EDUCAÇÃO
SINDIVÁRIOS Campinas
FOSP-COB-ACAT-AIT
Coleção Propostas e Práticas
O
senso
modelo educacional anarquista se baseia
na liberdade de aprendizado, formação de
critico, responsabilidade e vivência
cooperativa.
Lembremos as escolas modernas e os ateneus
libertários mantidos pelos anarcos-sindicatos do
início do século como experiência real e prática
Atualmente há algumas experiências que
resgatam essa proposta de educação livre.
É necessário entender a relação
professor/aluno como uma relação de troca de
experiências e aprendizados, deixando a relação
autoritária e hierárquica tradicional, trazida da
educação totalitária da igreja que ainda é
reproduzida. Fato de nota é que a igreja dominou o
ensino no país e ainda exerce enorme influência. E
essa influência é forte em todo o Estado, a ponto de
embora o Estado se dizer laico, muitas práticas
religiosas estão presentes e até certo ponto,
perniciosas. Um exemplo disso é fato de o Vaticano
determinar as datas de feriados em um país que se
diz laico.
No caso da educação, procuram interferir nos
rumos educacionais e até conseguiram trazer de
volta o ensino religioso às escolas publicas, que
deveriam ser laicas e não abordar tal assunto,
dando a cada indivíduo a liberdade e
responsabilidade sobre tal assunto. As religiões
sabem muito bem que a educação básica, ainda
mais no modelo autoritário que é o mais comum,
consegue moldar e condicionar as pessoas para os
objetivos que querem e não formar senso critico
sobre uma diversidade de temas. É muito comum
os estudantes saírem das escolas apenas
escrevendo o nome. São conhecidos com
analfabetos funcionais.
A participação de todxs no processo de
formação é muito importante. Desde modo, a
educação é responsabilidade de todxs, e será
multidisciplinar, já que cada um pode contribuir
no processo educacional, através de grupos
educacionais que ocuparão as escolas. Estes serão
formados por moradores da região, os pais, os
alunos e interessados no processo educacional.
As escolas não seriam apenas depósitos ou
onde as crianças apenas se alimentam, mas
espaços de vivências educacionais autogeridos e
abertos a todxs, onde se formam bibliotecas,
círculos de estudos, poesias, atividades
desportivas; os diversos indivíduos da comunidade
relatarão sias experiências de trabalho, e
ensinarão seus ofícios, preparando as condições
para aperfeiçoamento e conhecimento dos
inúmeros ofícios que movem a sociedade e suas
relações no trabalho.
As metodologias aplicadas serão livres, mas
sempre tendo o referencial de não oprimir e não
explorar dentro do ambiente educacional. Não
significa, entretanto, confusão ou bagunça, mas
orientação para o compromisso coletivo e
individual de participação, de deveres e direitos de
viver em coletivo e, este, respeitando sempre cada
indivíduo. Será o aprendizado de equilíbrio entre
estes dois aspectos sociais.
Sabemos as características conservadoras da
educação atual e de seu papel em manter a
estrutura social da forma que está, contribuindo de
forma paliativa e assistencialista na maioria dos
casos. Controlada através do Estado, das religiões
e grupos de elite, a educação feita cria uma
“massa” de fácil manipulação, ignorante de sua
situação e resignada pelas “soluções” de seus
governantes, que fazem o que querem sem
nenhum grande obstáculo.
O desenvolvimento educacional para o
anarquismo é uma prioridade de todxs, e
repetimos que cada indivíduo tem um importante
papel de informação e formação social de todxs.
Não quem saiba tudo e nem quem não precise
conhecer mais. O conhecimento é uma riqueza que
devemos distribuir a todxs, sem exceção.
A proposta é fazer ao contrário do que é feito
em educação para termos indivíduos livres e
críticos.
Nossa prática
-Formação de grupos, coletivos ou associações
educacionais;
-Estas gerenciarão as escolas de forma direta,
sem hierarquia;
-Incentivo a todxs à participarem
regularmente da educação;
-Currículo elaborado por todxs;
-Ensino horizontalizados, sem professores;
-Dinâmicas cooperativas e foco na cooperação
em vez da competitividade;
-Escolas como espaços abertos e
multidisciplinares em que a comunidade exerça
atividades culturais e educacionais;
-Práticas de vivência igualitária de gênero,
étnica, religiosa e linguística;
-Metodologia pedagógica aberta, limitada
apenas em não oprimir e nem explorar.