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) OCR e% Rlems “Taidoro Blikstein - TECNICAS DE COMUNI- CACAO ESCRITA ta Diesso Bonjar Ada nor Samira Yousset Campadel Prepare de tate Jost Poses de Figured ‘Shel Campoptna Coordenagio © pollo grin /ato ‘ono Ararat Rach stages, Mars Sent Anna ‘tein ona Eien hry dry Nota ESERIES gett asti Bt, Todos os dietosrestrndos Fara Aten SA. "Run Bardo de Igupe, 10 ei Tal {PARD) 270382" Cays os End Tleyaica “Bomiwea” ~ Sta Paso Jee 1 Oh Sumario ‘Quem ido escreve bem. perde 0 trem!" = 4 histria do gaene spat : Seqredos do comunicagao estrita—_____1s Tid ropes © wos ser a Prima nope: Me alo => ata wa ‘re 18: Segundo, ropeys: teria laa ¢ brane te de at Stne ee Terceito iopeor"*Com wna. apn or ta ah Tac ate ce be ema oi seer 9 pdt Estrutra e funcionamento da comunicagao 2+ Para omega... uma esti de ue pss. Remetnte denna vam a canon, por for 27 tsee inert 2h Mi ba san es ea tem dS uma bax menncent, 29" Come fe Mi ea en © wiigo: uma quarts pegs so esc Sem cago do hf sign, 38. Cieoglp © dese facto, 36: Dewan, mead M0 dni ds sea 0 i ela! 40 er i borat 44 Ue tombe ft Talos és’ cartgamor una tugisem.-. ultra: © (ae ha dea la Bags on do repr Um“ peromie have: qua nope to dena riot. 0," Cv ‘eam enerespa She Roper ‘ai ama ‘conti ‘eres $8 Sem eictlo...'s mensigem ao chess 20 desiatvio 51 ‘utagao dor vio ties de vats, 38. mena ert eke ero” 85 tt ipo BrP eis maim ao pare defer © 4. Ganchos para agarrar o leitor! 0 E preciso “pesar” 0 Ist! Primero ganch: “estriar” « mensgem © ano de campanta de prevensao de wclener na Tyohads Sc. Gk: Metaon opel dosqonche rs ©; Uma ton evatsia“pnta” a lelter am 8 ache at ue ri aloe Graco save vida de gerne. 66, Nao aan aor coniidade x Hiearidade ay 0 ato dat copiadoas xerox cw vidio rene oreaadl, 18 ‘A ietsagem cir pode ter um dose de icoiidde!_77 Prima skies conc ¢ economia, Te Sennde ‘wenca” planejamento coeremte‘b oieivo vse, #8 Tere dna dipongao vishal tae ‘erecio gancho: comovn € asst © Tilt! poe vler mis do nox ¢ powia: um bone temper, 88, Pega wk sion feos 5. Receita para a elicécia da comunicagéo escrita_#? © Vocabulério critico 7, Bibliogratia comentada____— ng 1 “Quem nao escreve bem... perde o trem!” A histéria do gerente apressado (Ceria vez, um apressido gerente de uma grande em- Presa precisiva de ir 20 Rio de Janeiro para tatar de alguns negscios urgentes. Como tivesse muito medo de Viajar de_avito, deixouo seguinte bilhete para a sua Maria: devo ir a0 Rio amanhé sem falta. Quero que voeé me reserve,um lugar, a noite, no trem das 8 para o Rio. Sabe © letor © que aconteceu? © serene, simplesmente, perdev 0 vem! Por qué?’ Bem, acontece que Maria, » nova secre ivi, a0 ter 0 bithete, franziu a testa e, com uma cara lesanimada e cheia de divides, ficou pensando, pensan. dio... at que, finalmente, decidiv: foi, & noite, estagdo ferrovidria © reservou um lugar, para o dia seguinte, no ‘rem das § da manhé. Chmprida a tarefa, Mari foi para casa, com um sorriso nos labios e muita alegria na alma, contente por ter resolvido bem o primeira problema fem seu novo rabalho. Mas... a sua alegna i dur ppouco! Ao chesar ao emprego, ao di seguinte, « dedi- cada secretiris (eve 4 esiranha impressto de estar vend tum fantasma diame de si: Hi estava w gerente, trang, fumando 0 seu perfumado cachimbo ¢ assinando papcis, fem meio a lentas © gostosas baforadas, Passado 0 pri- meiro sust, a perplex Maria balbuciou = 0 senor. ands por aeui? — Enito, 0 que 6 que oct soba? Onde & que deve ‘quant, som lvantr a eabers, commun easiness po él o cactimtando, = Mas..'mas... 0 sanhor aio is par @ Alo hoje? = lasnio.." eu vou para'0 lo hoje. Hoje & nate, mesma? No tha ped, onter, are comerar wma passe gor no tem das 8 de hoje A noite? Peis entia.- — oninuu © gerena, aldo entre os dentes, mordendo 0 ‘achinbo, com 8 cabegsenfiacs nos panel. AGnita, a secretria, como fulminada por um raio, esabou na cadeea, diante de sus mesa de trabalho. De- pols, pouco a pouso, foi recobranda os sentidos recupe- rando a5 cores do r0sto, 80 mesmo tempo que it distar- sgando o malestar, arumando papsis e limpando capri chosamente 8 mesa com um pano timid — Entto, Maria, tudo cato com o tr ds, hoje & rote, nSo 6 mesmo? — ist gerante, mordendo © chime Oi? — retucou a secretin, aparentmente ln = Estas porgintanda a wack: tudo certo com 9 tem do Fo? — retomou 0 intrigado goent,levantando «cabeca encarando a erigmaica maga —o# = 0%, 0}, que manle de of & ests! Ved ndo pad responer dit, exmo gente? final. ead2 a passogam? —gtou agora into gente, qe jaro mai cach — Passapem? Mas... que passage? O senha spy lige... Ah! 8 i esquacende: ole, @ "al, por for, mas. reserarse ‘escrove com # 6 180 com i... explcou Marie, com lum ar de professor, sorrinde © pleco mute es slkos —Escute aul, maga: nfo predisa de suns les! Sai muito bem como as pulawas se escraver! Seis coment "os sto perfeitamentedepenséval. Als... essa Netiria (8 reservor com 8 0 com » no me “elses” nad, agorl (0 que cu quer sinpesmante #2 nia paceagem pate © Fl, posal Pode ser? Nao, nfelamente, So pode ser, pore... reserar tm lgar & uma Elsa compar uma passage J8@ otra bm diferente Foi entio que o gerente esmurrou a mess e besrou a plenos pulmoes: = Cheoeeesoge, plo amor de Deus! lero js eet van fo uma pahagadal Othe aq, mecinba: ontem, eu dest tam bhete, pends pire voce me cumprar uma passegom erao lo, no trem dae 8 do hoe nel Fa 28 s0 900 fu pedi, Ta cloro? Mls claro 8 que isto él. & im possivll Imperturbive, retrucou a valente secret — No, seu gorent, ro est nida claro! O senhorextd ‘nganadot No fl nada daca qe 0 sonhor credta? Pais vee aq bate! Veje 0 18 0 senhor escreveu all Lele, por favor! Othe agi 0 enor me pedo pate reservar. rear @ eOM 8, 0 fonhoraabe, 6? — Eno, cominuanda.o tenor ime pee para reserver um lugar. & nate. — olbn sql #6 0 ene, vola ber. 0 serhor até sublnhou, gre dane vases 48 palavas reserve § note certo? — Bom, continunde © senhor me pede, aqu no bilhee, para reservar mate, tm lugar no trem das 8 para Ria,” E camo o sonar everia visor no do segulte, eniSo eu fie exataente, ‘in bem, exatemento 0 que 0 eanhor mando. fl este 0.4 oie, pod una reser, pore 0 dia seguite, ro ‘wom dos 8 da mans ara'o Rio. Er x6 9 senkor chogar hoe I, na stag, um pouguinho anos des @ compos, 8 passogen, entiar no rem, poser au ugoreinty bom sestowo, no melo do veg, lado. lonele pronto Fachave 08 othos, dave wma ton cochlads ©... de te ent... © senor scordava de care pare aqiia ieese de painegem. o Corcovado, at ras. a. mao & Born ‘amet De pé boguiabero, pido, o gerente deixou o car shimbo cair sobre os papeis expalhados na mese, ~ Eh, spore a, que cara ¢ ese, seu gerente? 0 que ayn 0 senhor tem? No ets pesando bom? Quer que fe came um mice? — Médico... coissnenhume! Yoed vai 6 comprar essa bassagom gore, jf. o trem das 8 do note para Hol 4, vio? Antes quo eu fge um esrega por aa Mais que depress, a secretira saltou sobre o tele- fone ¢ ligow para a estagio. Esforgo intl: 9 em da noite stave lotado Desta ver, foi o geremte que desabou na cadeira, @ cabesa ente as mios, chorando convulsivamente e lemon tando-se: = New Devs do cév, que mal que eu tt pea sorer sss? Onde foi que eu ereit Me exsque, Ma, hor fever, ou the suplco: seri que eu escreve 180 mal ass? Meu bihete esta to clara, 50 simples. eu 86'peds une Dassagem no trem das 8 par 0 Ra e vela 9 qu iocé me Srontout Agore, eu vou perder um os natson ethoree lentes ts fiat © que € qua vou fever ack pode ree ‘eapeae? Eu alo entondo, trancamonte, wy Bo. eotande, todo mundo na fia jest cansado de sober que ev ndo (sto do visa de ait, que eu a4 vijo de tem norm, ue semore me reservom un cabina com lito, ate ‘dor valorem eabna com nto... xa, mas ende fa que Cautclosa, a seeretéria aproximou-se do gerene, de- imho, €, pouco a pouco, eom jeito, comegou a afagar sua cabesa, enquanto explicava matemalmente: = (Colma, 0 chore, mio fgue triste assim. Veu mos: tee dietnho onde fol que o senhorerrou Calin, No stove nto, i? Veja, sev gerente, ed no sabia qua 0 ‘senhor a6 gostava do vor de trem, inde mai €o tenn urna, em cabina com Into, No bihete. 0 sear no ‘ise rade dee, ‘Aos solugos,o gerente ainda tentava argumentar: —Mes sere que era pociso dior mai alguna coisa? stave tudo tho clr, to abv na minha cabega- sors qe 8 sua cabece # assim 60 eferente da minha qu wood ‘o-€ capa: de entander ua ida to spies? — Bom, i6 que 0 senhor persuntou, enti eu exc: cho, seu gerente, as mosses eabegas so muito diferentes im, 6 carol Ald, to onistm dune caberas ium nosso undo: o senor tem cores iis na sia cabepe ev tenho ‘outst, © vino da sala ao ldo tom cures bmn fo Fentes,e aii per dante, Se 2 pessas ado avplicar Ge rato 0 que 6 que ela quer, singutm wn edivahr, porque 98 pensumentos no ertso graados na testa da peste, les esto dentro da nosse cabera e nis fos de saber oocar pars fora esso8 lias “0 ‘erhor por oxemglo, fuera que eu comprasse uma passagom, pare © Rode Jhoclo, no tam dee @ da woe bina com Te, no ¢ Imesma? Mes aconteco que 0 senhor no censegu pastor 2288 ida pors maha eabecs, porque, pelo su bihete fe ented eutra cosa, completanents diferente da ve © sonhor tha na cabora, Over ver? Vamos conga por °C.) me roar um tage, & ite (..3* ‘Bem. o senor jé sabe que reservar & coms, mes doe ral no ¢iaso que importa spor. Hd errs mais saves ‘tu. Em primero lager, se 0 tenor queria gua au aon basse ma passopem, © ero, ene. or escrover: “oom bre uma passagen" ou “providence uma passagem’! Se ‘undo problema: @ senhor 1 fala em cabino com let, ‘as em liar: or, lugar & uma plava ave pode alntese uit coisa, a mesmo tempo: pode ser uma poitona de 104 de 2" classe, no malo ou a porta do vq, do lado a anea eu do creer, e pode ser at uma eabne com t6 do sinter, De sinta de sintsa? eu vou li me lembar des 6 do endive i. slntaxe 6 pate da gramaties que elds da ovdem 4 das laces eas palares na fase, des relcies ene frases, pridos ete. Esto flanda bite. nfo é? € cue fs ando estudando seriamerte angie portuguese, com lum professor muito itelgents (e mute simpli’ tam bmi) ...aliés, € cbigaro miaha saber coretmente ortuputs, santo prs que serve secrets? Ah sim, come | dnendo, a sate do sau rocad eata bom rar S00 senhor observar bom © teehe "ume reserve, wm ger, 3 nit. — acho que 0 tenor no eenta mal, nfo? — tem, como ev da se @ sontorabsorvar bein esse trecho, val ver que a ordom das alse e principalonte, ¢ poet 480 das vrgulas So um duplo sentido frase, serhor vida? Ent, veo bem: cone ha ums princi. virgule separando a forme verbal reserve do bjet deta lupor amo uma segunda vipa tga depos de lgar, feo fo bite pode junta reserve com & noite @ pensar ue fam verde reservar um agar eotrn, 0 seth, coma ear ober, mandeu reserar& note um lugar” enende seu gerente? Xi... parece qua © tenor no ets enten endo nada, eno, neo gostou da minh enlicacio, nfo 4 mesmo? Pode até sec que eu tenha sido mol confuse, mas... vou fazer um eaqueminha saul no papel pra feat Ima loro © que exiquel Diante do gerente ainda em prantos, a zelosa secre: tériatragow algumas linhas, escreveu algo’ depois exibie © seguinte esquema 1 [Ua LUGAR & NOTTE (or atu anak" [A NOTE Uw Luea = Eniondou agora, sau grente? A fase tem dois sent os, Minka eater fl polo segunda sentido grist 6 ue x fl & note, & esac, para reservar 0 lager do senor ‘A, © una ima fl sida, pare trsner. Me dia une fons, seu gersntel Se 0 sau trem ern 0 dst # ds ato, Dor gue & que © seahor nfo excrave logo: tvem des 20? O senhornio sca que muta confusSo poder te 0 ada? Portant, conelunds: com um ite sssim, com tants fas de site, de portuato, de vocsbulia,# até te ortograia. au mance ia poder adwiahar a tia gue © ‘noe tna na esbagat Enxagando a8 ligrimas e assoando ruidosamente nara, o gerente encarou a secretiria com um ar quase infantil e perguntou, com 8 maior inacéncia: esse bits, — Or, muito simples. 0 senhor pode ter exrito os sim... ht Espere. um pougultho.-. eu queria coment lum pequeno probleme. € 0 seguine: qusndo s gente e reve 10 hoes, 20 horse ts, 4 posaa coco above ‘ura coreta ds paloea hors, eto 6: h, como manda itis, cero? Bom, agora vot mostsr como & gue aE50 ‘que senor deveria tor esi bihete “Mara: compre, park mim, uma paseagem. em cabing a let, no trem das 20h de sania (4 fi. pra © Aloe Janeiro te um bite claro. Al, ey fais exatamente 0 que 6 senhor stave quarendo, Oem sou eu pra ensiner pro senor! Mas js que 0 Senor perguntou, eu precza sr bom honesta: nao toons ‘ou ands no! Falta 6 uma cis. agora, 30 oe 0 senhor neo ear bravo <0 due 6, Mari, © que & que asté atando ands, fom, ev sche. seu gerene, ev achel que o bihete es tava um powso seco, Da proxina vex se © oor suiee Ime deixar bom contene,o serhor pod calecar ut oe {aver ou um muta obrigado. sabe, alguna paleaa sash 54 pra me sgradar. Agente far 6 erage com he vortode. Quer ver come tieaia ma toner” Ve “Maia: pe favor rovidene, para mim, uma passagem, {2m cabina com let, no trem die 20'h do amarht tae fetal, pare Ro de lance Muto obigade” = & tudo multo bonito, muito claro. mas ager sdianke main vai... ou js pedi o tem ep winks Ferdi © cliente... murmireu 0 grant, align ‘mente 9 cabeca ence ex macs, Como no adanta nada? Adana, si sanhor! © se shor perdeu o tem, perdeu 0 lente, poten ede ‘orendou uma tos eso. Como dita © meu pal, & no nts er onde oonte moravar “Oven io seve tert erde 0 tem!” — prociamou @ vtelons Mare A ‘istéia termina por agui. Nio sabemos se 0 erenleaprendeu a lgdo de sua prestimosa secretiia. Mos Yost ¢ eu, caro leitor, podemos trar muitos ensinansenton deste caso tio... “dramsticn”, Parece ter flewio clone Ue; 58 ndo eserevermos bem, perderemos nko 3d ems © que & escrever bem? Eo que veremos no capitulo seguinte 2 Segredos da comunicagao escrita © que é escrever bem? A primeira vista, a resposta nto nos parece dificil Pela histéria que acabamos de ler, cara leitor, poderamos sizer que escrever bem €.., nio eserever como 0 nsso Pobre gerent, isto é, nio comer as falhas que a imple ‘vel seeretéria apontou no famoso bilhete. Assim, deve. amos: a) obedecer as resras gramaticai, evtanda error 4e sintaxe, de pontuacdo, de ortogafia etc: b) procure & clareza, evitando palavrase fraes obscures ow de dupa sentido; €) sgradar o leitor, empregando expressbes ae antes ¢ Tugindo de um estilo muta seco. = Peo visto, ndo haveria mats sepredos para quem quer redisir bem! Bostariaevitarmos erros gramatieaiy, fal de rosposta errada Vamos tocalzar, inicilmente, @ momento em que 0 serente diz: “..) Sexé que eu escreve tho mal essin? Meu bihete Puro engano: o bilhete nao foi nem claro nem sin- ples. Pelo conriro, oi obscuro e complicado. — Como Podemos saber disto com tanta eerteza? — podria per funtar 0 leitor, Bem, € fécil ppondeu ao pedido feito pelo getente: em vex de comprar 4 passagem no trem das 8 h da noite, ela, simplesmente, foi a estagio ferrovidvia, & noite, e soicitow a teserva de tum Juger no trem das 8 h da manha, Esta resposta nio correspondia 4 idia que estava na cabega do gerente, con focme:as suas proprias palavras 24 88 pes ua passegem no trem das 8 pra 6 io ele 0 gue voce me oprantou!™ AA secretiia aprontou, portanto prodiziu uma res posta errada, Ai esté exatamente 0 primeiro acidente perigoso: 0 -gerente esti convencido de que foi claro e simples, qua. do, na verdade, a resposta “errada” pode estar indicando, antes de tudo, que, se a idéia dese gerente nio chegou & cabega da seeretiia, & porque o bilhete é que esté erado fu, como jf dissemas, canluso e obscure. Isto sigalin, ‘enti, que, para sabermes se 4 nossa mensagem escrita csté correta, temas de verifcar se a resposta a essa men- sagem estéigualmente corsets ou, melhor dzendo, se cor- fesponde 2 ideia que tinhamos na cabega e queriamos ‘eansmitir ao Ietor. Acabamos de detectar um primeira segredo bisico para « comunicagio esctta, Vamos # ele. Primeieo segredo: ‘mensagem correta => resposta correta A anilise do primsiro scidente permite-nos afirmar ue: 8) escrever bem implica necessarismente a abtensio de tuna resposta comet ') resposta correta é aquela que corresponde & idéia que femos em mente ¢ desejamos passar 20 Ietor. Eve primeiro sepredo ja aponta para uma das fun ‘8es essencisis da comunicacao escrita, a saber: provocur ‘uma reagao ou resposta, 0 que, als, fica bem clara fem nossa historinha, pois, afinal de contas, para que © serente escreveu obilhete? Seria para demonstrar o& seus conhecimentos de gramética, de pontusgdo, de ortogratia, de vocabulério claro e elegante? "Talver, mas no obriga foriamente Parece evidente que o gerente escreveu o bi- ‘ete para, sobretudo, obier, da sua secretiia,alguma rer posta a uma determinada ida ow necesigade; tal resposta pode consistr num servgo, numa tare, enfim, numa ajuda 0 colabor Mes... escrever um bilhete para obter uma colabo- ragao... por qué? — Seri que a proprio gevente nio Podera, le mesmo, comprar a sua paseagem de trem? — ppoderia perguntar um minucioso © supercuriosa Ietor. Ocorre que, se esse mesmo Iitr observar bem © compor tamento das pessoas, de um modo geal, vai perceber facil. ‘mente que, com muita freqinca, preisamos da eolabo. aso dos’ outros para resolver os noses. problemas. ¢, vice-versa, o6 outros também precisem da nossa colabo, raglo, que nio podemos fazer tudo sozinhos: neces ‘amos da colaboragio da sociedad para tenders nossas necessidaes fisicas,psicolgicas e saciis. Para sobrev! ‘er, © ser humano depende foreosamente da colabora de seus semelhantes, E ‘como obier essa colaboragio? Afinal,ninguém & ‘brigado a adivinhar quais sdo 0s nossos pensamentos, Aesejos,projetes, problemas, necesidades ete. Nés € que ‘devemos transmitr 40s outros a idias © necssidades gue ‘hi em nossa mente. E isto se fez pela comunicacdo esrita, pela comunicagio ora, visual, enfim por todos os tipos de ‘omunicagéo humana. Em suma, para obtermos a colaboragio ou a tesposta necessiria_&_ nossa sobrevivéncia, devemos comunicar as nossas fads, desejos ou necesidades. aos norsos seme, antes, estimilando-os a produzit & resposta que satis. faga exatamente a essasidéias ou necessidades. Assim, na ‘medida em que pode propiciarrespostas necessirias 2 so. brevivénci, € claro que a comunicagio desempeata ‘uma fangéo vital para o ser humana. Comunicar bem ou, em hesso caso, excrever bem nio & laxo, nem exibcioniome, ‘nem osteniagio esnobe de conhecimentos,granaticls Escrever bem & uma questao de sobrevivéncta Em nossa histria, vejao liter, entio, como foi grave © primeiro tropeco do gerente: no produdindo & resposta correta ou esperada, 0 bilhete nfo funcionou, pois dese tendeu a esta funcio bisica da comunicagio, que € justa. ‘mente a de gerar respostes. Infeliamente no # apenas 0 Berente gue comete esta falhs. Multa vezes, és estamos absolutamente certs de que fomosclaros em nossos rece n do, bites, carat, memorandos, fis, cieculaes ou 1 Inia, sem noe preacapemas uo tom a6 repostes produids plow letres Tris ise! Se acompensae tos 0 fixo da comunicagio eveilearmos ares do ior een ae eye 2 aaa dee Go de contr gue a respsta fo bem ferent: da gee Esperivamos ot, por anda, que no ouve respota ae uma, A cata 4 cciler ou 8 tlatrn, que jlgavamos tio claro, foram sepulindoe numa gave ou. jogos mca da Arps mo Ss Fespst indcam que a comunicndo ever ndo functono, do fot elas es, portanoy no vac (ou oI!) Resimindo,o primero seyedo da comunicaio ex crta€ consul dos septs pics: 1) Tada comumieasto eta deve feat wna rex posta ua deminada Wa bu neescade Ae temon em mente 10) Avcomunicagto ccna sed conta eicar se oda aa ope wor lity Reson conta a que espamos, io acvelr que conespode 1 ld ou necadade due tems em mete / 1) Pra avalos a coeqlo a efcécia de uma comonicago eri, emesde verifier sempre se 2) houve uma repos 3) a reaposta conesponde 8 én ou neces dade qve gueremos passr to feo Exquematando tones: A parti destes principis, o letor pode concluir que ‘nfo adianta escrever bonito e conforme as regrinhas gia. = Bi espere af! Por que & que temos de botar a nossa idéia na cabeca das outras pessoas? Serd que elas sto tdo idiots que nio conseguem “descolar” of nosson Pensamentox? — poderia protstar 0 nosso letor super urioso. Para responder & sua intervengdo, vamos aos undo tropego da hisses Segundo tropeco: uma idéia clara e brilhante, mas... 86 na eabeca do autor! AAS pessoas se queixam, muitas vezes, de que, embora ‘enhaanideias elaras,ligicas e até brithantes, recebem de volta respostas incorretas e cheits de eftos. Eis al um Petigoso acidente de percurso no processo comniative or mais claro, igio e bihante que julgamos ser open Samento elaborado em nossa mente, ocorre que, em muitas comunicagdes escritas, ndo conseguimos transmittal pen, Samento 20 leitor, £ 0 que, als, observa a secretiia Maria: “C1 0 senor no consegulu gassar esse ida para a minha eabeca porque, peo su bihat, eu entend tre te, completamente diferente da que 0. senor tne va aber” Ora, se 0 pensamento néo chegou a secretéria, nio Se poderia esperar que ela produziste a resposta corres, © erent, entetanto, nio percebe essa filha e continua aconchegado na ilwsio de que a secetéra, tendo captado com elareza 0 seu pensamento, vai cumprie dirinho tarefa que the foi contade: “Estava tudo tio clo, to Sbvio minhe cabega. soré (ue a sun cobra 6 assim to ferent do minha Este €0 segundo grande ttopego do getente, pois cer- = lamente hi grandes difeengas entre a sua mente ¢ a ia ia, Vamos examinar de um modo bem objetivo 585, observando esta “radiografin” das Juas ca ais difer becas Dae gd me reste aor, 8 reternivem don Como se vé, sio_duss cabecas diferentes, com dife- ‘entes dias, o que no é uma grande novidade, Nao hi, nat verdad, dss cabegasiguais neste mundo: cada mente tem uma organizasio de iasias que & partcalar e propria, a cada individuo. A “radiogratia” da nossa hstorinha revela que as idfias do gerente nio chegaram & cabeca da secretisia, © que explica a resposta “incoreea”, O ge- fente 86 poderia esperar uma resposta correla s, antes d& tudo, conseguisse colocar as suas idzias na mente da secre- 'éria, ou melhor, torilas conhecidas da seoreéra, Esta everia ser, pelo menos, uma das fungdes do biltete. E aqui reside justamente o segundo segredo da comunicagio. Segundo segredo: tescrever bem = comuniear bem ~ tornar comum Considerando as dierengas de organizagio mental, de individuo para indviduo, vemos que 0 nosso pensi- > mento ndo é tio transparente quanto se poderia imagina, fem seri tio obviamente captado pelas outtas pessoas, © Devemos, portanto, colocar com exatidio 0 nosso pensa: ‘mento na cabega dos outros, sob pena de ninguém saber © que se passa em nossa mente © quaissetiam a8 nosses itis, estos, necessdades,projetos et. 80 assim € que ‘9% outros seres poderdo colaborar conosco, produsindo a Fesposta que esperamos. Eis, pois, 0 segundo segredo da ~comunicagio escrita: escrever bem & tornar 0 nossa pen Samento conhecide dos outros, ov, melhor ands, escrever ‘bem & tornar comum aos outros 0 nosso pensamento. Esta tiecessidade de tomar comum responde a outta fungao b sca da comunicagio e, para que se tenha uma. idein de como € essencial esta fungdo, basta lembrar que os teimos comuicar © conunicacdo provém jastamente da. palavre ‘Tonwan comune 4 ccottunican i ccontunicacao Na historinha, a “radiograia” mostrou que o bihete ‘aio preencheu esta fungdo bisica, pois nio tomo comum 4 secretiria o pensamento da gerente: Se o gerente entretanto, s¢ preocupasse em redigt um bilhete que passasse, com exatdio, 0 seu pensamento para a mene da secretiria, neste caso, entio, a comuni- casio eserta cumprivia «sua funcdo bisia, isto 6, tornar ‘comum aos outros as nossas ids. E ficara assim a “ia. iogratia” ‘Compre una poneaen cratic Agora, um ltr ateto pode, com rac, seplet: “Bom, suponamos qu eu era tm bie bent ert no cologue earamente minha isin aa cabee da essoa que me 1, imunicando ou trnando comin & mew petsaneio. Two bam, Mah." se dept de tudo, © outa nib quer producr a resposa que cao ésperando?” Nox dvanos que ess objegeo€ mullo Oper iia; € preciso que o esintirio da nos somunicag sei esimulad ou puadido produit a eoposas Se ho nos precupacmor com ett motrasf, paderemes tevar um fombo fio. Este fo) enatamente 0 tec tor eco da ows isi, jo sedenade Tercelro tropes aanham moseas!” ‘Com vinagre no se Exe provérbio popular contém uma tela liso para quem quer eserever bem: néo € com mals modos, com ‘seoura ow aspereza que vamos atrair a simpatia dos outros ‘Mas o getente nio parece preacupado em atrait a sia, pata 6e ninguém; 0 seu recado & meio azedo e cheita s Vinagre, tanto asim & que a secretiria reclams: “a prin vez, se 0 seahor quiser ma daar bom con tom, 9 rem pi or fev eu um moto stm, 56 pra me a igo com mals baa wanted, uot far Agents iar 0 vr com earls ais baie? Para fear mais motivada, a secretiia gostaria que 0 serentetvesse temperado 0 bilhete com algums gotas de mel (em ver de vinagre!), mis no foi bem isso que cle fez... dat o terceito wropego. Para evtar esse aidente, {Go prejudicial & comunicagao escria, aqui vai o terecira segredo, Tercelro segredo: escrever bom = persuadie A relamacio da secretin nos reve gu, slém de Pasar as oosiy iis para mente das pestogs de ce laboragio.necsitmon, 2. comunicgio. eer Son estes signs attatvos para moar ou persue at rssans pessoas a. colaorarem conosco, Ett deve op una prescupaao. permanente: € sempre oporiiny as indaparmos se letor de moss mensages el conven sido ov pertadito da necessidade de produc 4 cepa ut Ihe slstamos. Por so & que commicagio eta deve coner sempre sluns elementos persuasion ow la bricanis” que suavizem a tensa dos noms pene ‘mentos © provoquem 2 simpatia dos nossos letores, isto 6, dos individuos a quem soliitamos uma resposta. Assim, fem vez de Aspera ou sees, a comunicagio escrita. deve Ser agradivel, suave e persuaiva, Por sinal, € bom lem. brar também que os termos suave, persuair, persuaso & persvasivo provém da mesma rai latina SVAD — "doce, ogura” € pertencem & mesma familia de palavess, Esa relapdo com a idéia de “dogura™ ou “suavidade” ‘eforga ainda mais a recomendagio de que a comunicagio cerita (bem como todos os outros tipos de comunicagao, & claro!) dove ser agradivel ¢ ter uma fungio “lubrifc ‘ante e persuasiva, a fim de que as pessoes, a quem soli citamos a colaboracio, ejam estimuladas a product a es Posta de que necessitamos. A comunicagio escrita tem, Portanto, uma terceira fungio: a persuasdo, Escrever bem & também, persuadir © tripe da comunicagao escrita Agora que 0 caro Ietr ficou conhecendo os segredos dda comunicagéo escrita,podemos dizer que, para escrever bem, temos de atender a tes fungdes bisiess: produzic uma resposta, tomnar © pensamento comum aos outros © persuadit. Se mio atendermos, primordialmente, a essas tds fungies, poueo adiantar escrevermos bonito e “cert ho", como rezam as regeas gramatiais. O conecimento dda gramitica é apenas un dos meios para chegarmos @ "uma comunicaglo correta, mas no & um fim em st mesmo, Ao escrever, mio devemos ficar obsecados em demonstrat ‘rudigio e cultura gramatcal. Se quisermos escrever bem, isto , de modo eficaz, devemos digit © nossa preocupa- ‘fo para as ts fungSes bisias: produzieresposta, tornar comum ¢ persuadi, Resumindo, diremos que a comunicaséo escttaeficas Sci poids num tipé, como se pode ver no esquena bai: [EORURTCAGIO SCATA ACRE Paco TORNATO ncsrosta} — [rensavenro comuns} —_PERSUAON EE se um dos pés escorregar? Bem, a otipé desmonta sal vém os desastres da comunicagio! Como impede © escorregio? Vamos ver Como segurar 0 tripé? Ficou claro que escrever bem deve repousar sobre 0 firme e intacto trip das trés fungdes bisicas de commie cago, Na pritica, entretant, haverd sempre interferéncias Gus poderio abalar um dos pés ou o tripe itera, rej dicando a produsdo da resposta esperada ou detiels, Existem, no minimo, ts tipos de interference 9) inleeréncia fsca: ditculdade visual, m4 gratia e palavras, cansapo, falta de luminagio ete DY) Merterincia cutral:palavras ou tees coal © cadas ou ambiguas, difrengas de nivel ace ©) intrferéncia pacoliica: apressvidade, sopevon, > amtpatia ete." Ne historinta do Capitulo 1, vivis imenferéncias, eve eses ds tips, desviaram @ secretiia da respon, '# que o gerenteesperava; € posivel detecar,faiimeate, 2 itereréncias culturss (palavras ou frases ambiguas,exros de pontuagio cic.) e inerferécias picolgicas (secure, falta de expresses persuasivas etc). E, 3 quiseseeg snalsar 0 caso do ponto de vista da comuntagio orl, veriamos que a resposta “incoreeta” da secretéia acabou por gerar novas inerferéncis como a impaciéncia ¢ 6 de, Sespero do gerente, que levariam a outros devdobramenton Drsjudicitis & elcécia da comunicagio. Pois bem; deno. ‘minamas ruidos as inerteréncias de otdem tisica, cultural ‘ou psicolépica que podem 4) provocsr 0 desabamento do trp da comunica- sio; ») evar o destinatério da mensagem « produzit uma Fesposta “incoreta’, isto é,ndo esperada ou no Adesejada pelo autor da mensagem Estariamos, entlo, diame da seguinte situagéo amea- adr ROOUTA ey Pensuaoin Como, pois, segurar © tipé, ov como impedir o seu desabamento? Pars tanto, temoe de combstct on ruldos ou imerferéncias, Como? Primeiramente, & preciso saber em {ue ponto a comunicacéo pode ser vulnersvel a rudos. Fy para evitar essa vulnerabildade, nada melhor do que co” hecermos a esiutura da comuicacio, 0 seu mesanisivo interno eo funcionamento das pegas’ que compsem tal ‘mecanismo. Mas isto & assunto para o proxin capitulo,

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