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Daas tnternaelnais de Catalogaia ra Publicngin CP) ‘Ciara Brasileira do Livro, SP, Bras opel demonia # Bee Aca fal) Teadog ¢nedajae Jon Herta Nae = [Comginas SP” Pontes 1998 ures autre Jean Bavallon, Jeans ‘Mishel Pecheus, Eri Puctinel Orland, nilite dodhsnso 2, Hira 2 Lnenagern 2, Metis Post} 5.Semisiea ningun Achar. Pes 1 Dali Tuaad Jean Lous 1V-Pechcus. Miche ‘Ovlata Eni Poesia, 42 Son José Hora. VIC tle ppm Tnaices pata catego ssteratoo: +2 esnagomslnatina th Pheu : “Bulined! DEDALUS - Acervo - FFCLRP ~ AIMEE foam “y 2080002 Devt =——-—-pe- gg e 2026 owls Dreraad Copyright © 1999 dos autores Diresios de trulucao gemtilmente cedidos para a Pontes Editores Goordenacao Editorial: Emesto Guimaries Capa: Claudio Rober Martiat Rovisdo: Equipe de revisores cla Pontes Editores gilda, Roe pal. 19.082 PONTES EDITORES Rua Maria Monteiro 1635 113025.152 Campinas SP Brasil Fone (019) 252.6011 Fax (019) 253.0769 ‘e-mail: pontesedicorélexxa com br 196 Impresso no Brasil INDICE Introduge a 7 ‘Meméria ¢ Produgao Diseutsive do Sentid.. A Tmagom, uma Arte de Meira. Memétia Greg sane Papel dla Meréria., Maio de 1968: Os Siléncios da Meméria INTRODUCAO. Oconjunto de quatro textos que ora apresentamos cons- titul « sessao temstics «Papel da Meméria» inserida em Fist ria e Lingitstica, uma publicagio des Alas da Mesa Redonda ‘«Limguagem e Sociedade», realizada na Escoia Normal Superi- ‘or de Paris em abril de 1983. Esse col6quio reuniu especialistas de diversas dreas, tendo come ponto de eticontro arelagao entre Tingua ¢ historia. tema particularmente eafecado aqui, a me imiéria, & visto sob diferentes aspectos: lembranca ou eminise ‘éncia, meméria social cu coletiva, meméria institucional, me éria mitolégica, meméria registrada, memoria do historiador. Atravessando 08 artigos, aquestiv: » que € produzir meméris? Como a metéia se institui, é egulada, provada, conservada, ‘oué rompida, deslocida, restabelecida? De que modo es acon= ‘ccimentos -histéricos. mediéticos, culturas - so inscritos ou ‘no na meraétia, como eles sio absarvidos por ela ou produzem racla uma ruptura ? Estas questes se descnvolvein nos artigos através de di ferentes perspeetivas disciplinaves, incfuindo-se elementos de histéria, semidtica, sociolingilistica, andlise de discurso, Atém ‘isso, a meméria€ analisada em sua materialidade complexa, com énface para arelugedo texto com aimagem, para passa, ‘gem do vistvel an noreado, Por um lado, os textos fundadores “guess oa piclugiahinciea seinen posse Meyerson. 14. 9 MEMORIA GREGA Escothi proporthes, para introduzir o debate desta mae nha, ndo uma descricao de nossas pesprins prticas memoriais, tama andlise de nossa propria gestdio da meméris, mas uma in- terrogaeio envolvendo aquelas da Gréeia antiga, da Grésia clés- sica. Observar em que posigdn particular os greges se coloca- ‘yarn com retacdo sua propria meméria, a gestio que eles poci- am fazer dela. Serei ripido, portanto esquernitico, ¢ aqueles ‘que conbecem esses problemas queirum desculpar s brutalida- «de deste esboco grosseiro.A discussie permitira, espero, voltar ‘todas os pontos que se desejar que eu reteme, Os gregos apresentam urn problema com sua meméria, lum problema muito simples. Nao ¢ possfvel para 0 nfo-grego, dligamos, para o bérbaro (o que no & um termo necessariamen- te negative), reconhecer-se grego ser referéncia a (oda uma série de relatos com todo seu peso, seu valor normative, rmocracia funda nas liberdades concretas necessarias para 2s novats formas sociais - em que haviam se alocado sentidos ex- plosives de liberdade. E 0 gue ¢ silenciado em uma formayio discursiva ¢ acolhido em outta formagao discursiva, esta, domi- ante, que corresponde ao vids peaymético e empresarial da politica neo-liberal desembaracada dos sentidos mais contosi- vos, transfermadores Jo politico. Essa liberdade sero determi- nagdes conerelas, agora generalizada, pode ser reivindicads, individualizendo-se, até pelos neo-nazisies que, em aome dela, cexigem 0 direite de usar a sudstica em suas Toupes opressivas. © que é isto companheiro? Nao € nade disso, compenheiro, diz oma parifrase de José Simo que, com seu humor, evca o joge discursive que ‘stravesca esse enunciado em sua memsria, agora transformada de romance em filme Ea questfioé sem divide ume questo de meméria, No sentido discursive, A memeéria - o interdiscurso, camo defini- mos na andlise de discurso - & 0 saber discursive que faz com ue, a0 falarmas, nossas palavcas Cagam sentido. Fla se consti« 1 pelo jé-dito que possibilita todo dizer Pois bem, como dissemos no inicio, © sujeito ¢ assujeitado, pois para falar precisa ser afetado peta lingua. Por ur lado, para que suus palavras fenham sentido ¢ previso que {i cenham sentido. Assim équedizemos que ele € historicamen- te decerminado, pelo interdiscurso, pela memria do dizer: algo falaantes, em outro lugar, independenlemente. Palavras ja dita 6 & esquecidas, a0 Iongo do tempo e de nossas experigncias de linguager que, no entanto, ns afetam em seu “esquecimento". ‘Assim como a lingua € sujeta a falhas, 2 meméria também & constiuida pelo esqueciment; Jaf docore que a ideologia, diz M, Pecheux (1982), € um ritual com falhas, sueivo a equivoco, de al mos que, do ito e significado, possa romper onovo, oivealzado, No movimento continuo que consti cs sentidos «© os sujetos em suas identidades na histia, ‘Ainda em M, Pécheux (aqui mesmo, p. 36) temots: “ania ‘espécie de repetigdo vertical, em que a membria exburaca-se, perfura-se antes de desdobrar-se em parsfiase”, O que dd, se- gundlo esse autor (idem, p.39), a idéia de meméia como um expaco mével de divistes, de disiunyies, de deslocamentos € de retomadas, de conflitos de regularizagav. Um espago de des 1s, polémicase contradiscursos (1. Meméria e Censura, ‘O que acontece com maio-68 porém é de ourraordem. A {alba & constitutive da meméria, asim como o esquecimento [No entanta o que acoatece com os sentidos de 68 é que eles no falham apenas nessa meméia, eles foram silenciados, censura- dos, excluidas para que nao baja um jé dito, um ja significado cconsituido nessa memiria de tal moo que i880 tormasse, a pat tir daf, ovtos sentices possiveis. Ha taltas (2) ~ ¢ io falas ~ de tal modo que eles nfo fazem sentido, colocande fota do dis- ‘curso 0 que poderia ser significado a patti deles € do esqueci- ‘mento produvido por eles paraque novos sentides a signitieas- sera, Ha, assim, “furos”,“buracos” na meméra, queso lugar res, ndo.em que o sentido se “cava” mis, ao contrio, om que sentido "falta" por interdigao, Desaparece, Isso acentece por- aque toda uma zogido de sectidas, ama formaae discursiva, & apagada, silenciada, interditada, Nao hd um esquecimente pro. 6 nzido por eles, mas sobre eles, Fiea-se sem meméria, E isto impede que certos sentidos hoje possum fazer (outros) sentidos, Coma a memoria &, la mesma, condigio do dizivel, esses sen- tidos néo podem ser Tides. Para observarmos isso basta pensartos nos sentidos dos, nossas “compantieites” de maio-68 trucidados pela tertura.c pole repressto militar, Bu vi, em meu siféncio, muitos de meus colo: {gas com sus fotos afichadas como perigosos guerrilheiros om pilares da rodoviéria de $60 Paulo toda vez que ia tomar éi- ‘bus, Frama lidos, vistas, pensados como petigosos tervoristas, Por onde passam 08 semtids de testorismo? Por one passam ‘5 sentidas da resisiéncia politica de 682 Os semtidos de Tiber. dade? ‘Acontece que estes sentcos - excludes, silenciados - io puderem e no podem signifiar, de tal mado que i toda uma nossa histiria que nia corresponde & um dizer possivel Nio foram irahalhados sociaimente, de mode & que pudesse~ ‘mos nes idenifiear em nossas posigfes, Do mesmo mode ficam sem ser poiticamentc signficacos os feos da tortura e do que resultou dela na nossa politica, Tex vex que vatnos volar, mes- ‘mo que nem pensemos nisso, o fato de que 0 Brasil € um pals ue tortura os dissidentes politicos faz parte de nossa meméria 2 de nossos gestos potiticos. T isso ng mereceu ainda sua expliciagto politica (3). Esté fora da meméria, como uma ‘sua margem que nos aprisiona nosTimites desses sentidos. O que est fora ds meméria nioesté nem esquecido em fai traba- Thado, metaforizado, ansferido, Estéin-significado, de-signi- ficado (4), Em consequléncia, a discursividade politica tem seus pontos de tensiio nos indicios desses silencismentos, Hose, dis- ‘euises como os do MST, que so uma rupture no discurso polt- tico neo-liberal, t8m dificudade de significar-se nessa margern ‘em que muitos Sentids rio podem fazer o sentido do politica, ‘onde palavias como “movimento” podom significar algo sujel 66 toa repressio porque resvala para que, hoje, se considera como itegal, indo na diego do que se considera "mobilizagdo soci- al" legal, «que, em maio-68, stava absolutamente dentro das espectativas do palitico, Para terminar, 20 gostaria de dizer que o real Rst6rico 42 presséo, farencc que algo irompa nessa objetividade mate~ vial contraditsria {a ideolouia). O que foi censuraio nto desa- parece de todo, Picam sous vestigios. de discursesem suspess0, inesignificados e que demandam, na relagio com 0 saber discutsivo, coma memiria do dizer, uma rlagio cquivoes com as margens cos sonidos, sis fonteias, sous des-imites Eni P. Orlandi “7 BIBLIOGRAFIA CL.HAROCHR, P HENRY E M. PECHEUX (1975) “La ‘couppure saussurienne: langue, langage, disoours” in Langages, Larousse, Pati E, R.ORLANDI (1993) As Formas do Siténcio, Bd. Univamp, Campinas. E, P. ORLANDI (1998) “Etica ¢ Significagio”, tabalha apre- sentado em mesa-redonda da ANPOLL, Campinas. M. PECHEUX (1982) “Délimitations, Inversions, Deplacements" in L' Homme et fa Société, Pars, rad. Bras. de José Horta Nunes, in Cadernos de Estudos Lingtisticas , n°, 19, IEL, Unicamp, 1990. M. PECHBUX (1983) Rote de 1a Mémoire”, in Histoire er Linguisiique, wad. José Horta Nunes, © Papel da Meméria Es, Pontes, 1998, Campinas e NE 1457 eemedd Lida — RS Depart >. 6 NOTAS ‘Uma prime vaso dese tex fol apersetada em Santo Mana BS), a9 Cokguie“Urepisse Datopie”. era mao de 198 -Aaradegn 2 Aida Scherer a oporanidade ea eonvrvénci como ‘ue ever n evento ‘As teses de Bethania CS. Mais obte a discus d Pato Corus no Bras 1989) ade Suny Lagest Roce sobre © seuss do Assemarens (1958) ce Meri Qnice Page sabre ‘mews dang, masita30 a gry liane caso), Utatham eda ls este spect decile. Je apaganan, fv de ropus eit Betou sou azendo uma diigo aha cements e fs por iater= sig “qa ceespondia, em parla, sng gue a em re sentido iqe sponta gars a mri se pond vc 0 trazao) © 6 sen-semido (ove jit signifiea que 29 faz als seid), Noa. fat € lugar do posse, So sented a vies al. que fx sly ‘do sentido. 0 cus no pode significa tas ems 2 indistinguem€, ramon pate ds ez, € el sears ss. Besta jstacate, do ponte de vista da deslngi, = econ de see feos ss ecentereme efeéneas pias tort, masque pes fm 8 margem, come scapes sem sta. voknci que O80 ape cama pte da pelea na pre del, Transfer pan 9 po, CConierr-aespito da fla de abana da nee da died de art Ge ve idl es Cansei (etic senos ue 8 poke fereber 1a fata de pales, na ens dos gests, doe olhares# 40 ‘Senco constanpico(eeotzeangede aca acsacadegs bales.) seo 0 filme “18 Fas" austere ds oes ots, fabeicsm-so on doseparccidos, 4 marie fea som eoxpe..) € 4 imgtenatiade da vida di us des, ca lho, na as bas. 1 ee

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