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Teorias da Fala Inútil

Formulada por Ford Prefect, pesquisador de campo do Guia do Mochileiro


das Galáxias enquanto estava no planeta Terra, as teorias tentam explicar
porque os seres humanos terráqueos têm o hábito de afirmar e repetir
continuamente o óbvio mais óbvio, coisas do tipo Está um belo dia, ou
Como você é alto, ou Ah, meu Deus, você caiu num poço de dez metros de
profundidade, você está bem?.

Primeira Teoria
De início, Ford elaborou a seguinte teoria para explicar esse estranho
comportamento:
"Se os seres humanos não ficarem constantemente utilizando seus lábios,
eles grudam e não abrem mais."

Segunda Teoria
Após pensar e observar por alguns meses, abandonou essa teoria em favor
de outra:
"Se os seres humanos não moverem seus lábios, seus cérebros começam a
funcionar."
Depois de algum tempo, abandonou também esta teoria, por achá-la
demasiadamente cínica, mesmo que, na verdade, esta segunda versão se
adapta melhor ao povo Belcerebron de Kakrafoon.

Penso seriamente em desenvolver a Teoria da Escrita Inútil, muito


popular neste antro de asneiras que o orkut é.
Eu não tenho nada a dizer sobre quem sou, e duvido muito que você
tenha algo a dizer sobre quem é. Não é uma pergunta simples, e raramente
alguém sabe muito, ou o suficiente sobre si mesmo. A diferença é que eu
paro por aqui, sem frases bonitas de alguém que você nunca leu mais do
que uma frase, sem tentativas inúteis de poetizar a vida em um site de
relacionamentos.
Mas admito que os dedos coçam. Então eu prosseguirei brevemente.
Não tentemos ser diferentes quando não o somos; se você é diferente,
as pessoas perceberão isso. Não adianta escrever "oi, gente, sou totalmente
diferente de qualquer pessoa que você já viu! rsrsrs", porque isso é só uma
prova que você é mais um adolescente abobado e alienado. É difícil tentar
não fazer parecer ser algo, não? Mas você consegue, força!
Sou alguém que é ninguém, e estou ciente disso, mas sinto-me não no
dever, mas no direito de expressar o que sinto sobre alguns perfis alheios.
Maioria das pessoas são simplesmente marionetes idiotas que escrevem
o que seus amigos já escreveram, amigos que escreveram o que outros
amigos escreveram. E isso se segue pelos seus gostos.
As bandas que vocês ouvem são bandas que em suas músicas usam o
mesmíssimo tema, com as mesmas palavras, com o mesmo ritmo, com os
mesmos efeitos, para passar para as mesmas pessoas o mesmo miolo
escasso com uma casca um pouco mais queimada e pintada. Os livros que
vocês lêem falam das mesmas coisas que os outros livros desta década
falaram, usando nomes diferentes e um vampiro bola-de-discoteca a mais,
passando a mesma mensagem inexistente com o mesmo enredo básico. Eu
te amo, eu te quero, oh não, encontramos um problema!!, calma, tá tudo
bem agora, estamos juntos. Não achem que colocando uma cena de ação
na Itália aqui, e uma família sanguinária ali estão inovando algo.
Pergunto-me se algum de vocês já leu Goethe, Shakespeare (não, vocês
não leram nem Romeu e Julieta, eu sei), Dostoievski, Machado de Assis,
Sartre, Simone de Beauvior (só citando os que li recentemente), ou então
qualquer outro escritor mais leve que tenha abordado um tema diferente. E
eu garanto que foram poucos os que leram. Não se acha que alguém é o
melhor (vamos usar, agora, a Stephenie Meyer como exemplo) antes de se
saber quem veio antes, quem usou de formas infinitamente melhores para
descrever os sentimentos que eram infinitamente menos vulgares e mais
refinados, mais sinceros, com temas muito mais variados e bem
trabalhados. Esses homens e essas mulheres eram gênios, e até hoje são
gênios! Como comparar um gênio com uma dona de casa entediada que
comeu demais na janta e sonhou? (Nada contra as donas de casa, hein,
muito pelo contrário.) Talvez uma grande ideia poderia ter surgido desse
sonho, e acho legal ela ter resolvido escrever, é assim que grandes
escritores podem ter começado. Mas sem pesquisar? Sem tentar crescer na
escrita e no enredo? Sem esforço? E achando isso GRANDE COISA? Ah, não.
E pergunto-me, também, qual de vocês já ouviu samba de raiz (para
cultuar o malfeito pagode), bossa nova, MPB, moda de viola (sertanejo
universitário de cu é rola, olhem para o passado!), blues, jazz, R&B,
rockabilly, e nem vou falar de rock porque vai-se achar que eu estou apenas
puxando sardinha para o meu lado. Nem Madonna, Cher, Cyndi Lauper
(para citar as mais conhecidas) para estar idolatrando Lady Gaga, Pink,
Beyonce, whatever.
Eu sinceramente não ligo se você acha tudo que escrevi muito arrogante
e de mau gosto, porque eu sei que peco mais pela arrogância do que pela
ignorância. Eu não acho que sei tudo, pelo contrário, acredito que não sei
quase nada. Mas o que me alegra nesse quase nada que eu sei é que
maioria sabe absolutamente nada. Sempre tive e ainda tenho baixa
autoestima e uma grande autodepreciação. E, ainda que eu tenha um pouco
de medo ao falar tudo isso, eu prefiro me arriscar. Prefiro estar errada,
prefiro fazer parte do meu eterno talvez do que ficar na bunda molice,
sentada no canto e com medo de ser chutada. Não estou procurando estar
certa, ser a dona da verdade, não mesmo. Estou procurando pessoas que
leiam o que eu escrevi e façam críticas, não precisa concordar, precisa
ACORDAR.
Talvez tudo que eu tenha escrito seja classificado por alguns como
ESCRITA INUTIL. Mas eu discordo. Se nada que eu tenha escrito afete
qualquer um de qualquer forma, pelo menos eu me sinto um pouco mais
aliviada de ter apertado tantas teclas, e de ter depositado um pouco de
minha frustração e indignação em cada uma delas.
Espero que as pedras e os chutes cheguem até mim algum dia, assim eu
saberei que eu estava minimamente errada: é, a juventude não está tão
dormente e inerte assim, alguns revidam. Mas isso não muda o fato de que
somos todos uns bundões adormecidos. Espero, também, que vocês se
sintam ofendidos e resolvam provar o contrário - mas duvido que isso
aconteça.
Não fui nada breve, não esperava escrever tanto... mas pensem pelo
lado bom: eu poderia ter escrito BEM mais. Fiquem bem. Ou não.

PS: se você leu tudo, parabéns.


PPS: perceba: em nenhum momento eu falei sobre o que SOU. Falei sobre o
que PENSO.

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