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Mario de Andrade analisa como o amor e o medo do amor são retratados nas obras de escritores brasileiros do período romântico como Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo. Ele argumenta que a falta de experiência real de amor pode ter influenciado negativamente a construção dos personagens e histórias. A representação da mulher costumava ser estereotipada e do ponto de vista masculino. O medo de amar, de ser rejeitado ou traído esteve presente na vida desses escritores
Deskripsi Asli:
Resenha sobre um trecho do livro "Aspectos da literatura brasileira", de Mario de Andrade.
Mario de Andrade analisa como o amor e o medo do amor são retratados nas obras de escritores brasileiros do período romântico como Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo. Ele argumenta que a falta de experiência real de amor pode ter influenciado negativamente a construção dos personagens e histórias. A representação da mulher costumava ser estereotipada e do ponto de vista masculino. O medo de amar, de ser rejeitado ou traído esteve presente na vida desses escritores
Mario de Andrade analisa como o amor e o medo do amor são retratados nas obras de escritores brasileiros do período romântico como Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo. Ele argumenta que a falta de experiência real de amor pode ter influenciado negativamente a construção dos personagens e histórias. A representação da mulher costumava ser estereotipada e do ponto de vista masculino. O medo de amar, de ser rejeitado ou traído esteve presente na vida desses escritores
Resenha Aspectos da literatura brasileira Amor e medo, de Mario de Andrade
Com a chegada do perodo romntico no Brasil, vai por terra a organizao
social e tem incio a incompletude subjetiva dentro da literatura. Incompletude esta em todos os mbitos ficcionais da vida dos personagens. O amor, talvez parte fundamental s criaes dos escritores, aparece tambm como objeto central de algumas obras. Junto a isso, o medo de amar e tantas outras facetas ligadas a essas relaes aparecero em trabalhos de Casimiro de Abreu ou lvares de Azevedo, por exemplo, citados em Aspectos da literatura brasileira, de Mario de Andrade. A partir de excertos de textos, Mario de Andrade constri uma linha tnue de anlise do papel do amor (e aqui entram sexual, fraternal ou at o medo de amor) como pontos em comum (ou no) entre os escritores. De maneira clara e objetiva, decreta (e soa engraado em alguns momentos) que, pelo fato de os autores morrerem cedo a seu tempo, no foi possvel que alguns deles conhecessem o amor (em qualquer de seus lados, como apontado acima). Se o medo (ou fobia, como cita Andrade) do amor-sexo, est presente na obra de lvares de Azevedo, esse mesmo sentimento traduzido em imagens por Mike Nichols em The Graduate, de 1968, belo filme no qual mostra o nervosismo frente ao sexo e, ento, pelo amor. Mario de Andrade tambm cita, ao incio de Amor e medo que: [...]A imagem do rapaz morto est entre as pouco humanamente penosas[...], o que faz com que me parea impossvel no lembrar de Werther, quando este junta a morte prematura e o amor (causa do suicdio). verdade que a falta de experincias reais de amor influenciem negativamente construo/narrao de um ficticiamente. Contudo, como o prprio Andrade diz quando refuta que Azevedo tenha vivenciado um amor, possvel apenas pela criao artstica do autor fazer nascer algo que se assemelhe, mesmo que de longe, a um amor. Como quase todos os escritores anteriores ao sculo XX, a figura da mulher aparece no s tica masculina e patriarcal, mas tambm estereotipada. Muitas vezes, mulheres so comparadas a crianas (como Nietzsche fez), ou como anjos (quela figura de luz de Beatriz, em A Divina Comdia). Era difcil ver personagens como a querida Moreninha, que fugia um pouco (bem pouco) do padro social, pois alm de morena, era irreverente, esperta e jamais curvava-se a algum homem (at ao desfecho, quando casa-se com Augusto), quando o crculo de felicidade feminina fechado no matrimnio. Medo de amar, medo do desengano ou da ingratido, como Mario de Andrade pontuou Castro Alves em certo momento, existiram e existiro em nossas vidas. Sendo assim, se refletiro no romances e vice-versa. impossvel saber se tais autores colocavam, de fato, sua vida pessoal em seus escritos. No entanto, fica a curiosidade e a
certeza de que jamais saberemos, afinal, com o romance, chegou o tempo em que eulrico e escritor so, deveras, separados.