 participantes normais utilizando o paradigma subliminar de
priming afectivo (Zajonc & Murphy, 1993). No caso mais típico neste paradigma, um estímulo
emocional com valência negativa (por exemplo, uma expressão facial zangada) ou positiva (por
exemplo, um expressão facial feliz), ou um estímulo de controlo (por exemplo, um polígono), é
rapidamente apresentado como um prime e, em seguida, um alvo ideográfico sem sentido é
apresentado. Aos indivíduos é solicitado para julgar o objecto quer como preferencial ou não
preferencial. Estudos anteriores relataram que o julgamento dos indivíduos pelo objecto teve a
tendência para ter menos preferência pelos primes negativos inconscientes, mas não pelos primes
positivos ou de controlo (Murphy, Monahan, & Zajonc, 1995, Murphy & Zajonc, 1993;
Winkielman, Zajonc, & Schwarz, 1997). Este efeito é considerado como uma evidência de que a
emoção inconsciente suscita e repercute na decisão de alvos não relacionados (Murphy & Zajonc,
1993). Este paradigma subliminar do priming afectivo poderia fornecer informações sobre a
valência da emoção inconsciente suscitada. Aqui, combinámos o paradigma de priming afectivo
com apresentação no campo visual unilateral. Apresentámos expressões faciais de raiva e felicidade
como primes negativos e positivos. Imagens planas cinza foram também apresentados como primes
de controlo. Com base na supracitada prova indicando a dominância hemisférica direita na emoção
negativa inconsciente, nós previmos que quando os estímulos forem apresentados no campo visual
esquerdo, os primes negativos reduziriam a preferência dos sujeitos por alvos sem sentido em
relação às condições dos primes de controlo positivo ou de controlo.
2.Métodos

2.1.Sujeitos
Quarenta voluntários saudáveis do sexo masculino (média +/- SD da idade, 23,9 +/- 3,2 anos)
participaram nesta experiência. Só sujeitos do sexo masculino foram recrutados, porque há alguns
indícios de que o sexo masculino mostram claramente assimetria funcional hemisférica do que
sujeitos do sexo feminino (Kimura, 1999). Todos os indivíduos por auto-relato eram destros.
Apenas sujeitos destros foram testados, pois indivíduos canhotos têm sido relatados como tendo
diferentes padrões de assimetria funcional hemisférica (por exemplo, Heller & Levy, 1981). Todos
os indivíduos tinham acuidade visual normal ou corrigida. Todos eles eram japonesas, e nenhum
deles sabia caracteres coreanos (o alvo ideográfico neste experimento). Todos eram ignorantes em
relação à finalidade do experimento.

2.2.Desenho experimental

O experimento foi construída a partir de um desenho com dois factores intra -sujeitos, com
factores primes (negativo / positivo / controlo)e de campo visual (esquerdo / direito).

2.3. Estímulos
Fotografias em escala cinza foram escolhidas a partir do conjunto padronizado de expressões faciais
de Ekman & Friesen's (1976) para servir como primes emocionais. Estes estímulos foram os rostos
dos 12 modelos (seis do sexo feminino e seis do sexo masculino) a expressar emoções de raiva e
felicidade. Os 24 rostos foram moldadas em forma oval com a finalidade de minimizar estranhas
pistas (por exemplo, cabelo). Como um estímulo mascarado, um padrão mosaico composto por
fragmentos desses caras foi preparado. Tal como uma série de estudos precedentes não utilizaram
nenhuma apresentação prime como uma condição de controlo (Zajonc & Murphy, 1993), foi
preparada uma condição sem controlo prime; foi criada uma imagem plana cinza clara de forma
oval, com o mesmo tamanho que os primes emocionais. Caracteres coreanos foram utilizados como
estímulos-alvo ideográficos sem sentido. Para garantir que os estímulos-alvo eram emocionalmente
neutros, inicialmente mostrámos 96 caracteres coreanos para 32 indivíduos (nenhum dos quais
participaram na própria experiência). Estes sujeitos avaliavam cada um dos estímulo numa escala
de preferência de 5-pontos indo de 1 (não gosto nada) a 5 (gosto muito). Setenta e dois caracteres
que foram então avaliados como relativamente neutros (média +/- SD = 2.9 +/- 0.2). O estimulo-
obejcto foi distribuído aleatoriamente pelas condições prime e campo visual.

2.4. Aparelhos
Os eventos foram controladas pelo software SuperLab Pro 2.0 (Cedrus), inserido num computador
com Windows (MA55J, NEC). Os estímulos foram apresentados num Monitor CRT 17-in. (T550,
Flex Scan). A taxa de actualização do monitor foi fixado a 80Hz, e a resolução foi de 800X600
pixels. As respostas dos sujeitos foram gravadas usando uma resposta caixa (RB - 400, Cedrus).

2.5.Procedimentos
Os experimentos foram realizados individualmente, numa sala de espera. Os indivíduos foram
confortavelmente sentado com a cabeça apoiada por um suporte para o queixo e testa, a 0.57m do
monitor. O ângulo visual resultantes dos estímulos foi de 7,0° verticalX5,0° horizontal.
A sessão de julgamento-preferência foi conduzida, seguida de uma sessão de reconhecimento de
escolha forçada. Após a sessão de reconhecimento de escolha forçada, uma sessão de
esclarecimento foi conduzida e aos indivíduos era questionado se eles conscientemente perceberam
os primes na sessão de julgamento-preferência.

2.5.1. Preferência de julgamento


Um total de 72 ensaios (12 negativos, 12 positivos e 12 de controlo primes para ambos os
campos visuais, direito e esquerdo) de julgamento-preferência foram realizadas. Todos os ensaios
foram conduzidos em uma ordem aleatória. Aos indivíduos era primeiro dado um bloco de dez
ensaios práticos para se familiarizarem com o procedimento.
A Fig. 1 ilustra a sequência de eventos em cada ensaio. Para cada ensaio, uma cruz foi
inicialmente apresentado como um ponto de fixação no centro do campo visual para 500ms. E
depois um estímulo prime foi apresentado por 25ms quer no campo visual da esquerda como no da
direita (a ponta interior foi de 9,5° periféricos a partir do centro), seguido pela apresentação de um
estímulo mascarado para 200ms no mesmo local, sem nenhum atraso. A duração da exposição aos
estímulos prime e mascarados, e a assincronia do estímulo inicial (SOA), entre eles, foram
determinados com base nos dados de estudos subliminares anteriores (por exemplo, Esteves &
Oehman, 1993) e dos resultados dos nossos estudos preliminares. Por último, o alvo ideográfico foi
apresentado no mesmo local, novamente sem demora, até que os sujeitos tivessem finalizado a
resposta.
Os sujeitos foram convidados a manter a atenção sobre o ponto onde tinha sido apresentado
o ponto de fixação. A tarefa dos sujeitos era apenas a de julgar a sua preferência pelos objectos
ideográficos, utilizando duas alternativas: ou eles gostam dele ou não. Os indivíduos foram
convidados a indicar as suas respostas pressionando uma tecla com o seu indicador ou com os dedos
do meio. As mãos utilizados para responder foram contrabalançadas em todos os indivíduos.
Conforme o artigo de capa, foi dito aos sujeitos que esta experiência lidava com a preferência por
ideografias sem sentido.

.
2.5.2. Escolha de reconhecimento forçada
Para fornecer o critério objectivo de estímulo prime que foi apresentado sem entrar na consciência
dos sujeitos, preparámos a sessão de reconhecimento forçado após as sessões de julgamento-
preferência, como foi efectuado em estudos anteriores (por exemplo, Murphy & Zajonc, 1993).
No total, 32 ensaios (com oito primes negativos e oito positivos para os campos visuais da esquerda
e da direita) foram realizados. Em cada ensaio, a sequência de eventos foi apresentado na mesma
forma que na sessão de julgamento-preferência. Então, os dois estímulos faciais, um dos quais
tinham sido o prime no ensaio,foram apresentados na parte superior e inferior do campo visual. A
emoção dos dois estímulos facial foi idêntico (ou seja, ambas raiva ou ambas felicidade). A tarefa
dos sujeitos foi a de fazer um julgamento perceptivo de correspondência com uma das caras que
tinha sido apresentada antes do objecto.

2.6. Análise dos dados


Os dados foram analisados com o software 10.0J (SPSS Japão). Para os dados “preferência”, a
percentagem de “preferência” foi analisada com uma medidas ANOVA repetidas 3 (prime)X2
(campo visual). Como análises follow-up, realizaram-se análises de efeito simples e comparações
múltiplas através dos métodos Tukey HSD.
Para os dados de reconhecimento de escolha forçada, realizámos um t-test com uma
amostra (bi-caudal) sobre a percentagem de reconhecimentos correctos.
Os valores foram considerados significativos para um p <.05. Nos casos em que a assumpção de
esfericidade não foi cumprida (p <.1, teste de esfericidade de
Mauchley), o grau de liberdade ajustado de Huynh-Feldt foi utilizado.
3. Resultados

3.1. Preferência de julgamento


A média de percentagem de preferência é mostrado na fig. 2. A ANOVA revelou uma interacção
significativa de prime X campo visual (F (2,78) D4.00, p <.05), indicando que quer o efeito prime
differed across dos campos viuais, ou o efeito dos campos visuais differed across dos primes. O efeito
principal do prime foi também significativo (F (2,78) D3.13, p <.05) e o efeito do campo visual não
foi significativo (p> .1).
Como nas análises de follow-up de interacção, os efeitos principais simples do prime foram
analisados para cada campo visual. Os resultados revelaram uma efeito significativo do prime no
campo visual esquerdo (F (2,78) D7.58, p <.001), mas não para o campo visual direito (p> .1).
Comparações múltiplas para o efeito principal simples do prime para o campo visual esquerdo
mostrou que a preferência para as respostas prime negativas foram menos frequentes do que aquelas
atribuídas para as primes positivos e de controlo (p <.05). Não houve diferenças significativas
entre os primes positivos e de controlo (p> .1).
Para a interacção, dos efeitos simples do campo visual também foram analisadas para cada
prime. Os resultados revelaram um efeito significativo no campo visual para primes negativos (F
(1,39) D6.33, p <.05), indicando que a preferência de respostas foram menos frequentes no lado
esquerdo do que no lado direito do campo visual. Os efeitos principais simples do campo visual
para os primes positivos e de controlo não foram significativos (p> .1).

3.2. Escolha de reconhecimento forçado.


A média da percentagem (+/- SD) de reconhecimentos correctos foi de 50,1% (+/- 8.7). O t-
test com uma amostra mostrou que a percentagem de reconhecimento correcto não difere daquele
atribuído ao acaso (p> .1). Este resultado providencia o critério objectivo de que os primes foram
apresentadas subliminarmente sobre a presente condição experimental (Eriksen, 1960). A entrevista
debriefing também confirmou que nenhum dos indivíduos tinha subjectivamente percebido os
primes.

4. Discussão
Os resultados revelaram que os primes negativos invisíveis reduziu a preferência dos sujeitos pelos
objectos relativamente aos primes positivos e de controlo quando os primes eram apresentados à
esquerda, mas não à direita, do campo visual. As respostas de preferência para os alvos precedidas
pelos primes negativos foram menos frequentes no lado esquerdo do campo visual do que no lado
direito do campo visual. Estes resultados corroboram estudos anteriores de neuropsicologia,
neuroimagiologia e psico-fisiologia que relatam uma dominância hemisférica direita no
processamento inconsciente de estímulos-emoções negativas. No entanto, estudos anteriores
neuropsicológicos e de neuroimagiologia relataram resultados inconsistentes e, portanto, era
desconhecido se houve uma assimetria hemisférica robusta na emoção inconsciente. Isto pode ter
sido devido ao número relativamente pequeno de indivíduos nestes estudos. Aqui nós testados 40
sujeitos, que foi uma amostra de dimensões relativamente grandes. Estudos anteriores de
psicossomática com indivíduos normais (por exemplo, Zaidel et al., 1995) relataram
consistentemente dominância hemisférica direita na emoção negativa inconsciente ao gravar o
EDA. No entanto, não há provas claras de que realmente o EDA reflicta respostas emocionais e, em
caso afirmativo, qual a valência que ele reflecte (Bauer, 1998). O presente estudo aplica o priming
afectivo subliminal o que poderia fornecer a prova de processamento emocional com valência de
informação. Com esta melhoria no processamento, o presente estudo forneceu provas
comportamentais claras sustentando a hipótese de que a emoção negativa inconsciente é processada
predominantemente pelo hemisfério direito.
Os resultados presentes não mostraram uma diferença significativa entre os primes
positivos e de controlo. O mesmo resultado nulo também foi relatado em um estudo anterior,
utilizando o priming afectivo subliminal (Murphy et al., 1995; Experimento 2). Uma possível
interpretação é a de que o processamento inconsciente de emoções
positivas não é forte ou robusto o suficiente para ser detectado. Estudos anteriores de
neuroimagiologia apresentaram maior activação na amígdala direita em resposta ao estímulo
emocional inconsciente negativo versus estímulo emocional positivo inconsciente (por exemplo,
Whalen et al., 1998). Com base no nosso próprio experimento, tomando em conjunto com os dados
acima mencionados, postulamos que as evidências neuronais e comportamentais para o
processamento emocional positivo inconsciente pode ser pura e simplesmente menos aparente do
que no caso do processamento emocional negativo.
Especulamos que o substrato neuronal mais plausível do presente efeito priming
inconsciente pode ser a amígdala. Como mencionado acima, estudos anteriores de neuroimagiologia
(por exemplo, Morris et al., 1998) indicaram que a amígdala foi activada em resposta a estímulos
emocionais invisíveis. Um estudo recente de neuroimagiologia (Sato, Yoshikawa, Kochiyama, &
Matsumura, 2004) revelou que a actividade na amígdala em resposta a estímulos emocionais
correspondeu à intensidade de emoções negativas experienciadas. É possível que a amígdala direita
rapidamente produza reacções emocionais mesmo quando os estímulos não são conscientemente
percebidos, e, em tais casos, como Murphy e Zajonc (1993), propõem, emoções sem consciência
poderiam extravasar afectando os julgamentos emocionais desconexos. No entanto, deve notar-se
que apresentar dados comportamentais não fornecem provas directas sobre o envolvimento da
amígdala. Além disso, como alguns estudos de neuroimagiologia não encontraram actividade da
amígdala em resposta a estímulos emocionais negativos inconscientes (por exemplo, Phillips et al.,
2004), o envolvimento da amígdala na emoção inconsciente pode ser inconclusivo. Futuros estudos
de neuroimagiologia e comportamentais são necessários para investigar esta questão.
Algumas limitações do presente estudo devem ser reconhecidas. Em primeiro lugar, uma vez
que nós testámos apenas indivíduos do sexo masculino, a generalização ao sexo feminino não é
comprovada. Esperávamos que indivíduos do sexo masculino iriam mostrar clara assimetria
hemisférica no processamento emocional inconsciente do que as mulheres , porque o tamanho do
corpo caloso em relação ao resto do cérebro é menor no sexo masculino que no feminino (Driesen
& Raz, 1995; no entanto, ver Bishop & Wahlsten, 1997), e há mais fibras na comissura anterior das
mulheres do que dos homens (Highley et al., 1999). A investigação de mulheres utilizando o
presente paradigma é uma importante questão para futuras pesquisas.
Segundo, como nós só testámos estímulos faciais, é desconhecido se a presente dominância
hemisférica direita poderia ser generalizadas para o processamento de estímulos emocionais não
faciais, tais como cenas emocionais. No entanto, como estudos psico-fisiológicos relataram
a superioridade hemisférica direita na excitação fisiológica para cenas emocionais negativas não
vistas (por exemplo, Zaidel et al., 1995), bem como faces emocionais negativas (por exemplo,
Johnsen & Hugdahl, 1991), nós especulámos que as presente evidências comportamentais da
dominância hemisférica direita no processamento de emoções negativas não seria especifica a
estímulos faciais. Futuros estudos comportamentais utilizando apresentações subliminares de cenas
emocionais poderiam confirmar esta ideia.
Por último, é possível que a dominância hemisférica direita no processamento de emoções
negativas não seja encontrado especificamente para processamento inconsciente, mas também
ocorrendo no processamento consciente. Alguns estudos neuropsicológicos anteriores
têm relatado dominância hemisférica direita para o processamento de estímulos emocionais
conscientemente percebidos (por exemplo, Adolphs, Tranel, & Damasio, 2001). Ao mesmo tempo,
alguns estudos de neuro-imagiologia têm relatado dominância do hemisfério esquerdo da actividade
da amígdala em resposta a estímulos emocionais conscientemente percebidos (por exemplo, Morris
et al., 1998). No presente estudo, foi testado unicamente o processamento emocional inconsciente
utilizando o paradigma do priming afectivo porque tem demonstrado que indivíduos
intencionalmente diluem a influência emocional dos primes emocionais quando eles se percebem
conscientemente deles (Murphy & Zajonc, 1993). Pode revelar-se valiosa, investigar a assimetria
hemisférica no processamento emocional inconsciente e consciente adoptando outros paradigmas.
Em resumo, investigámos a assimetria hemisférica no processamento emocional
inconsciente. Utilizámos o paradigma do priming afectivo em combinação com a apresentação
visual unilateral. Os resultados revelaram que os primes negativos reduziram a preferência dos
sujeitos pelos objectos em relação aos primes positivos e de controlo quando os estímulos foram
apresentados à esquerda, mas não à direita, do campo visual. Estes resultados indicam dominância
hemisférica direita para o processamento emocional negativo inconsciente.
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