ISBN 85-7650-039-6
Capa
Águeda Santini
Revisão
Helô Castro
CDD 780
Sumário
11 APRESENTAÇÃO
15 INTRODUÇÃO
21 METODOLOGIA
27 PRODUÇÃO DE MÚSICA NO COMPUTADOR
27 Música e Tecnologia
29 A Produção Mecânica da Música
35 O Sonho de ser Artista
39 A Música Digitalizada
41 Tecnologia e as Novas Formas de Fazer Música
54 Os Novos Músicos e a Nova Arte
59 Interferência Coletiva
62 Crise da Autoralidade
189 CONCLUSÃO
195 BIBLIOGRAFIA
Apresentação
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Apresentação
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Admirável Chip Novo:A Música na Era da Internet
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Introdução
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Introdução
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Admirável Chip Novo:A Música na Era da Internet
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Introdução
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Introdução
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Metodologia
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Metodologia
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Metodologia
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Admirável Chip Novo:A Música na Era da Internet
atuais são mais do que simples ouvintes, pois eles também podem
interferir nas músicas e disseminar registros de sua interferência.
O consumo de música na Internet permite atualizar a discussão
dentro do estatuto da recepção nas sociedades atuais, na medida
em que o receptor pode interferir nas características da obra e
criar as suas próprias formas de consumo.
Neste capítulo onde descrevemos o consumo da música na
Era da Internet estão incluídas questões relacionadas ao lugar e ao
status da obra-de-arte, especialmente à música, na era da sua
reprodutibilidade eletrônica (MOWITT, 1987). Esta parte da dis-
sertação não pretende encerrar discussões, mas tentar evidenciar
tendências e propor reflexões.
As conclusões apresentadas nesta dissertação são absoluta-
mente instáveis e provisórias, pois estamos apenas na aurora da
Era da Internet. O download de arquivos digitais de músicas é um
fenômeno recente. É certo que há um declínio das formas moder-
nas de produzir, difundir e consumir músicas, mas ainda é cedo
para dizer quais serão as formações históricas destes processos
com as novas tecnologias digitais.
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Produção de Música no
Computador
MÚSICA E TECNOLOGIA
A confluência de arte e tecnologia sempre representou um novo
campo de possibilidades, podendo resultar em um novo conceito
de arte. Os gregos não faziam qualquer distinção entre arte e téc-
nica e esse conceito não foi mudado até o Renascimento.
Acontecimentos recentes em todo mundo mostram como é
cada vez mais difícil fazer uma distinção categórica entre produ-
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2. George Martin é maestro, produtor musical e dono de uma gravadora na Inglaterra. Foi o
produtor dos Beatles desde seu primeiro álbum, Love me do, lançado em 1962, até a série
Anthology, lançada em 1995. George Martin produziu e gerenciou toda a carreira fonográfica
dos Beatles e de muitos outros artistas que se tornaram fenômeno de venda de discos. Entre
eles, Elton John, em seu disco beneficente em homenagem a princesa Diana em 1997, que
tornou-se o compacto mais vendido em toda a história da indústria fonográfica.
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Admirável Chip Novo:A Música na Era da Internet
Umberto Eco assinala que, por volta de 1920 nos Estados Uni-
dos, o início das transmissões públicas de música através do rádio
também cria um novo mercado, promovendo manifestações e esti-
mulando a composição de músicas originais: é o caso da maioria
dos big bands e do swing que nasceram em função do rádio e do
disco e cresceram com os novos meios de comunicação (2001).
Da mesma forma que a gravação, o desenvolvimento do micro-
fone elétrico e da amplificação nos anos 30 e a gravação em fita
magnética nos anos 50 abriram novas possibilidades estéticas na
música. A fronteira entre a fala e o canto, por exemplo, foi sendo
diluída, e músicos populares puderam explorar a complexidade
emocional em formas musicais acessíveis sem precisar da educação
musical clássica, da habilidade ou do conhecimento de músicos e
platéias eruditos. Segundo Mcluhan: “A arte primitiva (...) na músi-
ca, assim como na pintura, são os modos normais de qualquer mun-
do não-alfabetizado. Agora eles se tornaram o modo central da nos-
sa mais recente cultura tecnológica” (apud MUGGIATI, 1973).
A gravação era, em seus primeiros dias, simplesmente uma
gravação direta de uma performance em um cilindro ou disco. O
que os consumidores ouviam era o som da performance original.
Com o desenvolvimento dos microfones elétricos e dos amplifica-
dores dos anos 30 as gravações tornaram-se mais apuradas – sons
mais brandos podiam ser captados e um maior número de timbres
preservado – mas a gravação ainda significava o registro de um
evento em particular, e isso não mudou até o final da guerra, com
a utilização da fita.
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4. Videokê (ou DVDoKê) é um produto, lançado no mercado pelos japoneses, em 1989, que
congrega as tecnologias do áudio e vídeo digital (DVD) com a tecnologia da televisão e do
microfone autofalante com a idéia de karaokê. São aparelhos que tocam músicas populares
instrumentais sem a voz original. O objetivo é que o participante leia a letra da música na tela
e cante ao microfone, simulando uma performance musical acompanhado de uma banda ins-
trumental “virtual”. Ou seja, há uma integração entre o canto humano e uma máquina progra-
mada, cujos ritmos musicais e repertório devem ser seguidos pelo cantor que lê as letras das
músicas na tela. A máquina dá uma nota, no final da cantoria, para a afinação e o ritmo do
cantor. Alguns usuários fazem uma brincadeira entre si para ver quem atinge o maior número
de pontos dados pela máquina. A máquina de karaokê não é um instrumento musical, porém,
possui um certo nível de interatividade: os usuários podem escolher as músicas (incluídas no
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Produção de Música no Computador
repertório do aparelho) que querem cantar, na ordem desejada, quantas vezes quiserem. O
“karaokê” não é uma descoberta linearmente inovadora, porém, a recombinação, a hibridação,
a miscigenação de recursos técnicos que já existiam (como a escrita, a televisão, o microfone,
o CD e o DVD) e deram margem ao surgimento de um karaokê “hipermídia”, que tem sido
percebido como uma novidade pelo público consumidor.
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Admirável Chip Novo:A Música na Era da Internet
A MÚSICA DIGITALIZADA
Foi durante a Segunda Guerra Mundial e no período seguinte que
se deram as principais descobertas tecnológicas em eletrônica:
surgiu o primeiro computador programável e o transistor, fonte da
microeletrônica, o verdadeiro cerne da revolução da tecnologia da
informação, no século XX.
A partir da década de 1950 a difusão do uso de computadores
modificou nitidamente a produção em diversos setores da socie-
dade – da indústria aos meios de comunicação. No caso da produ-
ção musical esse quadro não é diferente. Especialmente a partir
dos anos 80, com o barateamento da tecnologia digital e o aperfei-
çoamento e disseminação de programas específicos, a maior parte
das atividades musicais estiveram, de um modo ou de outro,
conectadas a algum tipo de utilização de recursos de informática.
O surgimento dos instrumentos eletrônicos, por exemplo, re-
presenta um desligamento para a música relativamente tardio da
produção artesanal dentro da sociedade atual. Esses instrumentos
não mais surgem dentro de um longo processo evolutivo no qual
mudanças são introduzidas e assimiladas gradualmente, mas se
originam em função do modo abrupto das descobertas e desenvol-
vimentos que mudam radicalmente o panorama tecnológico em
questão de poucos anos.
Assim foi com o surgimento dos programas de síntese digital
nos anos 60, com a descoberta da síntese por FM5 implementada no
mercado no início dos anos 80 e com a difusão do uso dos computa-
dores para a produção e gravação musical no início dos anos 90.
O surgimento desses aparelhos eletrônicos coloca uma nova
questão em relação aos instrumentos musicais. Nos instrumentos
mecânicos tradicionais, o som produzido estava intimamente liga-
do à conformação física (tamanho, forma), ao material emprega-
do (cordas, madeiras e metais) e ao modo de acionamento (o tipo
de estímulo influi diretamente no som produzido) (IAZZETTA,
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Produção de Música no Computador
6. A música concreta nasceu, em 1948, com uma série de concertos realizados por Pierre
Schaeffer, na França. Ele utilizava gravações realizadas em várias velocidades de passos, má-
quinas, vozes e outros sons ambientais que sofriam diversas transformações no estúdio e eram,
posteriormente, remontadas pelo compositor. O termo musiqué concrète foi cunhado pelo pró-
prio Schaeffer para significar uma música feita de sons concretos retirados do meio e trabalha-
dos concretamente por meio de montagens, colagens e outros tipos de transformações.
7. O termo “música eletrônica” surgiu em 1951 quando o compositor Herbert Eimert e o físico
Werner Meyer-Emppler passaram a usar gravações semelhantes às realizadas por Schaeffer.
Porém, a diferença era que essas técnicas eram aplicadas apenas a sons de origem eletrônica,
gerados por osciladores de freqüências sonoras. O material sonoro era manipulado por meio
de processos de síntese, modulação de amplitude, filtragem, reverberação e, depois, fixado em
fita magnética.
8. A música tecno tem suas origens numa manifestação social advinda das fábricas montadoras
de automóveis em Chicago, EUA. Seu método se assemelha com a música eletrônica, porém,
sua estética, mistura o barulho produzido pelas máquinas com os sons produzidos pelos ho-
mens. Sua produção é feita através de equipamentos digitais, reproduzidos com fragmentos
sonoros e busca despertar uma interação mental e corporal do ouvinte com o som produzido.
Para a música tecno importa mais os encaixes sonoros digitais, feitos por meio de equipamen-
tos próprios e advindos da inspiração de várias fontes sonoras, sendo assim um estilo de músi-
ca resultante de um trabalho recursivo de amostragem e arranjo de músicas já existentes.
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Produção de Música no Computador
O Home Studio
A tecnologia de chips (circuitos integrados baseados em silício) e
de MIDI9 (Musical Instrument Digital Interface) promoveu mudan-
ças significativas na forma de criar, arranjar, orquestrar, produzir,
gravar e distribuir música. Estas foram as alavancas para a
reformulação dos estúdios e do próprio conceito de produção
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10. O disco rígido é a mídia utilizada para gravação de grandes quantidades de informação,
por permitir acesso rápido aos dados. Podem ser do tipo IDE (Integrated Device Eletronics) ou
SCSI (Small Computer System Interface) e são encontrados no mercado em diversas marcas,
modelos e capacidades, com opção de instalação interna (como é o caso da maioria dos com-
putadores pessoais) ou externa, podendo ser fixos ou removíveis.
11. Luciano Alves é pianista, compositor, arranjador, professor e analista de software e instru-
mentos musicais. Foi tecladista da banda Mutantes no início de sua carreira e hoje é solista da
Orquestra Sinfônica Brasileira no projeto Aquarius.
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feitas em tempo real. Quase todos os efeitos têm a função preview, ou seja, o usuário pode ouvir
como a música vai ficar depois que o filtro for aplicado. Se o resultado não ficar bom, é possível
mexer nos controles até conseguir o efeito desejado. Além disso, o Audition traz uma função
para editar faixas de áudio. Com esse recurso, o usuário pode combinar diferentes trechos de
canções e criar sua própria música e –com um pouco de paciência – até produzir remixes das
canções preferidas. O pacote traz ainda uma ferramenta que converte as músicas de CDs para
arquivos de som no formato WAV ou MP3.
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14. O termo ciberespaço foi cunhado por Willian Gibson em seu livro Neuromance, 1984. O
termo tem sido utilizado, principalmente por Pierre Levý, para fazer referência à enorme teia
da comunicação digital que tem se espalhado pelo mundo nas últimas décadas. O ciberespaço
funciona como um gigantesco universo virtual onde os signos de todos os tipos são armazena-
dos digitalmente. As pessoas navegam por esta teia diariamente quando fazem compras com o
cartão do banco (dinheiro virtual), acessam banco de dados de bibliotecas ou conectam-se a
Internet. No caso dessa dissertação, a palavra ciberespaço é utilizada principalmente para se
referir ao ambiente de rede social e informacional criado através da Web.
15. Um dos primeiros músicos brasileiros a colocar suas obras na Internet em formato MP3 foi
o atual ministro da Cultura Gilberto Gil, em 1996 (LAIGNIER, 2002).
16. MPEG-1 Layer 3 ou MP3 é um formato de áudio comprimido na taxa de aproximadamente
11 vezes em relação ao arquivo original. Popularizou-se como protocolo padrão na Internet
devido a sua característica de compressão de dados e por não deteriorar o material sonoro ao
ser transmitido pela web.
17. Windows Media Áudio é o formato de áudio lançado pela Microsoft para concorrer com o
MP3 oferecendo em sua estrutura, um sistema anticópia.
18. Arquivo do formato PlayJ, desenvolvido pela EverAd (empresa criada para regulamentar a
distribuição de mídias pela Internet). Oferece sonoridade e compactação similares ao MP3,
enquanto assegura o pagamento de direitos autorais aos envolvidos na produção de música.
19. Arquivo de áudio digitalizado no padrão dos PC IBM-compatíveis. Possui soluções mono e
estéreo, mas para ser transmitido pela Internet com maior velocidade precisa que a resolução
seja reduzida.
20. Áudio Interchangable File Format. É o padrão de áudio da plataforma Apple.
21. Real Audio (Real Networks). Antes do advento do MP3, esse foi o formato mais utilizado na
rede, principalmente pelas rádios via Internet, devido à sua alta taxa de compressão. Porém,
sua qualidade é baixa em relação a outros formatos.
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22. Os cientistas alemães que criaram o MP3 decidiram, na ocasião, cobrar royalties pelo uso de
qualquer produto em formato MP3. A tentativa não foi bem-sucedida e ninguém pagou para
utilizá-lo até hoje. Porém, o susto motivou hackers a criarem algo livre, invulnerável a patentes
ou propriedade intelectual. Assim surgiu o OGG VORBIS, padrão de compressão de áudio molda-
do para substituir por completo todos os formatos patenteados de áudio. Segundo especialistas,
o padrão OGG supera o MP3 e similares. O formato contempla um método rápido e fácil para
download e edição (remixagens, samplers etc.) permitindo aos músicos e artistas divulgarem suas
obras com facilidade e contando com a divulgação grátis. Quanto ao software para tocá-lo, o site
da empresa Vorbis disponibiliza alguns gratuitamente, como, por exemplo, os programas Winamp
2, Winamp 3, Foorbar2000 e Zinf.
23. Disponível em: <http://www.recombo.art.br>. Acesso em: 13/9/2002.
24. Idem.
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INTERFERÊNCIA COLETIVA
O rótulo “coletivo” se refere a um grupo de colaboradores que se
unem para realizar algo em conjunto. Sejam grupos de DJs, artis-
tas plásticos ou guerrilheiros de mídia, os coletivos se espalham
por diferentes áreas da cultura brasileira, mudando a forma de
fazer e consumir arte, política e diversão. E é justamente essa difi-
culdade de classificá-los que os torna uma opção viável para quem
quer se expressar artisticamente: juntar os amigos e descobrir algo
que todos estejam com vontade de fazer.
O fundador do grupo Re:Combo, H. D. Marbuse, diz que “o
formato coletivo está cada vez mais difundido talvez por represen-
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Produção de Música no Computador
CRISE DA AUTORALIDADE
O conjunto de reflexões deste capítulo evidencia situações da mú-
sica atual, que desde a década de 1980 abraçou uma série de prá-
ticas artísticas assentadas na revolução da eletrônica e nas tecno-
logias numéricas. Nos últimos anos, principalmente por conta do
barateamento das tecnologias digitais, muitos artistas espalhados
pelo mundo passam a adquirir “uma consciência cada vez mais
forte de seu papel como agentes de transformação na sociedade”
(DOMINGUES, 1997).
A revolução da eletrônica invade todos os campos da atividade
humana e instiga a sociedade por meio de desafios políticos, econô-
micos e sociais decorrentes das tecnologias. A arte tecnológica tam-
bém passou a assumir essa relação direta com a vida, gerando produ-
ções que levam o homem a repensar sua própria condição humana:
É preciso acreditar que o homem constrói seu presente e
projeta seu futuro cada vez melhor. Sem impedir o fluxo
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DO INDUSTRIALISMO AO INFORMA(CIONA)LISMO
NA DIFUSÃO MUSICAL
Nas últimas décadas do século XX, os modelos de telecomunica-
ção que suportam a cultura de massa passaram a se modificar in-
tensamente apontando para o surgimento de um novo paradigma
na organização comunicacional. Esse paradigma não se apóia no
modelo unidirecional anterior, mas estabelece uma teia de cone-
xões em forma de rede, ampliando a conexão interpessoal e dimi-
nuindo, em princípio, a necessidade de massificação da cultura.
Talvez tenha sido o telefone o primeiro meio de comunicação
a romper com essa cadeia unidirecional, especialmente no âmbito
sonoro. Entretanto, o telefone nunca deixou de ser um meio priva-
do de conexão entre duas pessoas e jamais conseguiu sugerir a
transmissão de música ou o aparecimento de uma arte telefônica.
A expansão das tecnologias digitais na década de 1950 facilitou
o armazenamento e a manipulação da informação digital. Porém, foi
desde o projeto de construção de uma rede interativa de computado-
res, datada do final da década de 1960, e seu posterior crescimento e
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A Música na Rede
O entendimento da difusão da música na Internet deve ser feito
dentro do contexto histórico e social do desenvolvimento da Rede
Mundial de Computadores. “A produção histórica de uma dada
tecnologia molda seu contexto e seus usos de modo que substitu-
em além de sua origem, e a Internet não é uma exceção a essa
regra. Sua história nos ajuda a compreender uma futura produção
da história” (CASTELLS, 2003).
A tecnologia da Internet se desenvolveu, desde seu início, a
partir da interação entre ciência, pesquisa universitária fundamen-
tal, os programas de pesquisa militar dos Estados Unidos e a contra-
cultura radical libertária. As bases da Internet nasceram em 1969,
como um programa militar de pesquisa tecnológica norte-ameri-
cana, porém nunca teve aplicação militar. Sua arquitetura infor-
mática preliminar, nomeada Arpanet, foi desenvolvida de forma
aberta e de livre acesso.
A Internet evoluiu a partir de uma rede internacional de cien-
tistas e técnicos que criavam e compartilhavam tecnologias em
cooperação. Sua tecnologia-chave desenvolveu-se paralelamente
na Europa e nos Estados Unidos. O que conhecemos como World
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9. Para que o programa possa buscar arquivos em outros computadores que possuem o software
instalado e compartilhá-los é necessário que ambos os computadores estejam conectados si-
multaneamente à Internet.
10. Disponível em: <http://www.tropico.com. br>. Acesso em: 13/9/2002.
11. Recording Industry Association of América.
12. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em: 8/10/2003.
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A Difusão da Música no Ciberespaço
14. Uma das maiores empresas de mídia do mundo, com negócios nas áreas de TV, jornal,
rádio, editora etc. Na área musical opera através do selo BMG.
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As Redes Descentralizadas
Com o surgimento do Napster, o primeiro e mais popular
software para o intercâmbio de arquivos de áudio na rede, muitos
outros programas seguiram seus passos. Diversas redes descentra-
lizadas ampliaram-se e não puderam ser freadas por barreiras ju-
diciais. Mesmo acabando com o serviço gratuito da Napster e to-
dos os seus congêneres, juízes e gravadoras não conseguiram co-
locar um ponto final no livre intercâmbio de músicas na Internet,
graças à redes como o Gnutella (http://www.gnutella.wego.com).
O Gnutella foi a primeira rede a não usar servidores centrais
para organizar o tráfego de arquivos, além de não ser controlada
por nenhuma empresa. Por isso, impor restrições a redes como
esta se tornou bastante complexo. O papel que seria do servidor
centralizado é desempenhado pelos computadores dos membros
da própria rede Gnutella. Eles estão espalhados por todo o plane-
ta. Para que qualquer internauta se torne um deles, basta instalar
um dos programas que acessam a rede Gnutella. Feito isso, o micro
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24. A Altnet é rede alternativa que oferece arquivos protegidos por direitos autorais para que o
usuário os compre em vez de baixá-los gratuitamente de outros micros. O lançamento foi
realizado junto com a nova versão KaZaA (versão 1.7), que trouxe o embrião da Altnet: o
acesso ao conteúdo da Altnet é permitido somente a quem baixar a última versão do trocador
de arquivos. Inventada pela empresa Brilliant Digital Entertainment <http://www.
brilliantdigital.com>, a Altnet tinha a intenção de ser a primeira opção de distribuição legal de
arquivos pela rede. Para isso, pagava uma taxa à Sharman Networks, criadora do KaZaA, para
pegar uma carona na popularidade de seu programa. Ainda segundo os termos de uso do
KaZaA versão 1.7, a Altnet funciona da seguinte forma: ao digitar aquilo que procura, o usuá-
rio terá dois resultados: o download do KaZaA e um índice da Altnet. “O KaZaA faz o download
desse índice sem coletar informações sobre o usuário ou sobre seu computador”, avisa o site do
software, dando um recado a todos que ficaram preocupados com a instalação de arquivos
estranhos em seus micros. A Altnet também lançou uma novidade, ela faz um convite ao
internauta para que ele ceda parte da capacidade de processamento de seu computador para o
funcionamento da Rede. Para tanto, o usuário deve baixar o Altnet’s Digital Dashboard, e em
troca, ganha pontos que poderão ser convertidos na compra de músicas ou de outros serviços
oferecidos (Folha de S. Paulo, 29/5/2002).
25. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/informatica>. Acesso em: 28/6/2003.
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26. Para baixar 100 músicas por mês, sem poder gravá-las em CD o assinante da Musicnet, da
Pressplay ou da Movielink precisa desembolsar US$ 9,95 ao mês para acessar as 75 mil faixas
disponíveis pelas empresas e o acesso é restringido aos usuários dos Estados Unidos.
27. Disponível em: <http://www.idgnow.terra.com.br/idgnow>. Acesso em: 14/5/2002.
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36. Feira da indústria fonográfica que reúne gravadoras independentes, editoras de música e
entidades de direitos autorais da América Latina e dos Estados Unidos.
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O paradoxo do Jabaculê
Enquanto as gravadoras exigem recompensas financeiras pela
veiculação gratuita das músicas na Internet, no Brasil a indústria
fonográfica paga para ter suas músicas incluídas nos programas
de rádio tradicional, operação conhecida nacionalmente como
“jabaculê” ou “jabá”. No rádio, o jabá tem feito o mesmo caminho
que seguiu na televisão: a negociação sai aos poucos da clandesti-
nidade para se tornar “operação empresarial”. Antes, para inserir
uma determinada marca de refrigerante numa cena de novela,
por exemplo, empresas costumavam fazer acordos informais com
um produtor. Em vez de coibir a prática, as TVs passaram a capita-
lizá-la, criando departamentos de merchandising que oficializaram
e organizaram essas negociações. No caso das AMs e FMs, era co-
mum que gravadoras ou até empresários de artistas pagassem para
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39. Nos anos 60, a investigação promovida pelo Congresso Nacional norte-americano contra
empresários musicais como Dick Clark e DJs como Alan Freed foi um escândalo que repercutiu
no mundo todo: eles foram acusados de desempenhar papel fundamental na ascensão do rock’n’roll
e do rhythm’n’blues nas paradas americanas por meio do pagamento de payolas às grandes rádios
do país. Os congressistas estavam convencidos de que as rádios só tocavam rock porque eram
subornadas com dinheiro. Alan Freed, ao ser investigado, declarou-se culpado no tribunal, teve
sua carreira arruinada e abriu precedente para um controle rigoroso da questão no país.
40. A idéia básica subjacente ao conceito de propriedade intelectual é que o autor ou criador
do “novo” bem determina, dentro de limites socialmente aceitos e legalmente protegidos, as
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condições sob as quais o bem pode ser usado por terceiros. Este conceito parece ser um direito
natural do autor, a sua formalização, porém, só veio a ser relevante com a invenção da impres-
são. A conceituação formal e legal da propriedade intelectual apareceu no início do século
XVIII, na Inglaterra, com a intenção de oferecer incentivos a produtores inovadores através da
concessão de monopólios restritos. Este princípio foi incluído, posteriormente, na Constituição
dos Estados Unidos, no fim do século XVIII. A motivação básica, nesse ambiente legal norte-
americano, para o estabelecimento da propriedade intelectual era o desejo de incentivar a
produção intelectual. Assim, a lei do copyright incentivaria autores enquanto a lei das patentes
incentivaria os inventores de idéias com valor comercial. No caso dos autores, o mecanismo
que se encontrou para materializar esta política foi a restrição dos direitos de terceiros de
fazerem cópias da obra protegida. (SIMON, 2000). Uma visão histórica mais detalhada sobre
a questão da propriedade intelectual, ver: Lesk M. (1997) Practical Digital Libraries: Books,
Bytes, and Bucks. Ed. Morgan Kaufmann.
41. Uso justo ou razoável.
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42. Vannevar Bush nasceu em 1890 nos Estados Unidos e morreu, em 1974, anos antes da
existência da World Wide Web. Vannevar nunca esteve diretamente envolvido com a criação ou
desenvolvimento da Internet. Entretanto, muitos consideram Bush a inspiração para o desen-
volvimento da Internet, fazendo referência a um artigo publicado por ele em 1945 chamado As
We May Think (“Como nós podemos pensar”). Nesse artigo, Bush descreve uma máquina fictí-
cia que ele chamou de memex. Esta máquina serviria para intensificar a memória humana
possibilitando a cada usuário armazenar e recuperar documentos ligados por associações (es-
sas associações linkadas, descritas pelo autor, são muito similares ao que hoje conhecemos
como hiper-texto). Uma memex era um diretório no qual cada indivíduo poderia armazenar
todos os seus livros, gravações e comunicações, e que poderia ser consultado com grande
rapidez e flexibilidade. Cientistas como Ted Nelson, criador do termo hipertexto nos anos 60,
e outros como Douglas Englebart e J.C. R. Licklider, envolvidos no desenvolvimento da Inter-
net, admitem seu débito com Bush e o consideram “o padrinho” do nosso tempo. (Disponível
em: <http://www.ibiblio.org/pioneers/bush.html>. Acesso em: 13/5/2004)
43. Hyper-text transfer protocol: protocolo de transferência de hipertexto.
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Por esta razão diversos músicos como Bob Dylan, George Michael
e bandas como o Public Enemy e Weezer, encorajam o público a fazer
e distribuir gravações piratas de suas músicas. Por esta mesma razão,
Lobão vem há tempos alertando os artistas brasileiros sobre a necessi-
dade de se redefinir os parâmetros de direitos autorais. Em ambos os
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47. No Brasil o ECAD, órgão não-governamental sem fins lucrativos, é responsável por arrecadar
os direitos autorais dos músicos e intérpretes (direitos conexos). Os valores arrecadados são
repassados para as gravadoras, que retiram uma porcentagem (supostamente destinado a cobrir
custos operacionais de produção e distribuição da música) e depois então são repassados aos
artistas o restante do valor. Os artistas no Brasil reclamam que os direitos não são repassados de
forma justa e adequada. As gravadoras alegam que o problema está no ECAD, que não repassa o
valor correto do montante por dificuldades operacionais e burocráticas. Do outro lado, o ECAD
responsabiliza as gravadoras pelos problemas no repasse dos direitos autorais. A insatisfação
parece se restringir aos artistas – aparentemente a associação de gravadoras no Brasil, a ABPD
(Associação Brasileira de Produtores de Discos), e o ECAD se relacionam de forma pacífica. Foi
nesse contexto que surgiu a polêmica no Brasil sobre a numeração dos discos: os artistas não
podiam alegar erros no repasse de direitos autorais referentes a venda de CDs na medida em que
não tinham informação precisa sobre a quantidade de discos vendidos, por exemplo. Foi assim
que em abril de 2002 tramitou no Congresso brasileiro um projeto de lei para numeração dos
CDs. Como era de se esperar as gravadoras tentaram impedir o andamento e aprovação da lei,
enquanto a maioria dos artistas, liderados por Lobão e Alcione, brigava pelo direito que os permi-
tiria controlar os números de vendas de CDs e compará-los com o valor referente aos direitos
autorais repassados pelas gravadoras. Alguns artistas como Caetano Veloso, pressionados pelos
altos cachês acordados com suas gravadoras, se manifestaram contra a numeração. Mesmo as-
sim, o projeto de lei foi aprovado, entretanto, não se sabe ainda se conseguiu sair do papel.
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48. Transmissão.
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criação sem muitas restrições. Como resultado da decisão, milhares de obras famosas, como os
primeiros desenhos do Mickey Mouse, Rhapsody in Blue, de Gershwin, ou O Grande Gatsby, de
Fitzgerald não passarão a ser de domínio público antes do prazo dos 20 anos adicionais. (Dis-
ponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em: 15/1/2003)
51. Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, entidade mundial encarregada da
concessão de endereços IPs, criação e registro de domínios.
52. Comércio eletrônico.
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53. Um exemplo recente de como a privacidade está ameaçada na Internet foi protagonizado
pela DoubleClick, a maior companhia de propaganda da Internet. Recentemente, a empresa
admitiu que coloca um arquivo no computador sem o conhecimento do usuário, o que a possi-
bilita monitorar quantas vezes este visita um site – informação que a empresa usa para enviar
publicidade personalizada. Milhões de internautas já têm seus passos monitorados pela em-
presa, que está sendo processada por uma associação norte-americana que defende a privaci-
dade eletrônica. Até agora, a DoubleClick apenas prometeu deixar o usuário decidir no futuro
se ele quer ou não receber o arquivo (Folha de S. Paulo, 5/3/2000).
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55. Lawrence Lessig é autor do livro Free Culture: How Big Media Uses Technology and the Law
to Lock Down Culture and Control Creativity (“Cultura Livre: Como a Grande Mídia Usa a
Tecnologia e a Lei para Obstruir a Cultura e Controlar a Criatividade”) cuja obra pode ser
baixada gratuitamente em <http://www.free-culture.cc>. De acordo com a licença de seu
livro no Creative Commons, Free Culture pode ser redistribuído, copiado e até reutilizado em
outros livros, desde que para fins não-comerciais e que, ainda, o nome de Lessig seja citado. A
obra está na categoria de some rights reserved (alguns direitos reservados).
56. Disponível em: <http://www.creativecommons.org>. Acesso em: 12/10/2003.
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57. Em relação à difusão da música por meio da Internet, o ECAD vem se esforçando para tentar
impedir a disseminação da idéia de que o pagamento de direitos esteja ultrapassado no momen-
to em que a licença Creative Commons adotou a idéia do copyleft contra o copyright, de liberdade
autoral versus direito autoral. O escritório centralizador da arrecadação no Brasil anunciou uma
ofensiva de cobrança de direitos em ambientes como a Internet e os toques de campanhia de
telefones celulares (ringtones) em junho de 2004. De acordo com Glória Braga, superintendente
do ECAD, o valor cobrado deve ser 5% em cima do preço do download, seja qual for o preço
cobrado pelo site ou operadora de celular (Folha de S. Paulo, 18/6/2004).
58. O governo brasileiro é o primeiro do mundo a apoiar este tipo de iniciativa e lançar oficial-
mente uma política inovadora de apoio a novos formatos de direitos autorais (Folha de S.
Paulo, 3/6/2004).
59. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em: 21/02/2003.
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60. “No Canadá aconteceu um caso interessante com uma companhia chamada IcraveTV, que
estava transmitindo televisão canadense via Internet. Este tipo de transmissão é legal naquele
país, mas não é nos Estados Unidos. Por isso, a Justiça norte-americana foi acionada para
impedir as transmissões da companhia canadense pela Internet. Uma outra empresa canaden-
se tentou impedir que os internautas americanos pudessem acessar o site, mas a tentativa não
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funcionou e por conta desse episódio a Justiça norte-americana ordenou que a companhia
canadense fechasse. Esse é um exemplo de como os países tentarão usar as próprias leis para
tentar impedir o comportamento de pessoas em outro país. E é uma posição contraditória da
parte dos Estados Unidos: se algum país na Europa tentasse parar os norte-americanos de
transmitir algum conteúdo na Internet que estivesse inconsistente com as leis na Europa, pro-
vavelmente, eles considerariam como inaceitável. Mas os norte-americanos não se constrange-
ram em forçar a companhia canadense a sair do ar por violar as leis dos direitos autorais norte-
americanos. Esses tipos de conflitos parecem crescer no âmbito da mídia e ainda não se sabe
como resolvê-los” (LESSIG, In: Folha de S. Paulo, 5/3/2000).
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63. John Perry Barlow compõe canções para uma banda de rock intitulada Grateful Dead. Esta
banda, desde o início dos anos 70, permite que seus shows sejam gravados livremente, abdi-
cando assim de seus direitos de copyright sobre as cópias geradas. Barlow justifica esta atitude
por dois motivos: a banda se tornou muito popular nos Estados Unidos, sendo que a livre
distribuição das cópias ajudou para que isto acontecesse. Além disto, ele considera que a expe-
riência de ouvir a banda tocar ao vivo não será superada pelas cópias gravadas. Barlow publi-
cou em 1996, na Internet, a “Declaração da Independência do Ciberespaço”. Outro artigo de
grande repercusão do autor foi publicado na revista norte-americana Wired intitulado “Econo-
mia das Idéias” na edição de março de 1994. (Disponível em: <http://www.wired.com/wired/
archive/2.03/economy.ideas>. Acesso em: 8/6/2004).
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tam seu valor à medida que se tornam mais comuns – mas não
nega que a exclusividade e o ponto de vista também são valoriza-
dos pela sociedade: “significa que para o autor a posse exclusiva
de certos fatos os tornam mais úteis e as pessoas desejam pagar
pelos editores cujo ponto de vista melhor se encaixa aos seus”.69
No mundo físico, o valor depende de posse ou de proximida-
de no espaço. No mundo virtual, a proximidade no tempo e as
possibilidades de uso, são valores determinantes:
Uma informação produzida geralmente possui valor maior
se o comprador puder acessá-la em um momento próxi-
mo de sua expressão. A proteção da execução deve ser
repensada – não lhe dão muito crédito apenas por ter
idéias. Você é julgado pelo que se pode fazer com elas.70
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Pirataria Digital
A indústria fonográfica está enfrentando um momento de crise como
não se via há anos. As ameaças vindas da pirataria, tanto física quanto
pela Internet, estão se concretizando e fazendo com que os partici-
pantes do setor precisem se posicionar de forma a voltar a ter o
faturamento do passado. Ainda não há nada sendo feito concreta-
mente para retomar o crescimento, porém, muitos executivos têm
passado seus dias em busca de uma solução. Algumas opiniões
publicadas divergem bastante e as ações tomadas pelos participan-
tes do mercado não demonstram exatamente qual a resposta para o
problema de redução de faturamento das empresas do setor.
Para o consumidor o que mais atrai nos CDs piratas são os
preços baixos, que variam de US$0,50 a US$4 em média, além da
variedade encontrada no comércio informal (“camelôs”) desde
discos antigos aos últimos lançamentos:
Compro pirata porque o original custa muito caro. Por
que vou pagar mais de US$15 por um disco que encontro
por no máximo US$3 no camelô? A pirataria é uma
sacanagem com os artistas, mas cobrar quase US$15 por
um CD é uma sacanagem maior ainda (Cleber [nome
fictício], In: Folha de S. Paulo, 18/2/2002, p. 6).
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89. Secure Digital Music Iniciative – Iniciativa para Música Digital Segura. Madison Project, um
consórcio formado pela IBM e as maiores gravadoras do mercado que compõem o SDMI (entre
as quais, a Warner Music Group, pertencente ao grupo TIME), testaram uma tecnologia anticópia
para CDs e um sistema para transferir arquivos de música on-line de maneira segura, mas
ambos não vingaram.
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Para cada canção vendida a US$ 0,99 pelo iTunes, US$ 0,65
vai para a gravadora, US$ 0,25 paga os custos operacionais
e cerca de US$ 0,10 são o lucro da empresa. O lucro está, de
fato, na venda dos tocadores de música digital. No caso da
Apple, o iPod (In: Folha de S. Paulo, 18/11/2003).
92. A EMI foi a gravadora pioneira na iniciativa anti-pirataria adotando a tecnologia da marca
d’água, o que tem provocado protestos e até processos de usuários. Seus CDs possuem tal
dispositivo que dificulta a gravação em computador, impedindo sua livre circulação entre con-
sumidores de CD (Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em:
27/2/2004).
93. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em: 27/2/2004.
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94. Em 2003, a Microsoft já tinha começado a vender download de música em seu site para
atrair mais visitantes, mas foi processada por uma pequena empresa de Nova York, E-Data
(que sempre ganhou dinheiro com o licenciamento de suas patentes) sob a alegação de que seu
novo serviço de download de músicas infringe uma patente que ela registrou há quase 20 anos.
De acordo com a E-Data, a Microsoft e suas parceiras – a provedora de serviços de Internet
Tiscali e a empresa de músicas digitais OD2 – estavam abusando de seus direitos com o serviço
de venda de canções pela web. Em documento entregue a uma Corte nos EUA, a E-Data pediu
que os serviços conhecidos pelos nomes MSN Music Club e Tiscali Music Club fossem fechados
até que um acordo relacionado a sua patente fosse feito. Gerald Angowitz, porta-voz da E-
Data, disse que as empresas estão vendendo o download de músicas que podem ser gravadas
em um CD: “Isso viola a nossa patente”. A patente em questão foi dada à E-Data em 1985 e se
refere à transmissão remota de informações para um ponto de vendas e depois transformadas
em objeto material. A alegação da E-Data pode representar uma grande dor de cabeça para a
maioria dos serviços de venda de músicas pela Internet. Depois que a Apple lançou o iTunes, no
início deste ano, surgiu na web uma série de novos serviços semelhantes. E como a margem de
lucro é muito pequena, qualquer necessidade de licenciamento pode acabar com o negócio
dessas companhias, dizem analistas do setor. Porém, a Justiça dos Estados Unidos vem defen-
dendo a posição de que a patente não é válida para a gravação de informações como música no
disco rígido de um computador, porém, vender essas informações em uma mídia física como o
CD poderia significar uma quebra de patente. A vitória na Justiça encorajou a Microsoft e
outras empresas de informática a entrar no mercado de venda de MP3 pela Internet. (Disponí-
vel em: <http://www.folhaonline.com.br/mundodigital>. Acesso em: 14/10/2003).
95. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/mundodigital>. Acesso em: 17/11/2003.
96. Idem.
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4. Existem diversos dispositivos com esta tecnologia: o Sound Blaster Wireless Music System
da empresa Criative <http://www.creative.com> e o Prismiq Media Player da empresa Prismiq
<http://www.prismiq.com> são exemplos de receptores vendidos no Brasil e custam em tor-
no de US$250.
5. Na França, alguns modelos da Peugeot Citroën já podem ser vistos com o acessório Wappi!,
um portal com acessos à rede. A Ford já guarda no pátio de sua matriz, em Detroit, modelos
com Internet integrada, só aguardando a sinalização da legislação norte-americana. Em 2001,
a Delphy – líder na fabricação de sistemas tecnológicos para carros – colocou à disposição dos
proprietários dos Cadillac Seville e Deville (GM) um opcional chamado Communiport, que,
entre outras utilidades virtuais, apresenta a possibilidade de baixar e tocar MP3 no carro.
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8. Com relação à telefonia, o ranking de acesso digital (DAI ou Digital Access Index) revela que
22,3% da população brasileira possui uma linha fixa, contra 20,1% que têm telefone celular. O
estudo considera dados de 2002. Dados divulgados pela Anatel (Agência Nacional de Teleco-
municações) no último mês de agosto dão conta de que o Brasil possui cerca de 39,3 milhões
de telefones celulares e aproximadamente 39,3 milhões de linhas fixas em operação. Os núme-
ros representam apenas de 23% da população. Considerando que o acesso à Internet, no Bra-
sil, ainda é, em sua maioria, por conexão via linha telefônica este é um dado importante.
(Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/informatica>. Acesso em: 20/11/2003)
9. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/informatica>. Acesso em: 20/11/2003.
10. Idem.
11. Em relação aos continentes, o estudo revela que a Ásia é o continente com maior número de
usuários no mundo, 201 milhões. Na América do Norte a população de internautas é de 170,2
milhões, enquanto a América Latina (incluindo Caribe) e a Oceania têm 35,5 milhões e 10,5
milhões, respectivamente. A África é o continente mais desconectado, com 7,94 milhões de
internautas. Segundo o estudo da Unctad, 189,8 milhões de internautas estão em países em
desenvolvimento, enquanto as nações desenvolvidas têm 401,7 milhões de pessoas conectadas à
Internet. (Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/informatica>. Acesso em: 21/11/2003).
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CONSUMIDORES PROCESSADOS:
CONTRADIÇÕES DO CAPITALISMO NA INTERNET
Ao menos na ótica das gravadoras norte-americanas, o consumidor
não tem sempre razão e, inclusive, pode merecer ser processado. Em
uma mudança radical na estratégia para combater a disseminação de
música pela Internet, as empresas anunciaram que em vez de gastar
tempo e dinheiro brigando para fechar as empresas que fornecem os
softwares de compartilhamento, elas se dedicarão a abrir processos
judiciais contra as pessoas que enviam os arquivos para a rede.30, 31
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39. Um assinante do provedor americano Verizon (quer manter seu nome no anonimato) en-
trou com um pedido de mandato de segurança contra a RIAA para impedir que seu provedor
de acesso Verizon seja obrigado a passar suas informações pessoais para a RIAA. (Disponível
em: <http://www.outlaw.com>. Acesso em: 25/8/2003)
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61. O estudo foi realizado em fevereiro de 2004, por telefone, com 1.371 internautas com
margem de erro de três pontos percentuais.
62. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br>. Acesso em: 26/4/2004.
63. Disponível em: <http://www.folhaonline.com.br/ilustrada>. Acesso em: 26/4/2004.
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64. A palavra “cultura” aqui é utilizada pelo autor para designar um conjunto de valores e
crenças que formam o comportamento e padrões repetitivos de comportamento que geram
costumes e que são repetidos por instituições e por organizações sociais informais (CASTELLS,
2003).
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