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Mais Um Dia

Mais um dia se passou


Escrevendo meus pensamentos
Se é que de pensamentos vivo
Se é que sinto este viver
Que me arrasta na solidão
Sinto sim que a vida desabou
Nada me deixando senão soltos segmentos
De coração cremado em pensamento primitivo
Que aquece meu corpo num quebrar do entardecer
Que revive na imagem de apenas uma recordação
Que meu ser deu mas que ao nascer fulminou
Tirando a alegria e a pureza dos sentimentos
Entregando meu estar no mais remissivo
Do que qualquer um pode permanecer
Na sombra de um sentir na desolação
Numa guerra que nem o divino sabe como se iniciou
Ódios gerados provocando a dor sem julgamentos
Na morte procurei me sentindo mesmo vivo
Procurando forças nas balas sibilantes de estarrecer
Entregando o perigo do devaneio na mina e na explosão
Expondo o peito sem temor de perder o que o divino criou
Pois lutas sangrentas de vidas perdidas geram sentimentos
Que ao nascer pergunto se não seria primitivo
Fugir ao destino na sombra do anoitecer
Procurando talvez a fuga com podridão
Num amor que se me fugiu e talvez não se iniciou
Pois apenas resta a ilusão de sentimentos
Que afinal nada se ria nesse convivo
De amor que não chegou a nascer
Mas que meu sentimento deixou na confusão
Do que a natureza fez e criou
Um animal sem ter sentimentos
Adornado dia e noite passando em crivo
Todos momentos em que nada se faz sem ter
Um carinho perdido na solidão
Do deserto de uma vida que fracassou
Tentando engrandecer os sentimentos
Na estruturação do que tentei e convivo
De novo querer sentir o renascer
Que pensei poder ser uma paixão
Mas que nada mais foi o que se me olvidou
Ou pensei assim por cómodos movimentos
De desenhos e rabiscos de sentir descritivo
Do que um sonho que mais não foi o reviver
Dum fantasma criado pela devolução
Da vida que se me escapou
Para dar espaço, no limiar dos eventos
O renascer duma hipótese que incentivo
Da abertura da porta neste amanhecer
Que grita em meu coração
Tua entrada na vida que afinal não acabou
Mas que aos meus sentimentos
Renovo a esperança de um dia festivo
Que fará em mim de novo renascer
Com abrasivos, tesouradas mas com expressão
Duma entrega em cor duma vida que começou
Dando frutos da arvore da verdade sem fingimentos
Num amor puro de sentimentalismo ao vivo
Num romancear de flores que no jardim irão permanecer
Aprisionando-te na masmorra dourada de meu coração
Que afinal apenas bateu sempre, e nunca se imaginou
Que as batidas eram oriundas do fundo dos sentimentos
Criados pelo destino escrito não alcançado por ser vivo
E que divina mão no romance quis escrever
Teu nome gravado na face de meu coração
E ao destino agradeço aquilo que nele se gravou
Que um dia iria encontrar alma gémea sem paramentos
Do que se constrói na vida que afinal de novo vivo
E que por tal quero escrever
Versos de amor com inspiração
Como se de mim o alpendre que a alma atravessou
Seja inicio de justas com clangores entre movimentos
E assim defina que foi um incentivo
Para nesta vida lutar e permanecer
Entregando-te na totalidade o coração.

Quinta-feira, 29 de Abril de 2010

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