*gov. PR 1991‐1994; sen. PR 1995‐2002; gov. PR 2003‐
Roberto Requião de Melo e Silva nasceu em Curitiba no dia 5 de março de 1941, filho de Wallace
Tadeu de Melo e Silva e Luci Requião de Melo e Silva. Seu pai foi prefeito nomeado de Curitiba durante a
gestão do governador Bento Munhoz da Rocha (1951‐1954) e derrotado pelo então chefe de polícia, Nei
Braga, nas eleições diretas para a prefeitura da mesma cidade em 1954. Seu irmão, Maurício Requião, foi
deputado federal pelo PMDB do Paraná (1995‐1999).
Cursou o ginásio e o secundário no Colégio Estadual de Curitiba. Formou‐se em jornalismo pela
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) em 1964,
concluindo em seguida o curso superior de direito pela Universidade Federal do Paraná (Ufpr) em 1966.
No mesmo ano começou a freqüentar a pós‐graduação em Planejamento Urbano no convênio realizado
entre a Comissão de Desenvolvimento Municipal de Curitiba (Codem) e a Fundação Getulio Vargas (FGV),
concluindo o curso no ano seguinte. Iniciou suas atividades políticas no movimento estudantil, tendo sido
eleito orador do Centro Acadêmico Hugo Simas, da Faculdade de Direito da Ufpr. Após concluir a pós‐
graduação, exerceu a advocacia trabalhista em São Paulo e em Curitiba e administrou as propriedades da
família no Paraná. Nos anos 1970, influenciado pelas idéias urbanísticas de Manuel Castells e Henri
Lefebvre, militou em diversos movimentos sociais de Curitiba, exercendo a advocacia em sindicatos e
associações de moradores da cidade. A partir dessa sua atuação em movimentos sociais ingressou na
política partidária filiando‐se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no início da
década de 1980.
Conquistou seu primeiro mandato elegendo‐se deputado estadual pelo PMDB em novembro de
1982 com 33 mil votos, sendo o segundo candidato mais votado em Curitiba, assumindo o mandato em
março do ano seguinte. Durante sua gestão destacou‐se por seu estilo polêmico e incisivo de atuação e
por ter entrado em conflito com as empresas de ônibus de Curitiba ao apresentar projeto de lei propondo
a estatização dos transportes coletivos e de todos os serviços públicos da capital paranaense. No pleito de
15 de novembro de 1985 elegeu‐se prefeito de Curitiba nas primeiras eleições diretas realizadas na cidade
após a implantação do Ato Institucional nº 2 em 1965, derrotando por curta margem de votos o candidato
do Partido Democrático Trabalhista (PDT) Jaime Lerner, o qual foi apoiado pelo Partido da Frente Liberal
(PFL) liderado pelo ex‐governador Nei Braga. Sua vitória teve influência decisiva do então governador
peemedebista José Richa, cuja gestão apresentava um dos maiores índices de aprovação em todo o Brasil.
Tomou posse em 1º de janeiro do ano seguinte, em substituição ao peemedebista Maurício
Fruet. Durante sua gestão procurou implementar um estilo administrativo que se diferenciasse das
concepções urbanísticas da equipe de gestores ligada a Jaime Lerner e ao Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), concentrando seus investimentos nas áreas periféricas do
município e em iniciativas de cunho social, tais como a criação das secretarias de Abastecimento e do
Bem‐Estar Social, da Associação dos Meninos e Meninas de Rua de Curitiba (Assoma) e a implementação
de um amplo programa de construção de creches e postos de saúde, sendo em sua administração
inaugurado o maior número de creches em toda história da cidade. Entrou ainda em novos conflitos com
empresas concessionárias de transporte urbano de Curitiba ao criar a primeira frota pública de ônibus e
ao requerer judicialmente a anulação de concessões outorgadas a empresários após a apuração de
irregularidades em diversas firmas, tendo sido ainda um dos lideres do movimento dos prefeitos de
capitais que solicitavam maiores recursos ao governo federal. Exerceu a prefeitura de Curitiba até 1º de
janeiro de 1989 quando passou o cargo para seu sucessor Jaime Lerner, então eleito pela primeira vez
diretamente para a prefeitura da cidade.
Em 1989, após o término de seu mandato na prefeitura de Curitiba, Requião tornou‐se secretário
estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano na gestão do governador Álvaro Dias (1987‐1991),
permanecendo no cargo até o início do ano seguinte, quando licenciou‐se para concorrer à sucessão no
governo estadual. Em sua curta gestão na secretaria implantou o Plano Estadual de Desenvolvimento
Urbano (PEDU), financiado pelo Banco Mundial, visando a dar condições de crescimento e qualidade de
vida às cidades médias e potencialmente médias do interior e objetivando transferir para estas cidades as
técnicas de planejamento urbano já utilizadas na capital do estado.
Roberto Requião começou a ter maior projeção nacional nas eleições para o governo do Paraná,
ao derrotar o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e uma das principais lideranças
políticas paranaenses, José Richa, ainda no primeiro turno das eleições em outubro de 1989, e o
candidato do Partido da Renovação Nacional (PRN), José Carlos Martinez, no segundo turno, em
novembro do mesmo ano, este último apoiado pelo então presidente da República Fernando Collor de
Melo. No segundo turno das eleições, Requião queixou‐se do comportamento da Justiça Eleitoral
paranaense e criticou duramente a decisão do juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, que
mandara suspender seu programa eleitoral por causa da exibição de uma entrevista com “Ferreirinha”,
suposto pistoleiro que teria assassinado posseiros e trabalhadores rurais em fazendas da família Martinez
na região de Assis Chateaubriand (PR), durante o processo de colonização de terras no interior
paranaense na década de 1960. De acordo com alguns observadores, este episódio teve papel
determinante na inversão das preferências eleitorais e posterior vitória de Roberto Requião sobre
Martinez, que liderava as pesquisas de opinião pública para o governo do estado até pouco antes da
realização do pleito. Após sua posse no governo, o caso foi à Justiça e custou a cassação temporária do
mandato de Requião, que obteve uma liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para permanecer no
exercício do restante do mandato. Na ocasião, Requião defendeu‐se afirmando ser secundário o fato de
“Ferreirinha” ser ou não autêntico já que haviam outros oito pistoleiros envolvidos nas acusações não
desmentidas de assassinato de lavadores e que o episódio não foi determinante para a derrota de
Martinez no pleito, mas sim a política de arrocho creditício e retirada de subsídios à agricultura
implementada por Collor, e a perda de apoio político do presidente da República, já envolvido em
suspeitas de corrupção que posteriormente o levariam à renúncia. A veemência e agressividade do estilo
político de Requião o projetaram com uma das principais lideranças políticas estaduais, ao lado do então
prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, ao mesmo tempo em que o tornaram conhecido nacionalmente.
Governador do Paraná (1991‐1994)
Roberto Requião tomou posse no governo do estado em 15 de março de 1991, recebendo o
cargo de seu antecessor Álvaro Dias. Logo após tomar posse, entrou em conflito com o ex‐governador de
São Paulo Orestes Quércia ao lançar a candidatura de Álvaro Dias à presidência do PMDB. Nesse período,
intensificou as denúncias de corrupção contra o ex‐governador de São Paulo e criou o “Disque‐Quércia”,
número telefônico destinado a receber denúncias de corrupção contra o político paulista. Na ocasião,
chegou a ser afastado do PMDB pela Comissão Executiva do partido, em virtude de sua conduta política e
pela insistência e veemência de suas acusações contra Quércia, sendo reintegrado mais tarde na
agremiação. Durante sua gestão implementou os programas Panela Cheia e Bom Emprego, visando a
atingir a população de baixa renda, tendo ainda aberto uma linha de crédito subsidiado para pequenos e
médios empresários, fato que, segundo declarou na época, foi o motivo de seu intenso confronto com o
então proprietário do Banco Bamerindus e senador José Eduardo Andrade Vieira, a quem denominava “Zé
do Banco”. Enfrentou ainda conflitos com o Judiciário paranaense ao estabelecer a isonomia salarial e
reduzir os vencimentos e benefícios dos juízes, e ao negar‐se ao cumprimento de várias ordens judiciais,
tais como o desalojamento de manifestantes sem‐teto e sem‐terra e o aumento de tarifas dos transportes
urbanos. Esses conflitos chegaram ao auge quando a Associação dos Magistrados Paranaenses requereu
ao governo federal a intervenção no estado do Paraná, que não veio no entanto a se consumar. Durante
seu governo, tornou públicos os arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Paraná,
contendo fichas de vários perseguidos e presos políticos.
Por ocasião do plebiscito sobre sistemas e formas de governo realizado em 21 de abril de 1993,
Roberto Requião participou ativamente da campanha a favor da República e do presidencialismo. Em 16
julho do mesmo ano, quando estava participando de um simpósio com ex‐presidentes latino‐americanos
no Equador, Requião foi afastado do cargo por decisão do TRE do Paraná sob a acusação de fraude
eleitoral no episódio envolvendo “Ferreirinha” nas eleições anteriores, chegando a ser substituído no
posto pelo vice‐governador Mário Pereira. Uma semana depois, no entanto, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) deu parecer favorável a uma liminar dos advogados de Requião, reimpossando‐o no cargo de
governador logo a seguir. Quatro anos depois, em abril de 1997, o TSE determinaria o arquivamento do
processo contra Requião referente ao episódio envolvendo “Ferreirinha”.
Permaneceu no governo estadual até o início de abril de 1994 quando se desencompatibilizou do
cargo para disputar as prévias que escolheriam o candidato peemedebista às eleições presidenciais e para
concorrer a uma vaga ao Senado Federal nas eleições de outubro do mesmo ano, passando o cargo para
seu vice Mário Pereira. Em maio de 1994 disputou com Orestes Quércia a convenção do PMDB que
escolheu o candidato do partido à presidência da República, sendo derrotado por ampla margem de votos
pelo ex‐governador paulista. Após a derrota nas prévias, Requião anunciou seu apoio à candidatura de
Luís Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) para a presidência da Republica. No pleito de 3
de outubro de 1994 elegeu‐se senador pelo PMDB paranaense com 2.301.209 votos, assumindo o
mandato em março do ano seguinte. No mesmo pleito, o ex‐prefeito de Curitiba Jaime Lerner elegeu‐se
governador do estado pelo PDT com 2.070.970 votos, derrotando o candidato do Partido Progressista
(PP), o ex‐governador Álvaro Dias.
Relator da CPI dos Títulos Públicos, 1996‐1997
Durante o exercício de seu mandato de senador foi membro titular da Comissão de Educação e
da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e suplente da Comissão de Serviços de Infra‐Estrutura e
da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. No início de seu mandato foi aprovado um projeto de
lei de sua autoria permitindo a quebra do sigilo bancário de todos os agentes públicos dos três poderes da
República (Executivo, Legislativo e Judiciário). Em novembro de 1996 envolveu‐se novamente num
processo de cassação de mandato quando o TRE do Paraná julgou procedente por unanimidade uma ação
de impugnação proposta pelo deputado federal Hélio Duque (PSDB‐PR), candidato derrotado por Requião
na eleição ao Senado. Entretanto, logo a seguir um recurso junto ao TSE julgou improcedentes as
alegações do TRE paranaense recusando a solicitação de cassação de seu mandato.
Roberto Requião polarizou a atenção da opinião pública nacional ao ser nomeado em dezembro
de 1996 para o posto de relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), presidida pelo senador
Bernardo Cabral (PFL‐AM), destinada a apurar irregularidades relacionadas à autorização, emissão e
negociação de títulos públicos, estaduais e municipais para pagamentos de dívidas judiciais (os chamados
precatórios) nos exercícios de 1995 e 1996. Sua atuação durante a CPI dos títulos públicos (ou dos
precatórios, como veio a ser denominada) deu‐lhe ampla projeção nacional, tendo seu nome inclusive
sido cogitado por várias correntes políticas como potencial candidato à presidência da República em uma
frente de oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso. Pela primeira vez desde a regulamentação
das CPIs nos anos 1950 suas sessões foram transmitidas ao vivo pela TV Senado, atingindo
aproximadamente 1,6 milhão de residências em todo o país e obtendo ampla audiência. Durante seu
funcionamento, foram ouvidas dezenas de autoridades federais, estaduais e municipais, além de
banqueiros e executivos de várias instituições financeiras envolvidos na negociação de títulos públicos. Os
trabalhos da CPI duraram nove meses e seu relatório final, redigido por Roberto Requião, foi aprovado
por unanimidade no plenário do Senado Federal em 22 de julho de 1997, sendo posteriormente
homologado sem modificações pela CPI em 20 de agosto, contrariando a tentativa feita por alguns
parlamentares de atenuar as acusações contidas no relatório a diversas instituições financeiras e
personalidades políticas importantes. Após a aprovação, o documento foi enviado para o Ministério
Público para a abertura de processos judiciais.
No relatório final da CPI, de cerca de 1.200 páginas, foi definido o prejuízo total causado pela
emissão irregular de títulos para o pagamento de ações judiciais (os precatórios) em 237,9 milhões de
reais. Além disso, o relatório responsabilizou e identificou os governadores, prefeitos e secretários de
Fazenda dos estados e municípios investigados, assim como as instituições financeiras que participavam
ativamente do esquema (chamado de “cadeia da felicidade”). Entre os políticos citados estavam os
governadores de Santa Catarina Paulo Afonso Vieira (PMDB), de Pernambuco, Miguel Arrais (PSB), de
Alagoas, Divaldo Suruagi (PMDB) e os prefeitos de São Paulo, Paulo Maluf (PPB) e Celso Pitta (PPB). Entre
as instituições financeiras citadas estavam os bancos Vetor, Maxi Divisa e Bradesco, além de vários fundos
de pensão. O relatório responsabilizou ainda o Banco Central, o Senado e o Poder Executivo por “leniência
e omissão” no controle do endividamento de estados e municípios e sugeriu o enquadramento dos
envolvidos por crime de falsidade ideológica, formação de quadrilha, induzimento à especulação e ao
estelionato, recomendações válidas tanto para chefes de governo quanto para as instituições financeiras
que fizeram parte do esquema. Além disso, o relatório reiterou a idéia, já sustentada por Requião no
Senado, da criação de uma CPI para investigar operações do mercado financeiro, solicitando ainda ao
Banco Central a investigação do destino dos lucros auferidos pelos participantes do esquema e a feitura
de uma profunda auditoria nos fundos de pensão que atuam no país. Por fim, pediu a união de esforços
para coibir o crime organizado e a criação de legislação específica para evitar a lavagem de dinheiro.
Como resultado das irregularidades apuradas pela CPI foram fechadas pelo Banco Central 22 instituições
financeiras envolvidas com operações de comercialização de papéis de estados e municípios para o
pagamento de precatórios. Na ocasião, Requião defendeu a necessidade da ampliação da investigação
para todo o sistema financeiro, a fim de se aprofundar a apuração das irregularidades com a negociação
dos títulos verificadas pela CPI.
Após o término da CPI dos títulos públicos, Requião dedicou‐se à articulação de uma frente de
oposição visando às eleições presidenciais de outubro de 1998. Na ocasião, reconciliou‐se com seu
histórico adversário no seio do PMDB, Orestes Quércia, a fim de fortalecer a tese do lançamento da
candidatura própria à presidência da República pelo partido. Continuou ainda na oposição ao governador
Jaime Lerner, bloqueando no Senado a liberação dos empréstimos necessários ao financiamento de obras
no estado e tornando públicos os termos do acordo com a empresa automobilística francesa Renault, em
São José dos Pinhais (PR), então conduzido de maneira sigilosa pelo governo paranaense. Na convenção
do PMDB realizada em 8 de março de 1998, Requião lançou‐se pré‐candidato à presidência da República
pelo partido e foi um dos principais articuladores da proposta de lançamento da candidatura própria
peemedebista, que acabou sendo derrotada na convenção.
Após a derrota da tese da candidatura própria, Requião lançou‐se pré‐candidato ao governo do
Paraná e passou a articular uma frente de oposição que incluía o Partido dos Trabalhadores (PT), tendo
em vista as eleições presidenciais de outubro de 1998. Sua candidatura ao governo do estado foi
homologada pela convenção estadual do partido realizada em junho do mesmo ano.
Em outubro de 1998, disputou o governo estadual por coligação formada pelo PMDB, pelo
Partido dos Trabalhadores (PT), pelo PDT, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), pelo Partido
Comunista Brasileiro (PCB) e pelo Partido Verde (PV), além de agremiações menores. Foi, contudo,
derrotado por Jaime Lerner (PFL), já no primeiro turno, recebendo 1.786.149 sufrágios (45,91% dos votos
válidos) contra 2.031.290 votos (52,21%) dados a seu oponente.
No exercício de seu mandato, além das atividades citadas, foi um crítico ferrenho dos governos
de Fernando Henrique Cardoso, no plano federal, e de Jaime Lerner, no plano estadual, denunciando as
diretrizes “neoliberais” de ambos os governos e opondo‐se veementemente ao processo de privatização
das empresas estatais e de reformas da Constituição conduzido pelo presidente da República. Nas
eleições de municipais de outubro de 2000 teve papel decisivo na escolha de seu irmão, Maurício
Requião, como candidato ao cargo de prefeito de Curitiba derrotando o candidato preferido pelas bases
partidárias, o então deputado federal peemedebista Gustavo Fruet. O fraco desempenho de Maurício nas
urnas causou forte descontentamento em seu partido, sendo determinante para o progressivo
afastamento da facção liderada por Gustavo Fruet do PMDB paranaense nos anos seguintes. No segundo
turno das mesmas eleições foi eleito prefeito de Curitiba o candidato Cássio Taniguchi (PFL), apoiado pelo
governador Jaime Lerner, derrotando o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Ângelo Vanhoni,
apoiado por Requião.
Em maio de 2001 Requião foi reeleito presidente estadual do PMDB por dois anos, cargo que já
exercia desde maio de 1998. Nesse período, também participou ativamente de várias mobilizações
ocorridas no estado contra as privatizações de empresas estatais tendo sido um dos principais líderes do
Fórum Contra a Privatização da Companhia Paranaense de Energia (COPEL), no contexto da luta travada
contra a privatização da empresa no Paraná em decorrência da tramitação do projeto de lei de iniciativa
popular que impedia a venda da empresa pelo governo de Jaime Lerner. O movimento culminou com a
realização de uma grande marcha contra a venda da Copel, em junho de 2001, que reuniu cerca de 3 mil
pessoas e resultou na entrega do projeto de iniciativa popular ─ com cerca de 140 mil assinaturas ─ ao
presidente da Assembléia Legislativa do Paraná (ALEP), Hermas Brandão (PTB). Apesar da intensa
mobilização ocorrida em torno da coleta das assinaturas necessárias ao envio da proposição para o
legislativo estadual paranaense, o projeto acabou sendo derrotado em tumultuada votação realizada na
Assembléia Legislativa, em 20 de agosto de 2001, por 27 votos contra 26. Entretanto, apesar da derrota
do projeto, a privatização da empresa estatal paranaense acabou não se consumando em virtude dos
atentados de 11 de setembro de 2001 e a subseqüente falta de compradores para a companhia, o que
acabou sendo interpretado pela opinião pública como uma vitória do movimento contra a privatização da
Copel que culminou na votação do projeto de iniciativa popular pela ALEP.
No restante de seu mandato de senador tornou‐se membro titular da Comissão de Assuntos
Econômicos do Senador Federal e em setembro de 2001 foi eleito presidente da Comissão Parlamentar
Conjunta do Mercosul. Concentrou sua atuação em questões referentes à inserção do Brasil na economia
internacional e na crítica ao modelo de desenvolvimento implantado durante os dois mandatos de
Fernando Henrique Cardoso, utilizando ainda a tribuna do Senado para intensificar sua oposição ao
governo de Jaime Lerner no Paraná à medida que se aproximavam as eleições de outubro de 2002. Nesse
período, ocupou freqüentemente a tribuna para manifestar‐se sobre estes e outros assuntos
posicionando‐se contra a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), considerando
ser esta uma proposta que favorecia predominantemente os interesses econômicos estadunidenses, e
contra a abertura das empresas de comunicação brasileiras para o capital estrangeiro.
Dentre as proposições que apresentou na legislatura destacam‐se os projetos obrigando que
todas as questões deliberadas no plenário das duas casas do Congresso Nacional fossem objeto de
votação nominal, o projeto que determinava a extinção do jogo do bingo no Brasil, o projeto que obrigava
a quebra do sigilo bancário de todas as autoridades com cargos públicos e com mandatos eletivos nos três
níveis de governo (Executivo, Legislativo e Judiciário), e o projeto de lei tornando obrigatória a impressão
do voto nas urnas eletrônicas por ocasião da realização das eleições. Este última proposta de Requião
provocou grande debate no Congresso Nacional, sendo aprovada com várias modificações e transformada
na Lei nº 10.408/02, regulamentando o voto eletrônico, também denominada de “Lei Jobim” em virtude
das modificações introduzidas na proposição através de sugestões do então presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, visando a colocar obstáculos à implantação de dispositivos do
projeto original de Requião. Tal estratégia acabou por revelar‐se bem sucedida pois, passadas as eleições,
o senador Eduardo Azeredo apresentou novo projeto de lei eliminando a necessidade de impressão do
voto eletrônico. Nessa legislatura, Requião teve ainda aprovado outro um projeto de sua autoria
garantindo o direito de resposta a todo cidadão quando atacado por meios de comunicação.
Em 2002 o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) elegeu Requião como
um dos “cabeças do congresso”, qualificando‐o com um dos parlamentares mais articulados e bem‐
preparados do Congresso Nacional.
Em maio do mesmo ano juntamente com outras lideranças da facção oposicionista do PMDB,
lançou um manifesto opondo‐se a que o partido decidisse pelo apoio a José Serra na convenção que seria
realizada em junho, preconizando o lançamento de uma candidatura própria pelo partido ou, na pior das
hipóteses, uma coligação eleitoral com o PT. Na ocasião, Requião chegou a registrar‐se como pré‐
candidato à presidência da República pelo PMDB para tentar impedir o apoio da legenda a Serra e entrou
com uma ação no STF tentando impugnar a convenção do partido que deliberou pelo apoio ao candidato
tucano. Entretanto, ambas as suas tentativas de impedir a coligação com o PSDB não foram adiante,
tendo a ação sido arquivada pelo STF e sua candidatura derrotada na convenção do partido que, por 433
votos contra e 281 favoráveis à posição de Requião, deliberou pelo lançamento da candidatura da
deputada Rita Camata (PMDB) como vice‐presidente na chapa de José Serra (PSDB).
Após a derrota de sua posição na convenção do partido, Requião declarou apoio ao candidato
presidencial do PT, Luís Inácio Lula da Silva, e dedicou‐se a sua campanha eleitoral ao cargo de
governador do Paraná para o pleito de outubro de 2002. Durante boa parte da campanha o candidato do
Partido Democrático Trabalhista (PDT), Álvaro Dias, liderou as pesquisas eleitorais, tendo sido vitorioso no
primeiro turno das eleições com 1.616.047 sufrágios (31,4% dos votos válidos), contra 1.347.353 (26,2%)
obtidos por Requião. Entretanto, no segundo turno das eleições Requião conseguiu utilizar‐se dos
debates na televisão para reverter a situação e terminou o pleito com 2.681.811 votos (55,15%) contra
2.180.922 (44,85%) dados a seu adversário. Após as eleições, criticou duramente setores majoritários da
cúpula de seu partido que haviam apoiado a candidatura de José Serra à presidência da República e
defendeu o apoio do PMDB ao governo do candidato eleito no segundo turno das eleições, Luís Inácio
Lula da Silva.
Novamente no governo do estado
Empossado no dia 1° de janeiro de 2003, Requião assumiu pela segunda vez o governo do estado
do Paraná. Logo em seu discurso de posse proferido no plenário da Assembléia Legislativa do Paraná,
atacou duramente o conjunto das políticas governamentais implementadas durante o governo Lerner
qualificando‐as de “neoliberais” e apresentou detalhadamente as principais diretrizes de seu governo,
radicalmente opostas às de seu antecessor. Assim, prometeu reestatizar as empresas estatais em
processo de privatização durante o governo Lerner e baixar os preços dos pedágios nas estradas
paranaenses, sob pena de cassar as concessões das empresas que administravam as rodovias pedagiadas.
Assumindo o cargo num contexto de forte crise da segurança pública no estado, seu primeiro ato
de governo foi ocupar interinamente por sessenta dias a secretaria de Segurança Pública do Paraná
modificando o estatuto da Política Civil e nomeando dois membros do Ministério Público para o conselho
da corporação. Além disso, decretou moratória por 90 dias para apuração dos gastos e contratos firmados
pela gestão de Jaime Lerner. Como resultados da auditoria foram anulados os contratos firmados pelo
governo anterior com várias agências de publicidade e empresas terceirizadas, em virtude dos elevados
valores a serem pagos pelo poder público estipulados nesses contratos. Nos meses subseqüentes,
Requião lançou ainda várias políticas sociais e de estímulo a micro e pequenos empresários que, segundo
suas declarações, modificavam radicalmente as diretrizes do governo anterior. Dentre estas medidas,
destaca‐se a isenção do ICMS para pequenas e médias empresas paranaenses que aumentassem as
ofertas de postos de trabalho, o programa “Luz Fraterna”, isentando as famílias de baixa renda do
pagamento da taxa de energia elétrica, e o programa “Energia Barata” que colocou o Paraná como um
dos estados com tarifa de energia elétrica mais barata de todo o país. Além disso, conforme prometera na
campanha eleitoral, implementou o programa “Leite das Crianças” que chegou a beneficiar quase 200.000
crianças que recebiam diariamente um litro de leite do governo do estado.
Em abril de 2003, logo no início de sua gestão, Requião baixou decreto determinando o
fechamento das casas de bingo, vídeo‐loterias e jogos de azar em todo o estado, revogando as resoluções
do governo anterior que haviam possibilitado grande expansão destas atividades.
Desde o início de seu governo Requião também procurou aproximar‐se dos movimentos sociais,
especialmente do Movimento Rural dos Trabalhadores Sem‐Terra (MST). Nesse sentido, determinou que
as desocupações realizadas a partir de então no estado por ordem judicial fossem realizadas sempre
durante o dia e supervisionadas por um representante do Tribunal de Justiça e do Ministério Publico.
Também obteve o apoio dos movimentos sociais quando, a partir de outubro de 2003, sancionou lei
aprovada pelo legislativo paranaense proibindo o embarque de soja transgênica e Organismos
Geneticamente Modificados (OGM) pelo porto de Paranaguá. Requião foi um dos principais
propugnadores da medida sob a alegação de que as empresas de biotecnologia ainda não tinham
respostas concretas para os possíveis impactos das mudanças genéticas no meio ambiente e nos seres
humanos, afirmando que o cultivo de soja transgênica deixaria os produtores à mercê das grandes
empresas que comercializavam as sementes em regime de oligopsônio. A decisão de Requião proibindo a
comercialização e a exportação de soja transgênica nos portos paranaenses provocou forte oposição das
principais associações do agronegócio no Paraná, e gerou uma ampla controvérsia política e jurídica que
se prolongou por quase todo o seu primeiro mandato. Em dezembro de 2003 o Supremo Tribunal Federal
concedeu por unanimidade liminar a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) movida pelo PFL
contra a proibição do cultivo, da manipulação e da comercialização de produtos transgênicos no Paraná.
Além de várias medidas na área social, Requião executou políticas de impacto em diversas outras
áreas da administração pública com vistas a diferenciar‐se de seu antecessor. Assim, na área financeira
rompeu o monopólio da movimentação dos recursos financeiros do estado anteriormente detido pelo
Banco Itaú, principal beneficiário do processo de privatização do Banco do Estado do Paraná (Banestado)
durante o governo de Jaime Lerner, transferindo a movimentação financeira das contas do estado para
empresas estatais federais tais como o Banco do Brasil e para a Caixa Econômica Federal. Além disso,
promoveu o fortalecimento das empresas estatais paranaenses que haviam sido enfraquecidas
financeiramente ou ameaçadas de privatização durante os governos anteriores, saneando e
reorganizando a Copel, anteriormente posta em processo de privatização pelo governo Lerner,
empreendendo a reestruturação acionária e a retomada do controle estatal da Companhia de
Saneamento do Paraná (Sanepar), anteriormente sob controle acionário de empresas privadas,
determinando ainda a re‐estatização pela Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) de trechos de
ferrovias pertencentes à Ferropar Sociedade Anônima. Além disso, procurou intensificar os investimentos
públicos no Porto de Paranaguá, revertendo a abertura ao capital privado para investimentos no Porto
que também ocorrera durante o governo Lerner.
Outro segmento empresarial com o qual Requião teve sucessivos atritos durante seu mandato
foram as empresas concessionárias de estradas estaduais. Assim, cumprindo promessa de campanha em
janeiro de 2004 Requião baixou decreto determinando a diminuição imediata dos preços das rodovias
pedagiadas no Paraná e declarando “de utilidade pública para fins de desapropriação e aquisição de
controle acionário” cinco das seis concessionárias de rodovias do Estado ─ Ecovia, Rodonorte, Econorte,
Rodovia das Cataratas e Viapar. O conflito de Requião com as empresas pedagiadas também permaneceu
insolúvel ao longo de sua gestão, acumulando‐se um total de 38 ações do governo contra as empresas
concessionárias de estradas ao longo de seus dois mandatos, que não conseguiram no entanto reverter os
termos dos contratos firmados com governos anteriores. Como reação ao impasse jurídico gerado por
suas medidas e à conseqüente impossibilidade de resolução do problema dos excessivos custos do
pedágio no estado, Requião determinou a construção das “Estradas da Liberdade”, visando a criação de
rotas alternativas com desvios das estradas pedagiadas.
Para divulgar as ações de seu governo criou um programa semanal transmitido ao vivo pela TV
Educativa do Paraná, a “Escola de Governo”, onde Requião e seus auxiliares expunham as principais
políticas governamentais para um público formado basicamente por funcionários do estado. Também
conhecida como “Escolinha do Requião”, o programa foi regularmente realizado às terças‐feiras e
reprisado nos sábados ao longo de todo o seu mandato, tendo sido veículo para várias declarações
polêmicas ao longo de sua gestão.
No pleito de outubro de 2006 Requião defendeu novamente a candidatura própria do PMDB nas
eleições presidenciais, sendo mais uma vez derrotado pelas cúpulas de seu partido que optaram por
apoiar o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva. Durante a campanha eleitoral enfrentou uma acirrada
disputa ao concorrer à reeleição, contrariando as expectativas geradas pela divulgação das primeiras
pesquisas que davam como certa sua recondução ao cargo. Nesse sentido, enfrentou forte oposição das
forças agrupadas em torno da candidatura do senador pelo PDT e seu ex‐secretário da Agricultura, Osmar
Dias, ao governo do estado, que conseguiram levar a disputa para o segundo turno revertendo a
vantagem inicial de Requião nas primeiras sondagens eleitorais. Apuradas as urnas no segundo turno,
realizado no final de outubro de 2008, Requião venceu a eleição por estreita margem de votos,
perfazendo um total de 2.668.611 votos (50,1% dos votos válidos) contra 2.658.132 (49,9%) dados ao seu
adversário Osmar Dias. Na ocasião, analistas políticos apontaram como determinante para sua vitória o
apoio dado pelo presidente Lula na reta final do pleito, assim como o excelente desempenho eleitoral de
Requião em cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dado que nos colégios
eleitorais com maior IDH Osmar Dias foi vitorioso. Por sua vez, Requião atribuiu sua vitória por estreita
margem de votos a uma suposta campanha que movida contra si pelas grandes redes de comunicação
paranaenses, em especial a Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada da Rede Globo de Televisão
no estado, e o jornal Gazeta do Povo.
Pela terceira vez governador do Paraná
Ao assumir o mandato em 1° de janeiro de 2007 Requião tornou‐se o primeiro político na história
do Paraná a ser eleito para três mandatos de governador. Em sua segunda gestão, continuou a enfrentar
intensos conflitos com o Judiciário e com a imprensa paranaense, sofrendo sucessivas acusações de
nepotismo, ao empregar sua esposa, Maristela Requião, para a presidência do Museu Oscar Niemeyer, e
três de seus irmãos para cargos importantes no primeiro escalão do governo, tais como Maurício Requião,
na secretaria estadual de educação, Eduardo Requião na superintendência dos portos de Paranaguá e
Antonina, e Lúcia Arruda na direção do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar). Além disso,
vários sobrinhos e primos do governador ocuparam cargos de segundo escalão ao longo de seus dois
mandatos. Posteriormente, com a expedição de uma súmula pelo STF proibindo a contratação de
parentes até o terceiro grau, em agosto de 2008, Requião modificou o estatuto administrativo de seus
parentes no cargo, transformando‐os em secretários especiais, o que possibilitou sua continuidade na
equipe governamental.
Em agosto de 2007 o Ministério Público do Paraná entrou com um pedido à Justiça do estado
solicitando a demissão de todos os parentes de Requião que ocupavam cargos comissionados no
governo. Em dezembro do mesmo ano o Ministério Público Federal entrou com outra ação civil pública
contra Requião e o presidente da Rádio e TV Educativa do estado, Marcos Batista, por uso indevido da
emissora. De acordo com a procuradoria, Requião utilizava a tevê educativa de seu estado para fazer
promoção pessoal e atacar a imprensa, adversários e instituições públicas. Na ação a procuradoria pedia
também que, em caso de reincidência das irregularidades, a TV estatal tirasse do ar o programa “Escola
de Governo”, veiculado ao vivo às terças‐feiras. No mês seguinte, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF‐4) proibiu o governador de usar a TV Educativa do Estado para promoção pessoal, ofensas à
imprensa, a adversários políticos e instituições. Em resposta à decisão do TRF, Requião distribuiu nota à
imprensa acusando o tribunal de instituir a censura prévia no Paraná e cercear o livre direito de opinião
de representantes do povo. Em seguida, Requião foi multado diversas vezes por descumprir a decisão
judicial e a TV Educativa obrigada a veicular a cada 15 minutos nota emitida pela Associação dos Juízes
Federais do Brasil acusando Requião de “debochar” de decisões judiciais e de “maltratar o regime
democrático”. A controvérsia prolongou‐se por todo o ano seguinte, inclusive com Requião tendo seus
bens bloqueados por um período em virtude do não pagamento das multas.
Em fevereiro de 2008 Requião envolveu‐se em novas polêmicas ao afastar‐se por 30 dias do cargo
de governador para participar da campanha do candidato presidencial às eleições paraguaias, o bispo
Fernando Lugo Mendes. Na ocasião, deputados oposicionistas na Assembléia Legislativa levantaram
suspeitas de que Requião estivesse repassando recursos irregularmente para o candidato paraguaio e
chegaram a ameaçar com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as
relações entre ambos, que acabou não sendo instalada devido à forte maioria governista no legislativo
paranaense. A participação de Requião na campanha presidencial do Paraguai repercutiu inclusive no
Senado daquele país, com oposicionistas de Fernando Lugo acusando Requião de ser um intermediário
entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o candidato que posteriormente venceria as eleições
presidenciais de abril de 2008.
Nas eleições municipais de outubro de 2008, Requião mais uma vez sofreu críticas em seu partido
ao patrocinar a candidatura do ex‐reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, à prefeitura da Curitiba
preterindo outros importantes pré‐candidatos peemedebistas tais como o ex‐prefeito Rafael Greca, o
deputado federal Marcelo Almeida e o deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior. Apuradas as urnas
das eleições municipais o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), foi reeleito no primeiro turno com
77,27% dos votos válidos, tendo Moreira obtido um fraco desempenho nas urnas com apenas 1,9% dos
votos válidos, provocando forte desgaste político de Requião. Após a derrota nas urnas, Requião
promoveu uma reforma em seu secretariado, nomeando o candidato derrotado para a chefia do gabinete
de seu governo e seu irmão, Eduardo Requião, como secretário especial do Escritório de Representação
do Paraná em Brasília.
No final de 2009 sua tentativa de nomear seu outro irmão caçula, Maurício Requião, como
conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná foi suspensa pelo STF. Maurício havia chegado a tomar
posse no cargo em julho de 2008, após ter sido eleito pela maioria governista da Assembléia Legislativa do
Paraná. Permaneceu no cargo até março de 2009, sendo no entanto afastado do posto devido ao
entendimento do STF de que a presença de Maurício no TCE feria a Súmula Vinculante n.º 13, que proibia
o nepotismo. Em novembro do mesmo ano o STF referendaria a decisão, impedindo novamente Maurício
Requião de tomar posse no cargo, não obstante os recursos impetrados por seus advogados. Nesse
período, Requião lançou‐se pré‐candidato ao Senado Federal pelo PMDB às eleições outubro de 2010,
participando ativamente das articulações políticas relacionadas à escolha de seu sucessor no governo do
estado.
Casou‐se com Maristela Quarenghi de Melo e Silva, com quem teve dois filhos. Publicou
discursos, relatórios e artigos em revistas especializadas, dentre os quais O direito à cidade (1986).
Sérgio Soares Braga
FONTES: CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1995‐1999); Folha de S. Paulo (31/1/95, 14/1/96,
30/1/97, 5/2, 29/9, 10/10, 6/11/98 e 9/8/99); http://www.senado.gov.br/ (último acesso em
12/10/2009); http://www.tse.gov.br/ (último acesso em 12/11/2009); http://www.parana‐online.com.br/
(último acesso em: 12/11/2009); http://www.folha.uol.com.br/ (último acesso em: 12/11/2009);
http://www.bonde.com.br/folhadelondrina/ (último acesso em: 14/11/2009); http://veja.abril.com.br/
(último acesso em: 14/11/2009); http://www.terra.com.br/istoe/ (último acesso em: 14/11/2009);
http://www.vigilantesdademocracia.com.br/ (último acesso em: 14/11/2009).