Capital(1*)
Antnio Gramsci
24 de Abril de 1917
Primeira Edio: : Avanti, 24 Novembro de 1917.
Fonte: La Revolucin contra el Capital, em: Revolucin rusa y Unin Sovitica,
Ediciones R. Torres, Barcelona, 1976, pgs. 21-26.
Traduo para o portugus da Galiza: Jos Andr Lpez Gonlez. Junho, 2007.
HTML de: Fernando A. S. Arajo, Julho, 2007.
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As crticas que os socialistas tm feito e faro ao sistema
burgus, para pr em evidncia as imperfeies, o
esbanjamento de riquezas, serviram aos revolucionrios para
fazer melhor, para evitar esse esbanjamento, para no carem
naquelas deficincias. Ser em princpio o colectivismo da
misria, do sofrimento. Mas as mesmas condies de misria
e de sofrimento seriam herdadas dum regime burgus.
O capitalismo no poderia fazer jamais imediatamente na
Rssia mais do que poder fazer o colectivismo. Faria hoje
muito menos, porque teriaimediatamente contra ele um
proletariado descontente, frentico, incapaz de suportar por
mais tempo e para outros as dores e as amarguras que o
mal-estar econmico traz consigo. Mesmo dum ponto de vista
absoluto, humano, o socialismo imediato tem na Rssia a sua
justificao. Os sofrimentos que viro aps a paz s podero
ser suportados se os proletrios sentirem que est na sua
vontade e na sua tenacidade polo trabalho o meio de o
suprimir no menor espao de tempo possvel.
Tem-se a impresso que os maximalistas so neste
momento
a
expresso
espontnea, biologicamente necessria,
para
que
a
humanidade russa no caia no abismo, para que, entregandose completamente ao trabalho gigantesco, autnomo, da sua
prpria regenerao, possa ser menos solicitada polos
estmulos do lobo esfameado de modo a que a Rssia no
venha a ser uma enorme carnificina de feras que se devoram
umas s outras.