Como possvel que, num mundo cheio de mortes por ideologias fanticas que pretendem
um mundo limpo de infiis, sem dignidade nem lugar, estejamos ns a discutir como matar
para eliminar o sofrimento
que aquele sofrimento morra, certamente. Mas a morte pela eutansia, no mata o
sofrimento, mata a pessoa! Alis o que a minha experincia diz que se eu, mais do que
entender o seu sofrimento, tambm lhe mostro que concordo com a eutansia, o que lhe
estou a comunicar : realmente, mais um que acha que eu j no sirvo para nada.
espao
para
que
sejam
repensadas
superadas,
eventualmente,
com
6) H ainda um outro perigo ou tentao. A eutansia pode dar dinheiro! Poupar nos
gastos com velhinhos ou deficientes, ter mais facilmente espao e camas para outros com
mais possibilidades e mais ricos, poderia ser um razovel negcio, dentro de uma cultura de
morte que elimine quem no til, quem no produz, ou quem considerado um peso
demasiado. Nessa cultura, seriam os prprios infelizes, pobres e feios a pedir a eutansia,
no encontrando lugar num desejvel mundo cosmeticamente limpinho. Os totalitarismos
j fizeram essa experincia e no deu resultado. Como seria O admirvel mundo novo dos
eutanasistas?
7) Morte assistida! Todas as mortes devem ser acompanhadas com cuidado respeito e
afeto: no assistidas como quem v o espectculo, mas como quem vive solidrio esse
momento to importante de cada vida humana. Porqu trocar os nomes realidade? Para
enganar quem? Se estou a facilitar e dar condies para que algum se suicide, no
suicdio assistido, conivncia e participao. Se estou a eutanasiar outra pessoa, ainda
que com todo o jeito e preparao, estou a mat-la. Mesmo que tenha sido a seu pedido,
no assistncia, ser autor responsvel. Para qu branquear o acto de matar com o
ttulo de morte assistida? Se preciso perceber o que se quer dizer com mata-me!,
tambm preciso desmascarar o que se quer dizer com dou assistncia tua morte!
Como possvel que, num mundo cheio de mortes por ideologias fanticas e doentes que
pretendem um mundo limpo de infiis, sem dignidade nem lugar, estejamos, ns, a discutir
como matar para eliminar o sofrimento! Que atraso civilizacional!