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Dbora DANOWSKI e Eduardo VIVEIROS DE CASTRO. H mundo por vir?

Ensaio sobre os
medos e os fins. Florianpolis : Desterro, Cultura e Barbrie e Instituto Socioambiental, 2014, 176p.
Fbio Zuker
fabiozuker@gmail.com
Mestre em Cincias Sociais pela EHESS-Paris
A tentativa de produzir um ''pensamento e uma mitologia adequados ao nosso tempo'' uma reflexo
cosmopoltica em dilogo com o pensamento amerndio est na base do ensaio escrito por Dbora
Danowski e Eduardo Viveiros de Castro. Circulando com rara facilidade entre temticas prprias ao campo
da etnologia, da filosofia poltica e da filosofia da histria, a obra tem como ponto de partida a atual
centralidade do medo do fim do mundo, substituindo o lugar antes ocupado pelo messianismo no imaginrio
moderno.
Classificada pelos autores como antropocntrica, a cosmopoltica moderna conceberia o humano como ponto
de chegada de uma evoluo ao longo da histria. A pretenso de domnio da natureza pela cincia, marcada
pela narrativa do progresso, teve como resultado o seu oposto: a natureza respondendo de modo violento
com um iminente cataclisma climtico e a humanidade reduzida a uma camada geolgica, o antropoceno.
Por nunca terem tido uma natureza, por no terem tido a necessidade de dela libertarem-se, o que equivale a
jamais terem sido modernos, os amerndios, entre tantos outros povos no-modernos, podem nos ensinar algo
sobre viver aps o fim do mundo tendo este terminado h cinco sculos para eles, com a chegada dos
europeus. Danowski e Viveiros de Castro classificam o pensamento cosmopoltico amerndio como marcado
pelo antropomorfismo, em que o mundo e a vida tem relaes inextrincveis, impossvel conceber um
mundo sem humanos. Como afirma o xam yanomami Davi Kopenawa, em tom de alerta, os brancos no
acreditam, mas quando o cu cair, cair sobre todos.
Considerando insuficiente a crtica ao capitalismo para dar conta da crise planetria, torna-se imperativo
abandonar a mitologia do progresso moderno. Agora que o fim do mundo tornou-se uma realidade,
experincias como a do movimento poltico Maya contra o Estado-mercado, mesmo aps o fim do seu
mundo, so evocadas pelos autores como outros possveis imaginrios para a poltica.

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