[...] porque s p, e em p te hs de
tornar
GN 3:19
O imaginrio cristo concebe, desde que remonta suas origens sagradas (no
livro de Gnesis, no Antigo Testamento), o corpo do homem como aquele criado a
partir de uma relao estreita com a terra, e a ela mesmo novamente condenado;
reduzido ao p, antes incrustado de modo obscuro naquilo que se fez plenamente
carne: o den o expurga, e alm de seus limites o devora.
Philippe Aris (2014) apresenta esses novos cenrios na Frana do sculo XVIII,
onde certos projetos de cemitrios j se propunham a uma espcie de retrato da vida
social; no mais como uma substncia unificada pela terra dos mortos, pertencente a
um s corpo, mas como um panteo estratificado, um "(...) resumo simblico da
sociedade." (ARRIS, 2014, p.675). Aqui a memria que exaltada, a partir da
personalidade civil, e no a sistemtica relao do corpo para com a terra consagrada.
Essa relao, para Aris (2014, p.138), se d a partir do prprio recuo do pensamento
da morte nos sculos XVI em diante: as atitudes ao longo da vida se do em
detrimento da mera valorizao da hora da morte.