Título
Estudantes À Entrada do Nível Secundário Ensino
Edição
OTES
Av. 24 de Julho, N.º 134
Lisboa
Tel.: 21 394 93 09 | 21 394 93 32
Equipa Responsável
Produção Gráfica
Vanessa Gomes
Dezembro de 2007
Índice
Agradecimentos ........................................................................................................... 3
1
III - Escolhas Escolares ........................................................................................... 65
2
Agradecimentos
não teria sido possível sem a preciosa colaboração das 11 escolas-piloto, na figura dos
seus conselhos executivos e, muito especialmente, dos professores que em cada uma
do Ensino Secundário (OTES). Uma palavra especial de apreço pelo grande envolvimento
O presente relatório contou também com a importante colaboração prestada por decisores,
Pela forma atenta e rigorosa com que responderam às solicitações colocadas por esta
equipa, não poderão deixar de ser referidos contributos como os de António Firmino da
Costa, Conceição Figueiredo, Fausto Caels, Fernando Luís Machado, Isabel Ferreira Martins,
Madalena Matos, Mafalda Mendes, Nelson Matias, Patrícia Ávila, Paulo Pedroso, Regina
3
4
Sumário Executivo
Estatística e Planeamento da Educação (GEPE). Esta equipa tem por missão proceder à
questionário aos alunos que frequentavam o 10º ano ou equivalente (10º ano dos cursos
resposta de 73,4%.
O processo de inquirição foi gerido localmente por cada escola com o apoio central da
enquadramento dos alunos sido assegurado pela presença de, pelo menos, dois
professores em sala.
5
Principais Resultados
sexo feminino enquanto que no segundo caso se verifica uma tendência inversa.
alunos com contextos familiares onde as habilitações escolares são iguais ou superiores ao
ensino secundário (51,8%) e onde têm um peso assinalável (59,5%) as categorias mais
escolares mais positivos tem maior incidência nos cursos científico-humanísticos do que
referiram já ter trabalhado pelo menos uma vez, mas no momento de inquirição a taxa de
actividade era de apenas 5,4%, e, entre estes, 61,6% com trabalho a tempo parcial.
− Desempenho escolar
bastante positivo: 45,9% dos alunos obtiveram classificações médias de nível 4 e 5 e 69,3%
dos alunos não teve nenhum ano de retenção ao longo do seu trajecto escolar.
6
A análise de resultados escolares obtidos (final do 9º ano ou equivalente) regista algumas
18,6% e 10,7% dos alunos concluído o 3º ciclo com classificações negativas a estas
disciplinas.
desempenho escolar dos alunos: os alunos que obtêm melhores resultados escolares estão
− Escolhas Escolares
O estudo das escolhas escolares dos alunos assume um papel central na análise efectuada
pelo OTES. Neste campo é de realçar as diferenças ao nível dos motivos que os alunos
prosseguimento de estudos para o nível superior (59,3%), enquanto que os alunos dos
A escolha da escola por parte dos alunos inquiridos tende a estar associada à escolha do
7
dos estudantes face aos equipamentos e ao ensino desenvolvido no estabelecimento de
destacar uma percentagem bastante significa de alunos que planeia prosseguir os estudos
(74,4%).
Intelectuais e Cientificas” (25,7%). É de destacar que parte dos alunos inquiridos referiu
ainda não saber posicionar-se relativamente ao seu futuro profissional (21% no caso dos
profissionalmente qualificantes).
com as características socioeconómicas dos alunos e com o seu desempenho escolar: são
secundário, referindo com mais frequência, como principal razão para a mudança, que na
8
escola onde estavam não existia o curso que pretendiam (54,3%). A expectativa de
mudança de escola é uma possibilidade ainda encarada por 13,5% do total dos inquiridos,
dos quais 66,1% deseja mudar de escola mas mantendo a frequência do mesmo curso. São
os inquiridos com um desempenho escolar menos positivo quem mais afirma querer
mudar de escola.
Quanto à mobilidade dos estudantes entre modalidades e cursos é de constatar que cerca
modalidade/curso durante o seu trajecto no ensino secundário. Uma análise mais fina
destes valores mostra que dos alunos que mudaram para um curso científico-humanístico
a maioria provem de cursos da mesma modalidade, enquanto que os alunos que mudaram
profissão que desejavam (24,6%), que era demasiado difícil (19%), ou que tinham reprovado
Do total de alunos 11,2% refere desejar mudar de curso/modalidade num futuro próximo.
mobilidade projectada distintos: cerca de metade pretende mudar para uma modalidade
da sua modalidade de ensino actual (49,2%). Por outro lado, os alunos de cursos
9
Numa aproximação às dinâmicas de “atracção/repulsão” das diferentes modalidades de
mudança (apenas 49,1% nunca mudou de curso, nem deseja mudar), mas, ao mesmo
tempo são estes alunos, a par com os estudantes que frequentam um curso profissional
que mais referem que já mudaram e que não desejam voltar a mudar (respectivamente,
restantes, recebem um volume superior de alunos que parecem ter estabilizado após uma
10
Apresentação
O presente relatório enquadra-se no trabalho que está a ser desenvolvido pela equipa do
Empresa (ISCTE). Esta equipa, composta por elementos de ambos os organismos (GEPE e
ISCTE), tem por missão proceder, num período experimental de dois anos e meio, à
montagem do Observatório1.
No primeiro capítulo é feita a caracterização global dos alunos inquiridos, do ponto de vista
dos alunos inquiridos, seguido de um terceiro capítulo que aborda as escolhas escolares
dos alunos desde a sua entrada no ensino secundário até à actualidade2. O quarto capítulo
11
observa as expectativas escolares destes alunos ao nível da conclusão do ensino secundário
fluxos de mobilidade e, por outro, ver como estes estudantes perspectivam a sua
mobilidade escolar.
12
Notas Metodológicas
Assinale-se ainda que o presente questionário contou com a inspiração fornecida por
Âmbito do questionário
também de referir que entre os critérios de escolha das escolas piloto esteve também
determinados parâmetros:
a) Alunos que, para além de estarem matriculados no 10º ano ou equivalente, estivessem
13
b) Alunos que se encontrassem a frequentar cursos das seguintes modalidades de ensino e
Validação do questionário
A validação do questionário, ainda no seu formato em papel, foi efectuada de duas formas:
metropolitana de Lisboa.
De ambas as formas resultaram uma série de contributos que permitiram chegar à versão
final do questionário-piloto.
Informatização do questionário
uma empresa especializada que, em estreita colaboração com a equipa OTES, foi
responsável pela produção do suporte informático sobre o qual o questionário viria a ser
aplicado. O questionário ficou sedeado num servidor do GEPE, podendo ser acedido de
electrónico.
14
Contacto com as escolas
piloto. Esse trabalho passou, desde logo, pela selecção, por parte das escolas, de pelo
informático, foi realizada uma sessão de informação envolvendo todos os pontos focais.
Esta acção serviu também de pré-teste ao referido suporte informático, daí resultando uma
questionário.
A aplicação do questionário
2459 alunos activos nos cursos cobertos pelo Observatório, verificaram-se 1806
A aplicação do questionário foi gerida localmente por cada escola com o apoio central da
Equipa OTES. Esta aplicação decorreu em salas com parque informático, tendo o
enquadramento dos alunos sido assegurado pela presença de, pelo menos, dois
professores em sala.
15
O tratamento da informação
objectivo de, por um lado, verificar a entrada com sucesso de todas as variáveis esperadas,
escolares. Embora a maioria das variáveis possam ser analisadas separadamente, uma
parte significativa destas foram desenvolvidas com o intuito de construir algumas variáveis
16
É objectivo desta secção descrever sucintamente de que forma foram construídas e
A “área de estudo do curso actual” é uma variável construída a partir da recodificação dos
pertencem3. No caso dos cursos científico-humanísticos, esta agregação não foi possível
na medida em que estes não têm uma grande área de estudo correspondente.
Esta variável tem como variáveis originais a “condição perante o trabalho” dos
trabalha e o outro está desempregado; (3) Um responsável trabalha e o outro é inactivo; (4)
A variável “idade dos alunos” resulta da diferença entre a data de nascimento e a data de
As “línguas faladas em casa” têm a sua origem a partir da recodificação das variáveis
relativas às duas línguas que os alunos afirmam falar mais frequentemente em casa. As
17
Média das classificações
A “média das classificações”, como o seu nome indica, é uma variável compósita resultante
do cálculo de uma média aritmética das classificações dos alunos no final do ensino básico
Estrangeira.
Este indicador parte da combinação das variáveis “Nível de Escolaridade” de cada um dos
Mauritti, 2002). Cabe aqui dizer que, nos casos em que existia apenas um responsável, se
Esta variável foi construída a partir da diferença entre idade efectiva dos alunos no
ficando-se por saber, no entanto, que tipos de desvios estão em causa (reprovações,
Origem étnico-nacional
por Machado, Matias (2006) e Leal (2005). Para a sua operacionalização foram combinadas
naturalidade portuguesa do aluno com naturalidade estrangeira por parte dos responsáveis
18
Origem socioprofissional
Seguindo essa linha de trabalho foi realizado um conjunto de combinações entre a variável
“situação na profissão” e “profissão – Grandes Grupos Profissionais (GGP)” (IEFP, 1994) dos
dominante na família”, procedeu-se a uma combinação “da posição social” de cada um dos
elemento que neste campo detivesse uma posição social mais favorável. Nos casos em que
existia apenas um responsável foi atribuída a posição social deste. Posto isto, foram
(Indivíduos em situação patronal, qualquer que seja o seu GGP de pertença); (2)
trabalhem por conta própria, qualquer que seja o seu GGP de pertença); (4) “Empregados
e 9.1, profissões de qualificação média e baixa ligadas aos serviços); (5) “Operários”
(indivíduos trabalhadores por conta de outrem que pertençam aos GGP’s 6, 7, 8, 9.2 e 9.3,
Tipo de certificação
de ensino e formação dos estudantes, tendo como base o tipo de certificação associado a
cada uma dessas modalidades. Criaram-se duas categorias: (1) Cursos científico-
especializado).
19
Para além do termo “tipo de certificação” existem outras noções utilizadas para nomear
esta realidade, como por exemplo, “orientação curricular” (GIASE, 2006a), no entanto, neste
2003) e do trabalho desenvolvido por Wall (2003), Aboim (2003, 2005) e Lobo (2005). Os
alunos foram então agrupados nas seguintes categorias: (1) famílias conjugais (situações
em que o aluno vive com ambos os pais); (2) famílias monoparentais (situações em que o
aluno vive apenas com um dos pais); (3) famílias reconstituídas (situações em que o aluno
vive com pelo menos um dos pais e com uma madrasta e/ou padrasto); (4) outras
situações (situações em que o aluno não vive com nenhum dos progenitores).
bivariada, a análise multivariada. No que diz respeito à análise multivariada foi utilizado o
20
I – Caracterização dos estudantes à entrada do nível
secundário de ensino
2005/2006).
7,5%
alunos inquiridos têm idade
7,6%
≤15 anos
15,6% superior a 15 anos pelo que não
69,3% 16 anos
17 anos se encontram dentro da idade
≥18 anos
esperada para a frequência deste
ano de escolaridade.
observado em variados
estudos5, a este fenómeno não é com certeza alheio o facto de as raparigas tenderem mais
do que os rapazes a fazer percursos de maior sucesso escolar, investindo mais na sua
Quanto à distribuição territorial dos alunos - Quadro 1.1.2.1 - Alunos por NUTS III (%)
22
1.1.3- Nacionalidade e origem étnico-nacional dos alunos
Quanto à origem étnico-nacional (Quadro 1.1.3.1), 86,3% dos alunos têm origem
portuguesa, 5,4% são descendentes de ex-emigrantes portugueses, 2,7% têm uma origem
Portuguesa 86,3
Descendente de Ex-Emigrantes Portugueses 5,4
Luso-Africana (PALOP) 2,7
Africana (PALOP) 2,5
Sul-Americana 0,8
Outras Origens 0,8
Europeia 0,6
Luso-Europeia (UE15) 0,3
Luso-Sul Americana 0,3
Luso Asiática 0,2
Asiática 0,2
Total 100
Fonte: Questionário OTES 2007
totalidade dos alunos que têm origem étnico–nacional luso-europeia (100%), portuguesa
dos alunos cuja origem é asiática (100%), europeia (90,9%), africana (PALOP) (90,7%), luso-
23
Gráfico 1.1.3.1 - Nacionalidade segundo a origem étnico-nacional dos alunos (%)
13,3
Outras Origens
86,7
100
Asiática
0,0
64,3
Sul-Americana
35,7
90,7
Africana (PALOP)
9,3
90,9
Europeia
9,1
8,3 Estrangeira
Descendente de Ex-Emigrantes Portugueses
91,7 Portuguesa
75,0
Luso Asiática
25,0
20,0
Luso-Sul Americana
80,0
8,3
Luso-Africana (PALOP)
91,7
0,0
Luso-Europeia (UE15)
100
0,2
Portuguesa
99,8
0 20 40 60 80 100 120
Quando questionados sobre qual a principal língua falada com os familiares, 89,7%
Quadro 1.1.3.2 - Principal língua que os alunos falam com os familiares (%)
24
1.1.4- Caracterização familiar dos alunos
ao questionário, constata-se
4,7% 3,8%
familiares reconstituídos
A maior parte das famílias/responsáveis dos alunos (Gráfico 1.1.4.2) têm entre o 2º e o 3º
ciclo do ensino básico (37,7%), seguido do ensino superior (28,8%) e do ensino secundário
(23%). Apesar de se estar a analisar os alunos do 10º ano ou equivalente, pode observar-se
que quase metade dos familiares tem um nível de escolaridade inferior à dos alunos
(48,2%).
como marcante no trajecto escolar dos filhos, verifica-se que estas famílias, em
7 Para esta comparação recorreu-se aos dados das Estatísticas do Emprego do INE, no que se refere ao 2º
trimestre de 2007 (fonte: INE, Estatísticas do Emprego, Agosto 2007). Este exercício constitui uma aproximação
relativamente aos resultados nacionais, por diferentes razões:
- as unidades de medida são diferentes nos dois questionários – OTES (ao nível do indivíduo) e Estatísticas do
Emprego-INE (ao nível do agregado familiar);
25
superiores, visível nos 28,8% de famílias que detêm o ensino superior contrastando com os
Gráfico 1.1.4.2 - Nível de escolaridade dos responsáveis dos alunos por comparação com o nível de
escolaridade da população portuguesa (%)
15,6
Ensino superior
28,8
Ensino 14,8
secundário 23,0
Entre o 2º e 3º 37,9
CEB 37,7
26
Quadro 1.1.4.1 - Condição perante o trabalho na família dos alunos (%)
desempregados ou inactivos8.
Gráfico 1.1.4.3 - Comparação entre a Condição Perante o Trabalho dos responsáveis dos alunos e a
Condição Perante o Trabalho presente na Sociedade Portuguesa (%)
90 85,5
80 74,5
70
60
50
%
40
30
19,3
20
9,3
10 5,2 6,2
0
Em pregados Desem pregados Inactivos
27
Como é visível no gráfico 1.1.4.3, existe uma sobre-representação de responsáveis
Quando se procede à comparação com dados nacionais9 (Gráfico 1.1.4.4), observa-se que
Gráfico 1.1.4.4 - Comparação entre o Grande Grupo de Profissões Dominante nos responsáveis dos alunos
e o Grande Grupo de Profissões presente na Sociedade Portuguesa (%)
25 22,2
19,6
20 16,2 16,1 14,8
13,0 13,0 12,7
15 11,0
% 8,5 8,8 9,6
7,0 7,3 7,9
10 5,9
4,0
5 2,2
0
Especialistas das Quadro s Operário s, Técnico s e P esso al do s P esso al Trabalhado res não Operado res de A griculto res e
P ro fissõ es Superio res da A rtífices e P ro fissio nais de Serviço s e A dm inistrativo e qualificado s Instalaçõ es e Trabalhado res
Intelectuais e A dm inistração Trabalhado res Nível Interm édio Vendedo res Sim ilares M áquinas e Qualificado s da
Científicas P ública, Dirigentes Sim ilares Trabalhado res da A gricultura e
e Quadro s M o ntagem P escas
Superio res de
Em presa
OTES INE - População Em pregada Portugal
28
A análise da origem socioprofissional dos estudantes do 10º ano ou equivalente inquiridos
(Gráfico 1.1.4.5) revela que mais de metade (59,5%) provêm de categorias mais providas de
40 36,9
35
30
22,6 23,6
25
% 20
15
9,5
10 7,5
5
0
Em presários, Profissionais Trabalhadores Em pregados Operários
Dirigentes e Técnicos e de Independentes Executantes
Profissionais Enquadram ento
Liberais
notório o predomínio dos níveis mais baixos de escolarização (até ao 3º ciclo do ensino
10 Os “Trabalhadores Independentes” deste universo têm um perfil peculiar: 37,8% pertencem ao grande grupo
profissional do “Pessoal dos Serviços e Vendedores”, 27% aos “Operários, Artífices e Trabalhadores Similares”,
13,5% são “Agricultores e Trabalhadores Qualificados da Agricultura e Pescas” e 10,8% são “Trabalhadores não
Qualificados”.
29
Se se analisar, com mais pormenor, a categoria dos “Empresários, Dirigentes e
medida em que 35,6% das famílias/responsáveis detêm o ensino superior, 30,5% têm entre
o 2º-3º ciclo do ensino básico e 27,5% têm o ensino secundário. Esta análise remete para o
70 62,8
59,1 60,7
60 55,9
50
35,6
40 30,5
27,5
%
30 22,9 23,4
21,2 21,7
16,5 17,6
20 15,4
12,4
6,3
10 2,6 3,6 3,4
0,6
0
Em presários, Profissionais Trabalhadores Em pregados Operários
Dirigentes e Técnicos e de Independentes Executantes
Profissionais Liberais Enquadram ento
Neste tópico aborda-se a questão dos movimentos casa-escola, na medida em que estes
públicos (autocarro, comboio, barco, metro, …) é o meio utilizado por cerca de metade
(46,1%) dos alunos inquiridos na sua deslocação de casa para a escola, seguido da
30
Gráfico 1.1.5.1 – Meio de deslocação utilizado pelos alunos no percurso casa-escola (%)
22,9% 1,9%
Transportes públicos
29,1% De carro
46,1% A pé
Outros m eios
Quanto ao tempo médio de deslocação no trajecto casa-escola (Gráfico 1.1.5.2), 72,9% dos
6,5%
20,5%
Menos de 30 m inutos
72,9%
Entre 30 e 50 m inutos
Mais de 50 m inutos
1.1.5.3), observa-se que os alunos que se deslocam a pé e de carro são os que menos
transportes públicos.
31
Gráfico 1.1.5.3 - Meio de deslocação utilizado no percurso casa-escola e por tempo de demora nesse
percurso (%)
96,8 93,8
100
90
80
70
60
47,2
% 50
39,4
40
30
20 13,4
3,0 5,8
10
0,2 0,4
0
A pé Transportes públicos De carro
Os alunos apresentam uma taxa de actividade11 muito reduzida (5,4%), tal como expectável
(Quadro 1.1.6.1). No entanto, 32,7% dos alunos consideram que já trabalharam alguma vez
Quando questionados acerca das razões para terem começado a trabalhar, os alunos (n =
sem ser unicamente nas férias, salientaram que o fizeram devido a dificuldades
económicas da família e por estarem “fartos da escola”, enquanto que, para os restantes, a
32
Quadro 1.1.6.1 - Razões para terem começado a trabalhar segundo a experiência profissional dos
alunos (%)
Com experiência
Com
profissional
experiência
(exclusivamente
profissional
nas férias)
Na minha família acharam melhor que eu começasse a
trabalhar 8,3 9,5
(n=73), a maior parte afirmou trabalhar ou ter trabalhado a tempo parcial e revelou ter
21,9%
61,6%
33
1.1.7- Pertença associativa e temáticas de interesse
exercer os direitos cívicos e políticos. No que se refere aos jovens, vários trabalhos (Pais,
1998; Fernandes, 1998) têm observado que as taxas de adesão às associações formais são
1.1.7.1).
100
90,4
82,7 83,4 83,3 82,5
79,3 80,8
80
69,3
60 52,9
%
40 34,7
16,1
15,7 15,0 17,1
20 14,6 12,4 14,7
10,7 8,6
6,0 5,7 8,1 5,7
1,6 3,8 2,8 2,1
0
A sso ciação A sso ciação A sso ciação de A sso ciação A sso ciação do s A sso ciação A sso ciação A sso ciação de A sso ciação de
cultural o u religio sa estudantes po lítica escuteiro s despo rtiva eco lo gista so lidariedade defesa do s
recriativa so cial direito s hum ano s
reduzido de alunos referiu que gostaria de pertencer a associações de defesa dos direitos
34
Os assuntos abrangidos pelos meios de comunicação social em que os alunos têm mais
interesse são a música (espectáculos, tops, discos, …), a informação geral (noticiários,
Gráfico 1.1.7.2 - Interesse/desinteresse dos alunos pelos assuntos abrangidos pelos meios de
comunicação social (%)
100 93,6
86,4 84,2
79,4
76,6
80 73,8
71,1
68,2 69,2
57,9
60 53,7
48,3
%
41,2
37,9
40
31,5
23,1 21,4
18,8 20,5
17,8
20 14,5
8,4 10,3
3,8
0
Música
Moda
Sociedade
Cultura
Ciência
Ecologia
Politica
Desporto
Conselhos
Informática
Informação
Entretenimento
práticos
geral
Interessante Desinteressante
35
1.1.8- Uma aproximação à representação do espaço social dos alunos
Após uma análise detalhada dos diferentes aspectos considerados pertinentes para a
que são os perfis sociais dos estudantes à entrada do nível secundário de ensino13.
Gráfico 1.1.8.1 – Espaço Social e Origens Étnico-Nacionais dos Estudantes à Entrada do Nível
Secundário de Ensino
F.Monoparental
2 Núcleo familiar:
FConjugais – Núcleos Familiares Conjugais
FMonoparentais – Núcleos F. Monoparentais
FReconstituídas – Núcleos F. Reconstituídos
<=1º CEB
Luso-PALOP Origem étnico-nacional:
PT – Origem Portuguesa
1 Ex-Emigrantes – Descendentes de
PALOP Ex-emigrantes Portugueses
PALOP – Origem Africana (PALOP)
PTE Luso-PALOP – Luso-Africanos (PALOP)
OOrigens EE OOrigens – Outras Origens Étnico-nacionais
ESup
FReconstituídas
0 PT Origem socioprofissional:
ESec
Ex-emigrantes EDL – Empresários, Dirigentes e Profissionais
EDL Liberais
2º e 3º CEB PTE – Profissionais Técnicos e de
FConjugal Enquadramento
O
TI – Trabalhadores Independentes
3º Q. TI 4º Q. EE – Empregados Executantes
-1 O – Operários
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5
13 Nesta análise, a variável “Origens étnico-nacionais” foi introduzida enquanto variável suplementar.
36
A partir desta análise, verificou-se a existência das seguintes dimensões de diferenciação
educacionais de origem familiar e, por outro, o tipos de núcleos familiares a que os alunos
pertencem, sendo a primeira vertente a mais importante nesta distinção. Da análise destas
vertentes, podem delimitar-se quatro grupos com graus de distinção diferenciados entre
si.
ensino superior.
famílias conjugais.
A mesma representação gráfica permite ainda perceber a relação entre as origens étnico-
37
luso-africana e a pertença a contextos familiares mais desfavorecidos, em termos
destacando-se portanto, a tendência para uma maior vulnerabilidade social por parte dos
Numa situação semelhante, mas relativamente mais favorecida quando comparados com o
quadrante).
social (segundo e terceiro quadrante), sendo de destacar que nos segundos este
Importa acrescentar que os grupos aqui encontrados não são estanques. Aliás, existem
características que tendem a não estar associadas a nenhum dos quadrantes: trata-se de
características que tendem a ser partilhadas (caso das famílias onde predominam os
38
1.2 - Caracterização por tipo de certificação do curso actual
CCH
11 escolas (Gráfico 1.2.1), 63,8% estão
64% CPQ em cursos científico-humanísticos
36%
(CCH) e os restantes (36,2%) estão em
(CPQ).
(respectivamente, 98,9% e 98,3%) (ver Anexo – quadro 1). Por modalidade, há a destacar
provêm, maioritariamente, do ensino regular no 9º ano (80%), mas 14,3% estiveram num
percurso curricular alternativo e 5,7% num curso de educação e formação (ver Anexo –
quadro 2).
A análise das escolhas por sexo, revela uma diferenciação significativa entre rapazes e
rapazes (55,1%), facto que se encontra igualmente noutros estudos quer nacionais quer
género.
39
Quadro 1.2.1- Tipo de certificação do curso actual, área de estudo dos cursos científico-
humanísticos e modalidades dos cursos profissionalmente qualificantes, segundo o Sexo dos alunos
(%)
F M Total
Tipo de certificação do Cursos científico-humanísticos 55,5 44,5 100
curso actual Cursos profissionalmente qualificantes 44,9 55,1 100
Área de estudo dos cursos Artes Visuais 44,1 55,9 100
científico-humanísticos
Ciências e Tecnologias 48,6 51,4 100
Ciências Sociais e Humanas 57,8 42,2 100
Ciências Socioeconómicas 48,8 51,2 100
Línguas e Literaturas 70,6 29,4 100
Modalidades de ensino e Ensino Artístico Especializado 14 (EAE) 63,9 36,1 100
formação dos cursos Cursos de Educação e Formação (CEF) 12,9 87,1 100
profissionalmente Cursos Profissionais (CP) 44,4 55,6 100
qualificante
Cursos Tecnológicos (CT) 32,1 67,9 100
que nos cursos de educação e formação e no ensino tecnológico são os alunos do sexo
A distribuição dos inquiridos por outras variáveis revela a existência de diferenciação social
socioprofissional dos estudantes, verifica-se que são os alunos dos cursos científico-
“Operários” (13,6%).
14 O Ensino Artístico Especializado surge aqui incluído no conjunto de vertentes profissionalmente qualificantes na
medida em que neste estudo apenas foi considerado o Curso de Artes Visuais e Audiovisuais que, ao contrário
dos Cursos de Dança e Música, é o único nesta modalidade de formação que usufruí de um modelo de dupla-
certificação.
40
Quadro 1.2.2 – Tipo de certificação do curso actual, por caracterização socioeconómica (%)
CCH CPQ
Nível de escolaridade Igual ou inferior ao 1º CEB 6,5 17,3
dominante na família Entre o 2º e 3º CEB 34,2 45,4
Ensino secundário 23,7 21,3
Ensino superior 35,6 16,0
Total 100 100
Origem socioprofissional Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais 39,5 32,4
Profissionais Técnicos e de Enquadramento 26,6 14,5
Trabalhadores Independentes 6,5 8,9
Empregados Executantes 20,2 30,5
Operários 7,3 13,6
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
família/responsáveis confirma esta diferenciação social: as famílias dos alunos dos cursos
científico-humanísticos têm maior capital escolar do que as famílias dos alunos dos cursos
profissionalmente qualificantes. Ou seja, 59,3% das famílias dos estudantes dos cursos
que apenas 37,3% das famílias dos alunos das ofertas profissionalmente qualificantes têm
essa escolaridade.
(45,4%).
41
Quadro 1.2.3 – Modalidades de ensino e formação dos cursos profissionalmente qualificantes,
segundo a caracterização socioprofissional dos alunos (%)
EAE CEF CP CT
Nível de Igual ou inferior ao 1º CEB 10,5 29,1 19,2 17,9
escolaridade Entre o 2º e 3º CEB 34,3 45,5 51,0 50,0
dominante na Ensino secundário 23,8 16,4 20,4 21,7
família Ensino superior 31,4 9,1 9,4 10,4
Total 100 100 100 100
Origem Empresários, Dirigentes e
38,7 14,9 29,3 38,3
socioprofissional Profissionais Liberais
Profissionais Técnicos e de
27,0 6,4 10,6 7,4
Enquadramento
Trabalhadores Independentes 6,7 19,1 8,5 8,5
Empregados Executantes 18,4 55,3 33,3 31,9
Operários 9,2 4,3 18,3 13,8
Total 100 100 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
Mais precisamente, observa-se que são os alunos que estão actualmente a frequentar
grande oposição aos alunos que frequentam o ensino artístico especializado. Basta referir
que, no caso destes últimos, os familiares/responsáveis são mais escolarizados (55,2% têm
com mais recursos (65,7% pertencem aos “Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais”
Desta análise sobressai que, para além da larga maioria dos alunos dos cursos científico-
humanísticos (85,3%) não terem tido nenhum ano de desvio etário ao longo do seu
percurso escolar, também são estes alunos cuja média das classificações foi mais elevada
(59,7% tiveram notas ao nível do 4 e do 5). Opostamente, são, sobretudo, os alunos dos
escolar (57,7%) e cuja média das classificações foi mais baixa (75,0% tiveram notas ao nível
do 3).
42
Quadro 1.2.4 – Tipo de certificação do curso actual, por desempenho escolar (%)
CCH CPQ
Média das classificações 3 40,3 75,0
4 40,8 20,6
5 18,9 4,4
Total 100 100
Nº de anos de desvio Nenhum ano 85,3 42,3
etário 1 ano 10,9 24,0
2 anos 2,0 16,9
3 ou mais anos 1,9 16,7
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
Este resultado indicia que os alunos que estão nos cursos científico-humanísticos são os
que revelaram conhecimentos mais positivamente avaliados pela escola, estando nos
Como indicia Silva, em relação à escolha vocacional, “Não se trata de uma escolha
inteiramente voluntária, antes tem raízes profundas na avaliação que os jovens fazem dos
43
Quadro 1.2.5 – Área de estudo nos cursos científico-humanísticos, por desempenho escolar, (%)
menos anos de retardamento. Por outro lado, são as áreas de Línguas e Literaturas, Artes
qualificantes também revelam um perfil diferenciado, quer em relação aos anos de desvio
etário quer quanto à média das classificações (Quadro 1.2.6). As diferenças mais notórias
residem nos alunos do ensino artístico especializado face aos alunos dos cursos de
educação e formação.
retardamento, enquanto que 85,5% dos alunos dos cursos de educação e formação já
conheceram desvios no seu percurso escolar. Este dado não é estranho tendo em
escolaridade de 12 anos, bem como àqueles que, após conclusão dos 12 anos de
44
escolaridade, não possuindo uma qualificação profissional, pretendam adquiri-la para
de 27 de Julho).
Apesar de não se tratar unicamente de uma dicotomia, no que respeita à média das
relação com as restantes modalidades), vale a pena destacar as notas mais elevadas dos
Quadro 1.2.6 – Desempenho escolar, segundo a modalidade de ensino e formação dos cursos profissionalmente
qualificantes (%)
EAE CEF CP CT
Nº de anos de Nenhum 68,9 14,5 31,9 40,4
desvio etário 1 ano 19,1 22,6 25,1 30,3
2 anos 9,8 27,4 19,0 17,4
3 ou mais anos 2,2 35,5 24,0 11,9
Total 100 100 100 100
Média das 3 55,3 88,0 83,3 85,6
classificações 4 32,3 12,0 15,8 14,4
5 12,4 - 0,9 -
Total 100 100 100 100
os que mais detêm computador em casa. O acesso à internet em casa é mais mencionado
pelos alunos do ensino artístico especializado (82%), dos cursos tecnológicos (78,9%) e dos
cursos científico-humanísticos (77,6%). A este nível, constata-se que os alunos dos cursos
de educação e formação são os que menos mencionam ter computador (81,8%) e acesso à
45
Quadro 1.2.7 – Posse de computador e internet em casa, segundo a modalidade de ensino e formação (%)
A caracterização dos alunos por tipo de certificação do curso actualmente frequentado foi
até aqui realizada observando cada variável de per si. Pretende-se, agora, verificar a
Pela leitura do gráfico 1.2.2 é possível analisar de que forma as diferentes características
determinadas modalidades15.
46
Gráfico 1.2.2 – Modalidade de Ensino e Formação e Espaço Social e de Desempenho Escolar dos Estudantes à Entrada
do Nível Secundário de Ensino
CEF
Origem socioprofissional:
1 EDL – Empresários, Dirigentes e
Dimensão 2 – Desempenho Escolar
CP Enquadramento
Class5 TI – Trabalhadores Independentes
EAE EE – Empregados Executantes
O
0 0anos CT O – Operários
Class4 CCH EE
3.4.1 EDL Class3 Nº de anos de desvio etário:
2º e 3º CEB
0 anos
ESec
TI 1 ano
>=2anos
3.4.2
-1
1ano Média das classificações às disciplinas:
Class 3 – Classificação média de nível 3
Class 4 – Classificação média de nível 4
Class 5 – Classificação média de nível 5
Modalidade de formação:
-2
CCH – Cursos Científico-Humanísticos
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5
CT – Cursos Tecnológicos
Dimensão 1 – Origens Socioeconómicas e Classificações CP – Cursos Profissionais
EAE – Ensino Artístico Especializado
CEF – Cursos de Educação e Formação
47
que diz respeito ao desempenho escolar (menos anos de desvio etário que o grupo
anterior).
artístico especializado.
48
II - Desempenho Escolar: Do Ensino Básico à Entrada no
Ensino Secundário
à situação dos alunos no final do 3º ciclo do ensino básico: classificações notas finais no 9º
face ao perfil das classificações no final do ensino básico; e relação entre o tempo
idade esperada de entrada no nível secundário de ensino (GIASE, 2004:73). Quanto a este
último indicador, cabe referir que se trata de uma medida indirecta de observação de
fenómenos como a reprovação e interrupção dos estudos, que não foi possível averiguar
de per si19.
16 A terminologia relativa à qualidade do trajecto escolar dos estudantes assume, ao longo da bibliografia
consultada, um carácter algo ambíguo. Os mesmos fenómenos surgem com diferentes denominações e
fenómenos distintos têm por vezes o mesmo nome. Este é o caso, por exemplo, dos termos sucesso escolar e
resultados escolares. Estes termos tendem a surgir associados tanto à ideia de qualidade geral do percurso
escolar– literacia, classificações, transições, abandono escolar ou saídas antecipadas, absentismo, etc. (INE;
Almeida et al., 2005; OPES, 2001; Duarte, 2000; Silva, 1999) – como a uma leitura mais restrita, próxima da noção
de aproveitamento escolar, que aborda estes conceitos exclusivamente a partir das taxas de transição (GIASE,
2004; Carneiro et al., 2001; ISEGI-UNL, 2001; Alves, 1998).
No presente documento utilizar-se-á, tal como a proposta da Inspecção-Geral da Educação, o termo desempenho
escolar para referir essa realidade mais abrangente sendo que, em termos operacionais, não se ultrapassará a
análise de indicadores de classificações e atraso do percurso escolar (Matos e Duarte, 2003; IGE, 2002 e 2001).
17 As classificações à disciplina de Matemática, referem-se à Matemática e à Matemática Aplicada. No caso das
Ciências Físico-Químicas, são abrangidas as disciplinas de Físico-química, Física e Química. A Língua Estrangeira
refere-se à disciplina que o estudante frequentou durante mais tempo dentro deste domínio de estudo.
18 No sentido de simplificar a denominação deste indicador, ao longo do documento, este será referenciado
enquanto média das classificações, não se especificando sistematicamente as quatro áreas disciplinares a que diz
respeito.
19 A não utilização de indicadores como o número de reprovações, prendeu-se com a existência de modalidades
de formação de nível 1 e 2 (Ensino Básico) em que a figura clássica de “retenção” não tem lugar, algo que, de certa
forma, complexificou o formulário de inquirição e conduziu à adopção de uma medida indirecta numa fase
posterior. O Ensino Recorrente (3º ciclo do ensino básico) e os Cursos de Educação e Formação são exemplos
dessa situação, não estando previstas, para estes casos, a retenção dos alunos (Despacho Normativo nº 189/93
DR I Série - B n.º 184 de 7 de Agosto de 1993; Despacho Normativo nº 36/99 DR I Série - B n.º 169 de 22 de
Julho de 1999; Despacho Conjunto n.º 453/2004 - DR— II SÉRIE n.º 175 de 27 de Julho de 2004).
49
2.1 – Desempenho escolar
Uma análise global dos dados abaixo apresentados permite constatar algumas diferenças
Cerca de metade dos alunos (45,9%) referem ter obtido classificações maioritariamente de
dos alunos com classificações no final do ensino básico e com uma média das
50
Quadro 2.1.2 – Classificações obtidas às disciplinas de Matemática, Português, Ciências Físico-
Químicas e Língua Estrangeira no final do 9º ano ou equivalente (%)
as classificações negativas têm menor expressão no Português (3,5%), nas Ciências Físico-
e 19,1%).
realidade largamente conhecida deste domínio disciplinar (PISA, 2004; Plano de Acção para
Nenhum ano
1 ano
2 anos
3 ou mais anos
7,5
7,6
15,6
69,3
51
Outro indicador do desempenho escolar dos alunos é a frequência das situações de
prolongamento desse trajecto – 29,7% dos respondentes tem um ano ou mais de desvio
etário face à idade esperada de entrada no ensino secundário (Gráfico 2.1.1). No entanto,
se retirarmos a este grupo de alunos os que têm apenas um ano de diferença20, este valor
desempenho escolar dos seus públicos sendo, no entanto, importante realçar que, para
uma análise mais aprofundada sobre o grau de selectividade dos mecanismos de transição
para este nível de ensino, seria importante comparar o perfil de desempenho dos alunos
matriculados no 10º ano ou equivalente com o dos alunos do 3º ciclo do ensino básico.
Este acesso condicionado pela performance escolar que, como já se viu e se vai observar
conjuntamente com outros factores, para que a nível nacional, em 2007, cerca de 36,3% da
20 Nas situações em que existe apenas um ano de desvio etário não é claro que se esteja em presença de um
indicador de não aproveitamento escolar ou se estão a ser contabilizados indivíduos que nunca reprovaram ou
interromperam o seu trajecto escolar, mas que entraram com 7 anos (1 ano mais tarde do que o esperado) para o
1º ciclo do ensino básico.
21 Estes dados partem da contabilização da população com idades entre os 18 e os 24 anos que concluiu apenas o
Ensino Básico e que não se encontrava inserida em nenhum sistema de ensino/formação, nas últimas 4 semanas à
inquirição.
52
2.2 – Desempenho escolar e caracterização socioeconómica
importante analisar com algum detalhe, nomeadamente, na sua articulação com o género e
A relação entre estas dimensões tem sido objecto de diferentes estudos no âmbito das
desempenho escolar entre alunos e alunas, entre grupos oriundos de famílias educacional
grupos com diferenças ao nível do potencial integrador das suas redes sociais,
imigrantes.
presença e performance escolar no sistema educativo (Almeida e Vieira, 2006; Silva, 1999;
Alves, 1998).
53
Quadro 2.2.1 – Perfil de desempenho escolar dos alunos segundo o sexo (%)
F M
Número de anos de desvio etário Nenhum ano 75,2 63,3
1 ano 14,6 16,6
2 anos 5,1 10,2
3 ou mais anos 5,1 9,9
Total 100 100
Média das classificações 2 0,4 0,7
3 48,1 55,6
4 35,0 32,7
5 16,5 11,0
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
As estudantes apresentam menor desvio etário face à idade esperada de entrada no nível
secundário de ensino (24,8% tem um ano ou mais de desvio, enquanto que, no caso dos
seus colegas masculinos, este fenómeno atinge 36,7%) e com tendência para valores mais
superiores a 4, enquanto que, nos rapazes, esta proporção decresce para 43,7%) (Quadro
2.2.1).
Face a este último indicador, cabe sublinhar que a referida vantagem feminina é menos
nas raparigas e 3,37 nos rapazes) e, de forma menos evidente, nas Ciências Físico-
Químicas (3,62 nas raparigas e 3,48 nos rapazes)22 (ver Anexo – quadro 3).
22 É interessante constatar algumas discrepâncias entre os dados OTES, relativos às classificações nas disciplinas
de Matemática e das Ciências Físico-Químicas segundo o género, e os resultados do PISA 2003. Isto é, ao
contrário dos resultados acima apresentados, nesse estudo internacional, os rapazes apresentam vantagem face
às raparigas no domínio da literacia a matemática e científica. Esta discrepância poderá ter inúmeras causas,
nomeadamente, o enviesamento da população em análise.
54
As origens socioprofissionais e o nível de escolaridade dominante na família, revelam-se,
Quadro 2.2.2 – Perfil de desempenho escolar dos alunos por origem socioprofissional e nível de
escolaridade dominante na família (%)
maior incidência de desvios etários (cerca de 40% dos estudantes de cada um destes
55
Estes últimos grupos apresentam menor vulnerabilidade a fenómenos de retardamento do
percurso no ensino básico (24% e 17,7% destes alunos tem um ano ou mais de desvio
etário) e uma proporção inferior de estudantes com uma média de 3 nas classificações das
menos positivos do que os alunos com uma origem familiar onde o nível de escolaridade
grupo têm mais do dobro de hipóteses de apresentar desvios etários face à idade esperada
que o 1º ciclo do ensino básico é dominante e 35,1% para aqueles cujos recursos escolares
Em termos da média das classificações, as diferenças entre estes dois segmentos são
para uma maior importância dos recursos escolares da família face às origens
Uma outra dimensão que interessa analisar prende-se com os perfis de desempenho
23 Esta é uma proposta que parte de uma concepção de etnicidade que não é estritamente culturalista, partindo
“dos contrastes e continuidades, sociais e culturais, das populações migrantes com as sociedades receptoras”
(Machado e Matias, 2006:16). A dimensão social poderá compreender questões como a composição de classe, a
56
Quadro 2.2.3 – Perfil de desempenho escolar por origem étnico-nacional24 dos alunos
descendentes de imigrantes portugueses) tende a ser mais positivo do que o dos jovens
diferença ao nível das classificações entre estes dois grupos - os primeiros com uma média
Por outro lado, existe uma diferença acentuada entre a média de anos de prolongamento
retardamento do percurso escolar inferior (0,5 e 0,7) à dos alunos de origem africana (1,4
e 3,5), sendo particularmente relevante no caso dos alunos que viveram, eles próprios,
processos de imigração.
57
Uma análise mais fina das classificações (Quadro 2.2.4), considerando-se cada uma das
áreas disciplinares individualmente, revela também uma tendência para resultados menos
positivos nos grupos de origem africana, embora menos acentuada na área do Português.
Quadro 2.2.4 – Origem étnico-nacional dos alunos, por média das classificações obtidas às
disciplinas de Matemática, Português, Ciências Físico-Químicas e Língua Estrangeira no final do 9º
ano ou equivalente
Descendentes de
Média da classificação final no 9º ano ex-emigrantes Outras
Portuguesa portugueses Luso-africana Africana origens
Matemática 3,3 3,4 2,9 2,8 3,3
Ciências Físico-Químicas 3,6 3,7 3,0 3,3 3,5
Português 3,5 3,5 3,3 3,1 3,4
Língua Estrangeira 3,6 3,9 3,3 3,1 3,8
Fonte: Questionário OTES 2007
Diferentes estudos que se têm debruçado sobre o impacto das origens culturais nos
escolar destes alunos (Pereira, 2006; Moreira, 2006; DGIDC, 2006a, 2006b e 2005; Seabra,
No entanto, como parte destes estudos também revelam, este não é um factor que, por si
necessário analisar a combinação deste contraste específico (não ter o português como
25 Cabe recordar, e este não é um dado de somenos importância, que são pouco frequentes as situações em que a
língua portuguesa esteja completamente ausente dos contextos familiares de origem não-portuguesa (1,1% dos
respondentes).
58
Quadro 2.2.5 – Origens étnico-nacionais não-portuguesas dos alunos por língua(s) faladas em casa (%)
Descendentes de Outras
ex-emigrantes portugueses Luso-africanos Africanos origens
Exclusivamente Português 62,5 60,4 25,0 58,9
Português e Crioulo de Base
- 37,5 56,8 -
Lexical Portuguesa
Português e Língua
9,4 - - 5,4
Germânica
Português e outra Língua
25,0 2,1 - 5,4
Indo-Europeia
Outras Situações 3,1 - 18,2 30,4
Total 100 100 100 100
(25%), facto que poderá contribuir, juntamente com outros aspectos, para um maior
Mas será que existe uma relação directa entre desempenho escolar e o predomínio da
Língua Portuguesa no contexto familiar? Se sim, como explicar que grupos com a mesma
26 As situações aqui identificadas como “Outras origens” deverão ser interpretadas com algum cuidado na medida
em que combinam realidades muito distintas. Encontram-se, nesta categoria, situações como a dos estudantes
luso-europeus (UE15), sul-americanos e luso-sul-americanos que revelam uma utilização quase exclusiva do
Português no contexto familiar (respectivamente, 100%, 92,9% e 80%) e situações como as dos alunos luso-
asiáticos, asiáticos e europeus (não-UE15) que tendem a não utilizar, no contexto familiar, exclusivamente o
Português (33,3% e 0% para os dois últimos grupos referidos).
27 O facto de, num contexto familiar de origem estrangeira, o Português ser a única língua falada (provavelmente
num esforço de integração por parte dos responsáveis da criança), não significa, por si só, uma maior
probabilidade de domínio da língua portuguesa por parte da criança. Como nos demonstra Pereira (2006), as
situações em que se fala exclusivamente a língua materna não portuguesa são preferíveis às situações em que se
utiliza exclusivamente um português rudimentar.
59
Como se poderá constatar mais adiante neste capítulo, este tipo de realidade – a relação
vida dos alunos, isto é, é necessário captar de que forma a cumulatividade de fenómenos
de origem contribuem para o contraste existente ao nível dos resultados escolares entre os
Os dados recolhidos (Quadro 2.2.6) apontam para a existência de uma relação entre o tipo
alunos que vivem com ambos os pais (núcleos familiares conjugais) tendem a apresentar
uma menor dilação do percurso escolar - 26,6%, comparativamente com cerca de 40% para
classificações de maior excelência, com cerca de metade dos alunos a obter médias de
classificações iguais ou superiores a 4, situação que abrange 44,4% dos alunos de famílias
Quadro 2.2.6 – Perfil de desempenho escolar dos alunos segundo o tipo de núcleo familiar (%)
60
Como referido anteriormente, a propósito da relação entre desempenho escolar e origens
conhecer melhor o contexto socioeconómico em que estão inseridas, algo que será
Para além da relação entre desempenho escolar e configuração familiar, foi analisada a
relação entre resultados escolares e postura das famílias face ao percurso escolar dos seus
Outra das precauções a ter, no domínio desta análise, passa pelo tipo de relação de
influenciar os resultados escolares dos alunos, assim como o contrário, o próprio perfil de
aluno.
Quadro 2.2.7 – Perfil de desempenho escolar dos alunos segundo a perspectiva da família face escola
(%)
61
A média das classificações, assim como, a média de anos de desvio etário tendem a
assumir valores mais positivos no caso dos estudantes cujos projectos familiares, face ao
futuro escolar dos alunos, são mais ambiciosos (Quadro 2.2.7). Os alunos provenientes de
ensino básico ou secundário, tendem a ter cerca do quíntuplo (81%) ou do dobro (66,3%)
O mesmo tipo de resultado se verifica no que diz respeito à média das classificações, em
tendem a estar mais fortemente associados a classificações medianas (61,5% e 84,1%) que
os seus colegas oriundos de famílias com aspirações escolares mais elevadas (41,7%) assim
nível 5.
28 Considerou-se, como variáveis suplementares, o número de anos de desvio etário e a média das classificações.
62
Gráfico 2.3.1 – Desempenho Escolar e Espaço Social dos Estudantes à Entrada do Nível Secundário de
Ensino
Origem socioprofissional:
EDL – Empresários, Dirigentes e
Dimensão 2 – Núcleos Familiares e Origens Étnico-Nacionais
Profissionais Liberais
PTE – Profissionais Técnicos e de
Enquadramento
TI – Trabalhadores Independentes
EE – Empregados Executantes
2 O – Operários
PALOP
Como é possível observar pelo gráfico 2.3.1 (segundo e terceiro quadrantes), os melhores
63
de destacar que é nos contextos familiares onde a vantagem das qualificações é
Do outro lado (primeiro e quarto quadrantes), encontramos uma estreita associação entre
menos positivos, parece ser agravada (pelo menos no que diz respeito ao número de anos
socioeconómico.
Algo que não se verifica nas Outras Origens estrangeiras (segundo quadrante), que embora
devendo isso entender-se à luz da tendência destes grupos para um capital escolar de
origem mais elevado (Ensino Superior) e para profissões fortemente qualificadas por parte
29 O número reduzido de indivíduos na situação “Outros Núcleos Familiares” – estudantes que não vivem com os
progenitores – conduziu a que essa categoria não fosse incluída na análise representada no gráfico 2.3. No
entanto, valerá a pena dizer que os alunos africanos são aqueles que apresentam uma maior vulnerabilidade a
essas situações (13,6% desses estudantes comparativamente a valores que vão desde 2% a 6% no máximo nos
restantes grupos étnico-nacionais).
64
III - Escolhas Escolares
que tem subjacente várias condicionantes que se adaptam de forma diferenciada de acordo
com o tipo de alunos. Nesta fase, admite-se que as decisões, em termos escolares, são
realizadas com base numa avaliação antecipada de cálculos de custos, riscos e vantagens
(Boudon, 1979). Por outro lado, as opções dos estudantes são também motivadas pelas
condicionantes sociais que se lhes apresentam, o que os leva, deste modo, a tomar as suas
opções em conformidade com o capital cultural disponível no seu agregado familiar. Este
tomadas pelo aluno e pela sua família, com a devida sustentação em cálculos, mais ou
Qual a percepção que os alunos têm sobre o que justificou a sua decisão de transitar para
o ensino secundário?
No conjunto das 11 escolas, observa-se uma polarização das respostas: uma parte dos
alunos (47,1%) salienta que prosseguiu estudos por desejar ir para o ensino superior,
enquanto outra parte (43,1%) menciona que o ensino secundário permite melhores
65
Este resultado é coerente com os objectivos da oferta existente no ensino secundário: de
um lado existem cursos que são vocacionados para o prosseguimento de estudos de nível
Na realidade, constatou-se (Quadro 3.1.1) que a maioria dos alunos dos cursos científico–
desejo de ir para o ensino superior (59,3%), enquanto que, uma proporção semelhante
(57,9%), dos alunos dos cursos profissionalmente qualificantes referiu que o ingresso no
Quadro 3.1.1 – Principal razão para os alunos prosseguirem para o ensino secundário, segundo o
tipo de certificação do curso actual (%)
CCH CPQ
O ensino secundário dá melhores possibilidades em termos de trabalho 33,8 57,9
A minha família quis que eu continuasse a estudar 1,3 4,0
Os meus amigos continuaram a estudar 0,3 0,6
Gosto de aprender 2,9 4,3
Quero ir para o ensino superior 59,3 27,5
Outra razão 2,5 5,7
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
Pressupondo que os alunos tomam decisões influenciados pelo contexto social onde se
seguidamente, se existe relação entre a razão para seguir para o ensino secundário e um
66
Quadro 3.1.2 - Principal razão para os alunos prosseguirem para o ensino secundário, por
caracterização socioeconómica (%)
O ensino
A minha
secundário dá
família quis Quero ir para
melhores Gosto de Outra
que eu o ensino Total
possibilidades aprender razão
continuasse a superior
em termos de
estudar
trabalho
Sexo Feminino 35,3 1,2 3,1 57,1 3,3 100
Masculino 51,3 3,3 3,8 36,7 4,9 100
Nível de Igual ou inferior ao 1º
57,3 2,8 4,5 28,7 6,7 100
escolaridade CEB
dominante na Entre o 2º e 3º CEB 48,3 2,7 3,4 40,9 4,7 100
família Ensino secundário 38,8 3,6 1,0 53,7 2,8 100
Ensino superior 33,7 0,4 4,3 58,6 3,1 100
Origem Empresários,
Socioprofissional Dirigentes e 38,4 1,4 3,3 53,2 3,8 100
Profissionais Liberais
Profissionais Técnicos
37,0 1,4 3,1 56,8 1,7 100
e de Enquadramento
Trabalhadores
54,2 5,9 2,5 33,1 4,2 100
Independentes
Empregados
48,4 2,4 4,0 40,9 4,3 100
Executantes
Operários 53,3 4,0 3,3 33,3 6,0 100
Os alunos do sexo masculino evocam, sobretudo, como razão para prosseguir para o
termos de trabalho (51,3%), enquanto que, os alunos do sexo feminino salientam o desejo
Este resultado remete para alguma literatura que tem justificado, quer o maior
desempenho escolar quer a maior “sobrevivência” escolar das raparigas, a partir, por um
lado, de uma concepção de que a socialização das raparigas desenvolve disposições mais
favoráveis à escola (Baudelot e Establet, 1992; Lopes, 1996), e por outro, uma visão que
considera que, em face da estigmatização a que estão votadas noutras esferas sociais, as
raparigas tendem a integrar a escola no seu projecto de vida, tomando-a como garantia de
67
Da mesma forma que existem diferenças na razão para prosseguir estudos no secundário
sobretudo, que a razão para seguir para o ensino secundário se baseia na ambição de
estudos para o ensino secundário. Esta afirmação sustenta-se nos seguintes resultados
(Quadro 3.1.3):
prosseguir para o ensino secundário, na sua maioria (56,7%), como forma de atingir o
ensino superior, opostamente aos alunos que tiveram um ou mais anos de retardamento
ao longo do seu percurso, que consideram que a ida para o ensino secundário permite
classificações (notas ao nível do 4 e do 5) são os que apontam como principal razão o facto
de quererem ir para o ensino superior, em contraposição aos alunos que têm classificações
mais baixas que percepcionam, sobretudo, o ensino secundário como uma melhor
68
A análise conjunta destas variáveis permite pensar que os resultados escolares
fasquia que estes colocam na sua progressão escolar. Como refere Grácio (1997), as
Quadro 3.1.3 - Principal razão para os alunos prosseguirem para o ensino secundário, por
desempenho escolar (%)
secundário deve ter uma função eminentemente utilitária (Azevedo, 1999) e atribuem-lhe
(47,7%) (Quadro 3.2.1). Estes objectivos são referidos quer pelos alunos dos cursos
69
como função do ensino secundário (57,3% em oposição a 32,1%), e os segundos
privilegiem a preparação para a vida profissional (83,8% contra 69,2%) (ver Anexo – quadro
5).
Apesar de ter menor expressão, os alunos consideram que o ensino secundário tem
decidirem o que querem fazer com a sua vida” (20,8%), “desenvolver o espírito crítico e a
sociedade” (11,9%).
Estas respostas constituem três das quatro funções que Azevedo atribui a este ensino
preparar os jovens para prosseguirem estudos de nível pós secundário ou superior, isto é,
pelo fomento das suas capacidades, apetências, aspirações e expectativas, que são muito
30 A função social e política trata de formar cidadãos responsáveis e assegurar a igualdade de oportunidades e a
mobilidade social.
70
Sabendo que estes estudantes reconhecem no ensino secundário principalmente a sua
ensino secundário tem como objectivo preparar para a vida profissional; pelo
que o ensino secundário tem como função preparar para o ensino superior (ver
As escolas acolhem procuras com razões expressas diferenciadas. Da análise das razões
que presidiram à escolha do estabelecimento de ensino por parte dos alunos inquiridos
razões: no facto de ser uma escola com prestígio (31,1%), de ficar mais perto de casa
71
suscitam dois comentários: por um lado, na medida em que o prestígio da escola também
constitui um factor importante, evidencia-se alguma dinâmica de mercado por parte dos
investimentos para a obtenção de uma mais valia futura; por outro, confirmam-se dados
presença dos amigos a frequentar a mesma escola) nas escolhas escolares, o que aliás
parece ter alguma importância neste ciclo de formação (Mateus, 2002; Abrantes, 2003).
Quadro 3.3.1.1 - Principais razões para a escolha da escola pelos alunos (%)
Como referem alguns autores (Dubet e Martuccelli, 1996), mais do que os saberes que
72
Quadro 3.3.1.2 - Tipo de certificação do curso actual, por principais razões para a escolha da
escola pelos alunos (%)
CCH CPQ
Não existe escola secundária no concelho onde vivo 2,3 3,8
Os meus pais trabalham neste concelho 6,5 2,1
É a escola que fica mais perto da minha casa 35,8 16,9
Era nesta escola que havia o curso que eu queria 17,3 61,2
Os meus amigos estão nesta escola 30,4 9,9
Os meus pais achavam que esta escola era melhor 13,2 5,8
Esta escola fica longe da minha casa e assim estou mais à vontade 0,8 3,5
Não havia lugar noutra escola 0,9 2,7
Esta escola tem prestígio 34,4 25,9
Esta escola tem boas instalações 6,6 11,5
Era a escola onde eu já estava 5,9 2,6
Os professores desta escola são muito bons 11,7 7,7
Nenhum motivo em especial 11,5 10,7
Outra razão 1,7 2,7
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Em relação aos alunos dos cursos científico-humanísticos, o facto de a escola ficar mais
perto de casa (35,8%), de ter prestígio (34,4%) e de os amigos também estudarem nessa
de ensino. Quanto aos alunos dos cursos profissionalmente qualificantes, o motivo mais
referido é o facto de ser nesta escola que existe o curso pretendido (61,2%), o que faz
Não se encontraram diferenças de género na selecção da escola por parte dos alunos. Já no
3.3.1.3), verifica-se que os alunos provenientes de famílias com uma escolaridade igual ou
porque tem o curso que pretendem seguir (44,4%), enquanto que os alunos provenientes
31 Analisou-se a relação existente entre as razões para a escolha da escola e a origem socioprofissional, tentando
apurar se a “escolha” seria estruturada pela condição social das famílias. No entanto, a análise demonstrou a
inexistência de variabilidade nos resultados.
73
de famílias com o ensino superior realizam, sobretudo, a sua escolha pelo prestígio da
Quadro 3.3.1.3 – Principais razões para a escolha da escola pelos alunos, segundo o nível de
escolaridade dominante na família/responsáveis dos alunos (%)
Igual ou Entre o
inferior ao 1º 2º e 3º Ensino Ensino
CEB CEB secundário superior
Não existe escola secundária no concelho onde vivo 5,0 3,6 1,8 1,2
Os meus pais trabalham neste concelho 3,9 3,6 7,0 5,5
É a escola que fica mais perto da minha casa 26,7 29,5 27,6 32,0
Era nesta escola que havia o curso que eu queria 44,4 35,2 31,0 25,6
Os meus amigos estão nesta escola 11,7 21,7 23,7 28,5
Os meus pais achavam que esta escola era melhor 6,1 8,6 12,2 14,3
Esta escola fica longe da minha casa e assim estou mais à vontade 1,1 2,5 2,1 1,0
Não havia lugar noutra escola 1,7 1,9 1,0 1,0
Esta escola tem prestígio 21,7 30,6 30,7 37,9
Esta escola tem boas instalações 9,4 9,8 8,1 6,8
Era a escola onde eu já estava 3,9 4,2 5,2 5,1
Os professores desta escola são muito bons 7,2 8,8 13,3 12,1
Nenhum motivo em especial 19,4 12,2 8,1 9,0
Outra razão 1,7 1,1 2,1 2,9
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Um dado interessante a destacar refere-se ao facto de que quanto mais elevado é o nível
que remetem para o envolvimento da família na decisão (“Os meus pais achavam que esta
escola era melhor”), para a valorização da dimensão da sociabilidade (“Os meus amigos
estão nesta escola”) e para a valorização da qualidade do ensino na escola (“Esta escola
Apesar de se tratar aqui da análise do discurso dos alunos sobre as razões que os
conduziram a uma dada escola, parece relevante salientar que a esta maior participação da
família na escolha e que a esta preocupação com a qualidade do ensino pode não ser
alheia a consciência, por parte de alguns alunos e suas famílias, de que, por um lado, é
32 Por outro lado, as famílias com o 2 e 3º ciclo e com o ensino secundário consideram qualquer uma das razões
apresentadas anteriormente.
74
necessário seleccionar a melhor escola em face do crescente aumento da concorrência
escolar para alcançar o sucesso educativo (Vieira, 2006), e que por outro, a aquisição de
“capital escolar” constitui um processo decisivo para aceder a posições sociais de prestígio.
Como refere Abrantes, “a própria escolha dos estabelecimentos de ensino é, cada vez mais,
escola permite (77%) e o grau de exigência como uma mais valia para a aprendizagem
(76,1%) são dois dos aspectos com que os alunos mais concordam.
120
60
%
40 56,5
48,4
75
De igual forma, uma percentagem bastante elevada (aproximadamente 77%) dos alunos
inquiridos, referem que a maior parte dos professores tem qualidade; concordando ainda
com a adequação dos instrumentos de avaliação (68,6%) e com o interesse das matérias
leccionadas (59,2%).
escola, clube europeu, clube do ambiente, clube de ciência, …), os resultados são os
seguintes: para além de 41,1% dos alunos terem revelado uma postura neutra (não
concordo nem discordo) quando se pronunciam acerca deste tema, 26,7% referiu que estas
actividades não davam resposta aos seus interesses (discordo e discordo totalmente).
76
Quadro 3.3.2.1 - Concordância dos alunos face à adequabilidade do ensino, segundo o tipo de
avaliação (73,5% contra 65,9%), a preparação profissional que a escola permite (80% contra
77
Opinião sobre algumas dimensões relativas aos espaços e equipamentos existentes na
escola
Neste ponto, pretende-se perceber qual a opinião dos alunos sobre alguns aspectos
relativos às condições físicas da escola, mais especificamente, que percepção têm sobre os
actualmente.
sua adequação).
120
80 19,2
20,9 26,6 Discordo totalm ente
Discordo
60 Não concordo nem discordo
%
20,5
Concordo
52,3 Concordo totalm ente
40 45,4
34,3
20
16,7 16,2
9,8
0
Adequação dos Adequação do Adequação dos
espaços para equipam ento equipam entos para
educação física inform ático form ação especifica
78
A opinião dos alunos revela-se menos homogénea quando solicitados a pronunciar-se
sobre os espaços que a escola tem para a prática da educação física: 44,1% dos alunos
concordância dos alunos quanto à adequabilidade dos espaços e dos equipamentos que
Quadro 3.3.2.2 - Concordância face à adequabilidade dos espaços e equipamentos, segundo o tipo de
CCH CPQ
A adequação dos espaços Concordo totalmente 8,2 12,3
para educação física Concordo 32,4 38,1
Não concordo nem discordo 19,8 22,0
Discordo 22,7 17,5
Discordo totalmente 16,9 10,1
Total 100 100
A adequação do equipamento Concordo totalmente 16,1 17,8
informático Concordo 55,5 47,2
Não concordo nem discordo 19,1 18,4
Discordo 7,1 11,2
Discordo totalmente 2,3 5,4
Total 100 100
A adequação dos Concordo totalmente 10,6 26,0
equipamentos para formação Concordo 49,1 39,8
especifica Não concordo nem discordo 28,4 22,5
Discordo 9,3 8,5
Discordo totalmente 2,5 3,2
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
Os alunos dos cursos profissionalmente qualificantes são os que mais concordam com a
adequação dos espaços que a escola tem para a prática da educação física (50,4% dos
79
científico-humanísticos) e com a adequação dos equipamentos e materiais para formação
específica (65,8% dos alunos de cursos profissionalmente qualificantes e 59,7% dos alunos
80
Quando questionados sobre as razões para terem escolhido o curso/modalidade (Quadro
3.4.1.1), a maior parte dos alunos tomou uma opção tendo por referência estas duas
termos de ensino superior” - 31% e “É o que eu gosto de estudar” - 24,2%) e ser um curso
Como tem sido referenciado em alguma literatura, a escolha vocacional não é o resultado
de um mero exercício de livre arbítrio individual ou de uma tendência inata e natural dos
indivíduos. Os processos que envolvem cada escolha são normalmente produto de fortes
importante analisar a relação das razões para a escolha do tipo de certificação com a
que os restantes, que uma das principais razões para a escolha do curso/modalidade
Este resultado é coerente com outros referidos na literatura sobre esta temática (Alves,
1988; Abrantes, 2005), que salientam, por um lado, que quanto mais escolarizados são os
pais dos jovens maior é a permanência de anos na escola, por outro que, os alunos das
classes privilegiadas são pressionados pelos pais a escolher de acordo com os seus
81
Já no que se relaciona com motivos que remetem para a integração profissional, não
existem diferenças por nível de escolaridade dos familiares e por origem socioprofissional
“Permite-me desempenhar a profissão que eu quero” são razões que justificam a escolha
etário” e “Média das classificações”) influencia as razões para a escolha do curso (Quadro
3.4.1.2).
Quadro 3.4.1.2 - Razões para os alunos escolherem o curso/modalidade, segundo o número de anos
de desvio etário (%)
Na realidade, os alunos que nunca tiveram nenhum ano de retardamento invocam, mais do
que os restantes, que escolheram o curso/modalidade porque este lhes permite seguir o
que pretendem no ensino superior (36,9%) e porque é o que gostam de estudar (26,5%).
Por outro lado, são estes alunos que menos referem que a escolha se deveu ao facto de ser
82
um curso associado a boas oportunidades de emprego (35,7%, excepto os alunos que
tiveram um ano de desvio etário), de ser um curso com qualidade (14,8%), de ser um curso
com prestígio (9,5%), de não existir outro curso que gostassem (5,4%), e de ser um curso
muito semelhantes: os estudantes que têm classificações de nível 4 e 5, são os que mais
apontam que a escolha do curso no ensino secundário se prendeu com o que mais gostam
Quadro 3.4.1.3 - Razões para os alunos escolherem o curso/modalidade, segundo a média das
classificações (%)
Classificações
Nível 3 Nível 4 Nível 5
É um curso com muito prestígio 12,5 8,2 6,6
É um curso com qualidade 20,9 14,4 11,3
Tenho familiares que também seguiram o mesmo curso 3,3 3,8 3,8
Tenho amigos que também escolheram este curso 4,0 2,7 2,3
Porque não tinha de mudar de escola 1,3 0,8 0,5
É um curso que dá boas oportunidades de emprego 34,0 39,1 38,5
É um curso muito prático 7,9 5,1 1,4
É um curso essencialmente teórico 0,5 0,6 -
É o que eu gosto de estudar 20,7 26,9 32,4
Permite-me seguir o que eu quero em termos de ensino superior 24,0 38,9 54,0
Permite-me desempenhar a profissão que eu quero 27,0 30,7 25,4
Os testes psicotécnicos indicaram que era o melhor para mim 5,2 6,1 1,9
Porque era o curso que a minha família gostava que eu seguisse 1,3 0,6 1,4
Não havia outro curso de que eu gostasse 7,2 3,2 4,2
Nenhuma razão em especial 2,8 2,5 2,8
Não tem Matemática 3,3 0,4 -
Não tem Física e/ou Química 2,5 0,8 0,9
Outra razão 1,3 1,9 1,4
Por sua vez, os alunos que têm notas de nível do 3, são os que mais consideram que a
escolha do curso se deveu à circunstância de ser um curso com qualidade (20,9%) e com
prestígio (12,5%), de não existir outro curso que gostassem (7,2%) e de ser um curso onde
83
Por tipo de certificação, constata-se que, apesar de as respostas serem muito
(respectivamente, 22,8% e 13%), o que se adequa aos resultados encontrados por Mateus
(2002), que refere que através da escolha do ensino profissional pretende-se uma
diferenciador das razões apontadas pelos estudantes que estão nos dois tipos de
certificação para a escolha do curso. Por seu turno, os alunos que estão em cursos
estudos na área desejada no ensino superior (40,4%) (ver Anexo – quadro 10).
Esta análise ficaria muito incompleta se não se observasse o que se passa nas diferentes
apontadas pelos alunos do ensino artístico especializado em relação aos das restantes
formação).
Os alunos do ensino artístico especializado são os que mais referem que a razão para a
desempenhar a profissão que desejam (41,8%), mas, em contrapartida, são os que menos
mencionam que a escolha do curso se baseou no seu carácter prático (8,5%), nas boas
também terem escolhido esse curso (1,1%); os alunos dos cursos de educação e formação
são os que mais apontam razões como o carácter prático do curso (24,6%), o facto de os
amigos terem escolhido o curso (15,8%), e também são os que mais evidenciam terem
84
escolhido o curso por “nenhuma razão em especial” (10,5%). Por outro lado, são estes
estudantes que menos privilegiam razões que remetem, quer para o prosseguimento de
estudos de nível superior (1,8%), quer para o desempenho da profissão desejada (7%).
Quadro 3.4.1.4 - Razões para a escolha do curso/modalidade pelos alunos, segundo a modalidade
dos cursos profissionalmente qualificantes (%)
EAE CEF CP CT
É um curso com muito prestígio 5,6 14,0 15,3 8,5
É um curso com qualidade 14,7 31,6 22,6 32,1
Tenho familiares que também seguiram o mesmo
1,7 - 4,0 4,7
curso
Tenho amigos que também escolheram este curso 1,1 15,8 2,9 9,4
Porque não tinha de mudar de escola - 1,8 1,5 2,8
É um curso que dá boas oportunidades de emprego 9,6 43,9 52,2 39,6
É um curso muito prático 8,5 24,6 13,1 14,2
É um curso essencialmente teórico - 5,3 - 0,9
É o que eu gosto de estudar 56,5 17,5 10,6 16,0
Permite-me seguir o que eu quero em termos de
26,0 1,8 12,8 12,3
ensino superior
Permite-me desempenhar a profissão que eu quero 41,8 7,0 24,5 11,3
Os testes psicotécnicos indicaram que era o melhor
2,8 - 4,7 3,8
para mim
Porque era o curso que a minha família gostava que
- - - -
eu seguisse
Não havia outro curso de que eu gostasse 3,4 3,5 8,8 9,4
Nenhuma razão em especial 3,4 10,5 3,6 1,9
Não tem Matemática - - - 8,5
Não tem Física e/ou Química - - 1,5 1,9
Outra razão 1,7 1,8 3,6 3,8
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Fonte: Questionário OTES 2007
(n=633)
Refira-se, por último, as razões apontadas pelos estudantes que frequentam os cursos
profissionais e os cursos tecnológicos. Os alunos dos cursos profissionais são os que mais
evidenciam que a escolha se baseou nas boas oportunidades de emprego (52,2%) e os que
menos referem que a escolha se deveu ao gosto pelo estudo da área (10,6%). Por seu
turno, os alunos dos cursos tecnológicos, apesar de basearem também a sua escolha nas
boas oportunidades de emprego (39,6%), são os que mais referem a qualidade do curso
85
3.4.2 - Tipos de apoio na escolha do curso
Existem referentes exteriores que funcionam como rede de suporte de decisões. Estes
uma forma informada aos diferentes mundos profissionais e aos seus códigos. Na
escolha do curso, também sobressaindo o recurso dos alunos a pessoas de outros cursos
Quadro 3.4.2.1 - Apoio fornecido por diferentes intervenientes na escolha do curso actual (%)
sobre os cursos (79,8%) e realizaram testes psicotécnicos (73,4%). Se, no que se refere ao
o apoio útil (respectivamente, 92,4%, 88,8%, 85,9% e 84,3%), já no que se refere aos testes
psicotécnicos realizados encontrou-se uma divisão entre os que consideraram este apoio
86
Quadro 3.4.2.2 - Tipo de apoio na escolha do curso, segundo a perspectiva face à utilidade do apoio
fornecido na escolha do curso (%)
Por último, ressalte-se que a maior parte dos alunos não sustentou a sua opção através do
contacto quer com locais de trabalho (84,2%), quer com instituições do ensino superior
alunos frequentam no ensino secundário (Gráfico 3.4.2.1), constata-se que os alunos que
contra 83,1%), de amigos (84,7% contra 79,6%), de professores (70,3% contra 57%) e testes
Por sua vez, os alunos dos cursos profissionalmente qualificantes fundamentaram mais a
sua decisão de escolha na leitura de informações sobre os cursos (83,7% contra 78,1%), no
contacto com locais de trabalho (22,2% contra 11,8%) e com instituições de ensino superior
87
Gráfico 3.4.2.1 - Apoio fornecido pelos diferentes intervenientes na escolha do curso actual, por Tipo
de certificação actual no ensino secundário (%)
100 92,4
80,8 83,7 83,1 84,7
78,1 79,6
80 70,3
60,9
57,0
60 CCH
CPQ
%
40
22,2 21,9
17,2
20 11,8
Quando se analisa cada um dos tipos de apoio por modalidade de ensino e formação
profissionalmente qualificante (Quadro 3.4.2.3), constata-se que são os alunos dos cursos
de educação e formação que menos realizaram testes psicotécnicos (61,7%), que menos
cursos (67,8%), e que menos procuraram na internet alguma informação sobre os cursos
seja, são os estudantes dos cursos de educação e formação que, aparentemente, tiveram
especializado que mais consideram que tiveram este apoio na escolha do curso
Refira-se ainda que são os alunos dos cursos de educação e formação que mais
salientaram ter contactado com algum local de trabalho (36,2%) e com instituições de
88
Quadro 3.4.2.3 - Apoio fornecido por diferentes intervenientes na escolha do curso actual, segundo
o tipo de modalidade de ensino e formação dos cursos profissionalmente qualificantes
EAE CEF CP CT
Testes Psicotécnicos Sim 73,8 38,3 58,4 57,8
Não 26,2 61,7 41,6 42,2
Total 100 100 100 100
Leitura de informações Sim 86,9 84,7 82,2 81,7
Não 13,1 15,3 17,8 18,3
Total 100 100 100 100
Grupos de Discussão Sim 21,4 25,4 17,9 25,7
Não 78,6 74,6 82,1 74,3
Total 100 100 100 100
Orientador Vocacional Sim 46,4 28,8 35,9 37,6
Não 53,6 71,2 64,1 62,4
Total 100 100 100 100
Apoio Professores Sim 71,6 52,5 48,9 55,0
Não 28,4 47,5 51,1 45,0
Total 100 100 100 100
Internet Sim 63,7 33,9 50,0 42,2
Não 36,3 66,1 50,0 57,8
Total 100 100 100 100
Pessoas de outros cursos Sim 74,9 32,2 52,4 64,2
Não 25,1 67,8 47,6 35,8
Total 100 100 100 100
Contacto com local de Sim 29,1 36,2 17,9 13,8
trabalho Não 70,9 63,8 82,1 86,2
Total 100 100 100 100
Instituições do Ensino Sim 29,8 32,8 15,8 18,3
Superior Não 70,2 67,2 84,2 81,7
Total 100 100 100 100
Apoio Familiar Sim 84,6 78,0 84,8 78,9
Não 15,4 22,0 15,2 21,1
Total 100 100 100 100
Apoio dos amigos Sim 89,0 66,1 75,3 82,2
Não 11,0 33,9 24,7 17,8
Total 100 100 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
(n= 633)
89
90
IV - Expectativas face ao Pós-secundário
A maioria dos alunos inquiridos pensa concluir o 12ºano ou nível equivalente e prosseguir
estudos no pós-secundário (74,4%) e, destes, 79,4% têm como principal objectivo tirar um
Segundo Grácio (1997), as escolhas realizadas durante o percurso escolar são importantes
modalidade que o aluno frequenta pode influenciar a forma como o aluno perspectiva o seu
Quadro 4.1.1 - Expectativas de percurso escolar dos alunos, segundo o tipo de certificação (%)
91
De facto (Quadro 4.1.1), os alunos dos cursos científico-humanísticos (CCH) são os que
se entre aqueles que desejam prosseguir os seus estudos (51,2%), e os que pretendem
objectivo de alcançar um diploma universitário. A este nível, existem alguns estudos (Silva,
1999; Alves, 1998; Mateus, 2002) que referem as elevadas expectativas dos jovens quanto
às suas trajectórias escolares. Neste sentido, têm como meta obter um diploma de estudos
evidente para todos os alunos. Parte dos alunos não sabem se pretendem continuar a
da modalidade que os alunos frequentam. Procurou-se, ainda, efectuar análises por sexo,
92
Quadro 4.1.2 - Expectativas de percurso escolar dos alunos, segundo a caracterização socioeconómica (%)
Por outro lado, são os alunos provenientes das famílias conjugais e monoparentais, que
ensino superior. A este nível, os alunos de famílias reconstituídas são os que se encontram
número elevado de alunos que pretendem fazer o 12º ano e deixar de estudar ou que
93
elevadas são as expectativas de percurso escolar, e vice-versa. Segundo alguns estudos
Neste sentido, os alunos oriundos de famílias com nível de escolaridade igual ou superior
nível superior de ensino. Por sua vez, os alunos com familiares/responsáveis detentores de
As trajectórias escolares dos alunos podem ser marcadas também por um maior ou menor
desempenho escolar (número de anos de desvio etário e média das classificações) (Quadro
4.1.3).
continuar a estudar e prosseguir para o ensino superior, à semelhança do que sucede com
conjunto dos alunos com uma média de classificações iguais ou menores a 3, existe uma
maior proporção de estudantes que querem apenas fazer o 12º ano e deixar de estudar.
Importa ainda destacar, que são os alunos com uma média de classificações de nível 2, que
94
mais se encontram numa situação de indefinição face ao percurso escolar (37,5%). Esta
diferenciação na definição dos projectos escolares pode indiciar que, quanto mais elevada
é a média das classificações dos alunos, mais elevadas são as suas expectativas escolares.
Quadro 4.1.3 - Expectativas de percurso escolar dos alunos, por desempenho escolar (%)
Os alunos que não têm nenhum ano de retardamento, desejam prosseguir para níveis mais
Neste sentido, pode-se concluir que o desempenho escolar gera uma diferenciação na
forma como estes jovens projectam o seu futuro escolar, na medida em que, quanto mais
A família assume um papel estruturante nas decisões e expectativas escolares dos alunos.
estratégias e trajectórias sociais das famílias. Neste sentido, ao analisar-se a opinião dos
alunos acerca da forma como a família vê a escola (Quadro 4.1.4), percebe-se que nas
95
Quadro 4.1.4 - Expectativas de percurso escolar dos alunos, por forma como a família vê a
escola e o apoio que dá na escolha do curso (%)
Como se pode observar, as expectativas de percurso escolar dos alunos, para as famílias
que dão maior importância ao prosseguimento de estudos são bastante elevadas, quando
comparadas com as famílias que os alunos consideram não dar importância à escola.
Metade dos alunos que consideram que, a sua família quer que acabem o ensino
secundário, pretendem realmente, apenas acabar o ensino secundário (56,2%). Por outro
lado, 66,7% dos alunos que consideram que a sua família “não liga muito à escola” pensam
O apoio da família nas escolhas escolares do aluno também pode ser estruturante nas
expectativas de percurso escolar (Faria, 2006). Os alunos que consideram ter tido apoio na
com os alunos que consideraram não ter tido apoio na escolha do curso. As expectativas
escolares e as opções a tomar são influenciadas pelas representações que o aluno tem da
sua família e a própria interacção que desenvolve no seu contexto familiar, e vice-versa.
96
4.2 - Expectativas profissionais
nomeadamente em função das representações que os alunos têm acerca das realidades
profissionais que conhecem. A maioria dos alunos inquiridos considera que aos 30 anos
estarão a desenvolver profissões integradas nos grupos profissionais dos “Especialistas das
Como se pode ver, existe uma tendência pela opção de fileiras profissionais de maior
prestígio social, embora fundamentalmente ligadas aos recursos escolares. Por outro lado,
verifica-se que boa parte dos alunos não se define face à profissão que pensa ter aos 30
anos (22,4%).
alunos têm implicações nas saídas profissionais (Mateus, 2002). Nesta análise, deve-se ter
em consideração, uma vez mais, que os tipos de certificação apresentados, têm objectivos
prosseguimento de estudos.
Quadro 4.2.1 - Expectativas profissionais dos alunos aos 30 anos, segundo o tipo de certificação do curso
actual(%)
CCH CPQ
Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e Quadros Superiores de Empresa 3,2 4,2
Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas 59,6 25,7
Técnicos e Profissionais de Nível Intermédio 14,2 29,5
Pessoal Administrativo e Similares / Pessoal dos Serviços e Vendedores 1,3 7,8
Outras 0,8 7,8
Não sei 21,0 25,0
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
97
Perante esta realidade33 (Quadro 4.2.1), constata-se que na sua maioria (59,6%) os alunos
realizar uma análise das expectativas profissionais dos alunos aos 30 anos em função das
Quadro 4.2.2 - Expectativas profissionais dos alunos aos 30 anos, segundo a modalidade de ensino e
formação (%)
Enquanto que a maioria dos alunos dos cursos tecnológicos pensam que aos 30 anos
Intermédio”, 39%). Por outro lado, os alunos dos cursos de educação e formação
consideram estar a realizar aos 30 anos outro tipo de profissões, menos qualificadas e de
que revelaram ainda não saber o que pensam fazer aos 30 anos.
33
Para esta análise foi criada a categoria “Outras” que engloba os grupos profissionais dos “Agricultores e
Trabalhadores Qualificados da Agricultura e das Pescas”, “Operadores de Instalações e Máquinas e Trabalhadores
de Montagem”, “Membros das Forças Armadas” e “Trabalhadores Não Qualificados dos Serviços e do Comércio”
98
Esta análise permite concluir que as expectativas dos alunos quanto à profissão vão, de um
Quadro 4.2.3 - Expectativas profissionais dos alunos aos 30 anos, por expectativas de percurso
escolar (%)
Enquanto que a maioria dos alunos que pretende continuar a estudar, considera que aos
não acabar o ensino secundário, esperam vir a desenvolver trabalhos menos qualificados e
Os alunos que pretendem apenas concluir o ensino secundário, dividem-se entre o grupo
profissional de nível intermédio e as outras profissões34. Este grupo de alunos pode ser
constituído por pessoas que, por um lado, vão sair da escola com qualificações escolares
não muito elevadas e, por outro, que irão adquirir uma certificação profissionalmente no
34
Para esta análise foi criada a categoria “Outras” que engloba os grupos profissionais dos “Pessoal
Administrativo e Similares”, “Pessoal dos Serviços e Vendedores”, “Agricultores e Trabalhadores Qualificados da
Agricultura e das Pescas”, Operadores de Instalações e Máquinas e Trabalhadores de Montagem”, “Membros das
Forças Armadas” e “Trabalhadores não Qualificados dos Serviços e do Comércio”.
99
Deste ponto de vista, verifica-se que quanto mais elevadas são as expectativas escolares,
mais elevado é o posicionamento dos alunos face à profissão que esperam realizar aos 30
Quadro 4.2.4 - Expectativas profissionais dos alunos, por caracterização socioeconómica (%)
Quadros Superiores
Especialistas Técnicos e
da Administração
das Profissões Profissionais Não
Pública, Dirigentes e Outras Total
Intelectuais e de Nível sei
Quadros Superiores
Científicas Intermédio
de Empresa
Nível de Igual ou inferior ao 1º
3,9 32,7 21,6 17,0 24,8 100
escolaridade CEB
dominante na Entre o 2º e 3º CEB 4,3 41,2 20,8 9,6 24,2 100
família Ensino secundário 3,1 49,6 19,8 3,7 23,8 100
Ensino superior 3,4 60,0 17,4 2,3 16,9 100
Origem Empresários,
socioprofissional Dirigentes e 5,0 52,3 16,0 5,2 21,4 100
Profissionais Liberais
Profissionais Técnicos
0,9 55,0 20,3 3,4 20,3 100
e de Enquadramento
Trabalhadores
5,7 33,0 23,6 11,3 26,4 100
Independentes
Empregados
3,3 42,5 22,3 11,4 20,5 100
Executantes
Operários 3,6 40,9 21,9 8,8 24,8 100
Fonte: Questionário OTES 2007
100
Os recursos escolares dos familiares/responsáveis dos alunos inquiridos revelam-se
importantes na forma como os alunos se imaginam aos 30 anos. Os alunos cujas famílias
têm recursos escolares elevados (ensino secundário e superior), pensam estar a exercer
do ensino básico) apresentam uma maior dispersão pelos grupos profissionais dos
Intermédio”.
Por outro lado, quanto mais reduzido é o nível de escolaridade dominante na família, mais
os alunos referem não saber que profissão terão aos 30 anos. De facto, parece que uma
parte destes alunos tem dificuldade em antecipar o seu futuro profissional. Perante esta
nível de escolaridade dominante na família, ou seja, quanto mais elevados são os recursos
profissionais.
dos seus familiares, constata-se que as expectativas profissionais estão relacionadas com
o meio social de origem dos alunos. Se por um lado, os alunos com uma origem
maior dispersão entre profissões com elevado e reduzido prestígio social, mas, ainda
assim, com maior prevalência nas profissões associadas a maiores recursos escolares.
Em síntese, as expectativas profissionais dos jovens são influenciadas pelo contexto social
101
Na construção das expectativas profissionais dos alunos, o desempenho escolar, tal como
profissionais variam no mesmo sentido que a média das classificações dos alunos, ou seja,
quanto mais elevada é a média dos alunos, mais estes consideram vir a desempenhar
profissões altamente qualificadas aos 30 anos (Quadro 4.2.5). Por sua vez, os alunos com
uma média mais baixa ou até negativa, distribuem-se, de forma mais ou menos
Quadro 4.2.5 - Expectativas profissionais dos alunos, por desempenho escolar (%)
O mesmo acontece com o número de anos de desvio etário, na medida em que os alunos
que, os alunos com 2 ou mais anos de desvio etário têm expectativas mais reduzidas
projecto profissional que, nem sempre tem presente todas as possibilidades de escolha
existentes. Segundo Abrantes (2006), existe relação entre a profissão que os jovens
imaginam aos 30 anos, a sua origem social e o seu trajecto escolar. Pode perceber-se que
102
V – Mobilidade de escola e de curso
Neste ponto, procurou-se identificar o peso dos alunos que mudaram de escola durante o
alunos que mudaram de escola mantendo-se no mesmo curso, alunos que mudaram de
escola e de curso dentro da mesma modalidade e alunos que mudaram de escola, de curso
(Gráfico 5.1.1.1).
38,9 %
Mudança
de
Escola
29,5 %
31,6 %
103
A distribuição dos alunos que mudaram de escola pelas três categorias mencionadas não é
homogénea (Quadro 5.1.1.1), na medida em que 61,1% destes mudaram de curso e/ou de
modalidade e 38,9% mudaram exclusivamente de escola. De facto, grande parte dos alunos
Quadro 5.1.1.1 - Principais razões para os alunos terem mudado de escola durante o ensino
secundário (%)
distintos. Se por um lado, os alunos consideram não ter tido nenhum motivo em especial
para mudar de escola (33,2%), por outro, admitem ter mudado porque a escola onde
estavam anteriormente não tinha o curso que queriam frequentar (54,3%). A este nível,
104
Quadro 5.1.1.2 - Principais razões para os alunos terem mudado de escola durante o ensino
secundário, segundo o tipo de certificação actual (%)
CCH CPQ
A escola onde estava ficava longe da minha casa 2,4 2,6
Naquela escola não existia o curso que eu queria 36,6 57,9
Os meus amigos não estavam nessa escola 12,2 0,7
Os meus pais acharam que a escola onde estava não era a melhor 12,2 4,6
A escola onde estava tinha pouco prestígio 12,2 13,2
A escola onde estava não tinha boas instalações 4,9 5,9
Os professores da escola onde estava não eram muito bons 9,8 5,9
A escola onde estava tinha problemas de segurança (roubos, violência, etc.) 4,9 3,9
Nenhum motivo em especial 26,8 36,2
Outra razão 2,4 5,3
Mudei de residência 7,3 2,6
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Fonte: Questionário OTES 2007
(n= 206)
A razão mais apontada pelos alunos que frequentam cursos de ambos os tipos de
certificação (Quadro 5.1.1.2) é o facto de na escola anterior não existir o curso desejado,
aqueles que mais o referem (57,9% contra 36,6%). Isto é, são os alunos que mudaram de
mais procuradas (tendo em conta os seus recursos e a sua tradição de ensino e formação),
nem sempre os alunos se encontram satisfeitos com essas ofertas. A diversidade de oferta
do ensino secundário não é a oferta real de todas as escolas, ou seja, as ofertas disponíveis
105
Quando se analisam outros motivos que originaram a mudança de escola, percebe-se que
alunos dos cursos profissionalmente qualificantes (CPQ). Os alunos dos cursos científico-
humanísticos referem mais frequentemente ter mudado de escola pelas seguintes razões:
os seus amigos não estavam na antiga escola (12,2%), os pais acharam que a escola não
era a melhor (12,2%) ou a escola tinha pouco prestígio (12,2%). Por seu turno, o facto de a
escola anterior ter menos prestígio que a actual (13,2%) é das razões mais frequentemente
curso anterior com o tipo de certificação actual (Gráfico 5.1.1.2). Antes da mudança de
qualificantes (78%). Isto é, os alunos que estão actualmente nos cursos profissionalmente
qualificantes tendem a ter uma maior probabilidade de ter vivenciado, no seu trajecto
Gráfico 5.1.1.2 – Tipo de certificação do curso anterior e actual dos alunos que mudaram de escola
100
80 43,7
60 78,0
%
40
56,3
20
22,0
0
Tipo de certificação anterior Tipo de certificação actual
CCH CPQ
106
Pode concluir-se que, por um lado, são os cursos profissionalmente qualificantes que mais
“recebem” alunos que mudaram de escola no seu trajecto passado, por outro, são os
Quadro 5.1.1.3 - Mudança de escola no ensino secundário, por desempenho escolar (%)
Sim Não
Média das classificações 2 1,3 0,4
3 75,0 48,8
4 16,7 35,8
5 7,1 14,9
Total 100 100
Nº de anos de desvio etário Nenhum ano 27,7 74,6
1 ano 28,6 13,9
2 anos 20,9 6,0
3 anos ou mais anos 22,8 5,6
Total 100 100
Fonte: Questionário OTES 2007
Os alunos que mudaram de escola apresentam uma média das classificações às disciplinas
mais reduzida (76,3% contra 49,2%) e maior número de anos de desvio etário (72,3% contra
107
5.1.2 - Expectativas de mobilidade inter-escolas
As expectativas de mudança de escola são uma possibilidade encarada por 13,5% (n=231)
Gráfico 5.1.2.1 – Desejo de mobilidade entre escolas, modalidades de ensino e formação e cursos
66,1 %
Desejo de
Mudança
14,9 %
de Escola
19 %
No contexto destes alunos, verifica-se que 66,1% dos alunos deseja mudar de escola
Neste ponto, pretende-se caracterizar todos os alunos que desejam mudar de escola,
procurando-se perceber o que os leva a querer mudar. São diversificados os motivos que
levam os alunos a desejarem mudar de escola (Quadro 5.1.2.1). Por um lado, existem
alunos que pretendem frequentar uma escola com melhores instalações (20,3%), onde
exista o curso que desejam frequentar (20,3%) e que seja uma escola mais perto de casa
(20,3%). Por outro lado, estão os alunos que apesar de desejarem mudar de escola, não
108
têm nenhum motivo em especial para o fazer (21,2%) ou então, não sabem justificar os
Quadro 5.1.2.1 - Principais razões para os alunos desejarem mudar de escola durante o ensino
secundário (%)
Porém, a importância de cada uma destas razões, varia segundo o tipo de certificação
escola indicam, com mais frequência, factores como: a escola não ter o curso desejado
(17,5%), preferirem uma escola com melhores instalações (16,8%), que seja mais perto do
Quadro 5.1.2.2 - Principais razões para os alunos desejarem mudar de escola durante o ensino
secundário, segundo o tipo de certificação do curso actual (%)
CCH CPQ
Quero mudar para uma escola mais perto da minha casa 14,6 29,9
Quero mudar para uma escola mais perto do local onde os meus pais trabalham 5,8 3,4
Na escola onde estou não existe o curso que eu quero 17,5 23,0
Os meus amigos estão noutra escola 13,9 6,9
Os meus pais acham que é melhor mudar de escola 5,1 4,6
Quero mudar para uma escola com mais prestígio 10,2 10,3
Quero mudar para uma escola com melhores instalações 16,8 26,4
Quero mudar para uma escola com melhores professores 12,4 1,1
Nenhum motivo em especial 21,9 20,7
Outra razão 4,4 3,4
Não sei 16,8 16,1
Os professores são exigentes 7,3 1,1
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Fonte: Questionário OTES 2007
(n= 231)
109
Por sua vez, os alunos em vias profissionalmente qualificantes desejam mudar de escola
sobretudo porque querem mudar para mais perto de casa (29,9%), pretendem mudar para
uma escola que tenha melhores instalações (26,4%) e que tenha o curso desejado (23%). O
deslocação por parte dos alunos. Por outro lado, a componente prática dos cursos
Quando se procura perceber quem são os alunos que desejam mudar de escola, verifica-se
que existem algumas diferenças de resposta dependendo do sexo dos inquiridos e do seu
desempenho escolar (Quadro 5.1.2.3). Na verdade, torna-se interessante perceber que são
mais anos de desvio etário e com classificações de nível 3 e 2) que mais desejam mudar de
escola.
110
No final deste ponto, é interessante confrontar os resultados obtidos ao nível das
desempenho escolar em ambos os casos, é no primeiro que essa realidade assume maior
expressão. Outra diferença entre estes dois grupos de alunos é que a maioria dos que
modalidade (61,1% dos inquiridos que referiram ter mudado de escola), enquanto que,
somente uma minoria dos que esperam vir a mudar de escola referiram desejar também
mudança de escola não se relacionam apenas com o desejo de mudança de curso, mas
de estudos e cursos que, para além dessa componente, são também orientados para a
integração na vida activa. A mobilidade entre modalidades e/ou curso, pode dever-se a
escolares dos alunos. No conjunto da população inquirida, verifica-se que 11,4% dos
alunos realizaram uma mudança de curso e/ou modalidade durante o seu trajecto no
111
Gráfico 5.2.1.1 - Fluxos no ensino secundário: mobilidade entre modalidades de ensino e formação e
cursos (%)
CCH CCH
68,2 % 2,5 % 64,7 %
0,7 %
4,2%
4%
CPQ CPQ
31,8 % 35,3 %
27,1 %
112
- 2,5% dos estudantes realizaram uma mudança de um curso científico-humanístico para
outro curso dentro da mesma modalidade de ensino e formação, enquanto que 4,2% dos
qualificante;
Após esta leitura, mais global, interessa analisar a especificidade dos fluxos de mudança,
fluxos, consoante o tipo de certificação dos cursos inicialmente frequentados pelos alunos
Quadro 5.2.1.1 – Tipo de certificação do curso anterior, por tipo de certificação do curso actual (%)
36 O subgrupo em análise corresponde ao conjunto de alunos que assinalaram ter mudado de curso ao longo do
ensino secundário e que referiram o curso actual e o curso anterior à mudança.
113
A partir do quadro acima apresentado (Quadro 5.2.1.1) verifica-se que os alunos que
estudantes que estão actualmente num curso de educação e formação e num curso
profissional (Quadro 5.2.1.2), pois a grande parte destes estudantes provêm de cursos
tecnológicos (respectivamente, 50% e 43,3%). Saliente-se, ainda, que a maior parte dos
alunos que mudaram de curso e que estão actualmente a frequentar o ensino artístico
Quadro 5.2.1.2 – Modalidade de ensino e formação do curso anterior por modalidade de ensino e
Retomando a análise global dos alunos que afirmaram ter mudado de curso ao longo do
ensino secundário (Quadro 5.2.1.3), as razões mais apontadas para essa decisão remetem
114
Quadro 5.2.1.3 - Principais razões para a mudança de curso durante o ensino secundário (%)
Achei que o curso não estava adequado à profissão que eu queria seguir 24,6
O outro curso era muito difícil 19,0
Chumbei no outro curso e resolvi mudar 19,0
Porque o curso onde estou agora, sempre foi aquele que eu quis mas não foi possível entrar 15,6
Era um curso muito teórico 13,7
Não sei 11,8
Tinha dificuldade a Matemática 9,0
Tinha dificuldade a Física e/ou Química 7,6
Não havia um bom ambiente na turma 7,1
Os professores não eram bons 6,6
Era um curso muito prático 6,2
Outro motivo 5,7
Os meus familiares aconselharam-me a mudar de curso 4,3
Mudei de escola e aqui não há o curso onde eu estava 2,8
O curso terminou na escola 1,9
Os meus amigos aconselharam-me a mudar de curso 1,4
Este curso tem mais futuro profissional 0,9
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Fonte: Questionário OTES 2007
(n= 193)
(29,8%) e de este ser muito difícil (21,1%) (Quadro 5.2.1.4). Por sua vez, os alunos
a vivência de reprovações (19,3%), o facto de o curso não ser aquele que desejavam (18,1%)
mudança de curso.
115
Quadro 5.2.1.4 - Principais razões para a mudança de curso durante o ensino secundário, segundo o
CCH CPQ
Porque o curso onde estou agora, sempre foi aquele que eu quis mas não foi possível entrar 14,9 18,1
Era um curso muito teórico 13,2 15,7
Era um curso muito prático 3,5 9,6
Os professores não eram bons 7,0 7,2
Não havia um bom ambiente na turma 8,8 4,8
O outro curso era muito difícil 21,1 16,9
Chumbei no outro curso e resolvi mudar 19,3 19,3
Mudei de escola e aqui não há o curso onde eu estava 0,9 6,0
Os meus familiares aconselharam-me a mudar de curso 3,5 4,8
Os meus amigos aconselharam-me a mudar de curso 1,8 1,2
Achei que o curso não estava adequado à profissão que eu queria seguir 29,8 18,1
Tinha dificuldade a Matemática 14,9 2,4
Tinha dificuldade a Física e/ou Química 11,4 3,6
Outro motivo 1,8 10,8
Não sei 7,0 12,0
O curso terminou na escola 2,6 1,2
Este curso tem mais futuro profissional 0,9 1,2
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
Fonte: Questionário OTES 2007
(n= 193)
relacionadas, por um lado, com a fraca relação entre o curso escolhido e as suas
desempenho escolar.
Quadro 5.2.1.5 - Mudança de curso no ensino secundário, por desempenho escolar (%)
116
Na realidade, os alunos que conheceram 2 anos ou mais de desvio etário e que apresentam
Quadro 5.2.1.6 - Mudança de curso no ensino secundário, por caracterização socioeconómica (%)
Constata-se também que são os rapazes (14,9%) que têm uma maior probabilidade de
sociais são também factores diferenciadores dos alunos que mudaram de curso e/ou
16,9% e 14,9%) que têm maior probabilidade de mudar de curso e/ou modalidade.
Perante esta análise, percebe-se que as mudanças de curso parecem condicionadas por
socioeconómicos. No entanto, estes dados não são por si conclusivos. Para compreender
melhor este fenómeno era necessário saber também o porquê da menor mobilidade dos
117
5.2.2 - Expectativas de mobilidade entre modalidades de ensino e formação e cursos
semelhante às mudanças efectivas de curso e/ou modalidade (11,4%), ou seja, 11,2% dos
Gráfico 5.2.2.1 - Fluxos projectados no ensino secundário: mobilidade entre modalidades de ensino
e formação e cursos
56,7 %
CCH CCH
3,6 %
64 % 61%
0,7 %
3,7 %
3,2 %
CPQ CPQ
36% 39%
32,1 %
118
Tendo em conta o total de alunos inquiridos e analisando os cursos que os alunos
- Existem 56,7% dos alunos que pertencem aos cursos científico-humanísticos e que
pretendem manter-se no curso onde estão, assim como, do global dos inquiridos, 32,1%
deseja mudar para um curso dentro desse grupo de modalidades de ensino e formação;
- 3,7% do global dos estudantes está actualmente num curso científico-humanístico mas
Como é possível constatar, pelos dados acima descritos e através de uma análise mais fina
dos fluxos de mudança projectados, o desejo de mudança de curso varia consoante o tipo
37 Nesta análise são apenas considerados os inquiridos que indicaram o curso em que estão inseridos actualmente
e que simultaneamente assinalaram o curso para o qual desejariam mudar.
119
Quadro 5.2.2.1 - Fluxos projectados no ensino secundário: mobilidade entre modalidades de ensino
CCH CPQ
Tipo de certificação do CCH 49,2 19,7
curso pretendido
CPQ 50,8 80,3
qualificante (50,8%) e a restante metade pretende fazer uma mudança dentro da sua
No que diz respeito a este último sub-grupo (n=58), verifica-se que a grande maioria (48
científico-humanísticos (%)
Curso Actual
Ciências
Artes Ciências e Ciências Línguas e
Sociais e Total
Visuais Tecnologias Socioeconómicas Literaturas
Curso Pretendido Humanas
Artes Visuais - 13 - 1 - 14
Ciências e Tecnologias - 2 4 - - 6
Ciências Sociais e
1 25 - 1 1 28
Humanas
Ciências Socioeconómicas - 8 - 1 - 9
Línguas e Literaturas - - 1 - - 1
Total 1 48 5 3 1 58
120
No que diz respeito aos fluxos projectados de maior expressão (Quadro 5.2.2.3), de cursos
Quadro 5.2.2.3 – Fluxos projectados no ensino secundário: Inter-mobilidade nos cursos científico-
humanísticos (%)
%
Cursos Artísticos Especializados 38,7
Cursos de Educação e Formação 4,8
(n= 58)
dirigir essa aspiração para outros cursos com o mesmo tipo de certificação (80,3%), sendo
diminutas as situações em que estes alunos afirmam querer no futuro frequentar um curso
científico-humanístico, algo que já se tinha verificado aquando da análise dos fluxos reais
Cabe ainda referir que dentro dessas modalidades de ensino e formação, aquela com maior
peso de situações em que existe uma aspiração de mudança (34 casos em 66) remete para
os cursos profissionais, sendo também estes, como se pode verificar pelo quadro seguinte
(Quadro 5.2.2.4), aqueles que tendem a ser alvo da aspiração destes alunos.
38
Dever-se-á no entanto acrescentar, que os dados relativos às aspirações de transferência para o ensino artístico
especializado poderão estar algo enviesados, na medida em que alguns alunos poderão ter associado ao termo
“ensino artístico especializado” (modalidade de formação) ao curso de artes visuais (da modalidade de formação
“cursos científico-humanísticos”).
121
Este “duplo efeito” dos cursos profissionais, um efeito de repulsão conjugado com um
estejam mais relacionadas com algum desfasamento entre as áreas de estudo e formação
EAE CEF CP CT
Modalidade EAE - 10,0 6,7 -
de ensino e CEF - 30,0 6,7 -
formação
CP 66,7 40,0 66,7 60,0
desejada
CT - 20,0 16,7 40,0
CA 33,3 - 3,3 -
Total 100 100 100 100
(n= 66)
expectativas profissionais dos alunos (Quadro 5.2.2.5), na medida em que a razão mais
referida para desejar mudar de curso remete para o facto deste não estar adequado à
profissão que os alunos pretendem exercer (40,1%). Por outro lado, o desejo de mudança
tende também a dever-se ao facto dos alunos considerarem o curso onde estão difícil
(26,2%), não ter sido a sua primeira opção (18,3%) e tratar-se de um curso muito teórico
(17,3%).
122
Quadro 5.2.2.5 - Principais razões para os alunos desejarem mudar de curso durante o ensino
secundário (%)
Acho que este curso não está adequado à profissão que eu quero seguir 40,1
O curso é muito difícil 26,2
O curso onde eu estou não foi a minha opção 18,3
Este curso é muito teórico 17,3
Não sei 10,9
Tenho dificuldade a Matemática 9,9
Tenho dificuldade a Física e/ou Química 9,9
Este curso é muito prático 5,4
Os professores não são bons 4,5
Quero mudar de escola e nessa escola não existe o curso onde eu estou actualmente 4,0
Os meus familiares estão a aconselhar-me a mudar de curso 3,5
Outro motivo 3,0
Os meus amigos estão a aconselhar-me a mudar de curso 2,5
Não há um bom ambiente na turma 2,0
Nota: Este quadro refere-se a uma pergunta de resposta múltipla.
(n= 188)
Quadro 5.2.2.6 - Tipo de certificação do curso actual, por principais razões para os alunos desejarem
mudar de curso durante o ensino secundário (%)
CCH CPQ
O curso onde eu estou não foi a minha opção 17,2 19,4
Este curso é muito teórico 14,8 18,1
Este curso é muito prático 6,6 4,2
Os professores não são bons 5,7 2,8
Não há um bom ambiente na turma 2,5 1,4
O curso é muito difícil 32,0 18,1
Quero mudar de escola e nessa escola não existe o curso onde eu estou actualmente 4,1 4,2
Os meus familiares estão a aconselhar-me a mudar de curso 4,9 -
Os meus amigos estão a aconselhar-me a mudar de curso 1,6 4,2
Acho que este curso não está adequado à profissão que eu quero seguir 37,7 45,8
Tenho dificuldade a Matemática 12,3 4,2
Tenho dificuldade a Física e/ou Química 13,1 1,4
Outro motivo 1,6 5,6
Não sei 9,0 15,3
(n=188)
123
Os alunos dos cursos científico-humanísticos referem mais o facto de o curso ser difícil,
actual não ter sido sua opção (19,4%), ser muito teórico (18,1%) e difícil (18,1%).
inadequação dos cursos e/ou modalidades aos seus projectos escolares e profissionais.
Embora, os alunos que concretizaram essa mudança, ao contrário daqueles que aspiram
inquirida, isto é, tendem a ter origens sociais mais desfavorecidas e percursos escolares de
e/ou modalidades aos projectos dos alunos. Esta constatação permite colocar como
hipótese que a maleabilidade entre ofertas de ensino e formação poderá estar mais
dependente, entre outras coisas, da “vivência de situações limite” por parte dos alunos, do
que da busca da concretização das suas aspirações ou, por outro lado, com uma maior
“resistência” à mudança por parte daqueles (estudantes e suas famílias) cujas origens
124
5.3 - Trajectórias Reais e Virtuais: modalidades de ensino e formação e a
A análise combinada das trajectórias reais e virtuais dos inquiridos permite perceber o
perfil de mobilidade dos alunos segundo a modalidade de ensino e formação actual, isto é,
ensino. Para além desta vertente mais geral, é possível uma aproximação às dinâmicas de
Gráfico 5.3.1 – Trajectórias reais e projectadas no ensino secundário por modalidade de ensino e
formação
10,6
4,4
CCH
0,7
84,3
15,0
16,8
CT
0,9
67,3
8,8
28,8
CP
3,8
58,5
5,1
15,3
EAE
0,6
79,0
13,2
28,3
CEF
9,4
49,1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 %
Nunca mudou de curso, nem deseja mudar Já mudou de curso, e deseja voltar a mudar
Já mudou de curso, e não deseja voltar a mudar Não mudou de curso e deseja mudar
125
Como é possível constatar pelo gráfico 5.3.1:
são aquelas cujos alunos apresentam menor probabilidade de vivenciar uma mudança de
curso (84,3% e 79% respectivamente, nunca mudaram de curso nem desejam mudar no
futuro), isto é, mais frequentemente surgem associadas à primeira escolha dos alunos e a
- Os cursos de educação e formação, por sua vez, são aqueles cujos alunos apresentam
uma maior probabilidade de experienciar mobilidade entre cursos (9,4% contra 3,8% dos
cursos profissionais e contra valores residuais nas restantes modalidades). São, portanto,
cursos tendencialmente mais procurados por alunos que já vivenciaram uma mudança de
volume superior de alunos que parecem ter estabilizado após uma primeira mudança de
curso;
com maior proporção de alunos que nunca tendo mudado de curso desejam fazê-lo (15%,
126
Gráfico 5.3.2 – Trajectórias reais e projectadas nos cursos científico-humanístico
17,6
12
Linguas e Literaturas
70,6
7,4
6
Ciências Socioeconómicas
1,2
85,2
6,1
7
Ciências Sociais e Humanas
1,2
85,3
13,1
1
Ciências e Tecnologias
0,5
85,3
6,0
12
Artes Visuais
0,7
81,3
% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nunca mudou de curso, nem deseja mudar Já mudou de curso, e deseja voltar a mudar
Já mudou de curso, e não deseja voltar a mudar Não mudou de curso e deseja mudar
(n= 1115)
pretendem manter (entre 81,3% e 85,3% para os cursos de ciências e tecnologias, ciências
que apresentam maior proporção de alunos que desejam abandonar esses cursos (17,6% e
13,6% respectivamente);
127
- No entanto, os cursos de línguas e literaturas e de artes visuais são aqueles que
apresentam uma maior proporção de alunos que realizaram uma mudança de curso e que
apresentam um peso bastante residual de alunos com trajectos de intensa mobilidade, isto
é, que estejam actualmente na sua segunda escolha de curso e que desejem futuramente
voltar a mudar.
tender a oferecer cursos de primeira e exclusiva opção, estes são também cursos que, face
às restantes modalidades, tendem a ter uma maior proporção de alunos que desejam
mudar de curso. Isto é, apesar de se tratar de uma via de ensino consolidada (quer pelo
volume da sua procura, quer pelo número de alunos que a seguem como primeira e única
opção) é também a via com maior peso de alunos que não se revêem no curso da sua
primeira escolha, algo que está também patente nos cursos tecnológicos.
O peso dos alunos que pretendem mudar na modalidade dos cursos científico-
parece dever-se (como é possível constatar através da análise interna dos cursos
segunda “opção” de uma parte significativa dos seus públicos. No entanto, ao contrário do
maior volume de estudantes que sofreram mudanças de curso e que desejam mudar mais
uma vez, indicando, assim, alguma dificuldade por parte do sistema de ensino em dar
128
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Legislação
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Janeiro de 2005
136
Webgrafia
Novas Oportunidades
http://www.novasoportunidades.gov.pt/
137
138
Anexos
139
1. Tipo de certificação no ensino básico, segundo o tipo de certificação no ensino actual (%)
Cursos de Educação e
- - 5,7 0,8 -
Formação (CEF)
Percursos Curriculares
- 0,3 14,3 0,4 3,0
Alternativos
Percursos Integrados
de Educação e - 0,1 - - 3,0
Formação (PIEF)
Total 100 100 100 100 100
140
3. Média das classificações obtidas às disciplinas de Matemática, Português, Ciências Físico-Químicas e
Língua Estrangeira no final do 9º ano ou equivalente, segundo o sexo (%)
F M
Matemática 3,31 3,24
CCH CPQ
Preparar melhor os alunos para a vida profissional 69,2 83,8
Preparar os alunos para serem capazes de decidirem o que querem fazer com a sua vida 20,1 22,4
141
6. Objectivos do ensino secundário, segundo o nível de escolaridade dominante na
família/responsáveis (%)
Desenvolver o espírito crítico e a criatividade dos alunos 15,9 17,6 14,3 18,6
Proporcionar relações de amizade e convívio entre os alunos 2,8 3,5 5,2 5,3
Preparar os alunos para participarem e conviverem em sociedade 10,2 9,7 11,5 16,5
3 ou mais
Nenhum ano 1 ano 2 anos anos
Preparar melhor os alunos para a vida profissional 71,4 80,4 83,2 84,0
Desenvolver o espírito crítico e a criatividade dos alunos 17,4 14,9 12,4 22,9
Proporcionar relações de amizade e convívio entre os alunos 4,7 2,5 5,1 1,5
Preparar os alunos para participarem e conviverem em sociedade 14,3 7,2 9,5 1,5
142
8. Razões para os alunos escolherem o curso/modalidade, segundo o nível de escolaridade
dominante na família/responsáveis (%)
Tenho familiares que também seguiram o mesmo curso 2,3 3,3 2,9 3,9
Tenho amigos que também escolheram este curso 4,6 3,5 3,7 3,5
Permite-me seguir o que eu quero em termos de ensino superior 19,7 28,8 32,1 38,1
Os testes psicotécnicos indicaram que era o melhor para mim 3,5 3,6 6,0 4,9
Porque era o curso que a minha família gostava que eu seguisse 1,2 0,6 0,8 1,6
Não havia outro curso de que eu gostasse 4,6 7,6 4,7 5,6
143
9. Razões para os alunos escolherem o curso/modalidade, segundo a origem socioprofissional
(%)
Empresários,
Dirigentes e Profissionais
Profissionais Técnicos e de Trabalhadores Empregados
Liberais Enquadramento Independentes Executantes Operários
É um curso com muito prestígio 11,1 7,8 11,3 10,4 12,8
Porque não tinha de mudar de escola 0,9 1,1 0,9 0,8 0,7
Não havia outro curso de que eu gostasse 4,5 5,6 7,0 6,8 8,8
Não tem Física e/ou Química 2,1 1,7 2,6 2,5 2,0
144
10. Razões para os alunos escolherem o curso/modalidade, segundo o tipo de certificação do
curso actual (%)
CCH CPQ
É um curso com muito prestígio 10,3 11,2
Os testes psicotécnicos indicaram que era o melhor para mim 5,2 3,6
Porque era o curso que a minha família gostava que eu seguisse 1,5 -
145
11. Tipo de certificação actual no ensino secundário, por apoio fornecido pelos diferentes
intervenientes na escolha do curso actual (%)
CCH CPQ
Fiz testes psicotécnicos Sim 80,8 60,9
146
12. Formação esperada pelos alunos no pós-secundário, segundo o tipo de certificação do curso
actual (%)
147
14. Perfil social e escolar dos alunos que mudaram efectivamente de curso, alunos que aspiram
vir a mudar de curso e alunos em geral (%)
Alunos que
mudaram Alunos que
efectivamente de desejam mudar Alunos
curso de curso Inquiridos
Sexo Feminino 41,3 56,7 50,8
Masculino 58,7 43,3 49,2
Total 100 100 100
Nível de Igual ou inferior ao 1º
16,1 11,2 10,5
escolaridade CEB
dominante na Entre o 2º e 3º CEB 45,7 42,3 37,7
família
Ensino secundário 18,6 18,9 23,0
Ensino superior 19,6 27,6 28,8
Profissionais Técnicos e
15,2 22,3 22,6
de Enquadramento
Trabalhadores
8,7 8,0 7,5
Independentes
148