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4.1 Morfologia celular 67 4.2 Tamanho celular a importincia de ser equeno 68 0 AMEMBRANA cTTOPLASMATICA | 4.3. Amembrana citoplasmética em Bacteria e Archaea 70 44 As fungoes das membranas citoplasmsticas 78 Estrutura e Fungao OS een o Celular em Bacteria ee a peptideoglicano 78 4.7 Amembrana externa de Bacteria e Archaea =e 78 448 Paredes celulares de Archaea 64 1V_ OUTRAS ESTRUTURAS DE SUPERFICIE CELULAR E INCLUSOES 26 4.9. Camadas da superficie celular pile fimbrias 86 4.10 Inclusoes celulares 67 4:11 Vestoulas de is 99 442 Endésporos 91 ¥ LOCOMOGAO MICROBIANA 95 4.13 Flagelos.e motilidade 96 4.14 Motildade por deslizamento 100 4.15 Movimentapo collar como uma resposta comportamental:taixas FORMA E TAMANHO. CELULAR este capitulo, prosseguimos na abordagem a respeito dda estrutura quimica das macromoléculas ao exame de como as macromoléculas se combinam, formando os com- ponents essenciais da célula: membrana citoplasmatica, pa- rede celular, inclusdes celulares, flagelo e assim por diante. Nosso tema neste capitulo sera estrutura e fungdo. Ha um ditado antigo da biologia que diz: “a forma segue a fungi Isto é, a estrutura (forma) de um componente biol6gico sur- glu como tal, pois correspondia & melhor alternativa para a realizagio de uma fungio espectfica, quer no interior da célula quer no interior do organismo como um todo. Os mi- crorganismos nao so excegdes a essa regra, uma vez que as estruturas essenciais das eélulas microbianas evoluiram pelo fato de realizarem eficientemente fungOes espectficas. Iniciaremos este capitulo discutindo duas propriedades essencials de eélulas procariéticas ~ sua forma e seu pequeno tamanho. Normalmente, os procariotos apresentam formas definidas e sao eélulas extremamente diminutas. A forma é til para a diferenciasao de células procaristicas, e 0 tama- rho exerce efeitos profundos em sua biolo Morfologia celular Em microbiologia, o termo morfologia refere-se & forma ce- lular: S20 conhecidas varias morfologias entre os procario- tos, sendo as mals comuns descritas por termos que sdo parte do vocabulério essencial do microbiologista. Principais morfologias celulares Exemplos de morfologias bacterianas so apresentados na_ Figura 41. Uma bacteria de morfologia esferica ou ovalada € dlenominada coco, Uma bacteria exibindo forma eilindrica & denominada bacfo. Alguns bacilos so toreidos, assumindo formas espiraladas © sio denominados espirilos. As céulas de vias espécies procarioticas permanecem unidas em gru- os ou conjuntos apés a dvisao celular e,frequentemente, Os arranjos slo caracterfsticos de determinados generos. Por exemplo, alguns cocos formam longas cadeias(p. ex. 2 bacteria Streptococcus), outros slo encontrados como cubos tridimensionals (Sarcina), e ainda outros, em conjuntos se- melhantes a um cach de uvas (Staphylococcus). Varios grupos de bactérias so imediatamente reconhe- eivels em virtude das formas incomuns de suas elulas in ividuais. Os exemplos incluem os espiroquetas, bactérias, intensamente espiraladas, as bactérias apendiculadas, que apresentam extenses celularesna forma de longostubos 0 Pedinculos, ea bacteriasfilamentosas, que apresentam lon- fs cclulas ou cadetas celulares delgadas (Figura 4.1). 'As formas celularesiustradas na Figura 4.1 devem ser examinadas sob o enfoque de que correspondem a morfolo las repesentativas de eélulas procariéticas. Séo conhecidas, ‘uitas variagdes destestipos morfol6gicos basicos. Assim, hig bacios largos, finos,curtos e longos, sendo um bacilo simplesmente uma eélula mais lmga em wma dimensio que em outra, Como veremos, hd até mesmo bactrias quadradas em forma de estrela! Ax morfologias celulares, parianto, formam uma série continua, com algumas formas bastante comuns outras nem tanto Microbiologia de Brock 67 Espilo ‘Bact ras famentosas Figura 4.1. Morfologias calulares represantativas de procario- 105. Ao lado de cada diagrama ha uma foromicrografa de convaste de fase apresentando um exemplo daquela morfologie, Os orga- rismos em forma de coces sao Thiocapsa roseopersicina(diémetro de uma célula = 1,5 wr); bacilo, Desuifuromonas acetoxidans(di- met = 1) espito, Bhodosprilm rubrum (dbmetro = 1 wm espiroqueta, Sprochaeta stenostrepta (siémetro = 0.25 yr com brotamento @ apendiculada, Rhodomicrobium vanniai(diametro = 12 um) flamentoss, Chloroflenussuranticus aidmetro = 0,8 wm rere) 68 Morfologia e biologia Embora a morfologia celular soja facilmente reconhecida, geralmente é um indicador inadequado das demais propric- dades de uma célula. Por exemplo, ao microscépio, varias, “Archaea bacilares mostram-se idénticas as Bacteria bacilares, distintos (o> Sedo 2.7). Assim, com rarissimas excegbes, é impossivel preversse a fisiologia, ecologia, filogenia ou, virtu- almente, qualquer outra propriedade de uma eélula procari6- tica simplesmente conhecendo-se sua morfologia. © que determina a morfologia de uma espécie em parti- cular? Esta € uma pergunta interessante para a qual nao dis- pomos de respostas exatas. No entanto, suspeita-se da exis- téncia de varias forgas seletivas que definem a morfologia de ‘uma determinada espécie. Elas incluem a otimizagao da cap- tagdo de nutrientes (células pequenas e aquelas com elevadas. roporgées entre superficie ¢ volume), mobilidade natatéria {em ambientes viscosos ou proximos a superticies (células he- licoidais ou espiraladas), motilidade por deslizamento (bacté- ras filamentosas), ¢ assim por diante. Portanto, a morfologia no corresponde a uma caracteristica trivial de uma eélula, microbiana. A morfologia celular € uma caracterfstica gene ticamente direcionada, evolutivamente selecionada, a fim de ‘maximizar a adequagao da espécie a um habitat particular Existom células procaristicas de véras formas diferentes. Bs Cilos, cocos @ espirios so morfclogias cellares comuns. Thiomargarta namibiensis Quimioltatrfica de enxofre Epulopiscium fishelsoni _Quimiorganotréfica Beagiatoa ep. Quimioitotéfica de enxotre “Achromatium oxalferum Quimiolitotrfica de enxofe Lyngbye majuscula Gianobactéria Prochioron sp. Proclorfita TThiowlum majus Quimioltotéfica de enxoire Stephylothermus marinas Hipererméfla Titanospirilum velox Quimioktotéfiea de ensofre Magnetobacterium Bactéia magnetotitica bovericum Escherichia col Quimiorganotfiea Polagibacter ubique (Quimicrganotréfica marinha Mycoplasma pneumoniae Gactéria patogénica “Quand apenas um numero apresortase, ‘amano cea cos Michael T Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark 1 Escreva uma inca sentenga descrevendo como os cocos ‘208 bacilos dferem quanto & morfologia 1 Amocfologia celular cortesponde a um bom indicador das demais propriedades da célula? Tamanho celular e a importancia de ser pequeno Os procariotos variam em tamanho, desde células muito equenas, com diametro de aproximadamente 0,2 wm, até aquelas com mais de 700 yum de diametro (Tabela 4.1). A vvasta maioria dos procariotos bacilares cultivados em labo- ratério exibe de 0,5 a 4 um de largura e menos de 15 um de comprimento, porém alguns procariotos, como Epulopis- cium fichelsoni, sio muito grandes, com células apresentan- ‘do mais de 600 jum (0,6 milimetros) de comprimento, Essa bactéria,filogeneticamente relacionada a bactéria forma- dora de endésporos, Clostridium, e encontrada no intestine do peixe-cirurgiao, ¢ interessante ndo somente por ser tio grande, mas também pelo fato de apresentar uma forma in- comum de divisio celular e conter miltiplas eépias de seu ‘genoma. Sto formados maltiplos descendentes, os quais s10 ‘entio liberados da “célula mac" de Epulopiseium (a Figura 4.2a apresenta uma célula mac). Uma céhula mae de Epulo- piscium contém varios milhares de cépias do genoma, cada uma apresentando aproximadamente 0 mesmo tamanho do genoma de Escherichia coli (4,6 pares de megabases ou Mpb). As varias c6pias parecem ser necessarias porque 0 vo- ume celular de Epulopiscium € tio grande que uma dnica Cocos em cadeias 750) zonoooco 10" Baciios com 80x 600 ‘3.000.000 1,5 x 10" cextremidades afiladas Filamentos 50x 160 1900000 5x 10° Cocos 35x95) e000 4x 108 Filamentos axeo 40000 2x 10" Cocos 0 14000 7x10" Cocos 18 3000 15% 10° Cocos em 18 100 9x10? ‘agrupamentos imeguleres Bacioscunos 5x 30 00 3x10 Bacilos 2x10 8 Baciios 1x2 204 Bacilos 0205 oor 14x 107 Plaomérfics? 02 0.005 25x 107 conesponde a9 damavo do ods efércas, Os valorosaprosortadoseferomse 20 maior ado en cada esple Por exmaa, am 7 nambiersl tamara lar mado & de apoximadaerte 200 und ‘Strnetto. Poren ceasonsinante sto Coservedas calles ggurtas, de 70 in De mesa forma/ume cia ca de marinus afreaents Seroemedaments Tym de dimeto. Fitjcoplasma ¢ um bectria derprovida de pared celular, que pode atsumir vir formas (oleomérfio signifies “mutt format") Fonte Dadescbvidos de Schul, IN, and 8B. Jrgersen 2001. Ann, Rex Mcabil 55: 15-137 ® Figura 4.2 Alguns procariotos muito grandes. (2) Fotomicro- grafia de campo escuto de um procarioto gigante, o simbionte 0 peixe-cturgiéo, Epulopiscium fishelzon. A eélule baclar de E. fisheloni neste campo exibe apcoximadamente 600 jm (0,6 mm) do comprimento e 75m de largura, sande apreentada com qua: to cblulas do protista (evcarote) Paramecium, cada uma medindo catea de 150 um de comprimento, E fsbelsoni é um membro do dominio Bacteria filogeneticamente relacionado ds expécies de Clostridium. (b) Thiomargarita namibiensis, um grande organism quimioltotfico de erxofre (flo Protecbactria do dominio Bacte ria, sendo atualmente © maior procarioto conhecide. Cada eélula ‘vide apresenta cerca de 400 um de largura. cépia de seu genoma nao seria suficiente para atender &s necessidades transcricionais e traducionais da célula, {As células do maior procarioto conhecido, o quimiolito- trofico de enxofre Thiomargarita (Figura 4.26), podem apre- sentar 750 jum de diametro, sendo quase visiveis a olho nu. ‘A maioria dos procariotos muito grandes sa0 quimiolitot6. ficos de enxofre ou cianobactérias (Tabela 4,1). Nao se sabe ainda porque essas células sio tio grandes, embora, no caso das bactérias sulfurosas, otamanho celular possa correspon= der a um mecanismo de armazenamento de enxofre (uma fonte de energia). Acredita-se que restrigdes na captagao de Microbiologia de Brock 69 nutrientes podem determinar os limites superiores dos ta- manhos de eélulas procaristicas. A taxa metabélica de uma cslula varia inversamente em relagao ao quadrado de seu ta manho. Assim, no caso de células muito grandes, os proces: 08 de captasaio eventualmente limitam o metabolism a um ponto em que a célula no é mais competitiva em relagio as eélulas menores. Células muito grandes nao constituem a regra no mundo procariético. Contrariamente, a Thiomargarita ou Epulopis: ium (Figura 4.2), as dimensdes médias de um procarioto ba cllar, por exemplo, a bactéria E.coli, sio de aproximadamen- te 1 X 2 um dimensoes que sio tipicas de procariotos. Para efeitos de comparacao, as células eucariéticas médias podem apresentar de 10 a mais de 200 wm de diametro. Dessa for ‘ma, 0s procariotos geralmente correspondem a células muito equenas quando comparadas aos eucariotos. Raz6es entre superficie e volume, taxas de crescimento celular e evolucao i vantagens sigificativas em ser uma célula pequena. AS células pequenas apresentam maior érea superficial em re- lagdo a0 volume celular que as células grandes; isto é, estas apresentam maior razo superficie-volume. Considere um coco esférico, O volume de tal tipo de eélula é uma fungao do cubo de seu raio (V = 4/3ar) e sua drea superficial é uma fungao do quadrado do raio (S = 4x7). Portanto, a razio (SN) de um coco esferico é ir (Figura 4.3).A medida que a célula aumenta em tamanko, a razao SIV diminui. Para ilus trar este fato, considere a ravio SIV de algumas das células de diferentes tamanhos listadas na Tabela 4.1: Pelagibacter uubique, 22; E coli, 4.5 E.fishelsoni, 0,05. ‘Arrazdo SIV de uma célula afeta virios aspectos de sua biologia, incluindo a evoluglo. Por exemplo, pelo fato de a taxa de creseimento celular depender, entre outras coisas, da taxa de troca de nutrientes, a razdo SIV maior das eélulas :menores permite uma maior troca de nutrientes por unid de de volume celular, em comparagao a células maiores. Por am ‘Aros superticial(t®) = 126 um? Volume ($0) = 4,2 um? Superficie Volume r=2um Figura 4.3. Relagdes entre a érea superficial ¢ 0 volume nas eélulas. A medida que uma eélula aumenta em tamanho, eva 3280 SN diminui, 70 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark esse motivo, as células menores geralmente crescem mais rapidamente que células maiores. Além disso, uma determi- nada quantidade de recursos (os nutrientes dispontveis para promover o crescimento) sustentaré uma populagio maior de células pequenas que de estulas grandes. Por que isso é importante? Toda vez que uma oélula se divide, seu cromos- somo também € replicado. Quando 0 DNA ¢ replicado, po- dem ocorrer erros ocasionais, denominados mutagdes. Como a taxa de mutagdes parece ser relativamente igual em todas as células, grandes ou pequenas, quanto maior 0 niimero de replicagbes cromossomais, maior serd o muimero total de mu- tagdes na populagao. As mutagdes correspondem a "matéria- prima” da evolucio; quanto maior o conjunto de mutacoes, majores as possibilidades evolutivas. Assim, pelo fato de as cdlulas procaristicas serem bastante pequenas e também ge- neticamente haploides (permitindo a expressio imediata de ‘mutagoes), elas geralmente exibem a capacidade de cresei mento e evolugao mais répidos do que as células maiores, geneticamente diploides. Nas células diploides maiores, ndo somente a razao SV ‘menor, mas os efeitos de uma mutagao em um gene podem ser mascarados por uma segunda cépia nao mutada do gene. sas diferengas fundamentais entre as células procariéticas eucariéticas embasam as observagdes de que os procario- tos frequentemente se adaptam rapidamente as mudangas nas condigSes ambientais, sendo capazes de explorar mais. facilmente novos habitats, que as células eucariéticas. Ve remos a aplicagao desse conceito em capitulos posteriores, quando abordaremos, por exemplo, a enorme diversidade metabolica de procariotos ou a disseminagao da resistencia, a antbisticos. Limites inferiores do tamanho celular [partir da discussdo anterior, pode parecer que quanto me- notes forem as bactérias, maiores serio as vantagensseletivas za natureza. Certamente devem existir limites inferiores para 6 tamanho celular, mas quais sao cles? Alguns microbiologis- {as propuseram, com base em observagées do solo outros habitats, a existéncia de bactérias extremamente pequcnas na natureza, células denominadas nanobactéras (0 prefixo “nano” origina-se do greg e significa “ando’), Os tamanhos, deseritos para nanobactérias slo de 0,1 um de didmetro ou menos. Iso ¢ extremamente pequeno, mesmo pelos padres procariétics (abel 4.1). Se eonsiderarmos o volume neces- so para abrigar as biomoléculas essenciais de uma eélula de vida livre (=> Capitulo 3), uma estrutura de 0,1 um ou menor ¢ insuficiente para fazé-lo, stando as estraturas de 0,15 jum de diametro no limite em relagao a essa questo. essa forma, se nanobactérias so de fato eélulasvivas, essa € uma pergunta ainda sem resposta. Se tals eélulas to di- ‘minutas de fato existissem, elas seriam as menores eélulas conhecidas. Independentemente do status das nanobactérias, si conhecidas intimeras células procariéticas muito pequenas, ‘muitas cultivadas em laboratério. Por exemplo, ha 10°10" e4lulas procaristicas por militro em mares abertos,¢ las, tendem a ser cslulas muitos pequenas, com digmetro de 0,2- -0,4 um. Veremos posteriormente que varias baciéras patoge- nicas também so muito pequenas. Assim, células muito pe- dquenas nto so incomuns, porém organismos celulares com iimetro inferior 0,15 ym provavelmentenéo existam Normalmente, os procariotes so menores que os eucario ‘0s, embora algurs procariotos muito grandes e outros mui +0 pequenos sejam conhacidos. © tamanho pequeno de cé lulas procaristicas afeta sua fisiologia, taxa de crescimento, fecologia e evolucio, © limite inferior para o didmeto cellar provavelmente & de aproximadamente 0,15 um. 1 Que propriedade fsica das oflulas aumenta & medida que ‘a cbulas se tomnam menores? 1 Usiizando a érmula para a determinacao de volume, Sesio 3.4), 0s lipideos de Ar- chaea apresentam ligagbes éter entre o glicerol e suas cadeias laterais hidrofébicas (Figura 4.7b). Além disso, os lipideos de Archaea sho desprovides de dcidos graxos. Em ver. disso, as ‘cadeias laterais so compostas por unidades repetitivas do hidrocarboneto de cinco carbonos, isopreno (Figura 4.70). Apesar dessas diferengas quimicas, a arquitetura fundamen- tal da membrana citoplasmatica de Archaea ~ superticies hi- drofilieas interna e externa e um interior hidrolbico ~ é a ‘mesma daquela das membranas de Bacteria e Eukarya 72 Michael. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P Clark Figura 4.5 Estrutura da membrana citoplasmética. A su rfc interna (Interior) ostdvoltada para 0 citoplasma, enquanto a su- perficie externa (Exterior) volta-se para o ambiente. Os fosfolipideos compder a matriz da membrana citoplasmstica, com 08 grupos hidrofébicos direcionadbs pare o interior @ os grupos hiceoflios voltados para o exterior, onde associam-se & qua. Proteinas que S80 hicrofébcas na regido que atravessa a bicamada de Scidos graxos encontram-so embabidas na mati. Protenas hidroflicas e outassubs- ‘Bncias carregadas, como ions metalicos, podem ligase &s supericies hicrofilcas. Embora haja algumas diferencas quimicas, a estutura global da membrana citoplasmética ilustrada é semelhante em procariotos e eucarotos (parém uma excecao do padeio de bicamads & ‘Spresentada na Figura 4c) Os principais lipideos presentes em Archaea slo glicerol digteres, que apresentam cadeias laterais de 20 carbonos (a unidade 20-€ ¢ denominada grupo fitani), e diglicerol tetraé- teres, que apresentam cadeias laterals de 40 carbonos (Figura, 4.8a, b). Em um lipideo tetraéter, as cadeias laterais de ftanil de cada molécula de glicerol encontram-se covalentemente ligadas (Figura 4.8). No interior de uma membrana, essa cstrutura origina uma membrana lipidica em monocamada, fem vez de uma bicamada lipfdica (Figura 4.8c, d). Contra Hs OH HuO-O-H0-HO-H.O-CH . C r Ho" Hy” oy @ ~ Figura 4.6 Esterdis e hopancides. (2) Estrutura do colestral, Lum esterol tsi. (b)Estrutra do hopanoide diplopteno. Os este- *s sio encontrados em membranas de eucariotos @ hopanoides, fem mombranas de alguns procariotos. As marcagles 1, 2,e 30 interior dos ands destacam as semelhancas na estrutura parental de esters e hopancides. riamente as bicamadas lipfdicas, as monocamadas lipidi- ‘cas sio bastante resistentes & separacio. Dessa forma, no ‘€surpreendente que as membranas em monocamada sejam ‘amplamente distribufdas entre Archaea hipertermfilas, pro- ‘eariotos capazes de crescer em temperaturas extremamen- te.elevadas (o> Segdes 6.14 ¢ 17.9-17.11), nas quais 0 calor poderia separar as bieamadas lipidicas, promovendo a lise ‘celular Figura 4.7 Estrutura geral de lipideos. (0) Ligacao éstor. (6) Lgagéo éter (e Isopreno, a estrutura parental das cadeias laterais, higrofébicas de linideos de Archaea, Em contraporiglo, os lipideor de Bacteria e Eukarya apresentam cadeias laterals compostas por fcidos grance ‘Amembrana ctoplasmatica ¢ uma barteia de permeabil dade shamenteseletva, constituida por lpidios e protenas, que fermam uma bicamada com exterior hidroflicae interior hicrofébio. Outras moléculas, tas como estertis @hopa- noides, podem enrijecer a membrana. Diferentemente de Bacteria e Eukarya, Archaea apresentam lpidios unidos por ligacdes éter, algumas espécies possuem membranas em monocamade, em vez de bicemade, 1 Desenhe 2 estrutura bésica de uma bicamads lipid, 1 Por que compostos como esters @ hopanoides atuam ‘como bons estabilzadores da membrana ctoplasmatica? 1 Compare a ligagio entre. glicerol ea porgao hidrofébice de lpidios em Bacteria e Archaea. As fungdes das membranas citoplasmaticas A membrana citoplasmaética é mais do que uma simples bar- reira que separa 0 contetido celular interno do meio externo. ‘A membrana desempenha papéis eriticos na fungao celular, Em primeiro lugar e acima de tudo, a membrana atua como uma barreira de permeabilidade, impedindo o extravasa- ‘mento passivo de substancias para dentro ou para fora da LUgagao ter Fac Bian Microbiologia de Brock 73 ‘célula (Figura 4.9). Segundo, a membrana corresponde a um sitio de ancoragem para varias proteinas. Dessas, algumas stio enzimas que catalisam reagdes bioenergéticas e outras testo envolvidas no transporte de substincias para dentro ‘para fora da célula, Veremos, no Capitulo 5, que a mem- brana citoplasmatica é também um importante sitio celular de conservagio de energia. A membrana apresenta uma for- ‘ma energeticamente carregada, na qual 0s prétons (H") sao, separados dos fons hidroxil (OH) através de sua superficie (Figura 4.9). Essa separagdo de cargas corresponde a uma forma de energia, andloga A energia potencial de uma bateria, ‘carregada. Essa fonte de energia, denominada forga proton ‘motiva, é responsivel pela realizagio de muitas atividades ‘celulares que requerem energia, incluindo alguns tipos de transporte, motilidade e biossintese da moeda energética da eslula, ATP. A membrana citoplasmética como uma barreira de permeabilidade 0 interior da célula (citoplasma) consiste em uma solugao. aquosa de sais, acticares, aminoécidos, nucleotideos, vita minas, coenzimas e outros compostos solaveis. A porgio in- terna hidrofobica da membrana citoplasmatica (Figura 4.5) ‘correspond a uma forte barreira a difusao, Embora algu: ‘mas pequenas moléculas hidrofébicas possam atravessar a membrana por difusio, moléculas polares e carregadas no. silo capazes de atravessécla, requerendo transportadores es- Inombranescotplrmates de rcheess Oosone tuo oe (6, o hidrocarboneto do lipideo est igad 20 glicerol por uma li sgacdo éter. 0 hidrocarboneto em (a) éftanil (Ce em (b)bftanil (Ca. (6 o) Esvutura de membrana de Archaea. A estrutura em mo: rnocamada é resuktante da composiggotetraéter da membrana panes oraz (©) Digicel tetrater (©) Blcamada lipicica (€) Monceamads lipides ree 7A Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark 1. Barreira de permeabilidade: impeco ooxravasamentooatua ‘come uma porta pars o transporte ‘e nutrntes pars dente fora a cla 2 Ancoragem de proteinas: sto de mutas protenas onolvidas po wansports, Blownergéica equmolada eebhtte eee eeesy 2 x Pe eeteeee sito de geragtoe utzagto 3. Conservagao de energia: {a fora proton motia Figura 4.9 As principale fungBes da membrana ctoplasmatica. Embora estrturalmente fil, a membrana citoplasmitica deser pena vrias fungbes collars importantes peeflicos. Pelo fato de a membrana citoplasmética apresen- tar-se carregada, mesmo uma substincia tio pequena como ‘© proton é incapaz de difundir-se através dela. ‘Uma molécula capaz de penetrar livremente na mem- brana ¢ a dgua, a qual ¢ suficientemente pequena para pasar entre as moléculas de fosfolipideos presentes na bicamada lipidica (Tabela 4.2). Além disso, o transporte de agua através da membrana é acelerado por proteinas transportadoras, denominadas aquaporinas. Essas protef- nas formam canais transmembranicos que especificamen- te transportam a 4gua para dentro ou para fora do cito- plasma. Por exemplo, a aquaporina AgpZ de Escherichia coli importa ou exporta agua, dependendo se as condigées ‘osméticas do citoplasma encontram-se elevadas ou baixas, respectivamente. A permeabilidade relativa de algumas substncias biologicamente importantes é apresentada na ‘Tabela 4.2. Pode-se observar que a maioria das substancias ‘ngo penetra passivamente na célula e, portanto, devem ser transportadas, Annecessidade de proteinas transportadoras As proteinas transportadoras realizam mais que © mero transporte de substincias através da membrana ~ elas acu ‘mulamtsolutos contra um gradiente de concentragao. A ne- cessidade do transporte mediado por earreadores& de fell entendimento, Sea dfusto fosse a Gnica forma de entrada de solutos nas eslulas, clas jamais alcancariam as concen- tragbes intracelulares necessérias As reagoes bioquimicas Isso se deve a duas razdes, Primeiro, como mencionamos, Agua 100 Excelente Glicerl on Bom Tiprofano 001 Moderado/Fraco Giicose 001 Moderado/Fraco fon clorto (Cr) 01000001 Muito fraco fon potéssio(') ‘00000001 Exremamentefraco fon sécio Na") ‘000000001 Extremamentefraco ‘Escala olatia -0 grou de permesbldade om elo prmesbiidade dla dq, considera 10. A prmesbildade da menbvana agua pode Ser aletada pets oquapornas er texto) poucas substancias difundem-se através da membrana cito- plasmatica, Segundo, mesmo se os soluto fossem capazes de difundirse através da membrana, sua velocidade de captaglo coneentragao intracelular seria somente proporeionsl a sua concentragdo externa (Figure 4.10), a qual ¢frequentemente baixa na natureza, Portanto, as céulas devem possuir meca- nismos para o acdmiulo de solutos, a maioria dos quais 80 nutrientes vitas, em concentragées superiores Aquelas ob servadas em seus habitats, sendo este 6 papel dos sistemas transportadores. Propriedades das proteinas transportadoras Os sistemas de transporte mediados por carreadores exibem ‘vérias propriedadescaracterfsticas. Primeir, contariamente A difusdo simples, os sistemas de transporte exibem um eto de saturagdo, Sea concentragao do substrato for elevada o suf ‘ente para satura ocamreador, oque pode ocorrer mesmo nas cconcentragées muito baixas de substratos observadas na nae tureza, a yelocidade de captagio torna-se maxima, no sendo aumentada pela adiao de mais substrato (Figura 4.10), Essa propriedade caracteristica de proteinas transportadoras auxi- a sigificativamenteas cellos na concentrayo de nutrientes a partirde um ambiente frequentemente muito diluido. “Transporador sated pelo subsrato "—ransporte Velocidad de entrada co souto Diualo simpes ‘Concentra externa do soto Figura 4.10 Transportadores versus difusio. A velocidade da captagao no transporte revela uma saturagio em concentragSas ex terns relatvamente bavas Uma segunda caracterfstica do transporte mediado por carreadores corresponde & alta especificidade do evento de transporte. Muitas protefnas carreadoras reagem somente com tum tinico tipo de molécula, enquanto outras exiber afinidades por uma classe de moléculas estreitamente rela- cionadas, como asiicares ou aminosicidos. Essa economia na captagio reduz a necessidade de proteinas transportadoras distintas para cada aminodcido ou agiicar diferente. ‘Outra importante caracteristica dos sistemas transpor- tadores esta no fato de a biossintese de proteinas transpor. tadoras ser normalmente regulada pela eélula. Isto €, 0 con- junto especifico de transporiadores presentes na membrana em um determinado momento é uma fungao dos nutrientes presentes no ambiente, assim como de suas concentragées, 0 controle biossintético é importante porque pode haver a necessidade de um determinado nutriente, quando em alta concentracao, ser carreado por um transportador e, quando ‘As prncipais fungées da membrana ctoplasmitica sio a ppermeablidade, 0 transporte e a conservacdo de energia, Para acumular nutrientes contra um gradiente de concentra ‘0, mecanismos de transporte especticos so empregados, 1 Liste duas razbes pelas quais uma oélula ndo pode depen: der da difusio como mecanismo de captaco de nutrentes. 1 Por que o danofisco & membrana ctoplasmética cor responde a um problema mais sério que o dano a algum ‘outro componente celular? Substincia ‘ransporada| Figura 4.11 As trés classes de sistemas transportadoros do membrana. Observe como 08 transportadores simples @ 0 siste- ma ABC transportam substincis sam modifieélas quimicamenta, tenquanto 2 translocagéo de grupo resulta na modificagso quimica (fosfolagso) da substincia vansportada. As vs protenas do siste- ma ABC esto identificadas por !, 26 2 Microbiologia de Brock 75 eo ee Uniportador _Antiportador__Simportador Figura 4.12 Estrutura de transpertadores transmembranicos € tipos de eventos de transporte. Em procarotos, os transpor- ‘adores transmembranicos normalmente contém 12 a-helices (aqui ilusvadas como um clindeo) que se agregam, formando um canal através da membrana. Aqui sSo apresentados és transportadores ‘xbindotipos distintos de eventos de transporte. No caso de ant portadores e simportadores, a aubstancia cotransportada é ist {da em amarelo, Transporte e sistemas de transporte 0 transporte de nutrientes é um evento celular vital. Existem diferentes mecanismos de transporte em procariotos, cada lum exibindo caracteristicas préprias. Aqui exploramos este assunto, Ha pelo menos trés sistemas de transporte em procariotos: transporte simples, translocagao de grupo, ¢ 0 sistema ABC. O transporte simples consiste somente em uma pro teina transportadora tansmembranica, a tanslocagio de {grupo envolve uma série de protefnas no evento de transpor- te, eo sistema ABC consiste em trés componentes: uma pro- tefna de ligagio ao substrato, um transportador integrado & membrana e uma proteina que hidrolisa ATP (Figura 4.11). ‘Todos os sistemas de transporte requerem alguma forma de ‘energia, quer a partir da forga proton motiva, ou ATP (ou algum outro composto orgdnico rico em energia). {A Figura 4.11 compara os sistemas de transporte de pro- ‘cariotos. Independentemente do sistema, 0s componentes transmembranicos normalmente apresentam similaridades significativas na sequéncia de aminodcidos, uma indicagio das raizes evolutivas comuns de todos os sistemas de trans porte. Os transportadores de membrana contém 12 dominios ‘em a-hélice (> Segao 3.7) que se dobram para trés e para frente através da membrana, formando um canal. E através desse canal que 0 soluto € transportado para o interior da célu- Ja (Figura 4.12). 0 evento de transporte envolve uma alteragaio ‘conformacional da protefna transportadora, apds sua ligagio ‘a0 soluto. Como um portao que se abre e fecha, a alteragao conformacional conduo soluto para o interior da célula. ‘Sio possiveis trés eventos de transporte: uniporte, sim- porte e antiporte (Figura 4.12). Uniportadores sao proteinas ‘que transportam uma molécula de maneira unidirecional através da membrana. Simportadores sio proteinas que atuam ree 76 Michael. Madigan, John M, Martinko, Paul. Dunlap & Davi Exterior Figura 4.13 Fungdo do simportador Lac permease de Esche richia cole virios outros transportadores simples bem caract Flzados. Para simplificar, as proteinastransmembranicas est30 aqui representadas em sua forma globular, observe, no entanto, que sua estruturacorresponde quela apresentada na Figura 412 como cotransportadores; cles transportam uma molécula em conjunto com outra substancia, normalmente um proton. ‘Antiportadores sao proteinas que transportam uma moléeula ‘través da membrana, transportando simultaneamente uma segunda molécula na diregao oposta (Figura 4.12). oncoanmnncrara Ge ‘ctecee 6 id P Clark Escherichia coli ‘A bactéria Escherichia coli metaboliza 0 agiicar dissacarfdeo lactose. A lactose ¢ transportada ao interior das células de E. coli pela atividade de um transportador simples, Lac perme- ‘se, um simportador. Esse processo € apresentado na Figu- ra 4.13, em que a atividade da Lac permease ¢ comparada aquela de outros transportadores simples, incluindo unipor- tadores e antiportadores. Posteriormente, veremos que, em E.coli, a Lac permease & uma das trés protefnas requeridas para metabolizar a lactose, sendo a sintese dessas proteinas altamente regulada pela eélula (> Segio 9.9). A atividade da Lac permease & conduzida por energia. A ‘medida que cada molécula de lactose 6 transportada ao inte- rior da célula, a energia da forga proton motiva (Figura 4.9) ‘diminui devido a0 cotansporte de protons para o interior do citoplasma. A poténcia da forga proton motiva é restabeleci- dda por meio de reagGes geradoras de energia, as quais des- ‘creveremos em capftulos posteriores (o> Capftulos $ e 21). 0 resultado liquide da atividade da Lac permease correspon de ao actimulo de lactose no interior da célula, associado a0 ‘consumo de enengia. Translocagao de grupo: o sistema fosfotransferase Atranslocagao de grupo é uma forma de transporte no qual a substineia transportada ¢ quimicamente modificada duran- te sua captagto através da membrana. Os stema de trans Tocago de grupo mais bem estudado envolve 0 transporte dos acticares glicose, manose ¢ frutose em E. coli. Durante 0 transporte, estes compostos so modificados por fosforilagio mediada pelo sistema fosfotransferase. ‘O sistema fosfotransferase consiste em uma famfia de proteinas, cinco das quals slo necessérias ao transporte de tim determinado agdcar. Antes deo agdcar ser transportado, as proprias protefnas do sistema fosfotransferase so alter: nadamente fosforiladas e desfosforiladas em uma cascata, At6 que o real wansportador, a Enzima Tl, fosforila 0 agdcar durante o evento de transporte (Figura 4.14). Uma pequena <= Dwele oe transporte de gleose Figura 4.14 Mecanismo do sistema fosfotransferase de Escherichia col. O sistema de captagio de glicose consiste em cinco protei- ‘as: Enzima (Era) |, Enzimas Il presentadas, até a Enzima Il, que, de fato, transport efosfori agicar.Os componentes Enz si especicos para cada agicar em par el, @ HPO fosfato 6 vansferido sequencialmente do fostoenolpirwato (PEP), através das proteinas re- © agicar As proteinas HPre Era sao inespecifics etransportaréo qualquer proteina, denominada HPr, a enzima que a fosforila (Enzima 1) ea Enzima Il, so proteinas citoplasmaticas. Ao contri vio, a Enzima I, localiza-se na face interna da membrana, e a Enzima II, é uma proteina integral de membrana (Figura, 4.14). HPr e a Enzima I sao componentes inespecificos do sistema fosfotransferase e participam da captagao de vérios, agdcares. Ha uma Enzima II especifica para cada agticar di ferente transportado (Figura 4.14). ‘Aenergia do sistema fosfotransferase € oriunda do com~ posto rico em energia, fosfoenolpiruvato (=> Segao 5.8) Embora a energia na forma de uma ligagao fosfate rica em energia seja consumida no processo de transporte da molé- cula de glicose (Figura 4.14), a fosforilacéo da glicose em li cose-6-P correspond, de qualquer maneira, A primeira etapa de seu metabolismo intracelular(glicdlise, > Segao 5.10). Dessa forma, o sistema fosfotransferase prepara a glicose para sua imediata entrada nessa principal via metabélica, Proteinas periplasmaticas de ligagao 0 sistema ABC Posteriormente neste capitulo, estudaremos que as bactérias Gram-negativas contém uma regio denominada periplasina, situada entre a membrana citoplasmatica e uma segunda ca mada membranosa, denominada membrana externa (Secio 47). 0 periplasma contém muitas protenas diferentes, v= las das quals atuarm no wansporte,sendo denominadas pro ‘tefnas periplasmaticas de ligagdo. Sistemas de transporte que contém proteinas periplasmaticas de ligaglo, bem como um ‘wansportador de membrana e proteinas que hidrlisam ATP, slo denominados sistemas de transporte ARC, sendo "ABC tum acronimo de ATP-binding-cassete (cassete de ligacto a [ATP), uma propriedade estrutural de proteins que se ligam A ATP (Figura 415). Mais de 200 sistemas de transporte ABC diferentes foram identificados em procariotos. Os transpor- {adores ABC sdo responsdveis pela captagdo de compostos organicos, como agdcares e aminodcides, nutrientes inorgd- nicos, como sulfate e fsfato,e metas rag. ‘Uma das propriedades tipicas dos transportadores ABC corresponde a elevada afinidade que as protefnas periplas- mticas deligaglo apresentam pelo substrata, Essie protet- nas podem ligar-se a seu substrato mesmo que ele esteja pre- sente em concentragdes extremamente baixas. Por exemplo, Substratos em concentragdes to baixas quanto I micromo- lar (10* M) podem ser facilmente capturados pelas proteinas periplasméticas de ligagio, Uma ver que seu substratoeseja Tigado, a proteina periplasmatica de ligacdo interage com seu respeciva transportador transmembranico, carreando © substrato, sendo o processo condi pela energa da hidr- lise de ATP (Figura 4.15). CCuriosamente, embora as bactérias Gram-postivas no apresentem peripiasma, elas possuem sistemas ABC. Em bactérias Gram-positivas, no entanto, proteinas espectficas de ligagio ao substrato esto ancoradas a superficie exter- nna da membrana citoplasmética, Entretanto, assim como em bactérias Gram-negativas, uma ver que essas protefnas Tigam-se ao substrato, passam a interagir com um transpor- tador de membrana, caalisando a eaptagio do substrato as custas da hidrélise de ATP, da mesma forma que em bactérias Gram-negativas (Figura 4.15). Exportagéo de proteinas [Até 0 momento, nossa discussio sobre transporte concen- trou-se em moléculas pequenas. No caso de moléculas gran- Microbiologia de Brock 77 Perptsma Protea que oe holsa ATP 2aTP 2ADP42R, Figura 4.15 Mecanismo de um transpertador ABC. A proteina periplasmitica de ligagdo exibe alta afinidade pelo substrato, a=, proteinas tranemembranicas formam 0 eanal de transporte, © a¢ proteinas citoplasméticas que hideolisam ATP forecem energia para o evento de vansporte, des, como protefnas, de que forma o transporte é realizado? Para atuarem adequadamente, muitas protefnas devem ser transportadas para fora da membrana citoplasmatica ou in- seridas na membrana de maneira especifica. As protesnas S30 ‘exportadas através de, e inseridas em, membranas procarié- ticas pela agdo de proteinas denominadas ranslocases, sendo tuma das essenciais o sistema Sec (de secretério). O sistema Sec exporta protefnas, bem como insere na membrana pro- tefnas integrais de membrana. As proteinas destinadas a0 transporte s4o reconhecidas pelo sistema Sec por serem mar- cadas de uma forma espectfica. Discutiremos esse process posteriormente (> Secio 7.17). O sistema de translocase Sec consiste em sete proteinas, sendo SecYEG o real transportador transmembrénico, Ou- {ros componentes do sistema Sec incluem Seca, uma enzi- ma que hidrolisa ATP ¢ fornece energia ao processo; SecB, luma proteina que impede o dobramento de protefnas no ci- toplasma; e SecD e F, proteinas que auxiliam no processo de translocagdo, consumindo a energia orfunda da forga proton motiva, A exportagiio de proteinas ¢ importante as bactérias, ‘uma vez que varias enzimas bacterianas atuam quando loca lizadas extracelularmente (exoenzimas). Por exemplo, exoen- zimas hidroliticas, como amilase ou celulase, sao excretadas diretamente no meio externo, onde clivam o amido ou a celu- lose (co Figura 3.66), respectivamente, em glicose, que pode ‘entio ser utilizada pela eélula como fonte de carbono ou de ‘energia. Em bactérias Gram-negativas, varias enzimas esto localizadas no periplasma, ¢ devem atravessar a membrana ‘itoplasmatica, aleangando o periplasma a fim de atuarem. Além disso, varios patogenos bacterianos secretam toxinas proteicas ou outras proteinas nocivas ao hospedeiro, durante ‘a infecgao, Muitas toxinas sto secretadas por um segundo sistema de translocase, denominado sistema de secrepo tipo IIL Esse sistema difere do sistema Sec pelo fato de a pro- 78 teina secretada ser translocada diretamente da eéhula bacte- riana ao hospedeiro, por exemplo, uma célula humana. No entanto, todas essas moléculas grandes devem atravessar a ‘membrana citoplasmética e as translocases, como SecYEG eo sistema de secrecio tipo II, auxiliam nesses eventos de transporte. Plo menos ts classes funcionais de transportadores 880 conhecides: vansportadores simples, vansportedores do tipo fosfotranslerase e sistemas ABC. O transporte requer energia a partir da forea préton motive, ATR ou outa subs tncia rica em energia. 1 Diferencie os tansportadores simples, o sistema fosfo- ‘transferase e trensporadoces ABC em termos de (1) fonte de energia, @) aeragdes quimicas do substrate transpor- tado, ¢ (3) nimero de proteinas ervolvides. 1 Que sistema de transporte é mais bem adaptado ao trans- porte de nutiontespresontes no ambiente om concontra- ses extremamente baixas e por qué? 1 Como as proteinas so exportadas de uma célula? PAREDES CELULARES DE PROCARIOTOS A parede celular de Bacteria: peptideoglicano Devido as atividades dos sistemas de transporte, o citoplas- ‘ma de células bacterianas mantém uma alta concentragao lissolvidos. Isso promove o desenvolvimento de uma pressio osmética significativa ~ cerca de 2 atmosferas ‘em uma eélula bacteriana como de Escherichia coli, Ela é re- lativamente equivalente & pressio de um pneu de automével. Para suportar pressoes dessa natureza ¢ impedir 0 rompi ‘mento ~ um processo denominadbo lise ~ as bactérias tém pa- redes celulares. Além de impedir a lise osmética, as paredes celulares também conferem forma e rigidez a célula. As espécies bacterianas podem ser divididas em dots grupos principais, denominados Gram-positives ¢ Gram- negativos. A distingto entre bactérias Gram-positivas € Gram-negativas baseia-se na reagdo de eoloragdo de Gram (22 Seco 2.2). Contudo, as diferengas na estrutura da pa- rede celular correspondem a esséncia do processo de colo- ragio de Gram. O aspecto das paredes celulares de células Gram-positivas e Gram-negativas, a0 microsc6pio eletroni- co, é acentuadamente diferente, como ilustrado na Figura 4.16, A parede celular de Gram-negativos é uma estrutura ‘em multicamadas e bastante complexa, enquanto a parede celular de Gram-positivos énormalmente muito mais espes- sa, consistindo quase que totalmente em um tinico tipo de molécula, O enfoque desta seco esté no componente polissacari- dico das paredes celulares de Bacteria tanto Gram-positivas, ‘como Gram-negativas, Na Segao 4.7, descreveremos os com- ponentes especiais de parede celular encontrados em Bacteria, Gram-negativas. Finalmente, na Segio 4.8, descreveremos as, diferentes paredes celulares de Archaea Michael T Madigan, John M. Martiko, Paul V. Dunlap & Davi P. Clark Peptideoglicano [As paredes celulares de Bacteria apresentam uma camada r- a principal responsével pela rigidez da estrutura. Em bactérias Gram-negativas, camadas adicionais estdo presen- tes externamente a essa camada rigida. A camada rigida, de- nominada peptideoglicano, é um polissacarideo composto por dois derivados de agticares ~ N-acetlalicasamina e dcido ‘Neacetilmurdmico ~ além de alguns aminodcidos, incluindo [Lalanina, D-alanina écido D-glutémico elisina ou écido dia- ‘minopimélico (DAP) (Figura 4,17). Esses componentes ass0- ‘iam-se, originando uma estrutura repetitiva, o tetrapepttdeo licano (Figura 4.18). {As cadeias Tongas de peptideoglicanos sao biossinttiza- ‘das adjacentes entre si, formando uma folha circundando a ‘edlula (2> Segio 6.4) As cadeias sio interligadas por me de ligagoes cruzadas dos aminoscidos. As ligagoes glicosil cas que unem os agticares das fitas de glicano slo ligagies ‘ovalentes, porém essas conferem rigidez 8 estrutura apenas ‘em uma diregio. Somente apés a realizagio das ligagées erue zadas, 0 peptideoglicano mostra:se rigido nas diregoes X e Y (Figura 4.19) As lsagoes eruzadas ocorrem em graus distin- tos nas diferentes espécies de Bacteria, sendo a maior ri ecorrente da maior quantidade de ligagdes cruzadas. ‘Em bactérias Gram-negativas, a ligagio cruzada do pep- tideoglicano ocorre pela formacao de uma ligagio peptidica entre o grupo amino do DAP de uma cadeia de glicano e 0 ‘grupo carboxil da D-alanina terminal da cadeia de glieano adjacente (Figura 4.19). Em bactérias Gram-positivas, a lic ‘gagio cruzada ocorre por meio de uma ponte interpeptidica, sendo a natureza ¢o ntimero de aminoacidos presentes nessa ponte varivels de organismo para organismo. Por exemplo, ‘em Staphylococcus aureus, uma bactéria Gram-positiva muic to estudada, a ponte interpeptidica consiste em cinco res ‘duos de glicina (Figura 4.19). A estrutura geral de uma mo- lécula de peptideoglicano ¢ apresentada na Figura 4.19. Diversidade do peptideoglicano 0 peptideoglicano encontra-se presente apenas em espécies de Bacteria ~ 0 agiicar écido N-acetilmuramico e 0 amino- ‘écido DAP nunca foram encontrados em paredes celulares de Archaea ou Eukarya. Entretanto, nem todas as Bacteria ‘examinadas apresentam DAP em seu peptidcoglicano. Esse andlogo de aminodcido é encontrado no peptideoslicano de todas as bactérias Gram-negativas e em algumas espécies Gram-positivas; porém, a maioria dos cocos Gram-positivos apresentam lisina em vez de DAP (Figura 4.195), enquanto algumas outras baetérias Gram-positivas exibem outros ami nosicidos. Outra caracteristica pouco usual do peptideoglica- no refere-se & presenga de dois aminodcidos na configura- ‘eo D, a Dalanina e 0 dcido D-glutamico. Como vimos no Capitulo 3, 0s aminoscidos que compéem as proteinas eeli- lares sempre so encontrados na forma estereoisomérica L (© Segio 3.6). Mais de 100 tipos diferentes de peptideoglicano slo co- nhecidos, estando a diversidade centrada na quimica das ligagdes cruzadas e pontes interpeptidicas. Em cada pepti- deoglicano diferente, a porgio glicano é constante; somente ‘0s agtcares N-acetilglicosamina e N-acetilmuramico encon- tram-se presentes, Além disso, esses agdcares estao sempre ‘concctados por uma ligagdo p14 (Figura 4.18). 0 tetrapep- {ideo presente nas unidadles repetitivas exibe maior variag0 ‘em somente um aminoécido, a altenancia lisina-DAP. No Microbiologia de Brock — 79 Gram-postves Gram-negatvos Perea Pope pian copia seas sateen Men 5 ergara ae $a Goose prote nas) @ » Pepideogicano Mambrana ctoplasmatioa Figura 4.16 Paredes colulares de Bacteria. 2, b) Diagramas esquematicos de paredes celulares Gramposiivas ¢ Grarn-negatvas, Micrografias eleténicas de transmisséo apresentando a parede celular do (c) uma bactéria Gram-postiva, Arthrobacter cystalopoietes, ¢ (dhume bectéria Gram-negative, Loucothrix mucor (e, 8 Micrograias eletSnices de veredure de bactérias Gram-positives (Bacillus subtilis) €@ Gram-negatvas (Escherichia coll. Observe 2s diferencas na textura da superficie das céllas apresertadas em (e} (9, Um Unica célla de B. subtilis cu de E. colitem aproximadamente 1 um de largura, 80 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul . Dunlap & David P. Clare 00H 00H Hanoi Hap pe oe is He Haga Haga boon 4 (a het (o)tisina ‘daminopiméco Figura 4.17 Aminoécidos em ligagio cruzada no peptideo- licano. A dnica diferenca entre estas duas moléculas encontra-se destacada pela cor. Além destes dois aminoscidos, vrios outros aminodcidos sio encontrados em ligagSes cruzadas no peptide: glicano Figue 4.18), entanto, 0 dcido D-glutamico na posicdo 2 ¢ hidroxilado no peptideoglicano de alguns organismos, havendo substituigdes dos aminoacidos nas posigdes | ¢ 3 em outros. Quaisquer dos aminodcidos presentes no tetrapeptideo também podem estar presentes na ponte interpeptidica. Além disso, varios outros aminoscides, como glicina, reonina, serinae acido aspartico, podem ser encontrado na ponte. Poroutro lado, aminodeidos de cadeia ramificada, aminodcidos aromiticos, aminodcidos contendo enxofre, histidina, arginina e prolina (== Figura, 3.12) nunea foram encontrados na ponte interpepttdica. Assim, embora a composicio quimica peptidica do pep- tideoglicano possa exibir variagoes, o esqueleto do peptide oglicano ~ repetigdes alteradas de N-acetilglicosamina e 4cido N-acetilmuramico - € 9 mesmo em todas as espécies de Bacteria En me) err ee ‘on oon 4 io 4 a mo 7 Vane Atty 4 ee a 4 ep é Figura 4.18 Estrutura da unidade repetitiva do peptideogl- ano, © tetrapeptideo glicano. A estruturaapresentada é aque- la encontrads em Escherichia coli ena maiotla das outras Bacteria. Gram-negativas. Em algumas Bacteria, outros aminoscidos 980 en- contrados. Figura 4.19 Peptideoglicano em Escherichia colle Staphylo- ‘coccus aureus. (a) Nenhuma ponte interpeptidiceesté presente em E colic outras Bacteria Gram-negatvas.(b) Ponte interpepticica de glicna, presente em S, aureus (Gram-positive). (c) Estratura geral do poptideoglicano. G, Neacetilgicasamina; M, écido N-acetifmu: rmico. Observe como as ligacdes glicosidcas conferem rigidez 20, Peptideoglicano na dregio X, enquantoasligagSes peptidicas con- ferem rigider na diregso ¥ A parede celular Gram-positiva Em bactérias Gram-positivas, cerea de 90% da parede celular ‘corresponddem a peptideoglicano. Embora algumas bactérias apresentem somente uma tiniea eamada de peptideoslicano ‘envolvendo a eélula, vrias bactérias, especialmente as bacté- rias Gram-positivas exibem varias (até cerca de 25) camadas ‘de peptideoglicano sobrepostas. Muitas bactérias Gram-positivas apresentam substan- Segi0 28.3). ‘Se um soluto incapaz de penetrar na célula, como a sa- carose, for acrescentado a uma suspensio celular contendo Tisozima, a concentragao extracelular do soluto equilibra-se concentragao interna (essas condigdes sao denominadas iso- ‘tonicas). Em condigées isoténicas, sea lisorima for utilizada para digerir 0 peptideoglicano, a 4gua nao penetra na célu- Ja e nao ocorre a lise. Em vez disso, um protoplaste (uma bactéria que perdeu sua parede celular) ¢ formado (Figura 4.21b), Se esses protoplastos estabilizados pela sacarose fo- rem colocados na gua, imediatamente sofrerao lise. O termo esferoplasto & frequentemente empregado como sinonimo de protoplasto, embora as duas palavras tenham significados li- geiramente distintos. Protoplastos sao células desprovidas de qualquer material residual da parede celular, enquanto esfe~ roplasios apresentam porgoes da parede celular associadas & estrutura envolta por membrana, Células desprovidas de paredes celulares Embora a maforia dos procariotos sejaincapaz de sobrevi- ver na natureza sem suas paredes celulaes, varios exibem ‘essa capacidade, Eles incluem os micoplasmas, um grupo de ‘bactérias patogénicas que causam varias doengas infecciosas ‘em humanos e outros animals (o> Segio 16.3), € 0 grupo Thermoplasma, espécies de Archaea, naturalmente despro- vidos de parede celular (=> Segao 17.5). Esses procariotos ‘essencialmente correspondem a protoplastos de vida livre, Figura 4.21 Protoplastos e sus formagéo. A lsczima clive as ligacées glcosidias B-14 do peptideoglicane (Figura 4.18). (a) Em solugées diluidas, a rupture da parede ¢ imediatamente seguida pela lise celular, devide a fragilidade estrutural da membrana cto plasmatica. (b) Em uma solugse contendo uma concentracio isoté nica de um soluto, como a sacarose, agua ndo penetra no proto- plasto e ele permanece estivel ree 82 Michael T Madigan, John M. Martiko, Paul V. Dunlap & Davi P. Clark Figura 4.22 Estrutura do lipopolissacarideo de Bacteria Gram-negativas. Acomposicio quimica do lipideo Ae dos components po- ios 6 varidvel dente a espécies de Bacteria Grarn-negativas, contudo os principals componentes ipideo ACCDO-cerne-O-espe- Cffco) normalmente s80 08 mesmos. O polissacarideo O-espectico varia significatvamente dente as espécies. COO, cetodesoxiactonato; Hep, heptose; Gi, glicose; Gal, galactose; Nac Gi, Nacetilgicosam liptdeo A sic ligados por intermédio dos grupos amino. A porgSo do lipides A do LPS pode ser téxica aos animais, ICN, glicosamina; fosfato. A glicosamina os dcidos graxos do abrange © complexo ‘endotoxins, Compare esta figura com a Figura 423, acompanhando os componentes do LPS.com base no eédigo de cores. sendo capazes de sobreviver sem parede celular, seja porque possuem membranas citoplasméticas extremamente rigidas Seja porque se encontram em habitats osmoticamente prote- gidos, como o corpo de animais. A matoria dos micoplasmas presenta estersis em suas membranas citoplasmaticas, pos- sivelmente conferindo maior resisténcia e rigidez.& membra- nna, assim como o fazem nas membranas citoplasmaticas de células eucarioticas (Sega0 4.3). ‘As paredas celulares de Bacteria contém um polissacari- deo denominado peptideoglicano. O peptideaglicano & formado por repetigées alternadas de N-acetiglicosamina © écido N-acetimurBmico, que formam o tetrapeptideo glicano, contendo cadeiae unides por ligagdes cruzadas de Peptideos curtos. Dependendo do orgenismo, pode haver de uma a vies camadas de peptideogiicano. A enzima liso- 2ima destréio peptideogiicana,levanda lise calulac 1 Por que as células bacterianas necessitam de paredes ce- lulares? Todas as bactérias apresentam parede celular? 1 Por que © peptideoglicano é uma molécula tio resistente? 1 Qual a aco da enzime lisozima? A membrana externa de Bacteria Gram-negativas [Em bactérias Gram-negativas, como Escherichia coli, somen- te cerca de 10% da parede celular total consistem em pepti deoglicano, Em vez disso, a maior parte da parede celular é composta pela membrana externa. Essa camada correspon- de efetivamente a uma segunda bicamada lipfdica, porém nao composta somente por fosfolipideos e proteinas, como ‘corre na membrana citoplasmatica (Figura 4.5). A membra- na externa de células Gram-negativas também contém po- lissacarideos. 0 lipideo ¢ 0 polissacarideo esti ligados na ‘membrana externa, formando um complexo. Por essa razio, a membrana externa é denominada camada lipopolissacari- dica ou simplesmente LPS. Quimica do LPS ‘A composicdo quimica do LPS de varias bactérias & conhe- Como pode ser observado na Figura 4.22, a poreo polissacarfdica do LPS consiste em dois componentes, 0 olissacarideo cerne e 0 polissacarideo O. Em espécies de ‘Salmonella, em que 0 LPS foi melhor estudadlo, 0 polissaca- ideo cerne consiste em cetodesoxioctonato (CDO), agtica- res contendo sete carbonos (heptoses),glicose, galactose € ‘N-acetilglicosamina, Conectado ao polissacarideo ceme, en- ‘contra-se o polissacarideo O, geralmente contendo galacto- se, glicose, ramnose e manose (todos hexoses), além de um ut mais dideoxiagticares pouco usuais, como a abequose, colitose, paratose ou tivelose. Esses agticares esto ligados ‘em sequéncias de quatro ou cineo membros, que geralmente slo ramilicados. A repeticfo das sequéncias origina 0 longo polissacarideo 0, ‘A relagdo do polissacarideo O com o restante da molé- ‘cla de LPS ¢ apresentada na Figura 4.23. A poreao lipidica do LPS, denominada lipideo A, nio corresponde a um tipico Tipideo de glicerol (ver Figura 4.7a), apresentando acidos gra- x08 unidos por meio de grupos amino de um dissacarideo ‘composto por glicosamina fosfato (Figura 4.22).O dissacari- ‘deo liga-se a0 polissacarideo cere por meio do CDO (Figura 4.22), Os dcidos graxos comumente encontrados no lipideo A incluem 0s écidos caproico (C)), laurico (C,,), miristico (C,), palmitico (C,) e estedrico (C,) ‘0 LPS substitui a maioria dos fosfolipideos na metade externa da membrana externa; a estrutura da metade inter- na assemelha-se mais Aquela da membrana citoplasmatica, ‘Todavia, um complexo lipoproteico também esté presente na rmetade interna da membrana externa (Figura 4.232). A lipo- prote{na atua como uma ancora entre a membrana externa ‘©0 peptideoglicano. Portanto, embora a membrana externa seja considerada uma bicamada lipfdica, sua estrutura é di- ferente daquela da membrana citoplasmatica, especialmente ‘em relagio a metade externa que se encontra ém contato com © meio ambiente (comparar as Figuras 4.5 € 4,232), Endotoxina Embora a principal fungio da membrana externa seja indu- bitavelmente estrutural, uma de suas importantes proprieda- Microbiologia de Brock 83 Raa Ped Seah eaaltiy Win ys rec Figura 4.23 Parede celular Gram-negativa. Observe que, embora 3 membrana externa seja frequentemente denominada de “segunda bica- ‘mada lipicica", a composicdo quimica @ arquitetura desta camada dferem, 0b varios agpectos, da membrana citoplasmtica. (a) Aranjo do lipopolis- sacarideo, lpideo A, fosflipideos, porinas elipoproteinas na membrana fexterna, Para maiores detalhes sobre a estrutura do LPS, consular Figura 44.2. {b) Modelo molecular de proteinas do tipo porinas. Observe os qua- {108 pores presentes, um no interior da cada protaina que forma uma mols cula de porina © um poro central menor enve as proteinas potinas, Aviso perpencicuar ao plano ds membrana. Modelo baseado nos estudos de difragie de rics X da porina de Rhodobacter blasticus. des biol6gicas consiste em ser toxica aos animais. Bactérias Gram-negativas, patogénicas ao homem e a outros mamffe- +s, incluem espécies de Salmonella, Shigella e Escherichia, dentre outras, ¢ alguns dos sintomas intestinais provocados por esses patdgenos em seus hospedeiros so decorrentes de sua membrana externa téxica. [As propriedades t6xicas sao associadas & camada LPS, particularmente ao lipideo A. O termo endotoxina refere-se a esse componente t6xico do LPS, conforme discutimos na Se~ 0 28.12. Algumas endotoxinas provocam sintomas violen- {os em humanos, incluindo graves distirbios gastrintestinais, (gases, diarteia, vOmitos), As endotoxinas so responsaveis, por virias doencas bacterianas, incluindo a infecgio alimen- tar por Salmonella (> Segao 37.7). Curiosamente, o LPS de vrias bactérias no patogénicas também apresenta atividade de endotoxina, Assim, o proprio organismo nao necessita ser patogénico para conter componentes t6xicos na membrana, externa, Porinas Contrariamente & membrana citoplasmética, a membrana ‘externa de bactérias Gram-negativas € relativamente perme- ‘vel a moléculas pequenas, apesar de corresponder basica- ‘mente a uma bicamadalipfdica. Esse fato deve-se a presenga ‘de protesnas denominadas porinas, localizadas na membrana ‘externa e que atuam como canals, permitind a entrada e saida de substancias hidrofilieas de baixa massa molecular (Figura 4.23). Existem varios tipos de porinas, incluindo as classes espectticas e inespecificas {As porinas inespecificas formam canais preenchides por ‘4gua, pelos quais substincias pequenas podem passar. Em ‘contrapartida, as porinas especificas possuem um sitio de ligagao para somente uma ou um pequeno grupo de substin- ‘las estruturalmente relacionadas. As porinas so proteinas transmembrnicas que contém trés subunidades idénticas (Figura 4.232). Além do canal presente em cada barrl da po- rina, os barris das protefnas porinas associam-se de tal for- B Figura 4.24 A parede celular de Escherichia col, visualizada 0 microseépio eletrénico. Micrografia eleténica de transmissio fem grande aumento de uma segto fina do envelope celular de E ol revelando o periplasma envolto pelas membranas externa ec: toplasmatica, il ini \ ‘ma, que um pequeno orificio com cerea de 1 nm (10? m) de diametro ¢ formado na membrana externa, através do qual substancias muito pequenas podem passar (Figura 4,23b). Periplasma -Embora permeével a pequenas moléculas, a membrana exter. na ndo & permedvel a enzimas ou outras moléculas grandes. De fato, uma das principais fungGes da membrana externa consisie em impedir a dfusio de proteinas localizadas exter- namente & membrana citoplasmatica, Essas proteinas sio en- contradas em uma regio denominada periplasma (ver 124.23 e Figura 4.24). Esse espaco,situado entre a superficie externa da membrana citoplasmatica ea superficie interna da ‘membrana externa, apresenta cerca de 15 nm de espessura 0s componentes do periplasma t@m consisténcia semelhante a gel, devido a alta concentragio de protefnas presentes, periplasma pode conter vérias classes diferentes de proteinas. Elas incluem enzimas hidrolitieas, que promover a degradacio inicial das moléculas de alimento; proteinas de ligagdo, que iniciam o processo de transporte de substratos (Sesao 4.5); e quimiorreceptores, que sao protefnas envolvi- das na resposta quimiotatica (Sesa0 4.15 e o> Se¢30 9.7). A ‘majoria dessas protefnas é transportada ao periplasma pelo sistema de transporte Sec de exportacao de proteinas, pre- sente na membrana citoplasmatica (Sexo 4.5). Relacdo entre a estrutura da parede celular e a coloragdo de Gram Acredita-se que as dferengas estruturais entre as paredes celulares de Bacteria Gram-positivas ¢ Gram-negativas se- jam responsveis pelas diferengas obtidas na coloragio de Gram. Em uma coloragio de Gram, hé a formagao de um complexo insoldvel de erstal violeta-fodo no interior da cé- lula, Em células Gram-negativas, este complexo é extraido pelo tratamento com alcool, o que no ocorre em bacté- vias Gram-positivas (© Segao 2.2). Como mencionamos, as bactérias Gram-positivas apresentam paredes eclulares ‘muito espessas, consistindo em varias camadas de pepti- deoglicano (Figura 4.20); elas sao desidratadas pelo alcool, promovendo o fechamento dos poros nas paredes e impe- dlindo a remogio do complexo insoldvel de cristal violeta- fodo, Por outro lado, nas bactérias Gram-negatvas, 0 slcool penetra apidamente na membrana externa ria em lipideos, Michael T Madigan, John M. Martiko, Paul V. Dunlap & Davi P. Clark ‘extraindo o complexo cristal violeta-iodo da eélula. Apés © tratamento com élcool, as células Gram-negativas tornam-se praticamente invis(veis, exceto quando contracoradas com lum segundo corante, um procedimento padrio na coloras de Gram (o> Figura 2.4). ‘Além do peptideoglicano, bactérias Gram-negativas apre: sentam uma membrana externa constitulda de LPS, prote nat elpoprotsinas. Proteinas denominadas porinas confe- rem permeabilidade & membrana externa, O espago situado centre as membranas extema e citoplasmatica corresponde 20 periplasma, © qual contém diferentes tipos de proteinas ‘envolvidas om importantes fungdes colulares. 1 Que componentes consttuem a camada LPS de bactérias, Gram-negativas? 1F Qual a funcSo das porinas @ onde elas se localizam em uma parede celular Gram-negatva? 11 Que componente celular apresenta propriedades de en- dotoxina? 1 Por que o dleoo} promove 0 répido descoramento de bac- tras Gram-negativas, mas no das Gram positives? Paredes celulares de Archaea 0 peptideoglicano, « molécula “sssinatura’ das paredes cel lares de Bacteria, encontra-se ausente das paredes celulares de Archaea. Normalmente, Achaea também nao apresentam uma ‘membrana externa, Em vez disso, uma variedade de compos- tos quimicos so encontrados nas paredes celulares de Archa- a, incluindo polissacarideos, proteinas e glicoproteinas. Pseudomureina ‘As paredes celulares de determinadas Archaea metanogénicas (espécies que produzem metano, gs natural), contém um po- lissacarideo muito similar ao peptideoglicano, um polissaca- ideo denominada pseudomureina (o terme "mureina’ possti raizes latinas, significando “parede", tendo sido uma antiga, terminologia para peptideoslicano; Figura 4.25). O esqueleto da pseudomureina & composto por repetigdes alternadas de ‘N-acetilglicosamina (também encontrada no peptideoglica no) ¢ deido N-acetiltalosaminurénico; este tltimo subst ‘0 cido N-acetilmuramico do peptildcoglicano (compare as Figuras 4.18 e 4.25). A pseudomurefna também se distingue do peptidcoglicano pelo fato de as igagbes glicosidicas entre ‘0s derivados de agticares serem do tipo B-1,3 em vez de B14, ‘© 08 aminodcidos serem todos estereoisomeros L. 0 peptideoglicano ¢ a pscudomureina s80 moléculas mareantemente similares, embora quimicamente distintas E provével que elas tenham surgido por evolugdio convergen- te apés a separacao dos dois dominios procariéticos da vida, ‘ou por divergéncia a partir de um polissacarideo comum, presente nas paredes celulares de eélulas procariéticas, an- tes da divergéncia do dominio Bacteria em relagao ao dom‘ nio Archaea. Outras paredes celulares polissacaridicas As paredes celulares de algumas outras Archaea nao apresen- tam paeudomureinae so constituldas por outros pollsaca Insens.vel aisozina 0.9) HOH Ms -3 ‘acetighcosamine’ ES igura 4.25 Pseudemureina. Estrutura de pseudomureina, 0 ppolimero da parede colular de espécies de Methanobacrerium, Observe as semelhangas e ciferencas entre a psoudomureina © © peptideoglicano Figura 4.18). rideos. Por exemplo, espécies de Methanosarcina possuem espessas paredes polissacaridicas constituidas por glicose, Acido glicurOnico, écido urdnico galactosamina e acetato. Ar ‘chaea halofias extremas (com alta afinidade por sal), como Halococcus, apresentam paredes celulares semelhantes aque- ade Methasarcina, porém contendo também sulfato (SO,") (Figura 4.26). Os grupos sulfato de carga negativa ligam-se & alta concentragao de Na presente nos habitats de Halococ- ‘cus, nas lagoas de evaporagao de sal, assim como em mares e lagos salgados (> Seglo 17.3), auxiliando na estabiliza- to da parede celular em ambientes t80 polares. Veremos. posteriormente que Methanosarcina ¢ os halétilos extremos cexibem estreita relagio filogenética, de modo que as simi laridades em relagio a estrutura da parede celular nao sso surpreendentes, Camadas S 0 tipo mais comum de parede celular em Archaea corres ponde a uma camada superficial paracristalina, ou eamada S. As camadas S consistem em proteinas ou glicoprotesnas, exibindo um aspecto ordenado quando observadas ao mi- croscépio eletrOnico (Figura 4.27). A estrutura paracrista- lina das camadas § organiza-se em varias simetrias, como hexagonal, tetragonal ou trimérica, dependendo do niimero e estrutura das subunidades proteicas ou glicoproteicas a par: tir das quais so formadas. Camadas § foram detectadas em representantes de todos 0s principais grupos de Archaea, os hhaldfilos extremos, metanogénicos e hiperterméfilos. Varias espécies de Bacteria também possuem camadas Sem sua si- perficie mais externa (Figura 4.27). ‘As paredes celulares de algumas Archaea, como, por cexemplo, aquela do organismo metanogenico Methanococcus jannaschii, consistem em somente uma camada S. Portan- Microbiologia de Brock 85 ~AU— NAGA — AU, ~~ Man Pare + 2 $C ot —accr —cal—muacor ~ cat aup— navournsc, 7 Gli —(G8}y ( “) i q (BP), i aco ( ww yt aene Figura 4.26 Paredes celulares polissacaridicas de Archaea. ‘A csrutura da parede celular de Halococcus, um haléfilo extrem, G apresentada. A parede consiste em uma estruture de tés partes repetitive. AU, écido urdrico; Gi, glicose; Gal, galactose; NAcGIi, Nacatlgicosamima, NAcGal, N-acetigalactosamina; Gly, glicns NAUGul, écido N-acetigulosaminurérico; Man, manose. to, as camadas S so suficientemente resistentes para evitar ‘a ruptura osmética, No entanto, em muitos organismos, as ‘camadas § encontram-se presentes, além de outros compo- nentes da parede celular, geralmente polissacarideos. Por ‘exemplo, em Bacillus brevis, uma espécie de Bacteria, hi uma ‘camada § além do peptideoglicano. Quando uma camada S ‘esté presente em conjunto com outros componentes da pare- de, a camada S coresponde sempre a camada mais externa dda parede. Além de atuar como um reforgo estrutural, as ca- ‘madas § podem possuir outras fungées, Por exemplo, como a interface entre a célula e seu ambiente, é provavel que a camada $ atue como uma barreira seletva, permitindo a pas- sagem de substincias de baixa massa molecular e excluin- do moléculas e estruturas grandes (como virus). A camada SS pode também atuar na retengao de proteinas préximo & superficie celular, como a membrana externa (Sevdo 4.7) 0 faz em bactérias Gram-negativas. Outras paredes celulares de Archaea [Natronococcus € uma espécie haloacaliflica de Archaea que se desenvolve em habitats altamente alcalinos e salgados, como lagos rcos em carbonato de sédio. Nafronacoccs pos- sui tma parede celular glicoproteica que nao correspond a tama tipica camada S,Tsso se deve a fato de a glicoproteina conter somente um tnico tipo de aminodcido, L-lutamato, ‘como uum esqueleto, ao qual a glicose eos derivados da gli- cove estto igados, Curfosamente, as camadas superfcias proteieas de poligutamato também slo descrtas em algu- znas Bacteria, principalmente em Bacilus anthracis, o agente -etiolégico do antraz. Porém, uma glicoproteina contendo 0 fcido glutimico como tinieo aminoseido fot abservada so- mente em Natronococeus ‘Assim, em espécies de Archaea, podemos observar die rentes composigdes quimicas de parede celular, variando de moléculas extremamente semelhantes a0 peptideoglicano Aquelas desprovidas de um componente polissacarideo. En- 86 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul. Dunlap & David P. Clark Figura 4.27 A camada S. Micrografia eletrénica de transmissio de uma camadsa $ revelando a estruture perectstalina, A camada S cde Aquaspirlum serpens (uma especie de Bacteria) éapresentada; festa camada S exibe simetiia hexagonal, uma configuraglo comum tretanto, com raras excesses, todas as Archaea apresentam. algum tipo de parede celular e, assim como em Bacteria, a parede celular de Archaea atua impedindo a lise osmética e conferindo a célula sua morfologia. Além disso, pelo fato de nao apresentarem peptideoglicano em suas paredes celula- res, as Archaea so naturalmente resistentes & atividade da lisozima (Segio 4.6) e do antibiético penicilina, agentes que destroem o peptideoglicano ou impedem sua sintese correta, (2 Seg80 6.2). Cree) ‘As paredas celulares de Archaea aio de virios ipo, inclu do paeuclomureina, virostipos de polissacarideos, camadas| S,e outrae paredee celuares proteicas ou glicoproteicas, 11 Como a pseudomureina assemelha-se 20 peptideoglice- no? Como at duae moléculs diferem? 1 Qual a composigio de uma camada S? 1 Por que Archaea so insensiveis 8 peniclina? OUTRAS ESTRUTURAS DE SUPERFICIE CELULAR E INCLUSOES Além das paredes eelulares, as eélulas procatiéticas podem apresentar outras camadas externas ou estruturas em con- tato com o ambiente. Além disso, as células frequentemente contém um ou mais tipos de inclusdes celulares. Agora exa- ‘minaremos algumas dessas estruturas, Camadas da superficie celular, pili e fimbrias ‘Varios organismos procariéticos secretam substincias limo- ‘sas ou viscosas em sua superficie celular. Esses compostos ‘consistem em polissacarfdeos ou. protefnas. Eles no so ‘considerados parte da parede celular, uma vez que no con- ferem significativa resistencia estrutural a célula. Os termos. “capsule “camada limosa” sio empregados para descrever, ‘essas camadas, Cépsulas e camadas limosas As cépsulas e camadas limosas podem ser espessas ou del- tgadas,rigidas ou flexiveis, dependendo de sua composiglo ‘quimica ¢ seu grau de hidratagao. Quando o composto é ‘organizado em uma matriz compacta, que exclu particulas Pequenas, como a tinta nanquim, € denominado cépaula (F- ‘Gura 4.28). Quando o composto é mals fallmente deforms ‘el, ele nfo excluré as partculase eré de visualizago mais ‘ificlessa forma € denominada camada limosa. Alem disso, normalmente ax cdprulas esto fortemente ligadas & parede ‘celular, enquanto as camadas limosasligam-se frouxamente, podendo ser perdidas da superficte celular. Figura 4.28 Cépeulas bacterianas.() Cépsulss de expécies de ‘Acinetobacter, observadas por coloracio negativa com tinta nan- {uim em microscopio de contraste de fase. A tinta nanquim no penetra na espsulae, consequentements, a cdpsula aparece como, lima regio clara crcundando a célla, a qual se apresenta escura, (6) Micrografia eletronica de uma segao fina de Rhizobium trol, carada com vermelho de run, revelando a eépaula. O diémetro da eélla(excluindo a cépsula) 6 de aproximadamante O7 wm. Vv Figura 4.29 Fimbrias. Micrografia de ume célula de Salmonella ‘typhi em divsdo, revelando flagelos e fimbrias. Uma tnica célula ‘exibelargura de aproximadamente 0.9 wm. ‘As camadas polissacaridicas apresentam varias fungdes em bactérias. Os polissacarideos de superficie auxiliam na ligagao dos micro-organismos &s superficies s6lidas. Como veremos posteriormente, os micro-organismos patogénicos, due penetram no corpe do animal por vias espectlicas, geral- ‘mente realizam esse processo ligando-se inicialmente a com> ponentes de superficie espectficos dos tecidos do hospedetro (ce Segio 28.6). Essa ligagio frequentemente é mediada por polissacarideos de superficie da céhula bacteriana. Va- ras bactérias nfo patogenicas também ligam-se asuperficies sélidas na natureza, algumas vezes formando uma espessa camada de células, denominada biofilme. Os polissacarideos extracelulares desempenham um papel essencial no desen= volvimento de biofilmes (=> Complemento Microbiano no Capitulo 6, “Crescimento Microbiano no Mundo Real Biofil- mes"; Segdes 23.4. 23.5). ‘As camadas polissacaridicas externas também desempe- rnham outros papéis. Por exemplo, as bactérias patogénicas capsuladas so normalmente mais dificeis de serem reconheci dase, subsequentemente, destrufdas pelas células fagocitirias do sistema imune (o> Seeo 29.2). Além disso, pelo fato de as camadas polissacarfdieas externas lizarem-se a uma quantida- de significativa de égua, é provavel que essas camadas desem- penhem algum papel na resistencia da célula a dessecacio. Fimbrias e pi As fimbrias e 0s pil sao estruturas filamentosas compostas por proteinas que se projetam a partir da superficie de uma célula, podendo apresentar muitas fungdes. As fimbrias (Fi. ura 4.29) conferem aos organismos a capacidade de adesio a superficies, incluindo tecidos animais no caso de algumas bactérias patogenicas, ou de formacio de peliculas (camadas delgadas de células sobre uma superficie iquida) ou biofilmes tem superficies. Not6rias dentre os pat6genos de humanos, onde essas estruturas auxiliam no processo da doenca, esto inclufdas espécies de Salmonella (salmonelose), Neisseria go- norrhoeae (gonorreia) e Borderlla pertussis (coqueluche). (0s pili assemelham-se as fimbrias, porém sto estruturas. normalmente mais longas, estando presentes na superficie celular em uma ou pouicas eépias. Como os pili podem ser receptores de determinados tipos de virus, tais estruturas podem ser melhor visualizadas ao microsc6pio eletronico quando se encontram revestidas por particulas vrais (Figura Microbiologia de Brock 87 pecal es Pe | Figura 4.30 Pill O pilus de uma célua de Escherichia coli, que ‘esté realizando a vansferéncia genética com uma segunda célla, 6 revelado pelos virus que aderram a ele. As células apresentam cerca de 0.8 um de largura. 4,30). Embora capazes de ligar-se a superficie, assim como as fimbrias, 0s pili também possuem outras fungses. Uma fungao de extrema importancia consiste em facilitar a tro- ‘ca genética entre eélulas procariéticas durante o processo de conjugagto, como discutiremos na Seg 11.12. ‘Sao conhecidas varias classes de pili, diferenciadas por sua estrutura e fungao. Uma classe, denominada pil po IV, realiza uma forma incomum de motilidade celular, denomi- nada motilidade pulsante. Os pili tipo IV apresentam diéme- two de 6 nm, podendo estenderse por varios micrometros @ partir da superficie celular. A motilidade pulsante é um tipo de motilidade por deslizamento, um movimento ao longo de ‘uma superficie solida (Segao 4.14). Na motilidade pulsante, a extensio dos pili, seguida de sua retragao, arrasta a célula a0 longo de uma superficie sdlida, A energia para a motilidade pulsante é proveniente da hidrélise de ATP. Determinadas es- pécies de Pseudomonas e Moraxella sao bem conhecidas por sua motilidade pulsante, Contrariamente aos outros pili, os pili tipo IV esto pre- sentes somente nos polos de células bacilares. Os pili tipo 1V foram implicados como fatores essenciais de colonizagio em determinados patégenos de humanos, incluindo Vibrio chole- rae (c6lera) ¢ Neisseria gonorrhoeae. Possivelmente, a mil ‘dade pulsante desses patégenos auxilia os organismos em seu deslocamento através dos tecidos hospedeiros. Acredita-se que ‘0s pil tipo IV atuem como mediadores na transferéncia genéti- ca por meio do processo de transformagao (=> Segd0 11.10). Cre \arias céluas procariticas apresentam cépsulas, camadas limosas, pli ou fmorias.Essas estruturas possuem vérias fungbes, ncuindo a adeséo, toca genética e motiidade pulsante, 11 Uma célula bacteria poder dispensar uma parede celular caso possuisse uma cépsula? Por que sim ou por quenio? 11 Como as fimbrias dstinguem-se dos pil, tanto estrutural como funcionalmente? 4.10 Granulos ot: outras inclusdes esto frequentemente presen- tes em células procariéticas. As InclusGes atuam no armaze- namento de energia ou como um reservat6rio de consttuin- Inclusées celulares 88 — Michael 7. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark Figura 4.31 Polis-hidroxibutirato (PHB). (2) Esrutura quimica do PHB, ur poli hidroxialeanoato comum. Uma unidade mono- sméricaé ilustrada colorde. Outros polimerosalcanostos so sintet 2ados pela substituigdo das longas cadeias de hidrocarboneto pelo ‘grupo “CH, ne earbono Bb) Mierografa eletrérica de uma socio fina de cules da bactéria fototrdfica Rhodovibrio sodomensiscon- tendo grénulos de PHB, tes estruturais bésicos, como o carbono. As inelusdes podem ser visualizadas diretamente ao microsc6pio éptico, sendo normalmente envoltas por membranas estruturalmente atf- picas que as isolam no interior da célula. O armazenamento de carbono ou outras substncias em uma forma insoldvel é vantajoso para a célula, pois reduz 0 estresse osmético que existiria caso a mesma quantidade da substaneia fosse arma- zenada em uma forma soldvel no interior do citoplasma, Polimeros de armazenamento de carbono Um dos corps de incluso mais comuns em organismos procaridticos coresponde ao éeido poli-g-hidroxibutirico (PHB), um lipfdeo formado por unidades de écido Brhidroxibutirico (Figura 4.312). Os mondmeros de PHB sio tunidos por ligagies do tipo éster, formando o longo polimero de PHB, o qual se agrega em grénulos (Figura 4.315). 0 com- primento do mondmero presente no polfmero pode variar consideravelmente, desde C, até C,. Dessa forma, 0 termo mais genérico, poli-f-hidroxialcancato (PHA), é empregado para descrever essa classe completa de polimeros de armaze- namento de carbono e energia. PHAs sfo sintetizados quan- do ha um excesso de carbono ¢ sio clivades para uso como cesqueleios de carbono para a biossintese ou produgao de ATP, quando as condigdes se justificam. Muitos procariotos, incluindo espécies de Bacteria e Archaea, produizem PHAS, Outro produto de armazenamento € 0 glicogénio, que ‘comresponde a um polfmero de glicose (=> Segdo 3.3) Assim Figura 4.32 Glébulos de enxofre. Fotomicrografia de campo claro de celulas da bacteria sulfurosa purpura Isochromatium bu eri As inclusbes intracelulares so glébulos de enxofre formedos pola oxidacSo de sulfeto de hidrogénio (H.S). Uma eélula mede 4x7 um, ‘como 0s PHAs, 0 glicogénio é um reservatorio de carbono e ‘energia. O glicogenio é produzido quando ha excesso de car- bono no ambiente, sendo constumid quando ele ¢ limitado. 0 glicogénio assemelha-se ao amido, o principal composto ar mazenado por plantas, porém difere do amido na forma pela ‘qual as unidades de glicose sao ligadas (> Figura 3.65). Polifosfato e enxofre Muitos micro-organismos acumulam fosfato inorgdnico (PO, na forma de granulos de polifsfato. Esses erinlos podem ser degradados eutlizados como fontes de fosfato na biossintese de dcidos nucleicos e fosfolipideos e, em alguns ‘organisms, podem ser utilizados na produsao do composto Fico em energia, ATP. Frequentemente, o fosfato € um nu trientelimitante em ambientes naturais.Portanto, caso uma ‘élula encontre-se em uma situago onde ha excesso de fosfa- to, évantajoso 0 armazenamento deste na forma de polis fato para uso futuro. Muitos procariotos Gram-negativos sto eapazes de oxi- ‘dar compostos sulfurados reduzidos, como sulfeto de hidro- sénio (H,S). A oxidagio de suleto esté associada a reagdes do metabolismo energético (quimiolitatrofia, => Segdes 20.8 ¢ 20.10), ou de fixagao fototréfica de CO, (autotrofia, = Segi0 20.6). Em ambos os casos, pode haver o acim. Jo de enzofre elementar em granulos grandes e prontamente visveis no interior da eélula (Figura 4.32). Esses globulos de ‘enxolre elementar permanecem enquanto a fonte de enxo- fre reduzido estiver presente. Entretanto, quando a fonte de ‘enxofre reduzido torna-se limitante, o enxofre presente nos _ranulos € oxidado a sulfato (50,"), com o desaparecimento ‘gradual dos grinulos a medida que essa reagio ocore. Foi demonstrado que ox gldbulos de enxofre de bactérias sulfurosas sio formadios, na realidade, no periplasma celular ‘endo no citoplasma. O periplasma expande-se a fim de aco- ‘modar os glabulos & medida que HS ¢ oxidado a 8" O peri- plasma entao contrai-se & medida que S" ¢ oxidado a SO," Possivelmente, outras inclusoes “eitoplasmaticas” formadas ‘em bactérias Gram-negativas também sejam, na realidade, periplasmaticas. Por exemplo, é quase certo que os granulos de PHA de células Gram-negativas (Figura 4.31) estejam lo- calizados no periplasma, Inclus6es magnéticas de armazenamento: magnetossomos Algumas bactérias sio capazes de orientar-se especificamente em um campo magnético pelo fato de conterem magnetosso- ‘mos. Essas estruturas sio particulas intracelulares compostas pelo minério de ferro magnetita ~ Fe,0, (Figura 4.33). Os mag- netossomos geram um dipolo magnético na eélula, permitindo- -a responder a um campo magnético. Bactérias que produzem ‘magnetossomos exibem magnetotaxia, um processo de orien- taco e migragao ao longo das linhas do campo magnético da Terra, Embora o sufixo "tari seja empregado no termo mag- netotaxia, ndo hi evidéncias de que bactérias magnetotiticas cempreguem os sistemas sensoriais utilizados pelas bactérias uimiotaticas ou fototaticas (Sesio 4,15). Em vez disso, o ali- rnhamento dos magnetossomos na célula simplesmente confere lum momento magnético a ela, que pode, entZo, orientarse em. ‘uma determinada diregdo em seu ambiente. ‘A principal fungao dos magnetossomos nao € conheci- da, Contudo, magnetossomos foram encontrados em virios organismos aquaticos, os quais, em culturas laboratoriais, apresentam melhor crescimento em baixas concentragoes de 0,. Consequentemente, surgiu a hipétese de que uma fungio dos magnetossomos seja guiar essas células aquaticas para baixo (a diregao do campo magnético da Terra) em direga0, aos sedimentos onde as concentragdes de O, s4o menores. (Os magnetossomos so envoltos por uma membrana con- tendo fosfolipideos, proteinas ¢ glicoprotefnas (Figura 4.33, ©). Essa membrana nao corresponde a uma unidade de mem- brana, como a membrana citoplasmatica (Figura 4.5), sendo, em ver. disso, uma no unidade de membrana, como aque- Ja observada ao redor dos granulos de PHB (Figura 4.31). As proteinas da membrana do magnetossomo provavelmente au xiliam na precipitagao de Fe" (trazido & célula em uma forma, solivel pela agdo de agentes quelantes) na forma de Fe,O,, no ‘magnctossomo em desenvolvimento, A morfologia dos mag: netossomos parece ser espécie-especifica, com formas de qua dado a retanguilar até afilada, em diferentes especies, organi zando-se om cadeias no interior da célula (Figura 4.33) Cree ‘As células procaréticasfrequentemente contém incusSes de enxofre, palfesfato, polimeres de carbono ou magnetos- somos. Estat substancias atuam como matarisis de stmaze- ramenta ou na magnetotaxia 1 Em que condi gies de crescimanto vocd esperariaa pro- dugdo de PHAS ou glicagénio? 1 Por que seria impossivel bectérias Gram positivas armaze- narem enxofre, o corivério das bactérias quimioltow ‘cas oxidantes de enxofo? 1 Que forma de ferro encontra-se prosente em magnetos- (4.11) Vesiculas de gas Alguns procariotos sio planctOnicos, significando que apre- sentam uma existéncia Mutuante na colina de agua de lags Microbiologia de Brock 39 ° Figura 4.33. Bactérias magnetotiticas e magnetossomes. 3) Micosrafe de convasto por intrfrénea dferoncal de batérae cocoies magnetotteas, Observe os magnetossomes (seta Uma clus apresenta 22 um de argu. (2) Magnetossomos Solads da bacteria magnetotstice Magnetosprilum regnetotacteum. Cada, partculaapresenta cerca de 50 nm de comprimento (¢) Mcrogrfa tleténica de tranemissdo ce magnetoseomos deur coco magne tico, A seta inciea a membrane que envole cada magnetossome. Um snico magnetossome aprosanta cerca de 90m de argu ‘e oceanos, Esses organismos sdo eapazes de flutuar porque ‘contém vesieulas de gas. Essas estruturas conferem flutt= abilidade as células, permitindo que se posicionem em uma ‘coluna de égua em resposta a fatores ambientais, Os exemplos mais impressionantes de bactérias apre- sentando vesiculas de gas correspondem as cianobactérias, ‘que formam grandes actimulos, denominados florescimen- tos, em lagos ou outros corpos de égua (Figura 4.34). As ‘células contendo vesiculas de gés ascendem até a superficie do lago, sendo empurradas pelos ventos, originando densas ‘massas, Determinadas bactérias fototr6ficas verdes e pa puras (> Segées 15.2 ¢ 16.15) apresentam vesiculas de ‘2s, assim como algumas bactérias nao fototrdficas encon- tradas em lagos ¢ lagoas. Algumas Archaea também contém_ vesiculas de gés. As vesfculas de gas néo sio encontradas em eucariotos. Estrutura geral das vesiculas de gés As vesiculas de gis sto estruturas fusiformes, preenchidas por gas e constituidas de proteinas; elas s80 ocas, porém Hgidas, varlando quanto ao comprimento e diametro. AS vesiculas de gs dos diferentes organismos vatiam em com- Primento de cerea de 300 a mals de 1.000 nm, com larguras variando de 45 a 120 nm, porém as vesiculas de gas de um determinado organismo apresentam tamanho relaivamente constante (Figure 4.35). 90 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clare i Figura 4.34 Cianobactérias futuantes. Flutuacio de ciano- bbactérias contendo vesieulas de gis em um florescimentoformado ‘em um lago rico em nutrientes, Lago Mendota, Madison, Wiscon- sin USA. 0 miimero de vesiculas de gés pode variar de poucas a centenas delas por célula. A membrana da vestcula de gas, com cerca de 2:nm de espessura, & composta por proteinas, sendo impermedvel & agua e a solutos, mas permedvel aos gases, A presenga das ves{culas de gés nas células pode ser determinada tanto por microscopia éptica, onde grupos de vesiculas, denominados vactiolos de eds, aparecem como inclusdes irregulares brilhantes (Figura 4.34), como por mi- croscopia eletronica (Figura 4.36). Estrutura molecular das vesiculas de gés ‘Uma vesicula de g68 € composta por duas proteinasdiferen- tes (Figura 4.37). principal proteina da vesicula de gis, de- nominada GvpA, é pequena, altamente hideofébica e muito Tigida, A rigider € essencial na resistencia da estrutura as presses externas. GypA corresponde ao envoltorio da vest- Gala de gs, representando 97% do conteddo proteco total da vesicula de gas. A segunda proteina, denominada GvpC, tua reforgando o envoltro da vesteula de gs. As vesiculas de gés sto biossintetizadas quando cépias dle GypA alinham-se formando “traves" paalcls,originando tum envoltério impermedvel A dgua. As traves de GvpA so reforgadas pela proteina GvpC. A GvpC realiza ligagées cru- Figura 4.35. Vesteulas de gés. Micografs elerdnica de vans rmissBo de vesiculas de gis purficadas da bactéria Ancyclobacter ‘aquaticus examinadss em preparagdes coradas negativamente Cada vesicula exibe corea de 100 nm de didmetra. (Reproduzido com a permiselo de Archives of Microbiology 112: 138-140 (1977) Figura 4.36 Vesiculas de gés das cianobactérias Anabaena © ‘Microcystis (2) Anabaena flosaquae. Acéluls escura 20 centro (um heterociato) é desorovide de vesicuas de gfs. Nas outra células, as vesiculas agrupam-se em conjuntos blhantes que dispersa luz, denominados vaciolos de gis (seta) (6) Micrograia elt ca de transmissdo de cianobacteria Microcystis, As vesculas de g4s arranjam-se em feixes, aqui observadas om segdes longitudinas © zadas com GypA formando um Angulo, unindo varias molé- ‘culas de GvpA, como uma bragadeira (Figura 4.37). A morfo- Jogia final de uma vesicula de gés pode variar em diferentes ‘organismos, de longa e delgada a curtae larga (comparar Fi- ‘guras 4.35 e 4,365), dependendo de como as proteinas GypA ‘e GvpC arranjam-se na formagao da vesicula intacta. ‘Como as vesfculas de gés conferem ffutuabilidade e que beneficio ecolégico & conferido pela flutuabilidade? A com- ‘posigSo e pressio do gis no interior de uma vesicula de gis Figura 4.37 Proteinas da vesieula de gs. Modelo apresent do como as duas proteinas que fermam a vesicula de gas, GypA. GypC, interagem, criginando uma estrutura impermeavel 3 dgua, porém permedvel a0 gs. GupA, uma folha B pregueads ricide, eampie a trve, enquanto GupC, uma estutura em ahélice, res ponsivel pels ligagbes cruzadas. Microbiologia de Brock 91 (@)Espores terminals (2) Espores subterminala (©) Espores central, Figura 4.38 0 endésporo bacteriano. Fotomicrogafias de contraste de fase ilustrandotipos morfolégices elocalizacdesintracelulares dos endésporos em diferentes especies de bactérias formadoras de endésporos silo as mesmas que aquelas do gis no qual o organismo est suspenso, No entanto, uma ver.que a vesfcula de gas inflada presenta uma densidade de 5-20% em relagio A propria cé- lula, as vesiculas de gas reduzem a densidade da célula, con- sequentemente aumentando sua flutuabilidade. Organismos fototrdficos sto particularmente benefieiados pelas vesfeulas de gas, pois permitem que as células realizem o ajuste ver. tical de seu posicionamento em uma coluna de agua, diri- _gindo-as para regides onde a intensidade luminosa ¢ étima A fotossintese, As vesiculas de gés s80 estruturs preenchides por gés, for madss por proteinas que conferem as células a capacidade de futuar. As vesiculas de gs contém duas proteinascife- rentes, arranjadas de modo a formar uma estrutura pecmed- vel ao gis, mas imparmevel 8 gua 1 Qual poderia sero beneficio das vesiculas de gis para cé lula fototeficas?(Dica: O que as fotatrficas necesstam para sou crescimento?) 1 De que modo as dua proteinas que comptom a vesiula cde gis, GpvA e GpvC, sio arranjadas,originando uma es trutura tho impormedvel gua? (4.12 ) Endésporos Determinadas espécies de Bacteria produzem estruturas de- nominadas endésporos (Figura 4.38), durante um processo denominado esporulaedo. Os endéspores (0 prefixo “endo” significa “no interior”) sio células altamente diferenciadas ue exibem extrema resistencia ao calor, produtos quimicos fortes e radiagio. Os endésporos atuam como estruturas de sobrevivencia e permitem ao onganismo resistira situagdes dificeis, incluindo, mas nao limitadas a extremos de tempe- ratura, dessecamento ou caréncia nutricional. Desse modo, ‘os endésporos podem ser considerados como o estigio laten- te de um ciclo de vida bacteriano: célula vegetativa —> endés- poro > célula vegetativa. Os endésporos também correspon- dem a estruturas ideais para a dispersio de um organismo pela acao do vento, da gua ou através do trato gastrintes- final de animais. As bactérias formadoras de endésporo si0 encontradas predominantemente no solo, sendo 0s géneros Bacillus ¢ Clostridium as bactérias formadoras de endésporo ‘mais bem estudadas. Formagao e germinacao do endésporo Durante a formagao do endésporo, uma e¢lula vegetativa convertida a uma estrutura resistente ao calor e que nao ‘exibe crescimento (Figura 4.39). As células no esporulam ‘quando se encontram em creseimento ativo, mas somente ‘quando o erescimento cessa devido & exausto de um nue triente essencial. Assim, células de Bacillus, uma tipica bac- téria formadora de end6sporo, interrompem o erescimento -vegetativo, inieiando o processo de esporulagéo quando, por ‘exemplo, um nutriente essencial, como carbono ou nitroge- nio, tornase limitado, ‘Um endésporo pode permanecer dormente durante anos (ver © Complemento Microbiano “Por Quanto Tempo Um Endésporo Pode Sobreviver?”, na pégina 94), porém pode ‘converterse novamente em uma célula vegetativa de for rma relativamente répida. Esse processo envolve tes etapas ativagao, germinacao ¢ extrusao (Figura 4.40). A ativacio & mais facilmente realizada aquecendo-se endésporos recém- -formados por alguns minutos, a uma temperatura eleva dda, porém subletal. Em seguida, os endésporos ativados so cestimulados a germinar quando colocados na presenca de nuttientes especificos, como determinados aminoscidos (a alanina é um lator desencadeador particularmente adequado para a germinagao do endésporo). A germinagao, um proces- so geralmente rapido (da ordem de alguns minutos), envolve Figura 4.39 Cielo de vida de uma bactéria formadora de en- ‘désporos. Fotomicrografias de contrast de fase de células de Clos tridium pascui- Uma eélula apreserta corca do 0,8 wm de largura ree 92 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark f a! ‘Toy: reo BOE i Figura 4.40 Germinagéo de um endésporo em Bacillus. Con versio de um enddsporo em uma célula vegetativa. A série de fotomicrografas revela a sequénca de eventos, iniiando por um lendéspore maduro altamenterefringante (a). (b (Avago) a re fringBncia esté condo perdida (d, (e)A nova eélulavogotativa ost cemergindo (extrusso). 1 perda da refringéncia microseépica do endésporo, maior ccapacidade de coloragaio por corantes ¢ perda da resistencia a0 calor e produtos quimicos. O estagio final, aextruso, en- volve wim intumescimento vistvel decorrente da captagio de gua e sintese de novo RNA, proteinas e DNA. A célula emer- ‘ga partir do endésporo rompido, iniciando seu crescimento (Figura 4.40). A célula mantém-se em crescimento vegetative até que os sinais ambientais novamente desencadeiem a es- porulagao. Estrutura do endésporo (Os endésporos slo visualizados ao microse6pio 6ptico como estruturas altamente refringentes (ver Figuras 4.38-4.40). Os endésporos so impermedveis & maioria dos corantes, sen- do ocasionalmente observados como regides nao coradas no interior de céhulas coradas com corantes bisicos, como © azul de metileno, Corantes e procedimentos especiais de- vvem ser utilizados para corar os endésporos. No protoco- lo classico de coloragao de endésporos, 0 verde malaguita € utilizado como corante, sendo infundido no esporo por meio de vapor. ‘Acestrutura do esporo, quando observada a0 microseé- pio cletronico, apresenta-se completamente distinta daquela da célula vegetativa (Figura 4.61). Em particular, o esporo € estruturalmente mais complexo pelo fato de apresentar vias camadas que no so encontradas nas eélulas vege tativas. A camada mais externa ¢ 0 exospério, um envolt6rio proteico delgado. No seu interior, encontram-se as capas do ‘esporo, compostas por camadas de proteinas espectlicas do esporo (Figura 4.41h). Abaixo da capa do esporo hé o carter, ue consiste em peptideoglicano exibindo ligagées cruzadas frouxas, e no interior do eértex encontra-se o cere, 0 qual contém a parede do cerne, membrana citoplasmitica, cito- plasma, nucleoide, ibossomos e outros constituintes celula- res essenciais. Dessa forma, o endésporo difere estrutural- ‘mente de uma célula vegetativa, prineipalmente em relagio Exospério (Capa do esporo Parede do came cortox ‘ONA i i o % Figura 4.41 Estrutura do endésporo bacteriano. (3) Microgra- fia eletrnica de transmissio de uma seco fina de um endéspor de Bacillus megaterium. (b) Fotomicrografia de fluorescéncia de uma cfula de Bacilus subtilis em processo de esporulacio. A ea fem verde deve-se 2 um corante que cora especficamente uma pro- teina de esporulagio presente na capa do esporo. aos tipos de estruturas encontradas extemamente & parede do cere, Um substincia caracterfstica de endésporos, mas au- sente em células vegetativas, 6 0 deido dipicolinico (Figura 4.42). Essa substancia foi encontrada em endésporos de to- das as bactérias esporulantes examinadas, estando localizada no cerne. Os endsporos sio também enriquecidos em calcio (Ca*), estando a maioria dele complexada ao dcido dipicolt- nico (Figura 4.425). 0 complexo célcio-écido dipicolinico do ‘cerne representa cerca de 10% do peso seco do endésporo. O ‘complexo atua reduzindo a disponibilidade de agua no inte- rior do endésporo, auxiliando assim sua desidratagao. Além disso, 0 complexo intercala-se (insere-se entre as bases) no DNA, estabilizando o DNA contra a desnaturagio térmica, O cerne e as PPASs do endésporo Embora ambos contenham uma cépia do cromossomo ¢ ou- ‘tos componentes celulares essenciais, o ceme de um end6s- poro maduro difere consideravelmente da célula vegetativa que 0 originou. Além de apresentar altas concentragdes de Aipicolinato de céleio (Figura 4.42), que auxilia na redugio do teor de agua no cere, o cerne torna-se altamente desi ratado durante o procesto de esporulagZo. O ceme de um ‘endésporo maduro contém somente 10-25% do teor de éigua ‘encontrado na célula vegetativa e, portanto, a consisténcia do citoplasma do cere € similar a um gel. A desidratagio do cerne aumenta significativamente a termorresisténcia das ‘macromoléculas presentes no interior do esporo. Alguns en- ‘désporos bacterianos sobrevivem ao aquecimento a tempe- raturas de até 150, embora 121°C, o padrBo de esterilizagio rmierobiolégica (121°C corresponde a temperatura da autocla- vve, © Segdo 27.1) sea letal aos endosporos da maioria das cespécies, A fervura, essencialmente, ndo acarreta qualquer ‘feito negativo sobre os endésporos. Foi também verificado Microbiologia de Brock Figura 4.42 Acido dipicolinico (DPA). (3) Estrutura do DPA. (b) Maneira pela qual 0 Ca se associa a moléculas de DPA, formando tum compan. que a desidratagio confere ao endésporo resisténcia a agen- tes quimicos, como peréxido de hidrogénio (H,0,), e promo- ‘wea inativagao das enzimas que permanecem no cere. Além da pequena quantidade de 4gua no endésporo, o pH do cerne 6 de cerca de uma unidade inferior ao pH do eitoplasma de ‘uma eélula vegetativa. (0 cemne do endésporo contém altas concentragées de pe- quenas proteénas dcido-soliveis (PPASs). Essas proteinas sio Sintetizadas durante 0 processo de esporulagio, possuindo pelo menos duas fungdes. As PPASs ligam-se fortemente a0 DNA do cerne, protegendo-o contra potenciais danos causa dos pela radiagao ultravioleta, pelo dessecamento ¢ pelo calor seco. A resisténcia & radiagao ultravioleta é conferida quando as PPASs modificam a estrutuira molecular do DNA da forma "B" usual para forma “A" mais compacta. O DNA na forma A mais resistente & formagao de dimeros de pirimidina pela ra- diagao UV, uma forma de mutagio (= Segdo 11.7), eaos efel> tos desnaturantes do calor seco. Além disso, as PPASS atuam. ‘como fontes de carbono e energia na extrusio de uma nova célula vegetativa a partir do endésporo durante a germinagao. O processo de esporulacao Acesporulagio é uma série complexa de eventos de diferencia- 40 celular; muitas alteragbes celulares conduzidas genetica- ‘mente sto responsdveis pela conversto do crescimento vege- tativo em esporulagio. As ateragdes estruturais que ocorrem em oélulas de Bacillus em esporulagao sao apresentadas na Figura 4.43. A esporulacio pode ser dividida em varios es- tgios. Em Bacillus subtilis, onde foram realizados estudos detalhados, o processo completo de esporulagSo dura aproxi- ‘madamente oito horas, sendo iniciado por uma divisio celu- lar assimétrica (Figura 443). Estudos genéticos de mutantes de Bacillus, cada um bloqueado em um dos estégios da espo- rulagao apresentados na Figura 4.43, indicam que mais de 200 genes sto especificos ao processo, A esporulagao requer a interrupedo da sintese de varias protefnas necessérias 3 fungoes da eélula vegetativa e sintese de proteinas especifi- cas do endésporo. Esse processo ¢ realizado pela ativagio de diversas familias de genes especificos do endésporo em res- posta a um fator ambiental desencadeador da esporulaglo, As protefnas codificadas por esses genes catalisam a sé de eventos que transformam uma célula vegetativa, dmida © com metabolism ativo, em um endésporo relativamente Figura 4.43. Estagios da formacio de um endésporo. Os es tégios de 0 a Vil s30 definides com base em estudos genéticos e andlises microscépicas da esporulagdo em Bacilus subtilis. Endispro om — Ceonoveraia i“) 93 Complemento microbiano Por quanto tempo um endésporo pode sobreviver? eae Q fi Figura 1 esporulantes vvels Longevidade de endésporos. {@) Um tubo contenda endésporos de bacté fia Clostridium acetcum, preparado em 7 de Imaio de 1947. Azés permanecerem dormen- ts por mais de 30 anos os endésporos foram suspensos em um meio de cultura, apresen tando crescimento em 12 hora. () Bactrae haloes aprisionadss na interior de ertat ie sal. Estes eristais (de aproximadamente 1 em de didmeto) foram cukvados em labors ‘ério na presenga de céulas de Halobacterium (larana} que permaneceram vidwes no ntrior (08 eisai Fram descritos eras similares a testes, porém da era Permiana (=250 mihoes se anes), contendo bectashaeflcas end tados. Bactéras do ginero Thermoacti nomyces $30 terméfias, formadoras de endésporos, amplamente distribuides no solo, em restos vegetsis © compostos vegetais em decomposiéo. O exame mi- crobiolégico de um sto arqueoibgico ro- mano, localzado no Reino Unido, datado de mois de 2.000 anos, revelou nimeros significatves de endésporos viéveis de Thermoactinomyces om vérios fagmen- tos das unas. Além disso, endésporos de Thermoactinomycestoram recuperedos de fragdes de secimento de um logo de mois de 7.000 anos, om Minnesota. Embora a contaminag3o seja sempre considerada como ume possibilidade em estudos des se tipo, em ambos os casce as amostasfo- ‘am processadas de manera a vitualmen- t@ excl contaminagio por endéspores *racentes* Portanto, provavelmerte 0s endéspocos a0 capazes de perdurar por mihares de anos, mas ser esse o limite? Que fatores poderam limitaraidade de um endésporo? A raciagio césmica foi considerada como um principal fator, uma vee que introduz mutagées no ONA* Sugervse que, ao longo de milhares de anos, 06 efeitos cumulatvos da raciagdo césmiea poderiam inttodure tantas mu tagoes no genome de um organise que mesmo estruturas atemente resistentes 3 radiago, como os endésporos, sucum- seco, metabolicamente inerte, porém extremamente resisten- te (Tabela 4.3 e Figura 4.43), Na Seco 9.12 reveremos esse processo ¢ analisamos alguns dos eventos moleculares que controlam o pracesso de esporulacio. Diversidade e aspectos filogenéticos da formacao de endésporos Foi demonstrado que aproximadamente 20 géneros de Bac- teria sto capazes de formar endésporos, embora o processo tenha sido estudado detalhadamente em apenas algumas es pécies de Bacillus e Clostridium. No entanto, muitos dos segre- dos da sobrevivencia de enddsporos, tis como a formagio de complexos caleio-dipicolinato (Figura 4.42) ¢ a produgao de proteinas espectficas de endésporos, parecer universais. Por: tanto, embora alguns detalhes da esporulago possam variar de um organismo a outro, provavelmente os prinefpios gerals, sejam iguais em todas as bactérias formadoras de endésporo. ‘A partir de uma perspectiva Filogenética, a capacidade de produzir endésporos ¢ encontrada somente em uma subli- nhagem particular das bactérias gram-positivas (o> Sedes 2.9¢ 16.2). Apesar deste fato, a fisiologia das bactérias forma- doras de enddsporo ¢ bastante diversa, incluindo anaerdbios, aerobios, fototr6ficos e quimiolitotrficos. Considerando essa diversidade fisiol6gica 0s reais desencadeadores da formacao de endésporos podem variar nas diferentes espécies, poden- do incluir outros sinais além da mera caréncia nutricional, © principal desencadeador da formagso de endésporos em. espécies de Bacillus © Clostridium. Curiosamente, nao foram descritas espécies de Archaea capazes de formar endésporos, (continuagao) biriam om decorréncia do dono genético. dos de microscope elatrGnica do intestno eras ats, permanecando visveis por um Enuretanto, exrapolagbes de andises ex-dessesinsetosrevelaram apresenca de es- quarto de bilhio de anos! Experimentos perimentais do eeito da radagio natural wuturassemelhantes endésporos (Figura moleculares em compostos sinda mais nos endésporessugerem que, se suspen- 4412), e moléculas de DNA semelhantes antigos,haitas de 425 mies de anos s6es de endosporosfossem parcaimente _ a0DNA de Bacilus foram recuperadas do também revelaram evidéncias de células protegiat da radiagdo cSsmica, sando, inseto. Inacradtavelmente, amostrae de procaréticas” por exemplo,imersas em camadas de ms tra oganica, como no caso da escavagso de cultura esr rapidamente originaram a longevidada dos endéeporos fcemnsus- arqueolsgica romana ou noe sedmentos _bactérasformadorss de endézporo. Medi- tentados pela epetcdo doctor raultados locustresdescrtesanterormente eles po- das igoroas de precaugdoforamtomades em laboratéros independents esse tipo etiam manter sua viablidade por conte- para comprovar que abactéria ormadora de confirmaglo & erucal na cidacia para a nas de milhares de anos. Surpreendente, de endésporoisoleda do abelhe aprisio- _ comprovagio de achados tio controvert mas std esteo lite mimo? nada no dmbarndo era um contominonte dos), entio, aparentemente, endésporos Em 1995, um grupo do cientistas rela-__ dos das tuais, Subsequentemente, uma armazenads om condigés apropriadas tou 2 recuperagio de endésporos bac- declaragéo ainda mais espetacular foi d= podem permanecer vives indefnidamen- terianos de 25-40 milhées de anos.’ Os vulgads, rlatando 0 isolamento de bee- te. Esse é um testemunho notével de uma endéspores, de acordo.com os centistes, _térioshalolices (que tém afnidade por esvutura que provavelmente evoluucomo encontravam-se preservados no trate g3s- sa), formadoras de endésporo, 2 partir uma forma de sobrevivéncia por periodos trntestinal de uma abelha extinta, apri- de inclusbeslquidas de critais de sal dade laténcia relatvamente cures ou como ‘ecido da abelha incubadas em um meio Se esses relatos surpreendentes sobre sionads em mbar proveniente de uma era Permiana, com mais de 280 mies de um mecarismo para resitr & desdrata- tera geolégica conhecida. A presenca de anos Provavelmente,esss células foram So, porém tormou-se uma estutura to bactérias formadoras de endéspore nes- aprisionadas em salmoures no interiar da bem formada que pode permitr a sobre sas abelhas joa suspeita, visto que ests- _erstal (Figura 1) quando ele fi fermado vena por mihdes de anos “Braun, M, F Maye and G. Gottschalk. 1981. ostium aceteum Wietnga). «mirooganism producing acetic eid fFom moleulsr Pyrogen sodearoon sowie. Arch Mirobt 128286 293 ‘Gest, and. Mancelstom. 196. Longeviy of micoorgensmsin stra environments. Mobil Si 469-71 ‘Cane, RJ, and M.K Boruc, 195, Revival and identication af bactval pores in 25. oD nlhonyenrold Dinca amber Sconce 258-1050 1064 ‘reland,® H, WO. Reseraweig, snd. W. Powers. 2000 olution of 250 milion year old halctolerant bacterium froma primary aa yal Nature 407 897:90. ‘Fak © A, Tl Shphere TJ. McGeniy and W.D. Grant 2002 Recovery of 166 rboscmal RNA gane Fragments rom ance hit, Nature #17 432-6, sugerindo que essa capacidade evoluiu algum tempo apés a O.que é 0 écido dipicolinco e onde é encontrado? divergéncia das principais linhagens de procariotos, ha bir O que s80 PPASS e qual sua fungio? Ihges de anos (> Seg 2.3 e Figura 2.7) 11 0 que ocorre quando um endéspore germina? Oendéspor uma clulebacterana dierenciade eatamente | |W) LOCOMOGAO MICROBIANA resistor, produida por cortas Bactva Gram-positvas. Os ‘endésporos so altamente desidratados e contém macromo- (Conelutmses nossa andilse da fimnein e extrutera microblanes, “ examinando a locomogdo celular: Muitas células so eapazes lecules essencias ovriassubstincis de prota, inclindo ; picolinato de clcioe pequenas protenasdcido-slivels, Se Cee nee eee ancem regives diferentes de seus ambientes. Na luta tmanecer ndeinidamente em estado de dorméncia, prem sobrevivéneia, a movimentagio para uma nova localizagio podem germina rapidamente quando as condigSes oexigem. | pode oferecer A célula novos recursos e oportunidades, repre- sentando a diferenga entre viver e morrer, 96 Michael 7. Madigan, John M, Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark strut Tipica célula Gram-posit-Cértex aspesso; capa do espor; vairaras células Gram-—_exospério negatives Aspecto miroscépico Nao raringente Refringente Teor de clio Baixo Elevedo ‘Acido cpicolinieo ‘Ausente Presente Ativdade enzimética Elevada Baixo Metabolismo (ceptagéode 0 Elevado Baixo ou ausente Sintese de macromoléculas Presente Auserte mRNA, Presente Baixo ou ausente DNA e ribossomos Presente Presente Resistencia a0 calor Baixa Elevade Resistencia a radiagBes Batra Elevede Resistancia a agentes quimicos Baka Elevede (pe, HO) edcidos Capacidade de sor corada Corsvel CCorivel somente por métodos especies ‘Aga de lisozima Sensivel Resistente Teor de agua Elevado, 80-90% Baixo, 10-25% no ceme Pequenas protsinas écide-soli- Ausentes Presents ‘eis (produto dos genes sso) PH citoplasmstico Nana de pH 7 Na faa de pH 55-60 (no cere) Agora examinamos 0s dois principais tipos de movi- ‘mento celular, natat6rio e deslizante. Em seguida, considera remos a capacidade das células méveis de aproximarem-se ou afastarem-se de determinados estimulos (fendmenos de- rnominados taxias), apresentando exemplos dessas respostas comportamentais simples. Flagelos e motilidade Muitos procariotos sto capazes de deslocar-se por movi ‘mento natatério, sendo essa fungao geralmente associada a presenga de uma estrutura denominada flagelo (Figura 4.44), Nesta seg, verificaremos que o flagelo atua por ro- taco, empurrando ou puxando a célula através de um meio liquido. Figura 4.44 Flagelos bacterianos. Fotoricrografiasdpticas do procariotes apcesentando diferentes arranjosfagelares. As céulas foram coradae pelo método de Leifeon de coloragao de flagelos. (a) Peritriquio. 6) Polar. (¢ Lofotriqui Flagelos de Bacteria Os flagelos bacterianos sio apéndices longos ¢ finos, apre- sentando uma extremidade live e ligados & céhula pela outra extremidade. Os flagelos bacterianos slo tio delgados (15-20 1am, dependendo da espécie) que a visualizagao de um tinico flagelo ao microscépio éptico é possivel somente apés pro- ‘cedimentos de coloragio especiais que aumentam seu die metro (Figura 4.44). No entanto, os flagelos sto facilmente visualizados ao microscépio eletrOnico (Figura 4.45). (s flagelos podem ligarse as células em diferentes pa- Segao 5.12). 0 movimento de protons através da membrana citoplasmatica ao longo do ‘complexo Mot (Figura 4.47) promove a rotacio do flagelo; ‘cerca de 1.000 prétons sio translocados a cada rotagao flage- lar. Ainda nao é conhecido como esse proceso ocorre de fato No entanto, um modelo de “turbina de prétons” foi proposto para explicar os resultados de experimentos sobre a funcio flagelar: Nesse modelo, o luxo de protons através dos canais do estator exerce forgas eletrostaticas sobre as cargas arran- jadas de forma helicoidal nas proteinas do rotor. As atragdes ‘entre as cargas positivas e negativas promovem a rotagao do ‘corpo basal 8 medida que os prétons fluem através do estator (Figura 4.47). Flagelos de Archaea A motilidade flagelar é amplamentedisseminada em Archa- a, uma ver que representantes de todos os principals grupos fisoligicosefilogenétics (=> Capitulo 17) exibem motil- dade natatéria, Os lagelos de Archaea slo significativamente mais delgados que os flagelos bacterianos, exibindo somente 10-14 nm de espessura (Figura 4.48). Os flagelos de Archaea cexibem mavimento de rotagae como em Bacteria, porém a festrutura do motor flagelar de Archaea ainda nfo é conheci- da, Lembre-se de que os componentes da parede celular que -desempenham importante papel na ancoragem do flagelo em ‘Bacterla Gramm-negativas ~paricularmente o peptideoglica- noea membrana externa (Figura 4.474) ~estao ausentes em Archaea (Segao 48) , portanto, diferencas na estrutura de “Archaea devem ser esperadas, De modo diverso da sitiaglo observada na maoria de Bacteria, onde ha uma Gnica proteina lagelina no filamen- to flagelar, varias lagelinas diferentes so encontradas em Archaea. Além disso, contrariamente aquelas da maioria de Bacteria, algumas flagelinas de Archaea so glicoproteinas. ‘As sequéncias de aminodeidos de Nagelinas de Archaea n8o exibem qualquer relagdo com aquelas da flagelina bacteria- na, Noentanto, as flagelinas de Archaea compartitham deter- ‘minadas propriedades moleculares com os pli tipo IV bacte- Flanos, que atuam em outras formas de motlidade (Segoes Figura 4.48 Flagelos de Archaea. Micografia elewdnica de tranemiseso de flagelosisolados da eélulss do metsnogénico Me thanococeus maripaludis, Um nico flagelo apresenta cerca de 12 rm de largur. 4.9 e 4.14). Estudos realizados com eélulas natatérias do ha- lofilo extremo Halobacterium revelam que elas nadam a ve- Tocidades de somente cerca de um décimo daquela de células, de Escherichia coli. Nao se sabe se isso 6 tipico de Archaea, porém o didmetro significativamente menor do flagelo de Ar- ‘chaea, comparado ao flagelo bacteriano, possivelmente reduz © torque e, consequentemente, a poténcia do motor flagelar, de modo que velocidades natat6rias menores nao seriam sur. preendentes. intese flagelar Varios genes s4o necessérios &sfntese dos flagelos e subse- aquente motilidade em Bacteria, Em E.coli e Salmonella typhi ‘muriuon, organisms onde a maioria dos estudos foi reali- Microbiologia de Brock 99 zada, mais de 50 genes estdo envolvidos na motilidade. Esses ‘genes posstiem diversas fungdes, incluindo a codificagao das protefnas estruturais do aparelho flagelar, exportasio dos ‘componentes flagelares através da membrana citoplasmatica ‘para o exterior da célula e regulagio dos varios eventos bio- ‘quimicos envolvidos na sfntese de novos flagelos. Um filamento flagelar nao eresce a partir de sta base, ‘como os pelos de um animal, mas sim a partir de sua ponta, O anel MS € 0 primeiro componente a ser sintetizado, sendo Inserido na membrana citoplasmética. Em seguida, outras proteinas de ancoragem sio sintetizadas, juntamente com ‘0 gancho, antes da formagao do filamento (Figura 4.49). AS moléculas de flagelina sintetizadas no citoplasma passam ‘através de um canal de 3 nm presente no interior do filamen- toe sio adicionadas a extremidade, formando o flagelo ma- ‘duro, A extremidade do flagelo em crescimento possui uma pprotefna “cap”. As proteinas cap auniliam as moléculas de fla- selina que difundiram-se através do canal a organizarem-se na extremidade do flagelo, originando o novo filamento (Fi- ‘gura 4.49). Aproximadamente 20,000 moléculas de flagelina slo necessérias para formar um filamento. 0 crescimento do flagelo ocorre de mancira relativamente continua, até que a ‘estrutura atinja seu comprimento final. Flagelos quebrados So capazes de girar e pocem ser reparados pela adigao de novas unidades de flagelina que sio transportadas pelo canal do filamento para repor as unidades perdidas, Velocidade e movimentagéo celular s flagelos nfo exibem velocidade constante de rotaglo, po- ddendo aumenté-la ou diminus-la de acordo com a intensida- de da forga préton motiva Eles so eapazes de girar a até 300 revolugdes por segundo, deslocando as células através -de um meio liquido com velocidades de até 60 comprimentos ‘elulares/segundo (seg). Embora tal velocidade represente apenas cerca de 0,00017 quilémetros/hora (km/h), se compa- rada a velocidade aleangada por organismos superiares em ‘termos do ntimero de comprimentos percorridos por segun- do, corresponde a uma velocidade extremamente clevada, O animal mais veloz conbecido, 0 suepardo, é capaz de correr ‘uma velocidade méxima de aproximadamente 110 km/h, ‘que representa somente 25 comprimentos corporais/seg. Pepsideogleane Membvana cteplasmatica Figura 4.49 Biossintese de fagelos. A sintese¢ inciada pela montagem dos anéis MS e C na membrana ctoplaemstica. Em segui- da, sho formados os outros ants, o gancho e o cap. A partir desse momento, a proteinaflagelina passa através do gancho, originando o filamento. As moléculas de flagelina sé0 posicionadas com o auxilio das proteinas cap, que garantem o deservolimento adequado do (rec 100 — xiao — ‘efosnen 2 2 ® tango sess tome Rett Fee wo J «< oe avin Sane (Patten Figura 4.50 Tipos de movimentagio em procariotos com flagelacéo peritriqui Michael T. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark Paosoeverele wf => Ba << resto nt rego a => te os — pase tayo foorenta-se (Polar Rotaglo polar. (a) Peritriquios: a movimento para frente 6 promovida por todos os flagels girando no sentido antihorério (AH), formando um feixe. A rotacSo no sentido horéio (H) promove 2 ‘oscil da célul, e 0 retormo a rotaggo em sentido ant:horio leva moverse em ume nova direglo.(b) Polres: as células ak teram a diragao revertend a rotagioflagelar (0 que puxa a célua, em vez de empurré-la) au, na caso de flagelos undirecionas, parando periodicamente para a reorientaglo @ entSo movimentando-ee pars frente pela rotagSo dos flagelos em sentido hori, Ae eotae amas Ingicam a diego de movimentacéo da célule Assim, levando-se em considerago o tamanho, as eélulas procaridticas movende-se cerca de 50-60 comprimentosiseg esto, na realidade, deslocando-se mais rapidamente que or- ganismos maiores! ‘A movimentagio natatéria de organismos com flage- lagdo polar ¢ lofotriquia € diferente daquela observada em ‘organismos com flagelos peritriquios, que podem ser dis- tinguidos pela observagio de células natat6rias ao micros. 6pio (Figura 4.50). Organismos com flagelagao peritriquia deslocam-se em linha reta, de forma lenta e intencional Organismos com flagelacio polar, ao contrario, movem-se mais rapidamente, dando volteios e arremessando-se de um. local a outro. As diferengas de comportamento observadas entre organismos de flagelago polar e peritrfquia, incluin- do as diferencas em relagdo a reversibilidade do flagelo, sio ilustradas na Figura 4.50. A velocidade natatéria € uma caracteristica dirigida ge- neticamente, uma vez que diferentes espécies méveis, mes mo espécies diferentes exibindo o mesmo tamanho celular, so capazes de nadar a velocidades méximas distintas. Além disso, o analisarse a capacidade de um organismo quanto a ‘motilidade e velocidade natatéria, as observagées deve ser realizadas somente em culturas jovens. Em culturas antigas, as céhulas méveis frequentemente param de nadar ea cultura, pode parecer como de natureza imével ‘A motiidade da maioria dos micro-organismos esta associa- dda 20s fagelos. Em procarotos,o flagelo é uma estrutura complexa, composta po varias proteins, estando a maioria ancorada na parede celular e membrana ctoplasmitica.O fle ‘mento flagolar,constituido por um inieo tipo de protaina, gira 8 custa da forga proton motva, que conduz o moter fagelar. 1 Como os fiagelos de Bacteria Archaea podem ser com- parades? 1 Como um flagelo bacteriano pode mover uma célula para frente? 0 que éa flagelina e onde ¢ encontvada? 1 Come 2 fagelagso polar diferencia-se da flagelago peri- ‘wiguia? Motilidade por deslizamento Alguns procariotos so méveis, porém no apresentam flagelos. Essas bactérias nao natatérias, porém mévels, io capazes de deslocarse sobre superficies séidas, por meio de um processo ‘denominado deslizamento. Ao contrério da motilidade flagelar, ‘em que as células param e, em seguida, movern-se em uma di ferente, a motildade deslizante correspond a umn tipo de movimento mais lento e suave, geralmente ocorrendo 20 longo do eixo maior da célula, A motilidade por deslizamento ‘€amplamente distribuida em Bacteria, sendo, no entanto, bem ‘estudada somente em alguns poucos grupos. O movimento des- lizante €consideravelmente mais lento~ 10 umm/seg.em algumas bactérias deslizantes ~ que a propulséo por flagelos, porém, ainda assim, permite i eélula locomoverse em seu habitat, 0s procariotos deslizantes compreendem eélulas fila- mentosas ou bacilares (Figura 4.51) e o proceso de desli- zamento requer © contato das células com uma superficie sélida. A morfologia de coldnias de uma tipica bactéria desli- zante (coldnias sio massas de células bacterianas, originadas por sucessivas divisdes celulares de uma dniea célula, > Secio 5.3) é distintiva, uma vez que as células deslizam, afas- tando-se do centro da colénia (Figura 4.51c). Provavelmente, as bactérias deslizantes mais bem conhecidas sejam as ciano- bactérias filamentosas (Figura 4.514, b; © Segio 16.7), de- terminadas Bacteria gram-negativas, tais como Myxococeus ‘e outras mixobactérias (== Segao 15.17), além de espécies ‘de Cytophaga e Flavobacterium (Figura 4:51c, d; > Segves 16.12 16.14). Mecanismos da motilidade deslizante Embora nenhum mecanismo de deslizamento seja totalmen- te compreendido, é evidente que mais de um mecanismo pode ser responsével pela motilidade deslizante. As ciano- ‘actérias (bactérias fototréficas, Figura 4.51a, 6) realizam 0 Sog305.12) que, de alguma maneira, ¢ transmitida as proteinas especificas de deslizamento presentes na membrana externa. Acredita-se ue o movimento dessas proteinas contra uma superficie sol da lteralmente empurre a célula para frente (Figura 4.52). Assim como outras formas de motilidade, a motilidade por deslizamento apresenta grande relevancia ecoldgica. O deslizamento permite que a célula explore novos recursos Interaja com outras oélulas. Nesse timo contexto € interes- santefrisar que as mixobactérias, como Myxococeus xanthus, apresentam um tipo de comportamento altamente social ¢ ‘cooperativo, Nessas bactérias, a motilidade deslizante pode desempenhar importante papel nas interagdes intercelulares, necessiirias para completar um ciclo de vida muito elaborado (© Sesto 15.17). 102 Michael T. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark {@) Nenhum agente atratvo presente: movimento aleatério (2) Agente trav presente: movimento drecionado Figura 4.53 Quimiotaxia em uma bactéria flagelada peritriquia, como Escherichia col (2) Na auséncia de ur agente 10, lula nada de manera alestria em coridas, mudando sua dregao durante as osclagSes. (8) Na presenca de um agente avativo, as cotidas passam 3 sar nfuanciadas e 9 clus move so em cegio 20 grackente do aratvo ‘As bactérias que se movem por deslizamento ndo empre gam flagelos rotat6ris, mas, em vez disso, deslizam sobre uma superficie lida empregando qualquer um dentre vé- Figs mecarismos possiveis, 1 Como a moilidade por desizamento dferencia-se da moti- lidace natatiria em relagio ao macanismo e as exgincias? 1 Diferencie o macanismo de motlidade deslzante de uma ianobactéra flamentosa daquele de Flavobacterim. Movimentagao celular como uma resposta comportamental: taxias microbianas Frequentemente, 0s procariotos encontram gradientes de agentes fisicos ou qu{micos na natureza, tendo desenvolvido ‘mecanismos para responder a esses gradientes, aproximan- do-se ou afastando-se do agente. Tal tipo de movimento dire- cionado ¢ denominado faxia, A quimiotaxia, uma resposta a agentes quimicos, ea fototaxia, uma resposta a luz, sio duas formas de taxia bastante estudadas. Aqui discutimos estas ta- sxias de uma forma geral. Na Segio 9.7, examinaremos 0 me- canismo da quimiotaxia e sua regulagio, tendo Escherichia coli como um modelo de taxias para todos os procariotos. A quimiotaxia foi bastante estudada em bactérias na- tat6rias, sendo bem conhecido, em nivel genético, de que ‘modo 0 estado quimico do meio ambiente € transmitido a0 aparelho flagelar. Dessa forma, nesta segao discutiremos somente as bactérias natatérias, No entanto, algumas bac- ‘érias deslizantes (Sega0 4.14) sao também quimiotaticas, havendo movimentos fototiticos em cianobactérias fila ‘mentosas (Figura 4.516). Além disso, embora pertengam a tum dominio evolutivo diferente, muitas espécies de Archaea também so quimiotéticas, e muitas das protefnas que con- trolam a quimiotaxia em Bacteria estio também presentes nessas Archaea. Quimiotaxia Foram realizadas multas pesquisas sobre quimiotaxia com ‘a bactéria flagelada peritriquia E. coli. Para entender como a quimiotaxia afeta 0 comportamento de E. coli, considere ‘a situago na qual uma célula encontra um gradiente de al- ‘gum composto quimico em seu ambiente (Figura 4.53). Na ‘auséncia de um gradiente, as células movem-se de maneira ‘aleat6ria, incluindo corridas, em que a célula nada para fren- te de forma suave, e ascilagdes, em que a célula para e per manece bamboleando (Figura 4.53a). Durante o movimento para frente em uma corrida, 0 motor flagelar gira em sentido anti-horério. Quanto os flagelos giram em sentido horario, ‘0 feixe de flagelos € separado, a movimentagao para frente & {interrompida e a lula passa a oscilar (Figura 4.50). ‘Apés uma escilagio, a dirego da préxima corrida é alea- {ria (Figura 4.532). Assim, por intermédio de corridas e osci lagées, a célula move-se aleatorlamente por todo o ambiente, sem chegar a um destino determinado, Entretanto, na pre senga de um gradiente quimico de um agente atrativo, esses ‘movimentos aleat6rios passam a ser influenciados. Quando ‘o organismo percebe que esta se movendo em diregdo a con- ‘centragbes malores do agente atrativo, as corridas tornam-se mais longas e as oscilagdes, menos frequentes. Como resul- tado dessa resposta comportamental, o organismo desloca-se ‘em diregio ao gradiente de concentragao do agente atrativo (Figura 4.53). Se o organismo perceber a presenga de um agente repelente, o mesmo mecanismo geral sera acionado, ‘embora, nesse caso, a diminuigao da concentragao do repe- lente (em lugar do aumento na concentragio do agente atra tivo) 6 responsével pelas corridas. {As células procaridticas sio muito pequenas para per ‘ceber um gradiente de um composto quimico ao longo do ‘comprimento de uma tnica célula. Em vez disso, enquanto se movimenta, a célula monitora seu ambiente, comparando seu estado quimico ou fisico aquele pereebido poucos mo- ‘mentos antes. Assim, as células bacterianas respondem a di- ferengas temporais, em vez de espaciais, na concentragio de um composto quimico, & medida que se deslocam. Essa in- formacéo ¢ transmitida através de uma elaborada cascata de proteinas, que eventualmente afeta a diregao de rotagao do motor flagelar. Os agentes atrativos e repelentes slo percebi- dos por uma série de proteinas de membrana, denominadas quimiorreceptores. Essas proteinas ligam-se aos compostos quimicos, iniciando 0 processo de transducio sensorial a0 flagelo (<= Se¢ao 9.7). De certa forma, a quimiotaxia pode ser considerada como um sistema de resposta sensorial and- logo as respostas sensoriais do sistema nervoso de animais Quimiotaxia em bactéri flagelago polar A quimiotaxia em células com flagelagso polar apresenta, semelhangase diferengas em relagao aquela de cflulas com flagelos peritriquios, como E. coll, Muitas bactérias com flagelos polares, como as espécies de Pseudomonas, podem reverter a diregio de rotaclo de seus lagelos,revertendo as- sima diregao de seu movimento (Figura 4508) Ao contrério, algumas bactérias com Magelago polar, como a bactéra fo: {olrética Rhodobacter sphaeroides, apresentam flagelos que giram somente no sent hordrio. Como tals eélulas alters, Sua dregio, e sto elas quimiotsticas? Em células de R. sphaeroides, que apresentam um tinico flagelo de insergdo subpolay, a rolagao Nagelar énterrompida periodicamente. Durante esse periodo, a célula reorienta-se de maneira aleat6ria, devido a0 movimento Browniano. Quando o lagelo volta a gira, a célula mave-se em um nova reco. Contudo, as eélulas de R. sphaeroides exibem alta atividade quimiotitica para determinados compostos organi os, exbindo também respostastticas ao oxigen ez R sphaeroides €incapaz de reverter seu motor flagelare osilar como E. cal, porém hé uma similaridade no fato de as céhi- Jas realizarem corridas enquanto percebam uma concentra so crescente do agente atrativo; o movimento cessa quando 2 células pereebem uma diminuigao na concentragdo do agente atrativo, Por meio da reorientago aleatéria, a céula eventualmente encontra uma via de concentraglo crescente do atrativo, mantendo uma corrida até que seus quimiorre- ceplores encontremsesaturados au que perceba uma dini- nuigdo na concentragao do agente atativo. apresentando Medida da quimiotaxi ‘A quimiotaxia bacteriana pode ser demonstrada pela imersa0 de um pequeno capilar de vidro contendo um agente atrativo, fem uma suspensio de bactérias méveis desprovida do agente Ha formagao de um gradiente no meio circundante, a par. ‘irda ponta do capilar, com a concentragao do agente gradu: almente diminuindo em relagao & distancia da ponta do ca- pilar (Figura 4.54a). Quando um agente atrativo encontra-se presente, as bactérias mover-se-ao em sua diregao, formando lum “enxame” ao redor de ponta aberta (Figura 4.54c), com ‘muita bactérias encaminhando-se ao interior do capilar. Ob- viamente, devido aos movimentos aleat6rios, algumas bacté- rias irao em dirego a0 capilar, mesmo que ele contenha uma solucio de mesma composigao que o meio (Figura 4.54). Entretanto, quando o agente atrativo encontra-se presente, ‘0 movimento ¢ influenciado, A concentragao de bactérias no interior do capilar pode ser muitas vezes superior & concen- tragio externa. Se o capilar € removido apés um perfodo de tempo e as células contadas e comparadas a um controle, os agentes atrativos e repelentes podem ser identificados facil- mente (Figura 4.54e). Se o capilar inserido contiver um repelente, a concen- tragio bacteriana em seu interior sera consideravelmente in Microbiologia de Brock 103 avatvo tua por tb Conte Tempo 0 Figura 4.54 Medida da quimiotaxia utiizando um ensaio de capila. (2) Insergio do capil em uma suspensto bacteriana Quando © capilar€ mserido, forma-ce um gradiente do composto quimico. (8) Capiar controle contendo uma solugao salina que nao 6 atrativa, nem repalante. A concentragso celular no interior do ca pilar& equivalente 8 concentraciorno meio externa. (} Acirnulo de bactrias om um capil contendo um agente atratvo. ( Repulsdo de bactérias por um repelente e) Anise temporal do ndmero de célula em capilares contendo dferentes agantes quimicos.() Ras tros de bactérias méveis na agua do mar, movendo-se a0 redor de uma célula de alge (grande ponto branco, 20 centr), capturedos Bor um sistema de cimera de video acoplads @ um microscépic, Observe como as célules bacterianas exibem aerotaxia postive, movendo-se em diego & ctlua da alga produtora de oxighnio. {A velocidace mécia das células era de corea de 25 urvseg. alge tem aproximadamente 60 jm de cidmetro, 104 ° 1 2 ‘Tempo 6) ® Figura 4.55 Fototaxia de bactérias fototréfica. (a) Acimmulo escotof6bico da bactéra pirpura fototéfics,Thiosprilum jonense, ‘em comprimentos de onda de luz absorvidos por seus pigmentos Um espectro luminoso foi incidido sobre ura limina de microsco- pia contendo uma suspens3o densa de bactriss; apés um intervalo de tempo, as bectérias acumularamse seletivamente, quando a fo- tomicrografa foi trada. Os comprimentos de onda onde as bacté rias se acumularam correspondem dqueles onde o pigmento fotos Sintético bacterioclorofla a absorve (compare com a Figura 2038), (@) Fototaxia de uma colénia itera da bacteria fototstca purpura Rhodospirillum centenum, Essas céllas, fortemente fototéticas, rmovernse simultaneamente em direcso & fonte luminosa situada no topo. Ver Figura 445 para micrografias eletrnicas de céulas de contenu, ferior & concentrago observada no controle (Figura 4.54d). esse caso, a eélula percebe um gradiente erescente do re- pelente e os quimiorreceptores apropriados afetam a rota- so flagelar, afastando a célula do repelente (Figura 4.544). Utllizando-se 0 método do capilar, € possivel realizar uma avaliagdo de diferentes agentes quimicos, verificando se cor- respondem a um agente atrativo ou repelente para uma de- terminada bactéria. A quimiotaxia pode também ser observada microsco- picamente, Utilizando-se uma cémera de video que capture a posigdo das células bacterianas ao longo do tempo e que revele 0 trajeto percorrido pelas células individualmente, é possivel observar os movimentos quimiotiticos das células (Figura 4.54), Esse método foi adaptado aos estudos de qui miotaxia de bactérias em ambientes naturais. Acredita-se que, na natureza, os principals agentes quimiotiticos para as, bactérias sejam os nutrientes excretados por eélulas micro- bianas maiores ou por organismos macroscépicos vivos ou Michael T. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark mortos. As algas, por exemplo, produzem compostos organi ‘cos ¢ oxigenio (O,, pela fotossintese) que podem desencadear ‘movimentos quimiotiticos em bactérias, direcionando-as a uma célula de alga (Figura 4.54). Fototaxia Muitos micro-organismos fototréficos podem mover-se em diregdo A luz por um processo denominado fototaxia. A foto- taxia tem como vantagem permitir que um organismo foto- twofico oriente-se de maneira mais adequada para receber a luz e realizar a fotossintese, Esse fendmeno pode ser obser vvado quando um espectro luminoso incide sobre uma lémina de microscopia contendo bactérias fototrdficas méveis. Em. tal limina, as bactérias acumulam-se nos comprimentos de onda absorvidos por seus pigmentos fotossintéticos (Figura 4.55a; Segdes 20.1-20.5, para uma discussao sobre os pig- :mentos fotossintéticos).. ois diferentes tipos de taxias mediadas pela luz sio ob- servados em bactérias fototroficas. Um deles, denominado escorofobotaxia, observado somente ao microscépio, ocorre ‘quando uma bactéria fototréfica move-se para fora do campo iluminado do microscépio, situando-se no escuro. A entrada em uma dea escura afeta negativamente o estado energético dda célula, enviando um sinal para que ela oscil reverta adi reqdo ¢ novamente desloque-se em uma corrida, e-entrando- assim-na rea iluminada. A fototaxia propriamente dita difere da escotofobotaxia A fototaxia € andloga 2 quimiotaxia, excetuando-se pelo fato de o agente atrativo ser a luz, em vex de algum composto uimico. Em algumas espécies, como o organismo fototrsti- co altamente mével Rhodospirillum centenum (Figura 4.45), ‘coldnias celulares inteiras exibem fototaxia, movendo-se si ‘multaneamente em diregdo a luz (Figura 4.555). Varios componentes do sistema regulatério que con- trolam a quimiotaxia também controlam a fototaxia. Essa ‘conclusio surgiu a partir do estudo de bactérias fototré- ficas mutantes, defectivas na fototaxia; tais mutantes tam- bem apresentam defeitos nos sistemas de quimiotaxia. Um fotorreceptor, uma proteina que atua de forma similar a um ‘quimiorreceptor, mas capaz de perceber um gradiente de luz em vez de agentes quimicos, corresponde a0 sensor inicial dda resposta fototdtica. O fotorreceptor entao interage com as ‘mesmas proteinas citoplasmaticas que controlam a rotagao flagelar na quimiotaxia, mantendo a célula em uma corrida, aso esteja movendo-se em direcio a intensidades luminosas ‘crescentes. Assim, embora os estimulos na quimiotaxia e fo- totaxia sejam diferentes — compostos quimicos versus luz—a mesma maquinaria molecular ¢ empregada no citoplasma para processar ambos os sinais, Diseutiremos essa maquina ria citoplasmatica em detalhes na Sedo 9.7 Outras taxias Outras taxias bacterianas, como 0 movimento de aprox magao ou afastamento do oxigénio (aerotaxia, ver Figura 4.54) ou de condigdes de alta forga iOnica (osmoraxia), sio ‘conhecidas em varios procariotos natat6rios. Assim como a ‘quimiotaxia e a fototaxia, essas so formas simples de com- portamento e, aparentemente, um mecanismo molecular co- ‘mum controla cada uma dessas respostas comportamentals ‘As células periodicamente examinam seus ambientes quanto A presenga de compostos quimicos, luz, oxigénio, sal ou ou tras substancias, processando os resultados por intermédio de uma rede de proteinas que, em ltima andlise, controlam a diregao da rotagio flagelar. Em algumas cianobactérias desizantes (Figura 4.51a, b), também ocorre uma taxia in comum, a hidroraxia. Esse fendmeno permite que cianobac. {érias deslizantes desenvolvendo-se em ambientes secos, tals como 0s solos, deslizem em diregao a um gradionte de hidra- tagdo crescente. A partir de nossa abordagem sobre as taxias microbia- nas, deve estar claro que os procariotos méveis nio se deslo- cam simplesmente de forma aleatoria estando, em vez disso, em sintonia com o estado quimico fisico de seu habitat. De fato, “avaliagdes” regulares e periédicas de seu am te provavelmente sio a chave para 0 sucesso ecolégico de procariotos. Pelo fato de serem capazes de aproximar-se ot. distanciar-se de varios estimulos, as células procariéticas exi bem melhor possibilidade de competir de forma bem suce- dida por recursos e evitar efeitos nocivos de substancias que poderiam danificé-las ou maté-las. Peete Cee Cutan ie’ Microbiologia de Brock 105 Bacteias méveis podem responder a gradientes quimicos @ fisicos em seu meio ambiente. Em procariotos natatrios, 0 movimento celular pode ser dirigido no sentido de um ext- mule eu conta ele pelo controle das coridas eoscilacées. ‘As osclagdes sdo controladas pela diego da rotaglo do flagelo, que, por sua vez, é regulado por uma rede de prote- nas sensoriais e de resposta, 1 Defina 0 terme quimictaxia. Como a quimiotaxia se dfe rencia da aerotaxia? 11 © que promove uma cortida ou uma oscilagSo? 11 Qual a diferenca entre escotofobotaxiae fototaxa? rec Acide dipieolinico uma substinciaexehu- sha de enddsporos que conforetermorre- sisténcn a exes struts Acido teleoieo polidlcolfosfrilado, encontrado na parede celular de algu- ‘mas Bacteria Gram-postvas Camada S camada mais externa da superficie celular, composta por protefnas ou glico- proteins, presente em algumas Bacto eArchace ‘Casula. camada polissacaridica ou pro- fea mais extema, geralmente bastante limosa, presente em algumas hactéras Coloragao de Gram técnica de colorapio diferencia que cora as eéulas em roxo (celulas Gram-positivas ou em rosa (cé Julas Gram-negatvas) Corpo basal poryo correspondente 0 "motor" do flagclo bacteriano,embebido na membrana e parede ctoplasmatica Endésporo estrutura diferenciada, alta ‘mente resistenteao calor com parede espessa,produzida por eetas Bacteria Gram-positivas| Eaterol molécula hidrofébics, com anéis hheterocelcos, que fortalece a membrana cltoplasmdtica de eélulas encaritieas.e de poucos procariotos Flagelago peritriquia Mageos situados ‘em virios locals a0 redor da superficie celular lagelago polar apresentando Magelos em tum out ambos os polos da ela Flagelo apéndice celular longo e delgado, paz de gra, responsivel pela motlda de natatria de olulas procariticas Fototaxia movimento de im organismo em dire a luz Gram-negativa célula procariétca,cuja parede celular contem quantidades pe- ‘quenas de peptdeoglicano, possuindo ‘uma membrana externa composts de I= popolissacarideos lipoproteinas ¢outras ‘macromoléculas complexas Gram-postiva célula procariética,cuja ‘parede celular eonsste principalmente ‘em peptideoglicano,sendo desprovida ‘da membrana externa de clulas Gram- negativas Lipopolissacarideo (LPS) combinagao de lipideo com polissacarideo e protein, a principal poredo da membrana externa ‘de Bactera Gram-nepatves ‘Magnetossomo particula de magnetita (Fe,0,), organizada em uma estrutura en- volia por uma nao unidade de membra- ra, encontrada no citoplasma de Bacteria magnetotiticas ‘Membrana citoplasmética barreira de ‘permesbildade da céula que separa o roteinatransmembenica, conduzida, ‘normalmente pola energia oriunda da forga préton motiva ‘Translocagio de grupo sistema de trans- ‘porte dependente de energia, no gual a sbstinca tansportada € quimicamente ‘modlfcada durante o process de trans- porte \Vesiculas de gis esruturas citoplasmatcas reenchidas por gs, envoltas por proteins ‘eque confarem flutwablidade as clulas 106 Michael T. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clark CEE Cy 1, Quais sto 0s principais tipos morfol6gicos de procatiotos? Desenhe cada um dos tipos celulares que vo? listou (Se- e041). 2. Qual o maior tamanho de um procarioto? Qual o menor? Por que possivelmente podlemos conhecer de forma mais precisa o limite inferior que o limite superior? Ouais as di- ‘menses da bactéria bacilar Escherichia coli (Seqio 4.2)? 3. Doscreva, em uma tinica sentenca, a estrutura de uma uni- dade de membrana (Sega0 43) 4. Descreva uma importante diferenga quimica entre as mem- bbranas de Bacteria e Archaea (Seco 4.3), 5. Explique, em uma tnica frase por que moléculas ionizadas ro so capazes de atravessar com facilidade a membrana citoplasmética de uma eélula, De que forma tais molécu- las atravessam @ membrana citoplasmatica (Segses 4.4 ¢ 43y 6. Em células de Escherichia coi, a lactose 6 captada pelo sis- tema Lac permease, a glicose pelo sistema fosfotransferase a maltose por um transportador do tipo ABC. Para cada uum desses agticares, descreva: (1) os componentes de seu sistema de transporte e (2) a fonte de energia que conduz 0 evento de transporte (Sesa0 4.5). Por que a parede celular bacteriana rigida é denominada peptideoglicano? Quais as razdes quimicas que explicam 2 rigidez que a estrutura do peptideoglicano confere & parede celular (Sega0 4.6)? 8, Por quea sacarose ¢ capaz de estabilizaras célulss bacteria. nas contra a lise pela lsozima (Sep 4.6)? 9. Liste vérias fungdes da membrana externa de Bacteria Gram-negativas. Qual a composigo quimica da membrana externa (Segao 4.7)? 1 410. Que polissacarfdeo da parede celular, comum em Bacteria, cesid ausente em Archaea? Qual a caracteristica incomum das camadas S em comparagdo a outras paredes celulares de procariotos? Que tipos de paredes celulares sto encontra- das em Archaea (Sesio 4.8)? 11, Qual a fungo (ou fungées) das camadas polissacaridicas, {que nto correspondem a parede celular, em procariotos (Se- to 49)? 12. Que tipos de inclusdes citoplasméticas sto formadas em procariotos? De que forma tuma incluso de écide pol-f- hhidroxibutirico distingue-se de um magnetossomo em rela- ‘slo 8 composicio e a0 papel metabélico (Seco 4.10)? 413. Qual a fungio das vesiculas de gis? Como essas estruturas sto sintetizadas de maneira a permitir a retengao do gas (Seg 4.11)? 14, Explique, em poucas sentengas, como um endésporo bac- teriano difere de uma célula vegetativa quanto & estrutura, ‘composigaio quimica e capacidade de resistir as condigbes ambientais extremas (Segdo 4.12) 15, Defina os seguintes termos: endésporo maduro, cul vege tativae germinagao (Segao 4.12) 16, Descreva a estrutura e fungio de um flagelo bacteriano. ‘Qual fonte de energia para oflagelo (Seeso 4.13)? Como 08 flagelos de Bacteria se diferenciam dos de Archaea em rela- ‘¢lo.20 tamanho © a composigao? 17. Como.o mecanismo e as exigencias energéticas da motilida- de de Flavobacterium diferem daqueles de Escherichia coli (Segdes 4.13 €4.14)? 18, Explique, em poucas sentengas, como uma bactéria mével 6 capaz de perceber a localizagao de um agente atrativo © ‘moverse em sua diregao (Segi0 4.15). Co ee a kd 1, Calcule a retagso area superficialiolume de uma célula es- {erica apresentando 15 ym de didmetro e uma eélula de 2 tum de didmetro. Quais sio as consequéncias dessas dferen- gas nas relagSes drea superficial/volume, no que se refere & fungao celular? 2. Suponha que voe# tenha recebido duas culturas, uma con- tendo uma espécie de Bacteria Gram-negativa e outra, uma espécie de Archaea, Excetuando-se a andlise filogenttica, discuta pelo menos quatro formas diferentes que Ihe permi- tiriam distinguir essas eulturas 3. Calcule o tempo necessirio para uma oélula de Escherichia coli (1x 3 wm), movimentando-se em velocidade maxima (correspondent ao comprimento de 60 células por segun- do), deslocarse por toda a extensio de um capilar de 3 em de comprimento, contendo um agente atrati, 4. Suponha que voce tenha recebido duas culturas de bactérias bacilares, uma contendo organismos Gram-positivos ea ou- ‘ra, Gram-negativos. Como voct poderia fazer a distingo centre elas empregando (a) microscopia éptica, (b) microsco- pia eletrinica, (e) andlises quimicas das paredes celulares & (@) analisesflogenéticas?

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