Claudia está bem, na casa da mãe, ali se sente livre. Queria ter
escrito antes, mas não encontrava palavras. Afinal decidiu, pois que são
palavras além de signos inertes ao quais se atribui valor? E ela sabia,
meu amigo, que você faz isso muito bem. Eu lia e me perguntava se
estaria certa. Eu morria e tentava acreditar num resgate, que pudesse a
escrita ensinar o prisma da posteridade, era importante que o fizesse,
mesmo fosse a minha uma posteridade de ninguém. Também me
perguntava por que eu tinha vindo e quanto tempo ficaria. Não sei. Talvez
a Europa tenha arrastado minha alma, como as palavras se escrevem a si
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
mesmas. Não decidirei o dia da minha volta, se é que haverá dia de voltar.
Um oceano se interpõe e queimei a ponte atravessada. O Brasil se tornou
memória da bruma.
PS – Queria tanto ouvir de novo a sua voz. Quanto a mim, não sei
mais o que querer, hesito mesmo quanto a crer na validade de meus
escritos, a minha voz.
Não tenho mais como denunciar o mal pela imprensa. O mal está
em mim mesmo tanto quanto no planeta da luta de classes (esboçava na
mente o artigo sobre o Maio de 68) e sobretudo da concorrência entre
membros da mesma classe, afluindo a todo transe ao lugar onde a
generosa dignidade dos ricos assiste, cúmplice, ao espetáculo. Inútil!
Inútil resistir! Assim é e será sempre!
Anoitecia e esfriava.
Entrei no pequeno hotel. Não é tão perto como ela disse. Fiquei
com o quarto. Madri como a vejo. Romântica, terapêutica, amarela, um
novo e radiante amanhecer. Lá fora troveja. Solidão. Solidão. Uma
assombrosa periculosidade rasteja em torno, de um ponto exterior ao
quarto, no corredor possivelmente. Rodinhas no piso se arrastam, o
carrinho geme, era o piso acarpetado? Ele não se lembra, diz a voz, do
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Não sou a mão que escreve, sou a espécie. Sonhos sensuais; amor,
que seja. Espelho. A mão na lata. Os utensílios de minha normalidade
planetária haviam sido tirados um a um. Amor, pátria, trabalho. E agora?
Assim que lhe dei o dinheiro de minha parte, o rapaz foi até um
vulto na transversal do outro lado da rua, sem dizer palavra. Voltou e
fomos andando enquanto preparava o cigarro. O rapaz, Michel, inglês,
pronunciava o espanhol tão corretamente quanto Sting no filme – porém
ele era real como minha alma dilacerada. Canta o lhú de lluvia (começava
a chuviscar) e o lhê de calle (convidara-me para ir tomar sopa num clube
noturno e agora me explicava o caminho), diferente dos sul-americanos
que dão aos eles som de jota.
É ele. Revelou-se. Aquele que não tem futuro, o que então parece
esperar? É ela. Não há outra. O tipo de convite feito da boca para fora,
como se falar fosse um tipo de imunidade. Amanhã sequer lembrará de
ter dito isso. Teve a impressão, enquanto a escutava, enquanto entrava
naquela dimensão em que era estrangeiro, do dizer por dizer, e justo no
momento em que o prazer é tanto que substitui a razão, de ouvir um
desejo de silêncio espalhando entre velhos sonhos e novas excitações os
cordões firmes do cumprimento do que se diz, a mais sagrada de todas
as coisas.
Palavras.
Entramos.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Blandine nem percebera, diz Filomena, que seu jeito de ficar em pé,
com as mãos na cintura e as pernas afastadas, é justinho como eu fico,
estás a ver?, sabia porque até ensaiava na frente do espelho. Com o
rapaz, com Andrei, ela não se comportou assim, antes fez um papel de
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
alguém para partilhar mais que uma ou duas noites em Madri? Talvez o
fato de ser francesa. Talvez simplesmente não ser catalã, tampouco
espanhola. Non so. As fronteiras estão abertas na Europa dos doze,
fronteiras quaisquer. Ele sequer ligava para política. Ela ficou
observando, sentiu desejo, carinho, segurou o rosto dele – com mãos de
tão suaves quase frágeis como rosas, mais brancas que seu passado
contra todas as aparências virginal – e o beijou.
Paris, dezembro de 2008. Nunca ninguém fez isso para ela, fazer o
jantar, servir. E ali estavam. Descanse, vou pegar também alguma coisa
para a gente beber. Foi assim. Diante dos olhos de Beatrice, ele se
transfigurou, deixou de ser aquele maior abandonado, aquele homem que
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Claudia liga a tv. Impossível dormir. Não suporta mais, seu corpo
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
não suporta mais, nem ela própria ser também seu corpo. As lutadoras
entram no rinque. Cada uma em seu canto, sabem seu papel. São só duas
TVs ligadas naquela estação em toda Pádua. Primeiro round. Agora a de
vermelho vai derrubar a de azul e cair sobre ela. Derruba e cai. Desde
pequena adora luta-livre de mulheres. Amo il wrestle femminile. Agora a de
azul vai se livrar e levará a outra pelos cabelos até o córner. Baterá com a
cabeça dela e a de vermelho irá cair. É o que acontece. Tudo muito bem
treinado. Há realismo de luta, não violência. Uma coreografia. Há regras
que na vida não, por isso ela adora.
Realmente ele não é feio. Pero sus ojos. Tristes demais. E passou da
idade. Ela hesita um segundo e, quando de novo a procura, não estava
mais lá. Sua ausência deixa o escritor com a caneta na mão, reforçando a
palavra “chão”. Percebe a poeira sobre a mesa. Escuta os pássaros
matinais em ramos à janela, por trás de suas palavras, como um novo nível
de audição a se destacar no burburinho externo das idéias escritas, e
agora do sentimento daquela súbita ausência que há tão pouco fora um
presença ainda mais súbita. Oleana, chica! A voz está num mesmo nível do
corvo junto à outra janela, menor, onde a filha do dono do bar chora a
partida do namorado.
O prazo da entrega do artigo. Está se esgotando. Lê e relê. Lembra
coisas que restam. Lembra. O que resta é desprezível. Formas indefinidas
na escuridão demasiada. Péssimo. Como estou escrevendo mal!... Até isso
perdi. Um artigo banal, indigno de um futuro promissor. Mas é talvez que aí
exista um fato mais que jornalístico, mais que literário, que disciplina, que
vocação, apesar de mim. Trata do Maio mas é da minha morte que trata na
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Um dia, iria querer falar com ela. Era tão diferente das outras! Sente
aqui do meu lado no sofá, fale de seus anseios. Calava porque nunca
soube puxar conversa com estranhos. E todavia. Sim, familiar. Como um
sonho que se repete. O letreiro ainda estala. Quero dizer o cartaz. Por
sobre o casario. É como a TV no canto da sala, como se a janela, o que se
via, fosse uma sala. Leonard Cohen. Posso ouvir. Sua voz reencontrada.
Suspirei.
Ela costumava levar a comida quando eu e Kleber trabalhávamos no
milho antes da panha. Então ele, o irmão, pegou o trator. Talvez não goste
do cara bonito e rico da cidade (jovem também, eu diria), o tal Claudius. E
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
No dia que eu que ia, segundos antes de ir, (pegarei o ônibus que
leva dos cafezais ao centro de Piumhi), ela aparece à porta do alojamento.
Tarde demais caí em mim. Como quem não o quer, como que agindo sob o
pano de fundo da segurança que o namorado de BH proporcionava, ela
santificara nosso desejo, revelando uma face definitiva do amor, a certeza
simples de que a vida passa.
O calhambeque da empresa mineira de transportes buzina ao longe
a meus ouvidos fora de mim, buzina para trazer a morte revestida de resto
de vida, de saudade, de vocação literária. Traz um epílogo, descendo
pontual a sinuosa encosta ladeada de ravinas, buzinando, buzinando. Por
que não sofreu uma avaria? Por que não houve uma greve de motoristas?
Por que o governo não proibiu todo êxodo rural?
Uma associação.
Blandine anotava antes o pedido, agora se inclina sobre o balcão.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
fosse uma frase, não soaria como um convite, mas assim entendi pela via
do desejo. Cruzou-se com o meu e teria sido tudo, se não discernisse um
novo prazer na música que tocava a partir das pernas, quadris, nádegas, e
do colo desnudado pela camiseta justa. Seios que adquirem primazia.
Arfam. Narinas respondem à respiração que pede repouso, evocam
conhecida tempestade cujos preâmbulos são como donativos para uma
causa justa.
Sair do abrigo. Molhar-me descendo a montanha. Estivemos juntos
por uma fração de segundo e o cheiro de leite morno ainda era como
outros cheiros. Ela de pé junto à janela, a silhueta desenhada pela luz
etérea de um dia inexistente. Aqui. Delicias de seu corpo. Perdoname!,
exclamei ao chutar a perna da mesa derramando o café de duas xícaras.
Não entendo a ira que ouço e não vejo.
O que vejo: Olha pra mim...
Virou-se e se olhou no espelho atrás da estante de bebidas. Luzes
por todos os lados e duas estranhas. Planetas azuis, rota de mim, a
menina dos olhos dela acena, sorri, convida, sim convida, e a menina dos
meus aceita.
Lycka till. Até que ele tem um sorriso bonito, não se pode negar.
Mas isso é nada. Direi por que: porque as montanhas do mar estão
próximas e o verde das árvores é sombrio à noite nesse breve estágio que
é tudo. Queria me molhar na tempestade na tempestade e no lago, habitar
o hálito da boca entreaberta.
Apresso o final do texto.
Em junho, há vinte anos, a imaginação acaba. Canceladas as
promessas, Cohn-Bendit se inscreve na História que não mudou.
outra presença dela, fora dela. Cheiro de apartamento, o cheiro dela. Aqui
é lugar de renascimento.
Pássaros no galho que quase alcança a janela, sons que ela emite.
Se preciso descansar, estou no lugar certo. Nada de recuos. Quando
saísse, eu teria de novo a vida simples, essa em que não há expectativa
imediata, (alguém há de esperar que um dia eu conte minha vida?), na qual
tudo se renova. Preciso.
Não tenho desejos, é tudo muito repentino, como o jeito de inverno
na primavera. Fui arrebatado através de uma pintura antiga, aquele interior
revelado a meu presente absoluto. Ao lado da poltrona, contando histórias
obscuras, uma pilha de jornais, jornais velhos
– Portugal e Espanha integrados na CEE deverão – A menina está
desaparecida desde –
Passos sedutores em torno de mim. Prazer. O meu é Andrei.
Nascera em Linkoping, apenas nascera; foi criada em Madrid. Solto
o xendi, os cabelos como boas novas se espalham. Seu pai é
representante de uma grande empresa espanhola em Londres, ela passou
lá a maioria de suas férias escolares, a outra parte na Suécia. Não estou
satisfeito, não posso ser feliz, preciso desse impulso. Oleana continua
contando. Seus pais um dia foram de vez, ela ficou. Tem decerto alguma
coisa de inglesa. Perante ela um homem estranho, e será isso um
eufemismo: um marginal, aberração, ruptura. Amor e ódio minguam numa
mesma coisa dentro dela, olha sem ver a janela e algo daquela região da
cidade, e um pouco de céu. Eu podia sentir o cheiro de seu xampu, a pele
vibrante, especiarias no hálito.
O ar se renova, Madri é outra. Dedos das mãos e dos pés (unhas
vermelhas nas sandálias azuis), tudo se une a fim de formar um novo
reino. A Suécia sempre me fascinou, a idéia do bem-estar social. Um
suspiro. Lá come-se bem, mora-se bem, há segurança social, não há
miséria. Mas quando a miséria aparece, num viciado terminal, numa
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
tragédia familiar, num imigrante, não se sabe lidar com a tragédia, mesmo
as pequenas misérias cotidianas, ou a vaga e imensa dor universal. É a
terra de Bergman, onde se joga xadrez com a morte, e quem vencerá? Há o
tédio. O que há diante do postal de Kleber, no delírio, nos traços que
desenham uma inesperada constelação?
Ela deixou amigas lá, mas não partilha o motivo delas, que usam a
Espanha apenas para férias, aventura. Fiquei pelo desejo de contraste.
Sinto-me realmente espanhola, penso como uma espanhola, acredito.
Ficou. Culto à aventura sim mas também à paixão. Circunscreveu o sexo à
sua experiência sexual. Curvas confidenciais, inquietas. Exércitos
perfilados. Ah meu Deus. Cabelos de navalha em largas mechas libertas
respondem aos movimentos. Pelo calor humano, por isso estava ali. Pela
solidariedade, enfatizou. Pelos valores que o conforto sufoca, na península
escandinava ou no Reino Unido. Sua voz cintila.
Não há homem ao longo do rio Tamisa que sequer pareça comigo.
O sol da meia noite jamais iluminará alguém como eu.
da esposa, o pai voltava para casa. Dele a filha herdara o gosto pela
aventura, pela incerteza, pela ausência de hábito, o horror da rotina. Se o
homem, com a idade, conseguira controlar esses impulsos, Blandine
porém não tivera tempo ainda. Quando partia para o Rio, sua mãe,
chorando, pede que ela não vá. Por favor.
Perdão, minha mãe, tenho de ir. A vida sem um lar é muito difícil,
filha. Num lar a gente tem coisas demais. Coisas boas, disse a mãe.
Talvez, mas coisas demais, agarram-se à gente, e a gente se apega e não
quer perder nada, e quem tem coisas está sempre perdendo coisas.
Perante Octavio chamando-a de puta e a expulsando, agora ela, mãe
também, nada mais terá a perder.
think twice, ou algo assim, think again is think better, acho que é isso,
discerniu o pensar ao mesmo, parte sueco, parte inglês, parte espanhol,
parte caos – Eia desçamos! – profundos todos, abissais, incoerentes,
fluxos, interiores. Mas eu ainda não entendia assim, não até ali. Blandine
ficou demais do contra. Defeitinho chato. Apago as luzes ao sair da sala
do Past-up. Contraluz supõe duas luzes, quer dizer duas direções,
pensarei um dia em uma outra luz, em alguma coisa luminosa além da luz,
um dia, mas agora apenas penso que quisera ser luz, dum modo banal,
como a própria expressão, “ser luz”, batida nas igrejas evangélicas, como
a facilidade com que se diz Eu te amo. Sigo a silhueta pelo corredor, faltam
uns minutos para a meia-noite.
Quisera ser luz.
Vazando no bolso a tinta da caneta, material de péssima qualidade,
combina com os textos dos jornalistas diplomados – como se faculdade
pudesse – Quisera não me prostituir por duas refeições diárias, que logo
serão três ou quatro; e, satisfeito o estômago chegam protestos de mais
abaixo, clamam por uma legítima Blandine – nos cafezais havia um
caminho que subia e levava a um ponto onde o entardecer era a paisagem
em chamas e a noite, fresca, mesmo após dias bem quentes. Era como ter
chegado. Na volta para a fazenda, ao longo da trilha, as luzes da casa ao
longe, nada da velha ansiedade do dia seguinte – Quisera –; o desejo lícito
logo é concupiscência, promiscuidade e, resolvidos os problemas do
ventre, vem a carência emocional – e a moça, Íris ou Isis, enfim, tinha as
costas cintilantes à luz fluorescente, ombros cheios, penugem ralinha na
nuca, e quando se virou mostrou uma aparência confiável, poderia vir a ser
uma amiga, mas nada que afastasse os planos de viagem – porque logo o
que está satisfeito busca a insatisfação, o afeto quer a poesia para se
expressar, e a poesia o tratará com desdém, ambiciona agora o
reconhecimento, a vaidade da qual fugira etc., emoções tragadas, a porta
aberta de uma casa importa menos que vinte anos de papel, do que uma
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Fecho a Bíblia. Há uma hora ela saíra. Seu cheiro puro na sala. Mais
forte até. Sem ela por perto, posso trazê-la à distancia que quiser, levá-la
aonde quiser, fazê-la rainha ou escrava. Súbito, abre-se o precipício que
meu desejo absorve. Futuro e passado, dois presentes fora de alcance. Eu
ambicionava o que não tinha e o que não mais possuiria. Meu coração se
divide e eu não mais sei onde fixar o coração. Madri se espreguiça no
quarto. A hora do almoço. A sesta depois. A cidade dormiria. Um e outro
carro. Os últimos por um tempo. À janela, espero vida na rua, que leve de
mim o abismo. Mulheres. Longe da transcendência que fazem acreditar,
nada que possa supor o infinito.
E eu, eu esperava o infinito para almoçarmos.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Enlevo de cebola e alho. Miríades nos olhos, úmida contemplação. Sol que
se insinua. Dois ovos. Antes preciso de um banho.
Blandine diz que não era para eu saber. Não queria que decidisse
ficar a não ser pelo amor. Você está grávida! É nosso filho, não poderia ter
escondido isso de mim. Ela diz que ia contar, eu digo Amo você. Ela
pergunta sobre meus planos para depois da safra. Não vai voltar para o
jornal? Pergunto se não iria comigo. Ela responde com uma pergunta.
Você não ficaria? Olha, começou a chover... Gostamos de chuva.
Deveríamos falar com o Sr. Jean agora?
Talvez seja melhor esperar.
Uma vez, nos dias que chegara a Lisboa, uma mulher a meu lado no
trem perguntou se eu não havia morado em Luanda. Tenho quase certeza
de que te vi um dia na avenida Beira-mar. Pelos detalhes, realmente era eu.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.