Anda di halaman 1dari 13

Ribeiro, Joaquim Virgílio (2010), Ócio, Lazer e TIC, in Lopes, Marcelino de Sousa e Peres, Mariana Salgado

(Coordenadores), Animação Sociocultural e Necessidades Educativas Especiais. Chaves: Ed. Intervenção,


pp. 178 a 189

ÓCIO, LAZER E TIC


Joaquim Virgílio Perfeito
Ribeiro
Chaves, 4 de Março de
2010

O lazer é uma importante componente da qualidade de vida dos cidadãos.


No caso dos cidadãos portadores de necessidades especiais, o lazer e a
recreação possibilitam a integração comunitária, o aumento da auto-estima
e também o desenvolvimento e descoberta de novas potencialidades
individuais. Promover a acessibilidade em ambientes construídos e
proporcionar condições de mobilidade e acessibilidade, com autonomia e
segurança, constitui um direito universal o qual resultaria em conquistas
sociais importantes, que, só por si, reforçam o conceito de cidadania.

A recreação e o lazer são um veículo privilegiado de inclusão, pois


estabelece-se uma relação directa entre indivíduos ditos “normais” e
pessoas portadoras de limitações. Além de favorecer momentos mais
prazenteiros, parte-se do pressuposto de que estas pessoas podem e devem
viver em sociedade, tendo uma vida normal, onde a sua inclusão só tende a
contribuir para um melhor e mais eficaz desenvolvimento motor, cognitivo,
afectivo e social. Qualquer pessoa, independentemente da sua classe social
ou diferença, deve e pode desfrutar do seu tempo livre para praticar
actividades que possam melhorar a sua qualidade de vida, sendo assim
incluídos na sociedade e não excluídos por ela.

Vivemos numa sociedade supostamente evoluída científica e


tecnologicamente, mas marcada pela pobreza que atinge uma grande parte
da população, e ainda é muito visível a exclusão social, esta evidenciada
pelo preconceito, pela discriminação e pela indiferença.

Estas formas de exclusão são mais evidentes para com as pessoas com
necessidades especiais: a falta de acessibilidade a muitos espaços ditos
“públicos”, a falta de conhecimento a respeito de questões relacionadas
com estas pessoas, o super-protecionismo por parte da família e das
pessoas do círculo restrito de amigos e vizinhos, a falta de políticas públicas
de lazer e recreação para estes, são a prova evidente desta exclusão.
Página | 1
“O Desenho Universal não é uma tecnologia direccionada
apenas aos que dela necessitam: é para todas as pessoas.
A ideia do desenho universal é evitar a necessidade de
ambientes e produtos especiais para pessoas com
deficiência, no sentido que todos possam utilizar todos os
componentes do ambiente e todos os produtos”. (SASSAKI,
1997).

Soluções que venham contribuir para o processo de inclusão devem


constituir-se como buscas constantes e incessantes para o desenvolvimento
pleno de uma sociedade que se quer inclusiva. A norma é estas questões
serem assumidas por organizações externas ao estado: IPSS.

“As pessoas portadoras de necessidades especiais trazem


em si uma variação populacional geral da espécie que pode
ser genética, da fase de crescimento, maturação e
desenvolvimento, idade e tempo de duração do estímulo e
do contexto sociocultural.” (Ferreira, 2001).

Acreditamos que o lazer é um elemento indispensável à vida de qualquer


indivíduo, além de ser uma importante componente no processo de inclusão
social.

“O que define a pessoa portadora de deficiência não é a


falta de um membro nem a visão ou audição reduzidas. O
que caracteriza a pessoa portadora de deficiência é a
dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade,
o grau de dificuldade para a integração social é que
definirá quem é ou não portador de deficiência”. Araújo
(1997)

No nosso trabalho diário desenvolvemos processos de avaliação da


acessibilidade dos indivíduos portadores de limitações às Tecnologias da
Informação e Comunicação. É neste sentido que nos iremos debruçar mais
sobre estes aspectos na vida destas pessoas e na forma de poderem utilizar
estas tecnologias no seu tempo de ócio e lazer.

O progresso tecnológico tem contribuído, de um modo geral, para


incrementar as possibilidades do ser humano para um novo e maior
desenvolvimento na forma de vida e, por sua vez, promove horizontes mais
amplos para melhorar a qualidade da vida. Incorporando o progresso da
tecnologia avança-se, assim, para a melhoria da sociedade em todos os
seus aspectos. No entanto, a construção de uma sociedade cada vez mais
sofisticada implica uma organização mais complexa o que requer
Página | 2
continuamente novos e mais específicos conhecimentos e habilidades da
parte dos indivíduos, se se quiser usufruir das oportunidades oferecidas.
Nas pessoas portadoras de limitações, esta complexidade progressiva das
exigências do ambiente social pode ter um efeito oposto ao pretendido pelo
progresso social.

Muitas vezes, em vez de facilitar e simplificar o desenvolvimento destas


pessoas, podem criar-se obstáculos intransponíveis, que devem ser evitados
em prol do acesso às tecnologias. No campo da tecnologia, se um sistema
tecnológico está configurado de modo a que seja pouco acessível às
pessoas portadoras de limitações ao nível cognitivo, sensorial e/ou motor,
estamos a criar um processo de exclusão digital e consequentemente social.
Se se considerarem as tecnologias no contexto educacional, em que o
potencial como ferramenta de ensino está a mostrar-se extremamente
importante, as limitações no acesso a estas tecnologias traduzem-se
necessariamente em limitações no acesso à educação. Mas também vale a
pena recordar o perigo que representam os meios tecnológicos quando
considerados como a panaceia universal para contemplar o sucesso de
todos os alunos com necessidades educativas especiais (NEE). O recurso
tecnológico em si não é a varinha mágica que resolve totalmente qualquer
problema, embora se possa dizer que as novas tecnologias no mundo de
hoje e do futuro, representam um caminho de esperança na educação
especial e vida quotidiana das pessoas com necessidades especiais
(Gonzalez e Lopez, 1994).

PARA UM CONCEITO DE NOVAS TECNOLOGIAS

Este é um conceito ambíguo. Em todos os momentos da história da


humanidade houve novas tecnologias (NNTT). Por isso é importante
contextualizar o termo dentro de um determinado período da história. A
roda, a imprensa, o motor a vapor, etc., foram, nos respectivos momentos
históricos, as NNTT dos seus dias. Também é contraditório o simples facto
de que o termo "novo" se torna obsoleto a cada momento que passa
(Cabero e outros, 2000). Numa perspectiva geral, pode dizer-se que as
novas tecnologias são aquelas que criam, armazenam, recuperam e
transmitem informações de forma rápida e em grande quantidade, e fazem-
no combinando diferentes tipos de códigos numa só realidade, hipermédia.

Página | 3
Na sociedade actual, os especialistas entendem que "Tecnologia da
Informação e Comunicação" (TIC) é o termo mais adequado, deixando o
termo novas tecnologias (NNTT) para as tecnologias de última geração.

Podem considerar-se alguns dos grandes benefícios das TIC:

a) A versatilidade e flexibilidade que permite múltiplas aplicações, com


objectivos diferentes, e ainda a adaptação a cada caso específico. É
ainda possível utilizar um único dispositivo ou programa por várias
crianças e/ou adultos, apenas com alguns ajustes.

b) Facilitam a individualização do ensino, combinando tarefas, tendo


em conta o nível de habilidades de cada aluno e de acordo com seu
próprio ritmo.

c) Permitem a repetição de um exercício (com "paciência infinita") e


autocorrecção imediata.

d) Aumenta o grau de autonomia e independência pessoal uma vez


que a criança pode trabalhar sozinha e com necessidade de menos
ajuda do outro. Isso também aumenta a sua auto-estima, permite que
o professor tenha mais tempo para dedicar a outros alunos ou
actividades.

e) Permite uma maior rapidez e qualidade do trabalho, poupando um


esforço considerável para a criança e ajuda a eliminar a sensação de
fracasso.

f) Permite também a concepção de actividades de trabalho


cooperativo, o que pode ser um meio para aumentar a comunicação e
a socialização do grupo (por exemplo, actividades de lazer ou treino
de habilidades sociais).

g) O computador oferece a possibilidade de armazenar dados sobre as


realizações de cada criança, gravando ou imprimindo.

O uso de software padrão pode ter vários tratamentos, permitindo um


controle mais objectivo do progresso do aluno e da validade do próprio
programa, o que torna possível tomar decisões oportunas.

Mas também existem alguns inconvenientes:

Página | 4
a) Frequentemente é criticado o elevado custo do software e do
hardware, pelo que não é possível o acesso a estes recursos por
todos aqueles que deles necessitam. Além disso, o rápido progresso
da investigação, em muitos produtos, torna-os ultrapassados num
curto período de tempo.

b) A Falta de preparação dos profissionais da educação, com a


incorporação das TIC no currículo escolar exige uma reavaliação,
resultando, por vezes em situações de suspeita e rejeição. Além
disso, há poucas escolas, ou nenhumas, que têm profissionais
especializados num determinado programa, responsável por analisar
a evolução do software.

c) A utilização inadequada de meios tecnológicos, como resultado da


introdução destes no campo educacional, como mera moda e a falta
de abordagens anteriores que considerem os estudos das reais
capacidades da criança e conformes com as suas necessidades e as
possibilidades de integrar a sua utilização num currículo
convencional.

É no campo da aplicação das TIC para as pessoas com limitações que surge
o termo Tecnologia de Apoio (também se usa a terminologia “tecnologia
assistiva” ou “adaptada” e mais recentemente, “produto de apoio”). Na
área da educação começou a ser desenvolvida e utilizada quando se passou
de um modelo baseado no défice (para quem trabalhou muitos anos na
educação especial sabe que com isto se entende que era a criança que se
deveria adaptar ao ambiente e não o ambiente ao seu défice) para um
modelo baseado no desenho universal, acessibilidade para todos, ou seja, é
o ambiente educativo, o currículo, que deve adaptar-se ao aluno. É neste
momento que surge a necessidade das chamadas ajudas técnicas.

Por ajudas técnicas entende-se então "…qualquer item, equipamento global


ou parcial ou sistema adquirido comercialmente, adaptado às limitações de
uma pessoa e que é usado para aumentar ou melhorar as capacidades
funcionais destas, ou para alterar ou introduzir novos comportamentos."
(Cook e Hussey, 1995).

Nesta área de aplicação deve ter-se uma visão ampla das tecnologias,
nunca descurando o design ou o material de que é fabricada. As Tecnologias
Página | 5
de Apoio, agora Produtos de Apoio, cobrem um amplo espectro de
equipamentos, ferramentas ou sistemas, alguns deles projectados com
outras finalidades mas que, pela sua funcionalidade, são susceptíveis de
serem utilizados como ajudas.

Existem diferentes formas de classificar as tecnologias de apoio e que


podem dividir-se nas seguintes áreas:

- Sistemas de treino: motor, continência, fala, leitura e software


adaptado;

- SAA de acesso à informação ambiental: aqui também se incluem as


ajudas para pessoas com deficiência visual e / ou auditiva.

- Tecnologia de acesso ao computador: aqui inserem-se todos os


sistemas que permitam às pessoas com deficiências físicas e
sensoriais utilizar sistemas de computador convencional.

- SAAC (sistemas de comunicação aumentativa e alternativa): As novas


tecnologias foram permitindo, recentemente, a produção de
comunicadores com recursos altamente sofisticados como a síntese
de voz, permitindo a passagem imediata de texto para fala e os
sistemas de previsão para acelerar a produção da mensagem escrita.

Além disso também existem comunicadores com saída de voz digitalizada,


para permitir a utilização de imagens e sistemas pictográficos (SPC, Bliss,
etc) e ainda programas que permitem reproduzir e gerir esses sistemas em
computadores pessoais e até mesmo transmiti-los através da rede de
telecomunicações.

Poderíamos ainda considerar outras tecnologias que podem a todo o


momento ser susceptíveis de adaptação:

- Tecnologias para a mobilidade pessoal: cadeiras de rodas (manuais e


de auto-propulsão), bengalas, veículos automóveis adaptados, etc.

- Tecnologia para a manipulação e controle do meio ambiente, inclui


robôs, sistemas electrónicos de controlo ambiental, por som ou por
infravermelhos etc.

Página | 6
- Reabilitação e Tecnologia: Todos os sistemas e ajudas técnicas
utilizados no processo de reabilitação.

- Tecnologias de Apoio/Assistivas: sistemas e ajudas técnicas utilizadas


para manter os aspectos vitais da pessoa com deficiência como os
auxiliares de respiração, os colchões anti-escaras, etc.

Todas estas categorias são complementares. Por exemplo, um sistema de


acesso ao computador pode ser usado em conjunto com um computador e
um programa e como comunicador e todos eles num conjunto, para formar
um sistema alternativo de comunicação.

Os recursos tecnológicos na educação podem servir para várias funções:

a) Como uma ferramenta de comunicação. Às vezes, como única


alternativa para pessoas que não conseguem utilizar a linguagem.

b) Como ferramenta para o desenvolvimento de diversas competências


e habilidades, como as capacidades de atenção e concentração,
capacidade lógica e pensamento convergente, a linguagem nas suas
duas vertentes compreensiva e expressiva, incluindo mesmo a
criatividade e a socialização.

c) Como um instrumento para a valorização educacional.


Especialmente no caso dos alunos com limitações graves que
necessitam de utilizar esses meios para comunicar e realizar as suas
tarefas escolares.

d) Como objecto lúdico, para jogar individualmente ou em grupo, o que


também promove a socialização.

e) Como meio para desenvolver a autonomia pessoal e integração


social. Existem sistemas computadorizados para controlar
equipamentos eléctricos e mecânicos: ligar as luzes, pegar o telefone,
accionar brinquedos, etc.

f) Como meio de preparação profissional. Para adquirir conhecimentos


básicos para o exercício de uma profissão e superar limitações
pessoais, permitindo trabalhar num meio normalizado (Lopez e Lopez,
1994).

Página | 7
Vejamos três exemplos específicos que consideramos particularmente
importantes nessa área: o computador, Internet e a realidade virtual.

ÓCIO, LAZER E O COMPUTADOR

Felizmente o computador é a máquina mais facilmente modificável e


adaptável às necessidades individuais de cada um. Este dispositivo foi
concebido para satisfazer os objectivos adequando-se às necessidades de
cada um dos utilizadores. Esta qualidade tem conseguido transformar o
computador num recurso valioso para pessoas com limitações.
Normalmente, não é vulgar encontrar noutras tecnologias esta facilidade de
adaptação. À volta das tecnologias da computação convencional surgiu um
mundo de aparelhos e adaptações, e muitos destes desenvolvidos
especificamente para pessoas portadoras de limitações, facilitando-lhes o
acesso e eliminando barreiras. No entanto isto não significa que à volta do
computador não estão, ainda, presentes barreiras, mas, pelo menos, já se
consegue algumas adaptações através da incorporação de dispositivos de
acessibilidade, sendo que estes já fazem parte do software de origem.
Podemos dar como exemplo, as opções de acessibilidade encontradas no
Painel de Controle dos nossos computadores.

Alguns exemplos a considerar:

- Redefinição do teclado: muitas pessoas com limitações ao nível do


controle motor têm o acesso ao computador muito limitado, mesmo
para tarefas aparentemente simples como a selecção de um caracter,
um ponto final, por exemplo. Acontece que para símbolos mais
complexos, ou melhor, que exigem comandos mais complexos, como
por exemplo, utilizar o travessão ou o hífen, terão de premir duas
teclas em simultâneo. Este tipo de tarefa exige ajudas técnicas
simples. Então, nestes casos é possível redefinir o teclado.

- Reduzir a velocidade de alguns programas: Alguns programas podem


“correr” mais depressa do que seria desejável, atendendo às
necessidades do indivíduo. Existe também a possibilidade de
programar a velocidade de acordo com as necessidades de cada um.

- Alterar o tempo limite: As pessoas com deficiência motora, ao nível do


trem superior, normalmente apresentam lentidão e inexactidão nos

Página | 8
movimentos das mãos e dedos, apresentando sérias limitações na
manipulação do teclado convencional. Nalguns casos precisam de mais
tempo para levantar os dedos ou os apontadores e pressionar as
teclas. Acontece que se uma tecla for pressionada por mais de meio
segundo o sinal repete-se automaticamente. Existe a possibilidade de
programar as teclas de modo a que elas funcionem como interruptores
convencionais.

- Ampliação de caracteres e imagens: Para muitos utilizadores com


deficiência visual a única forma de perceberem o que está no ecrã é
através da ampliação dos registos do monitor.

- Redundância visual: Em determinadas circunstâncias, o computador,


através de sinais sonoros, pode dizer-nos que alguma coisa se está a
passar, prendendo deste modo a atenção do utilizador.

- A Redundância Auditiva: o teclado do computador tem luzes


indicadoras. Cada acção pode traduzir-se pela activação dessas
funções: caps lock (letras maiúsculas), o bloqueador numérico, etc.,
Mas se o utilizador com deficiência visual tem dificuldade em perceber
essas mudanças de teclas de função, pode programar-se uma auto-
ajuda através de um sinal sonoro, tons (alto e baixo), para indicar que
qualquer uma dessas funções (luzes) foi activada e também pode
programar-se um alerta diferente para indicar quando elas são
desactivadas.

- Acesso mais rápido a funções (escrita, por exemplo): uma macro é


uma sequência de acções que são executadas uma após a outra,
chamando um único comando. Ao criar uma macro o utilizador
automatiza sequências de teclas para executar determinadas tarefas.
Com uma única operação de comando que activa a macro, executa
todas as operações da lista, na ordem que aparece nesta.

- Simulador de Rato (Mouse Simulator): é assim chamada esta auto-


ajuda. Serve para emular (substituir), através do teclado, os
movimentos do rato e acções usando o teclado numérico.

- Simulador de teclados. Quando a pessoa não tem, de forma alguma, a


possibilidade de usar o teclado do computador existe sempre outra
alternativa, através de um sistema que realiza as mesmas operações

Página | 9
que o dispositivo de entrada convencional, o teclado virtual no ecrã.
O indivíduo, com a ajuda de um switch, um rato ou outro dispositivo,
pode no ecrã, seleccionar cada um dos caracteres e teclas especiais do
teclado, da mesma forma que o faria no teclado convencional,
podendo usar os dedos, num ecrã táctil, ou um apontador.

Depois vêm as escolhas das alternativas que irão eliminar as barreiras ao


acesso, após a sua identificação. As barreiras são avaliadas com base na
limitação da pessoa. Logicamente, as chaves para impulsionar o processo
de avaliação encontram-se nos objectivos que a pessoa tem para a
utilização do computador. No entanto o mercado de ajudas técnicas ainda
não oferece acesso à completa eliminação destas barreiras apesar da vasta
gama de possibilidades oferecidas.

A INTERNET, LÚDICO E APRENDIZAGEM

A Internet pode ser definida como um conjunto de redes de computadores


distribuídos em todo o mundo, interligados através de vários meios, que
podem operar e comunicar uns com os outros, isto porque seguem o
mesmo conjunto de regras para a comunicação e as mesmas operações.

Que tipo de serviços que nos oferece?

- Wordl Wide Web (WWW): Um serviço de consulta de documentos em


hipertexto.

- E-mail: o E-mail permite aos usuários enviar e receber mensagens de


e-mail de outros usuários da rede, localizados em qualquer parte do
mundo (desde que tenham um e-mail).

- IRC: falar em tempo real; é uma acção para estabelecer uma


comunicação sincronizada e em tempo real, utilizando o som e a
imagem.

- Listas de distribuição ou listas de discussão: Um sistema que permite


enviar/receber mensagens para/de um grupo de pessoas interessadas
num assunto em particular.

- Notícias ou grupo de notícias: boletins virtuais são documentos, cada


um especializado num assunto determinado, onde todos os
usufrutuários podem ler as perguntas, respostas e opiniões deixadas
por outros e, claro, participar respondendo e pedindo feed-back.

Página | 10
- Revistas e livros electrónicos. São arquivos, em determinados
formatos (.doc; .pdf, etc.) que podem ser transferidos, copiados ou
lidos através do monitor.

-Telnet: Permite o acesso remoto a outros computadores ligados à


rede e podem fornecer programas, equipamentos ou informação e
ainda obter documentos e produtos específicos, quer livres ou através
de pagamento.

Há uma questão interessante que nos apraz propor:

Será que existe Internet “para todos”? Esta está acessível a todos? O que
faz esta ferramenta frente à diversidade educacional? Como pode servir a
diversidade dos indivíduos?

Poderíamos falar, essencialmente, de dois tipos principais de aplicação:

• Para os profissionais da educação, não há dúvidas de que a Internet


implica a possibilidade de obter informações actualizadas sobre
praticamente qualquer coisa, que vão desde o treino educativo até aos
últimos desenvolvimentos da pedagogia, quer convencionais quer
adaptadas, uma vez que nela se podem encontrar referências a quase todos
os tipos de problemas. Além disso facilita o contacto entre profissionais, não
importa onde seja o local de trabalho, permitindo conhecer outras e novas
experiências que podem ser interessantes para cada um de nós.

• Para as pessoas cujas características são os problemas graves de


mobilidade (ou outras deficiências), existe a possibilidade da formação no
seu próprio contexto, ter acesso a cursos concebidos especialmente para
serem dados através da rede (e-learning), embora essa opção possa não
estar ainda muito difundida no nosso país. Além disso, com os recursos
adequados, podemos assistir a uma aula, numa sala de aula virtual, e
assim, desta forma, os alunos poderão participar do desenvolvimento da
turma e até mesmo partilhar com o professor e os pares (através de
videoconferência) do desenrolar da aula. Estas são, sem dúvida, ainda
opções que podem ser pouco divulgadas, mas acreditamos que serão uma
das opções de integração num futuro já muito próximo. Outra das vertentes
será a breve trecho o Teletrabalho.

Contudo devemos questionar-nos se estas opções serão realmente


inclusivas e se isto implica a integração social?

Página | 11
REALIDADE VIRTUAL.

Uma tecnologia que os especialistas apontam como importante no futuro é


a realidade virtual e a forma como ela é capaz de manipular um objecto
num ambiente diferente, sem existir fisicamente... Imagine-se o que pode
significar para as pessoas com determinadas deficiências, esta
oportunidade.

CONCLUINDO

Educar na diversidade, requer uma grande quantidade de materiais na sala


de aula de modo a diversificar o processo ensino-aprendizagem. A
diversificação das estratégias de ensino-aprendizagem exigem o uso de
muitos materiais diferentes. Neste sentido, as tecnologias de apoio podem
representar para os alunos com NEE, um elemento crucial para normalizar
as suas vidas e em alguns casos, uma das poucas opções de acesso a um
currículo que, de outro modo, lhe estaria vedado. Também pode ser
considerado um meio de serem resgatados de um mundo de silêncio, onde
a ausência de um código compreensível para a maioria deles, os
condicionaria, no mínimo, a serem comunicadores passivos, deixando-lhes
oportunidades muito reduzidas para serem capazes de expressar todo o seu
rico mundo interior. As TIC são, sobretudo, para estas populações, um
caminho para a integração. Várias experiências mostram que, para
individualizar o ensino, a vida quotidiana e o lazer, a adaptação das
tecnologias às necessidades específicas de cada um, incorporando os
computadores na sala de aula e nos serviços públicos, como um recurso de
acesso à comunicação, promove a integração não só física, mas também a
integração social, tornando a sociedade mais inclusiva. (Stevenson, 2002).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agencia Europeia para o Desenvolvimento em Necessidades Educativas
Especiais, (2001) “Tecnologias de Informação e Comunicação nas Necessidades
Educativas Especiais”, [Information and Communication Technology (ICT) in
Special Needs Education (SNE)], http://www.european-agency.org, disponível em
28/02/2010 11h
Cabero, J., Salinas, J., Duarte, A., Domingo, J. (2000). Nuevas tecnologias aplicadas
a la educación. Madrid: Editorial Síntesis.
Cook, A. M., Hussey, S. M. (1995). Assistive Technologies: Principles and Practice.
NY: Mosby
Gaines, A. E., Gallo-Lopez, L. (2005). Play Therapy with Adolescents. Oxford:
Rowman & Littlefield Publishers .
Kung, Hans (1996). Projecto para uma Ética Mundial. Lisboa: Instituto Piaget.

Página | 12
Lagerwall, Tomas (1998). Assistive Technology for Children. In, ONE IN TEN, A
Publication of Rehabilitation International / UNICEF, Volume 19. NY: UNICEF
HOUSE
Magalhães, António (1998). A Escola na Transição Pós-moderna. Lisboa: Instituto
de Inovação Educacional.
Magalhães, José (1996). Novo Roteiro Prático da Internet. Lisboa: Quetzal
Editores.
Marcos Pérez, D. Vid. y Velasco, D. González (2003). Turismo Accesible: hacia un
turismo para todos. Madrid: Mazars Turismo
Maria Paula Rocha Melo (2005). Representação dos professores sobre
formação em EAD. Tese de Mestrado, Universidade do Porto, Porto,
Portugal.
Oliveira, Teresa (1998). As Novas Tecnologias da Informação e o
Desenvolvimento das
Ponte, João Pedro da (1997). As Novas Tecnologias e a Educação. Lisboa: Texto
Editora.
UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área
das Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional,
(tradução da 1ª ed., UNESCO, 1994)

Página | 13

Anda mungkin juga menyukai