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CESED – CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO

FACISA – FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

JOSÉ LACERDA CAVALCANTE NETO

UMA NOVA TENDÊNCIA PARA O RECONHECIMENTO DO AGENTE E DA


VIOLÊNCIA PRESUMIDA NO CRIME DE ESTUPRO
LEI 12.015/09

CAMPINA GRANDE
2010
1. INTRODUÇÃO

O Código Penal Brasileiro recebeu notável mudança com o advento da Lei 12.015
de 7 de agosto de 2009.
A lei em foco modificou parcialmente o Título VI da parte especial do Código
Penal, tal mudança fora iniciada por sua nomenclatura, pois deixou de ser “DOS
CRIMES CONTRA OS COSTUMES”, para nova definição “DOS CRIMES CONTRA
A DIGNIDADE SEXUAL”, havendo, com isso, um maior direcionamento no
tratamento aos casos em que tal lei abrange.
Sua nova nomenclatura aparenta estar mais adequada aos crimes ali elencados, pois
a dignidade de uma pessoa que é vítima de um crime sexual é bruscamente atingida pela
conduta realizada por um indivíduo, que virá a causar tal ato contra a vítima.

Art. 213. Constranger alguém (grifo nosso), mediante violência ou grave


ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

Verifica-se que a expressão “mulher”, deixa de existir, sendo retirada do texto legal
e dando espaço a expressão “alguém”, com isso dá um sentido mais amplo a quem virá
a ser autor e vítima do estupro, pois com a nova nomenclatura, o homem deixa de ser
considerado apenas autor do ato delituoso e passa a ser também a vítima e a mulher
deixa de ser considerada apenas vítima do estupro, passando a também ser considerada
autora.
Em outras palavras, com a nova redação introduzida pela Lei 12.015/09 no art. 213,
não podemos mais falar que o crime de estupro somente ocorre quando há a introdução
do pênis masculino na vagina feminina, pois como está exposto no parágrafo anterior, o
homem também assume o papel de vítima no crime em questão, com isso, é importante
explicitar que, baseado na leitura e na reformulação do novo artigo, se alguém introduz
algum objeto, exemplo, um “pênis postiço” na vagina, concorrerá esse ou essa ao crime
de estupro.
É mister acrescentar que, do mesmo jeito que o homem e a mulher podem ser
sujeitos ativos na prática do estupro, a nova nomenclatura deixa claro que não é
necessário que se consume o ato sexual, apenas basta que o sujeito ativo induza a vítima
à prática de ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça, com isso poderá sim
uma mulher ser acusada da prática de um estupro se essa cometer tais atos mesmo que
seja com outra mulher.
Assim, pode-se constatar que devido à fusão do revogado Crime de Atentado
Violento ao Pudor, que estava inserido no art. 214 CP, ao novo Crime de Estupro, art.
213 CP, passa a ser crime comum, podendo ser praticado ou pelo homem ou pela
mulher, ou até mesmo pelo transexual, não tendo importância se esse último vira a fazer
mudança sexual definitiva.
Com a mudança também fora acrescentado no novo art. 213, dois novos parágrafos
que elencam em suas estruturas duas qualificadoras para o Crime de Estupro, é válido
salientar que os resultados qualificadores devem surgir da culpa do indivíduo, definido
como sendo um crime preterdoloso, para que não haja ali um concurso de crimes.
Em seu parágrafo 1º qualifica-se o estupro, se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos e maior de 14 anos. Em relação à
qualificadora do primeiro parágrafo, é importante deixar claro que a expressão
“violência”, foi extinta e em seu lugar entra a expressão “conduta”, tornando com isso
mais abrangente o alcance dessa qualificadora, porém se o autor para realizar o estupro
utilizar – se de métodos que venham a diminuir a resistência da vítima, que causa lesão
corporal de natureza grave, por exemplo, o uso de substâncias entorpecentes (drogas), o
crime será de natureza qualificada.

Parág. 1º. Se a conduta resulta em lesão corporal de natureza grave ou se a


vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

Parág. 2º. Se da conduta resulta morte:

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Outra questão importante que deve ser abordada no presente trabalho é a questão
que ocorre nos casos de estupro de menor de 14 anos, sem violência ou grave ameaça, aí
o crime passa a ser elencado no novo art. 217 – A, também introduzido pela Lei
12.015/09, que terá denominação de estupro de vulnerável, todavia, pelo que está
exposto em tal artigo citado, aparenta que o legislador tenha deixado duas lacunas
devido as alterações introduzidas pela nova lei.

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