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CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMPOS DE ANDRADE

VALDIR LIBERATO DE SOUZA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NOS AMBIENTES E


INSTALAÇÕES DAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL LOCALIZADAS NO BAIRRO DO CAJURU NO MUNICÍPIO
DE CURITIBA

CURITIBA
2005
2

VALDIR LIBERATO DE SOUZA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NOS AMBIENTES E


INSTALAÇÕES DAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL LOCALIZADAS NO BAIRRO DO CAJURU NO MUNICÍPIO
DE CURITIBA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentada ao Curso de Biologia
como requisito parcial à obtenção do
grau de licenciado em Biologia.

Orientadora: M.Sc. Olga Estefania


Duarte Gomes Pereira

CURITIBA
2005
3

RESUMO
As escolas públicas, de maneira um tanto quanto generalizada, sofrem com a
falta de infra-estrutura, recursos financeiros, equipamentos e instrumentos e, não
são raros os exemplos de unidades estudantis desprovidas dos mais básicos
sistemas de proteção contra acidentes, os quais podem comprometer as condições
de saúde, segurança e até a vida dessa população. Originalmente as escolas são
concebidas como um espaço lúdico, um lugar especial, onde as crianças passam
grande parte de suas vidas envolvidas em processos de aprendizagem e trocas, que
ocorrem por meio das relações sócio – econômicas e culturais e, os ambientes que
incorporam a visão da educação devem conter experiências significantes e serem
considerados lugares que serão gravados positivamente na memória mas, muitas
vezes, percebe-se que seus projetos foram equivocados, e que não enfocam todos
os aspectos referentes à segurança, e por isso, a importância das escolas em
assumirem atitudes preventivas em relação aos riscos de acidentes, pois estarão
investindo nas questões de saúde, cidadania e na perspectiva de melhoria da
qualidade de vida da comunidade escolar. Neste enfoque, garantir a segurança é um
exercício de cidadania e tarefa de todos, e a cidadania é exercida quando áreas
afins, desenvolvem integradamente suas ações diárias com o compromisso da
construção de uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade
social, dos direitos e co-responsabilidade em relação à vida pessoal, coletiva e
ambiental. Este trabalho trata-se de um diagnóstico das reais condições de
segurança e dos riscos de acidentes existentes no ambiente escolar. Tem por
objetivo identificar os pontos vulneráveis e com potencialidade de causar acidentes.
A metodologia, foi visitas às escolas, e através de um check-list foram avaliados
qualitativamente e quantitativamente as condições de segurança do ambiente
escolar, e aplicados questionários aos professores e servidores para saber dos
mesmos, quais locais e atividades com risco de acidentes, e o quê pensam da
implantação de programas preventivos. Através da análise dos questionários,
chegou-se a conclusão que os ambientes escolares possuem moderado risco de
acidentes, que as escadarias são os locais considerados mais perigosos e, que as
atividades recreativas e aulas de Educação Física são as atividades apontadas
como as de maior riscos de acidentes. Que a maioria dos servidores tem dúvidas
sobre o que fazer na ocorrência de acidentes, e que a ampla maioria acha que
deveria haver programas de prevenção de acidentes nas escolas. Ficou constatado
também que 100% das escolas inspecionadas não possuem sistema de proteção
contra incêndios.

Palavras-Chave: Segurança, Ambiente, Escolas


4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 05
2 ACIDENTES E AMBIENTE ESCOLAR ........................................................... 06
3 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 10
4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 10
5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 11
6 LOCAL E OBJETO DE ESTUDOS................................................................... 11
7 CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS.............................................................. 11
8 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ................................................................... 12
9 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 14
10 CONCLUSÃO ................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 21
5

1 INTRODUÇÃO

Normalmente quando se ouve falar em segurança, nos vem logo em mente a


questão da Segurança Pública que tanto tem sido veiculada nos noticiários de rádio,
jornais e TV. Nossos governantes em todas as campanhas políticas abordam a
necessidade de se investir na segurança da comunidade escolar, prometem
aumentar o efetivo de policiais nas imediações das escolas, criar programas e
parcerias com a comunidade visando reduzir ou eliminar a criminalidade nos
arredores das escolas. Não que isso não seja necessário, mas precisamos de
segurança tanto no ambiente externo às escolas quanto internamente. As escolas
públicas, de maneira um tanto quanto generalizada, sofrem com a falta de infra-
estrutura, recursos financeiros, equipamentos e instrumentos e, analisando a vida
útil de uma escola, percebe-se que se trata de um local que necessita de programas
de manutenção preventiva e corretivas constantes SILVA et al. (2004).
As escolas originalmente são concebidas como um espaço lúdico, mas, muitas
vezes, percebe-se que seus projetos não enfocam todos os aspectos referentes à
segurança das crianças, e não são raros os exemplos de unidades estudantis
desprovidas dos mais básicos sistemas de proteção contra acidentes, sendo em
alguns casos, sem a mínima adequação ao público alvo BARROS (2002).
As escolas são lugares especiais, onde os alunos passam grande parte de
suas vidas envolvidos em processo de aprendizagem e trocas, que ocorrem por
meio das relações sócio – econômicas e culturais. E por isso a importância da
concepção de ambientes favoráveis à educação, não apenas no que se refere aos
aspectos arquitetônicos das instalações, mas também que garantam a segurança de
seus usuários ROCHA (2004).
Segundo os autores: MOORE (1992); STINE (1997); BRUBAKER (1998);
DUDEK (2000), citados por BARROS (2002), para alcançar nas escolas essa
qualidade ambiental, a literatura internacional valoriza o ato de planejar e projetar
novas escolas, ou reformar instituições existentes, e a bibliografia está repleta de
descrições desse processo de criação, enfatizando a participação dos usuários,
professores, alunos, funcionários, e comunidade. Dessa forma são delineados
passos importantes deste processo na expectativa de incorporar a diversidade de
opiniões e experiências dos participantes. Na maioria dos textos, a especificidade de
cada projeto é destacada; a qualidade da construção é detalhada; a experiência de
6

conviver com espaços de valor estético é discutida, e é dada importância à


iluminação natural, às cores e à relação do espaço interno com a paisagem externa,
a padronização em muitos textos é vista com reserva, bem como a monotonia de
ambientes iguais em dimensões e acabamentos, prática comum no projeto de salas
de aula. Os ambientes que incorporam a visão da educação devem conter
experiências significantes e serem considerados lugares que serão gravados
positivamente na memória. Assim, o ambiente escolar não se equaciona mais com a
simples sala de aula e diversifica-se em lugares: canto, nicho, palco, arena, terraço,
quintal etc.
A orientação espacial dos alunos e usuários e a higiene, por exemplo, são
também considerações que não podem faltar, devendo ser evitadas configurações
que induzam percepções ou comportamentos indesejáveis para os ocupantes dos
ambientes SILVA et al. (2004).
Sendo o espaço escolar de fundamental importância para a formação do
cidadão, deve-se chamar a atenção para a natureza dinâmica da relação do usuário
com o ambiente construído. Segundo ESCOLANO, citado por ZANCUL (2004, p.
88), os espaços educativos são como lugares que abrigam a liturgia acadêmica, e
estão dotados de significados, e transmitem importante quantidade de estímulos,
conteúdos e valores do chamado currículo oculto, ao mesmo tempo em que impõem
suas leis como organizações disciplinares.
Diante das condições de infra estrutura quase que precárias em que se
encontram a maioria das escolas públicas, busca-se através desta trabalho
demonstrar a quanto anda a segurança contra acidentes nos ambientes escolares;
se existem medidas preventivas adotadas e qual a opinião dos trabalhadores em
relação à segurança no seu local de trabalho.

1.1 ACIDENTES E AMBIENTE ESCOLAR

Para MINAIYO e SOUZA, citado por MOREIRA, (2003, p. 48), O acidente é


entendido como “evento potencialmente causador de injúria física” e é definido
como: “uma de cadeia de eventos, de ocorrência súbita, não desejada”. O acidente
tem conotação de não intencionalidade, porém, não significa uma fatalidade, pois
são passíveis de prevenção.
7

Conforme a frase descrita em Provérbios: 22:3 “O sábio antevê o perigo e


protege-se, mas os imprudentes passam e sofrem as conseqüências”, ou seja:
apesar de todo o aparato tecnológico e científico hoje existentes; dos diversos
estudos e metodologias abordando a prevenção de acidentes, ainda assim não
somos capazes de antever muitos dos diversos tipos de infortúnios presentes não só
nos ambientes escolares, mas em todas as áreas e atividades da sociedade. Como
não é possível eliminarmos totalmente os riscos, os eventos perigosos ocorrem e,
então é preciso estar preparado para exercer o controle de emergências e,
normalmente, as pessoas tem certa resistência em investir tempo em preparar-se
para algo que não tem certeza se irá acontecer.
As escolas que optarem em assumir atitudes preventivas estarão atuando com
as questões de saúde e cidadania e na perspectiva de sua promoção, pois estarão
investindo não só na melhoria da qualidade de vida da comunidade escolar como
também estarão disseminando a cultura de prevenção a qual trás inúmeros
benefícios, tanto sociais quanto financeiros, pois ao desonerar o estado com
assistência médica e pagamento de benefícios, essa economia pode ser revertida
em recursos a serem aplicados em outras áreas como em educação por exemplo.
Também podemos destacar as implicações legais que os gestores escolares
assumem ao negligenciar as questões preventivas, pois de acordo com a
Constituição Federal de 1988 em seu artigo 37, parágrafo 6º diz que:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

Contudo, é bom ressaltar que para haver promoção de saúde, devemos


também nos ocupar com a vigilância das práticas de risco, pois existem situações
muito freqüentes no ambiente escolar que podem comprometer as condições de
saúde, segurança e até mesmo a vida dessa população. Pode-se citar como
exemplos: acidentes em quadras desportivas devido ao piso irregular ou muito
abrasivo, cortes e escoriações em alambrados por material pontiagudo, quedas no
pátio e corredores provocados por desníveis, quedas nas escadas por falta de fitas
antiderrapantes ou por falta de corrimão, ou mal fixadas, acidentes de queda da
própria altura devido a pisos escorregadios, quedas de cadeiras por má
8

conservação, acidentes por quedas de plataformas ou mezaninos por falta de


guarda-corpo (proteção nas laterais) etc.
O ambiente escolar tem um importante papel na condução de transformações
sociais e culturais. E para que esses processos se consolidem como forma de saber
e, se apresentem como um mecanismo de acesso à cidadania, os indivíduos que o
freqüentam devem dominar os códigos simbólicos de uma sociedade e não serem
simples objetos, mas sim sujeitos do processo de apreensão do conhecimento e daí
então passarão a ter atitudes responsáveis em toda a esfera da sociedade.
A proposta de uma educação voltada para estimular e desenvolver nos alunos
o exercício da cidadania, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN, 1997), indica como princípios orientadores a "dignidade da pessoa humana, a
igualdade de direitos, a participação e a co-responsabilidade pela vida social". Neste
enfoque, garantir a dignidade e o exercício da cidadania é tarefa de todos. A
cidadania é exercida quando áreas afins, principalmente a saúde e educação,
desenvolvem integradamente suas ações diárias. O compromisso com a construção
da cidadania reflete "uma prática educacional voltada para a compreensão da
realidade social, dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva
e ambiental".
A busca pela redução dos acidentes é um dos grandes desafios à inteligência
do homem e, mesmo com a aplicação de grandes somas de recursos em prevenção,
os acidentes continuam ocorrendo, desafiando permanentemente todos esses
esforços CARDELLA (1999).
Em pesquisa realizada por MILLER, citado por HARADA (2003), a cada ano,
3,7 milhões de crianças norte americanas sofrem acidentes nas escolas, resultando
em um custo estimado de 3,2 bilhões de dólares em gastos médicos e, no Brasil o
Ministério da Educação dispõe dos dados do censo escolar, e de diversos
programas tais como: alfabetização, escola participativa, educação para
adolescentes, escola cidadã, entre outros, porém não há programa específico
voltado para a prevenção de acidentes. Estudos de DIETRICH, pesquisador norte-
americano, citado por CASTRO (2002), já denunciava a relevância dos acidentes
envolvendo crianças, como importante problema de saúde pública. Naquele ano,
nos Estados Unidos da América, mais de um milhão de crianças requereram
assistência médica por motivo de acidente. Dessas crianças, cinqüenta mil
permaneceram com seqüelas e treze mil faleceram.
9

Entende-se que a preparação das futuras gerações é o melhor investimento


para aumentar a segurança contra acidentes e desastres, e a educação é o meio
mais eficiente e barato para inicializar essa conscientização CASTRO (2002).
Portanto, espera-se que as instituições de ensino públicas e privadas, envolvendo os
diferentes setores governamentais com esforços coordenados e sistematizados
lancem mão das diretrizes definidas pela Política Nacional de Redução de
Morbimortalidade aprovada pela Portaria do Ministério da Saúde MS/GM n.º 737 de
16/05/01, a qual enfatiza que as articulações intersetoriais é requisito indispensável
para a operacionalização de programas, sejam eles específicos ou não, que atuem
na promoção de hábitos seguros e saudáveis e se tornem elementos essenciais e
multiplicadores da mudança cultural, contribuindo por reduzir a vulnerabilidade da
sociedade aos desastres.
Este trabalho justifica-se devido a ausência de indicadores de acidentes
ocorridos em ambientes escolares, bem como estudos, levantamentos e
diagnósticos de como pensam e agem os trabalhadores em educação na
eventualidade da ocorrência de situações de risco e emergências. Também vem
atender ao chamamento do Ministério da Saúde e da Educação que através da
portaria MS/GM N.º 737 de 16/05/01 "Política Nacional de Redução de
Morbimortalidade por Acidentes e Violências", onde se solicita:

a mobilização das universidades para que induzam investigações atinentes


aos acidentes e às violências, não só divulgando-as em publicações
científicas, mas de forma que contribuam, inclusive, para melhoria e o
aprimoramento da rede de serviços (Portaria MS/GM N.º 737 de 16/05/01).

Assim, com o presente trabalho busca-se levar subsídios para a elaboração de


programas que proponham uma forma sistemática de reconhecimento, avaliação e
controle de riscos de acidentes existentes no ambiente escolar e então, a partir daí
tornar-se objeto de estudo voltado à melhoria contínua. Acredita-se que com as
ações e propostas advindas a partir da leitura desse trabalho, possam aproximar-se
as Associações de Pais e Mestres, as Secretarias de Educação e Saúde,
independente de seus níveis hierárquicos, culminando, inclusive, com a
disseminação de conhecimentos específicos relacionados à prevenção de acidentes.
10

2 OBJETIVO

Realizar um levantamento das condições de segurança nos ambientes e


instalações escolares de ensino fundamental e médio da rede estadual localizadas
no âmbito do Setor do Cajuru no município de Curitiba.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


1. Identificar os principais riscos de acidentes existentes no ambiente escolar.
2. Realizar um diagnóstico das condições dos equipamentos de combate a
incêndios instalados nas escolas.
3. Identificar quais os locais apontados pelos professores e servidores como
sendo os de maior probabilidade de ocorrência de acidentes.
4. Auxiliar na implantação de programas de prevenção de acidentes.
11

3.MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCAL E OBJETO DE ESTUDO

Atualmente, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná está dividida em


30 Núcleos Regionais de Educação. O Núcleo Regional de Educação de Curitiba
contém 168 escolas estaduais, sendo, o Núcleo subdividido em Setores Estaduais
de Educação em um total de 08 em Curitiba. Os 08 Setores Estaduais de Educação
de Curitiba possuem em média 20 escolas subordinadas a cada um.
O presente trabalho foi realizado no Setor Regional de Educação do Cajuru no
município de Curitiba. O Setor Cajuru possui 20 escolas estaduais sob sua
responsabilidade e, este trabalho foi aplicado utilizando-se 05 das escolas do Setor
Cajuru, sendo elas:

1. Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Hildebrando de Araujo


2. Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cecília Meireles
3. Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Júlio Mesquita
4. Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Maria Balbina C. Dias
5. Colégio Estadual de Ensino Fundamental, Médio e Normal Paulo Leminski

3.1.1 Caracterização das escolas

O Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Hildebrando de Araújo


está localizado na Avenida Prefeito Omar Sabbag, 721 no Bairro Jardim Botânico e,
sua construção se deu no ano de 1948 num total de 2.459,00 m2 de área construída
em 2 blocos. No ano de 2005 trabalhou com 43 turmas num total de 1.193 alunos
matriculados nos três turnos. Possui um corpo funcional de 32 servidores em
funções de apoio técnico - pedagógico e 60 servidores em função de regência.
O Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cecília Meireles está
localizado à Rua Pedro Eloy Souza, 1.700 no Bairro Alto, em um total de 4.002,00
m2 de área construída em uma quantidade de 08 blocos. No ano de 2005 trabalhou
com 71 turmas num total de 2.261 alunos matriculados nos 3 turnos. Possui um total
de 48 servidores em funções de apoio técnico - pedagógico e 84 servidores em
função de regência.
12

O Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Júlio Mesquita


está localizado à Rua Maria Theodora de Paula Costa, 49 no Bairro Jardim das
Américas, e sua construção é datada de 1965, em um total de 2.120,00 m2 de área
construída sendo apenas 1 bloco. No ano de 2005 trabalhou com 36 turmas num
total de 1.082 alunos matriculados nos 3 turnos. Possui um total de 27 servidores em
funções de apoio técnico - pedagógico e 51 servidores em função de regência.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Maria Balbina Costa
Dias está localizada na Avenida Konrad Adenauer, 668 no Bairro Tarumã, e sua
construção é datada de 1979, num total de 929,00 m2 de área construída em uma
quantidade de 3 blocos. No ano de 2005 trabalhou com 19 turmas num total de 552
alunos matriculados nos 3 turnos. Possui um total de 20 servidores em funções de
apoio técnico - pedagógico e 31 servidores em função de regência.
O Colégio Estadual de Ensino Fundamental, Médio e Normal Paulo Leminski
está localizado à Rua Coronel Augusto de Almeida Garret, 135 no Bairro Tarumã, e
sua construção é datada de 1967, em um total de 2.561,00 m2 de área construída
numa quantidade de 2 blocos. No ano de 2005 trabalhou com 78 turmas num total
de 1925 alunos matriculados nos 3 turnos. Possui um total de 43 servidores em
funções de apoio técnico - pedagógico e 117 servidores em função de regência.

3.2.COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Durante a elaboração do presente trabalho foram realizados levantamentos nas


cinco escolas e, com a utilização de um check-list (Apêndice A) contendo uma
relação de dez itens, procurou-se averiguar de acordo com as recomendações do
Código de Prevenção de Incêndios do Corpo de Bombeiros, se o número de
extintores de incêndios no ambiente era suficiente; se o tipo de extintor de incêndio
era adequado em relação à classe de incêndio; se a validade da recarga e da
manutenção dos mesmos estava dentro dos prazos de validade; se estavam
instalados em locais apropriados e sinalizados; se o estabelecimento possui outro
sistema de combate a incêndios além dos extintores. Também foram avaliados
qualitativamente os ambientes como: central de gás, escadas e corredores quanto à
existência de corrimão; condições dos pisos e obstrução dos locais, por serem
considerados relevantes na prevenção de acidentes.
13

Foram aplicados de maneira aleatória 20 questionários (Apêndice B) por


escola entre professores e servidores em funções de apoio técnico pedagógica.
Cada questionário contendo dez perguntas, cada uma com 4 alternativas com
respostas objetivas com a finalidade de avaliar quais os locais por eles considerados
potencialmente perigosos nas escolas, se os mesmos já sofreram, presenciaram ou
tiveram conhecimento da ocorrência de acidentes com servidores ou alunos no
interior da escola e, se em alguma oportunidade anterior receberam treinamento ou
orientações de como manusear os aparelhos extintores de incêndios e, se sabem
como proceder em caso de situações de emergências.
14

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação ao que pensam os servidores e professores sobre os riscos de


acidentes existentes no ambiente escolar observou-se (GRÁFICO 1) que os mesmos
avaliaram como moderado os riscos de acidentes.

GRÁFICO 1 – RISCOS DE ACIDENTES NO AMBIENTE ESCOLAR

50

Elevado
40 Moderado
Baixo
Inexistente
30

%
20

10

0
FONTE: Pesquisa de campo

Cabe aqui destacar, que o questionário foi aplicado de maneira aleatória entre
todos os servidores das escolas, desde pessoal da cantina, limpeza, assistentes
administrativos, equipes pedagógicas e docentes, sendo que muitos dos que
responderam o questionário cumprem carga horária de 20 horas semanais e, em
muitos casos, sequer conheciam todos os ambientes das escolas, pois seus trajetos
no interior das mesmas resumiam-se às áreas administrativas e salas de aula.
Outro fato importante a ser analisado, é que as perguntas do questionário não
continham parâmetros norteadores de qualidade, nem foram orientadas de maneira
quantitativa, dessa forma, permitiu-se por demais respostas subjetivas, as quais
tornam-se de difícil análise na medida em que não se tem uma noção clara do que é
risco elevado, moderado, leve ou inexistente. Não foi possível encontrar na literatura
pesquisada, trabalhos anteriores que mensurassem os riscos em ambiente escolar,
como também a conceituação gradativa de riscos de acidentes. As referências
15

encontradas, foram alusivas a risco de incêndios obtidos do Código de Prevenção


de Incêndios do Corpo de Bombeiros do estado do Paraná, onde se classifica as
edificações em Risco Leve (RL), Risco Moderado (RM) e Risco Elevado (RE) em
função de seu potencial calorífico.
Por conta disso buscou-se em outros trabalhos as opiniões que os
trabalhadores em educação tem em relação ao seu ambiente laboral, e relatos
obtidos através do trabalho de SILVA et. al. (2004), mostram que em pesquisa
realizada pela UNESCO em 13 capitais brasileiras com usuários diretos do ensino
médio, os mesmos atribuíram médias baixas ao espaço escolar onde passam a
maior parte do dia.
Diante desse quadro de insatisfação com o atual modelo de ambiente escolar,
propõe-se que sejam realizados estudos de readequação, e que os novos projetos
contemplem uma análise mais contextualizada quanto à clientela a ser atendida,
pois, dos prédios escolares visitados, mesmo não sendo foco deste trabalho,
nenhum apresentou acesso a portadores de deficiência locomotora, outro detalhe, é
que dos cinco colégios visitados, todos possuíam grades nas janelas dos
pavimentos térreos; as portas laterais de acesso ao pátio são mantidas trancadas, o
que leva a comentários informais, mas, generalizado entre servidores e até extra
escola de que o ambiente tem mais característica de presídio do que de escola. Ao
meu ver, esses locais passam então a ter um acentuado risco de acidentes devido à
dificuldade de abandono do local em caso de tumultuo.
Na seqüência do questionário, foi perguntado qual o local da escola com
maior probabilidade de ocorrência de acidentes e, observou-se (GRÁFICO 2 p.15)
que as escadarias e rampas juntamente com os riscos existentes no pátio, foram os
locais mais lembrados neste quesito. Da mesma forma da pergunta anterior, as
respostas aqui também foram subjetivas mas, provavelmente, induzidas por
acontecimentos vivenciados no dia-a-dia. Na pergunta seguinte sobre as atividades
com maior probabilidade de acidente, HARADA (2003), cita que em uma
investigação realizada em vinte escolas na cidade de Blumenau no ano de 2000,
revelou que dos 278 acidentes registrados naquele período, 41% ocorreram na
quadra esportiva e 29% no pátio, corroborando com os resultados obtidos através do
questionário, que aponta as atividades recreativas e as aulas de Educação Física
como as de maior probabilidade de causas de acidentes. Através da inspeção nos
locais, pode-se constatar que as escadas possuem corrimão, as dimensões são
16

adequadas, e que são constituídas em material incombustível, porém, não são


dotadas de pisos antiderrapantes conforme preconiza as normas do Corpo de
Bombeiros, apenas uma das cinco escolas analisadas possui central de gás, sendo
que as demais escolas possuem botijões de gás instalados dentro das cantinas, o
que é condenável pelo Código de Prevenção e Incêndios do Corpo de Bombeiros,
que exige a instalação de central de gás combustível em: hospitais, clínicas, escolas
e outros estabelecimentos com público transitório.

GRÁFICO 2 – LOCAIS COM MAIOR PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTES

60
Escadarias e rampas
Os banheiros
50 O pátio
A cantina

40

% 30

20

10

FONTE: Pesquisa de campo


Foi perguntado aos professores e servidores se os mesmos achavam
importante haver procedimentos normatizados e divulgados para serem seguidos na
ocorrência de acidentes ou situações de emergências e observou-se (GRÁFICO 3
p.17), que a grande maioria apóia a implantação de tais procedimentos. Também foi
detectado que uma boa parte dos respondentes tem dúvidas ou não sabem quais as
providências a serem tomadas na ocorrência de acidentes com alunos ou colegas de
trabalho. Que uma parcela dos respondentes já presenciou ou já sofreu acidentes no
interior da escola, com necessidade de ser encaminhado ao hospital.
Esses resultados demonstram haver motivos suficientes para a implantação
de procedimentos normatizados, o que, com certeza trará inúmeros benefícios aos
gestores escolares, pois, na medida em que todos sabem o que fazer torna-se fácil e
17

rápida a tomada de decisões, detalhe este que em muitos casos podem salvar uma
vida.
GRÁFICO 3 – EXISTE NECESSIDADE DE HAVER PROCEDIMENTOS NORMATIZADOS?

100
S im , c o m tr e in a m e n t o p a r a t o d o s
T r e in a m e n to s o m e n te p a r a o s a lu n o s
T r e in a m e n t o s o m e n t e p a r a o s f u n c io n á r io s
N ã o v e jo n e c e s s id a d e
80

60

40

20

FONTE: Pesquisa de campo


A pergunta seguinte foi se deveria haver treinamentos para professores,
servidores e alunos seguirem em caso de incêndio ou outras situações de
emergência, e observou-se (GRÁFICO 4), que a maioria acha o assunto relevante.
No trabalho de MOREIRA (2003), é abordado que existem várias formas da
instituição promover a discussão e desenvolver trabalhos visando à prevenção.
Entre essas formas propõe-se um espaço institucionalmente constituído, de
preferência vinculado ao regimento interno da escola para que se possa garantir a
continuidade dos trabalhos mesmo com as mudanças do corpo diretivo ou de
orientação política.

GRÁFICO 4 – É IMPORTANTE HAVER TREINAMENTO PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA?

100
S im
Não
80 E x is t e m e s ã o d e c o n h e c i m e n t o d o s s e r v id o r e s
E x is t e m , p o r é m n ã o é d o c o n h e c im e n to d e t o d o s

60
%
40

20

0
F O N T E : P e s q u is a d e c a m p o
18

Foi perguntado, se o assunto "Prevenção de Acidentes" deveria ser abordado


em sala de aula como uma disciplina, ou ser parte de um programa a ser
implantado, e observou-se (GRÁFICO 5), que a maioria prefere que o tema seja
tratado como um programa destinado a todos, servidores e alunos. Percebe-se
portanto que é uma necessidade nata se sentir protegido, o que é, um fenômeno
essencialmente humano, e portanto tem historicidade e características biológicas.
Existe na esfera governamental, a Portaria MS/GM N.º 737, que em seu
capítulo 4 "Responsabilidades Institucionais", solicita-se articulações intersetoriais
com o Ministério da Educação para a inclusão nos currículos de primeiro e segundo
graus, cursos profissionalizantes e técnicos, de conteúdos referentes à prevenção
de acidentes, os quais, de certa forma viriam a atender essa demanda reprimida
existente no plano prevencionista. Outra importante iniciativa foi da Sociedade
Brasileira de Pediatria que desencadeou em 1998 um projeto denominado
Campanha de Prevenção de Acidentes e Violências, onde se propunha a formação
de Comissões Escolares de Prevenção de Acidentes e violência – CEPAV , a qual
teria representantes de todos os seguimentos escolares, com reuniões periódicas,
sob a regência de um presidente ou coordenador, com atribuições de diminuir as
situações de risco no ambiente escolar, conscientizar sobre os princípios de
segurança na escola e no lar MOREIRA (2003).

GRÁFICO 5 – PREVENÇÃO DE ACIDENTE DEVE SER ABORDADO NAS ESCOLAS?

80
Deveria ser parte de uma disciplina

Programa a ser implantado para alunos


Programa a ser implantado para todos
60
Não tem nada a ver com educação.

% 40

20

0
FONTE: Pesquisa de campo
19

Um dos dados mais relevante obtido através da inspeção in loco, foi poder
constatar que 100% das escolas inspecionadas não possuem aparelhos extintores
de incêndios ou outro sistema de prevenção contra incêndios (os extintores de
incêndio são equipamentos de segurança obrigatórios e exigidos por lei). Procurou-
se saber os motivos dos mesmos não estarem instalados, onde a justificativa foi de
que os alunos disparam os aparelhos por brincadeira e as escolas não possuem
pessoal para ficar controlando esse tipo de ação dessa forma foram todos recolhidos
e jamais repostos. Conforme ROCHA (2004), ela ressalta, que não se pode
desvincular a destruição, ou a degradação do patrimônio público da formação de
cidadania, pois é esta formação que poderá por sua vez contribuir e modificar as
suas atitudes e ações em relação à conservação e à preservação do patrimônio
escolar. Diante desse quadro pode-se deduzir que a falta de consciência cívica, dos
valores sociais e de informação acerca das necessidades dos equipamentos é que
os fazem ter essa atitude.
20

5 CONCLUSÃO

Após a avaliação dos resultados obtidos na aplicação do questionário e as


visitas às escolas, conclui-se que os ambientes escolares avaliados apresentam
certa susceptibilidade a riscos de acidentes, e esses riscos se devem em grande
parte pela falta de manutenção, agravadas devido a quantidade insuficiente de
recursos repassados pelos órgãos do estado para a conservação dos edifícios.
Aliado a isso, existe o fato de se tratarem de edificações antigas construídas antes
dos anos 70, época em que os projetos não contemplavam as atuais exigências
legais de itens de segurança. Que existe a necessidade urgente da reinstalação dos
aparelhos extintores de incêndio nas escolas, em número suficiente e tipo adequado
à classe de incêndio conforme a determinação do Código Prevenção de Incêndios
do Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná.
Conclui-se também, que há um grande anseio por parte dos servidores, de
orientações, treinamentos e procedimento a serem seguidos na ocorrência de
acidentes, incêndios e situações de emergência nas dependências escolares, pois
tais ferramentas os auxiliará no dia-a-dia na tomada de decisões seguras e
respaldadas pelo corpo diretivo.
Acredita-se que não pode-se falar em prevenção de acidentes sem a
participação efetiva de todos os envolvidos, independente de seus níveis
hierárquicos na instituição, uma vez que a segurança tem a característica de estar
presente em todos os processos de trabalho, e porque não dizer de nossa vida.
21

REFERÊNCIAS

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conjuntos habitacionais de interesse social: o aspecto da implantação.
Campinas, 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 2002.

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CARDELLA, Benedito. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma


abordagem holística: segurança integrada à missão organizacional com
produtividade, qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas.
São Paulo: Atlas, 1999.

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Acidentes e Violências. Portaria MS/GM n.º 737 de 16/05/2001. [Publicada no Diário
Oficial da União; 2001; Maio 18].

MOREIRA, Ana Maria Martins. Construindo a paz. In: Cadernos de Escolas


Promotoras de Saúde. Sociedade Brasileira de Pediatria Departamento
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais. 1997.

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Escolar do CEPAE. Relatório do projeto de pesquisa apresentada ao curso de
Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Goiás / IESA. Disponível em
<www.igeo.uerj.br/VICBG-2004/eixo4/e4_CEPAE.htm> Acesso em 23/09/2005.

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Investigação de um prédio escolar da rede pública estadual de ensino de
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http://www.fieb.org.br/projeto/qualcon/arquivos/Artigo%20NUTAU%20LAB.%20APO.
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prática de ensino. Revista UNIARA, Araraquara, v. 1, n. 15, p.88, 2004.

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