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A rtigo

Agricultura familiar e políticas públicas:


alguns dilemas e desafios para o desenvolvimento
rural sustentável*

Denardi, Reni Antonio** cultores familiares, a previdência social rural


e, mais recentemente, o Pronaf. Além de algu-
Resumo: O conceito de agricultura familiar mas características destas duas políticas públi-
e, principalmente, as políticas públicas especí- cas, com suas virtudes e limitações, discutem-
ficas para este segmento majoritário e hetero- se aqui alguns desafios que devem ser enfren-
gêneo da agricultura são ainda bastante recen- tados para que os profissionais das ciências
tes no Brasil. Na ausência de uma política agrá- agrárias possam contribuir no sentido de mu-
ria efetiva para o país, ganharam importância, dar o paradigma agrícola, passando da agroquí-
sobretudo pelo seu alcance social junto aos agri- mica convencional para sistemas de produção
alternativos e sustentáveis.
* Uma versão inicial destas notas foi apresentada em
14 de outubro de 2000, no Seminário A Agroecolo-
Palavras-chave: agricultura familiar,
gia como Perspectiva de Desenvolvimento Regional,
politicas publicas, Pronaf
realizado em Francisco Beltrão/PR, pelo Núcleo de
Estudos e Pesquisas em Agroecologia, Meio Ambien-
te, Agrotransformação e Socioeconomia, do Cesul - Conceito e importância da
Centro Sul-americano de Ensino Superior. agricultura familiar
** Engenheiro agrônomo, especialista em desenvolvi-
O conceito de agricultura familiar é rela-
mento econômico, mestre em planejamento e políticas
de desenvolvimento rural, trabalha atualmente na tivamente recente, pelo menos no Brasil.
Tem, talvez, uns dez anos. Antes disso, fala-
56
Emater-Paraná, em Curitiba.
E-mail: rdenardi@uol.com.br va-se em pequena produção, pequeno agricul-

Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.3, jul./set.2001


A rtigo Quanto às políticas públicas
para a agricultura familiar, o que
tor e, um pouco antes, ainda se utilizava o
termo camponês. Em linhas gerais, os em- tivemos foi principalmente a
preendimentos familiares têm duas caracte-
política agrícola, já que a
rísticas principais: eles são administrados pela
própria família; e neles a família trabalha di- política agrária foi sempre
retamente, com ou sem o auxílio de tercei-
ros. Vale dizer: a gestão é familiar e o traba-
marginal ou inexistente
lho é predominantemente familiar. Podemos
dizer, também, que um estabelecimento fa-
miliar é, ao mesmo tempo, uma unidade de preservação ambiental.
produção e de consumo; uma unidade de pro- Os agricultores familiares nunca tiveram
dução e de reprodução social1. organização e força a ponto de influenciar as
Um bom exemplo da importância da agri- instituições governamentais que tomam as
cultura familiar é o que ocorre nos 17 muni- principais decisões de política agrícola. Além
cípios da microrregião de Francisco Beltrão, disso, nos últimos anos, com os ditames
no sudoeste do Paraná, onde 95% (16.881) de neoliberais, a política agrícola tornou-se sub-
um total de 17.776 estabelecimentos rurais sidiária e está hoje completamente submeti-
são familiares. Eles respondem por 69,1% da da às determinações macroeconômicas, pre-
área total e 74,5% do Valor Bruto da Produção valecendo sempre as políticas fiscal, monetá-
(VBP). No conjunto dos três Estados sul-brasi- ria (de juros) e cambial. A título de exemplo,
leiros, 90,5% dos estabelecimentos são fami- lembramos que a política comercial da fase
liares, respondendo por 57,1% do VBP (FAO/ pós-real foi sustentada em grande medida pela
INCRA, 2000)2. agricultura, naquilo que muitos chamaram
de "âncora verde". Penalizados pela sobreva-
Papel das políticas públicas lorização cambial até o início de 1999, os agri-
para a agricultura familiar cultores familiares brasileiros não tiveram
e o meio rural nenhum tipo de compensação, em contraste
com o que ocorreu, por exemplo, no México
Quanto às políticas públicas para a agricul- depois da entrada desse país no Nafta.
tura, o que tivemos, de fato, nas últimas quatro Algumas novas funções da agricultura e do
décadas, foi principalmente a política agríco- espaço rural (geração de emprego e preserva-
la, já que a política agrária foi sempre marginal ção ambiental) advêm, principalmente, das
ou inexistente. Vamos falar, portanto, de políti- cada vez mais minguadas possibilidades de
ca agrícola, destacando apenas três pontos: a) a geração de emprego na indústria e no meio
política agrícola brasileira, em substância, sem- urbano em geral, bem como das recentes de-
pre foi decidida em consonância com os inte- mandas internas e externas que exigem a
resses dos empresários do agribusiness; b) nas preservação da natureza e ambientes mais
últimas duas décadas (anos 80 e 90), as políti- propícios para uma vida saudável.
cas setoriais, inclusive a política agrícola, per-
deram importância e cederam espaço para as Principais políticas públicas para
políticas macroeconômicas, sobretudo a partir a agricultura familiar
dos pacotes econômicos e da liberalização; c)
por fim, nos anos 90, passou-se a atribuir no- No que tange às políticas públicas destina-
vos papéis para a agricultura e o meio rural, das à agricultura familiar, destacam-se hoje
com destaque para a geração de emprego e a no país, a Previdência Social e o Pronaf. A 57
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previdência é, de longe, a mais importante social rural a transformam, na prática, em
política social para os agricultores familiares uma razoável política de renda mínima para
brasileiros. As aposentadorias e pensões men- a ampla parcela da população que dela se be-
sais recebidas por grande número de benefi- neficia.
ciários de famílias pobres fazem da previdên- O Programa Nacional de Fortalecimento
cia rural a política pública de maior alcance da Agricultura Familiar (Pronaf) é a primei-
social no país. São 6,4 milhões de benefícios ra política pública diferenciada em favor dos
em todo o Brasil, 486 mil só no Paraná. Le- agricultores familiares brasileiros. O Pronaf
vando-se em conta que algumas pessoas acu- é uma conquista dos movimentos sociais e
mulam mais de um benefício, o número de sindicais de trabalhadores rurais nas últimas
beneficiários da previdência social rural deve décadas. Suas lutas podem ser simbolizadas
situar-se um pouco acima de cinco milhões pelos Gritos da Terra Brasil, liderados pela
no Brasil e próximo de 400 mil no Paraná, o Contag e, no caso da Região Sul, pelas ações
que dá, em média, mil beneficiários por mu- e pressões da Frente Sul da Agricultura Fa-
nicípio. Isto é muito significativo, apesar do miliar.
baixo valor do salário mínimo. É certo, tam- No âmbito do governo federal, o Pronaf é
bém, que nem todos os beneficiários da pre- um campo de disputa entre duas forças ou
vidência social rural moram em zonas rurais. posições. O Ministério do Desenvolvimento
Mas as pesquisas 3 mostram que a grande mai- Agrário, respaldado por setores do BNDES e do
oria deles vive mesmo no meio rural ou nas IPEA, pretende dar ao Pronaf a importância e
pequenas cidades do interior. amplitude de uma efetiva política de desen-
Outros dados relevantes mostram a gran- volvimento rural. Mas os ministérios da Fa-
de importância dos benefícios da previdência zenda e da Agricultura vêem o Pronaf apenas
social rural, principalmente nas regiões mais como uma política social compensatória, isto
pobres. Para mais de dois terços das munici- é, como mero paliativo para minorar os efei-
palidades paranaenses, o Fundo de Participa- tos da "inevitável" marginalização e exclusão
ção dos Municípios representa um valor infe- dos pequenos agricultores sem condições re-
rior ao dos benefícios previdenciários rurais ais de integração e competição nos mercados
recebidos pelos seus habitantes. O pagamen- globalizados.
to de benefícios previdenciários é fundamen- Até agora, o Pronaf tem permitido a massi-
tal para a economia desses municípios, além ficação ou socialização do acesso ao crédito
de ser um poderoso instrumento para evitar de custeio para considerável número de agri-
o agravamento da exclusão social. (Campanho- cultores familiares. Entre 1995 e 2000, hou-
la e Graziano da Silva, 2000) ve uma significativa expansão no montante
Os impactos socioeconômicos da previdên- de recursos aplicados e, mais ainda, no nú-
cia rural são, de fato, muito expressivos. É o mero de contratos, notadamente a partir de
que mostram, por exemplo, as pesquisas co- 1998, com a instituição do "pronafinho" 4. Para
ordenadas por Guilherme Delgado, do IPEA. o Sul do Brasil, a evolução do crédito rural no
Assim, a renda domiciliar das famílias con- âmbito do Pronaf pode ser resumida pelos da-
templadas com o seguro previdenciário rural dos do quadro 1.
está, em média, 16% acima da renda domici- Esse inquestionável aumento quantitati-
liar de famílias sem acesso aos benefícios vo no acesso ao crédito, no entanto, não re-
pagos pelo INSS. (Delgado e Cardoso Jr., 2000 presentou ainda nenhum grande avanço em

58 ) Podemos dizer, inclusive, que os efeitos


redistributivos promovidos pela previdência
termos qualitativos. Porque, a rigor, o Pronaf
é um crédito rural tradicional. Financia o
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A rtigo
A previdência rural é a política
Quadro 1 - Crédito Rural do Pronaf
pública de maior alcance social
na Região Sul, 1997 a 1999
Ano Número de montante do país
contratos (R$ 1000,00)
1997 304.730 876.851
1998 421.463 839.702
1999 472.698 1.001.928 tratos do Pronaf nos anos de 1997, 1998 e 1999,
Fonte: Banco Central do Brasil
respectivamente. No Rio Grande do Sul, a con-
centração de contratos em poucos produtos
custeio de tecnologias convencionais para tradicionais é ainda maior. Em 1999, 78,5%
produtos tradicionais. Basta analisar o que dos contratos (197.080 sobre 251.150) foram
tem sido financiado pelo Pronaf desde a sua para apenas três produtos: milho, soja e fumo.
criação. No caso da Região Sul, é quase só mi- Incluindo-se o feijão, esse percentual sobe
lho, soja, fumo e, para alguns municípios, fei- para 81,3%.
jão. Fora disso, é bem pouco o que existe. O Em resumo: o Pronaf tem socializado o fi-
quadro 2 mostra, a título de exemplo, o que nanciamento de custeio de produtos, siste-
ocorre nos municípios de Francisco Beltrão e mas e pacotes tecnológicos tradicionais. Fal-
Enéas Marques, localizados no sudoeste ta crédito para investimentos e, principal-
paranaense. mente, para financiar mudanças nos siste-
mas de produção, para reconver-
Quadro 2 -Crédito Rural do Pronaf: número de contratos, 1997-99 são produtiva e para atividades
não-agrícolas no meio rural. Os
Custeio
Município Ano Investimento total bancos comerciais dificilmente
Milho Soja Fumo outros financiam sistemas de produção
Francisco 1997 127 65 50 16 87 345 diversificados e sustentáveis5,
Beltrão 1998 958 161 40 76 3 1.238 ou produtos orgânicos e diferen-
1999 1.655 189 53 82 142 2.121 ciados. Embora as normas do
Enéas 1997 59 3 30 21 7 120
Pronaf permitam e existam algu-
Marques 1998 403 4 14 29 1 451
mas "orientações" que "estimu-
1999 740 - 34 1 - 775
lam" esse tipo de financiamen-
Total 3.942 422 221 225 240 5.050
to, há uma enorme distância en-
Fonte: Banco Central do Brasil
tre o que as autoridades de Bra-
sília dizem e o que, de fato, acon-
Observamos que mais de 95% dos contra- tece na agricultura brasileira.
tos desses dois municípios são de custeio: Pouco se poderá avançar enquanto os
mais de 78% para milho; 8,4% para soja; e agricultores familiares dependerem do sis-
4,4% para fumo. Entre os "outros" 225 contra- tema tradicional de crédito, isto é, da es-
tos de custeio, 83% (ou 187 contratos) são para trutura bancária. Mas, felizmente já exis-
as culturas de mandioca e feijão. Apenas 4,8% tem outras iniciativas, em especial as ex-
dos contratos são para investimentos. periências de microcrédito e de crédito so-
Para o conjunto do Estado do Paraná, o cus- lidário (Cresol), cujo potencial é bastante
teio das lavouras de milho, soja, fumo e feijão grande. O Sistema Cresol evidencia uma
representou 64%, 78% e 73% do total de con- boa alternativa para reduzir o custo opera- 59
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cional e aumentar a eficiência do crédito vencional da "revolução verde", quando são de-
rural para os agricultores familiares. mandados a trabalhar com formas alternati-
vas de agricultura (orgânica, ecológica e bio-
Dilemas e desafios dos lógica, entre outras), isto é, com sistemas de
profissionais das ciências agrárias produção mais diversificados e sustentáveis.
Isso é mais forte entre os mais velhos, pois
Além do desafio de mudar a estrutura ope- implica uma ruptura com um passado que,
racional do sistema de crédito, há outra bar- não raro, é de realizações profissionais. Mas
reira a ser rompida para que grande número essa mudança de paradigma não é fácil nem
de agricultores familiares possam aprender entre os mais jovens que, normalmente, são
os princípios da Agroecologia6 ou, pelo menos, mais abertos e dispostos a enfrentar novos
diversificar sua produção e desenvolver sis- desafios.
temas de produção mais sustentáveis, apro- No caso da estrutura estatal de assistên-
veitando, inclusive, nichos e demandas de cia técnica e extensão rural, devemos con-
mercado por produtos diferenciados. Essa bar- siderar pelo menos dois fatores adicionais: o
reira está na cabeça dos técnicos das ciên- envelhecimento da estrutura; e o dilema en-
cias agrárias e demais "agentes de desenvol- tre um passado de (quase) monopólio e auto-
vimento rural". suficiência e um futuro ainda não muito de-
Desejamos avançar na construção de al- finido, de serviços públicos não exclusivos
ternativas de produção agrícola de base eco- e não necessariamente estatais. Em função
lógica, como forma de contribuir efetivamen- disso, há uma resistência e uma dificuldade
te para o desenvolvimento local e regional, e concreta para fazer parcerias com outras ins-
ter serviços de pesquisa, assistência técnica tituições (principalmente com as não-gover-
e extensão rural que ajudem nessa emprei- namentais), em todas as esferas, mas sobre-
tada. Mas nós devemos, no entanto, analisar tudo no local (município e microrregião), sem
com cuidado quais são as possibilidades e li- ter um modelo, "receita" ou garantias verti-
mitações para avançarmos nessa direção e cais (de cima para baixo).
ter a prudência de não alimentar ilusões. Além disso, as principais tendências da
Uma coisa é preciso que fique bem clara: agricultura e do meio rural apontam para a
não basta uma diretriz, uma orientação ou, necessidade de profissionais das ciências
até mesmo, uma determinação das cúpulas agrárias com novo perfil, atuação e habilida-
institucionais (do governo ou de suas estru- des mais amplas. Já não é mais suficiente
turas de pesquisa, assistência técnica e ex- trabalhar apenas na difusão de tecnologias de
tensão rural) para que os técnicos logo abra- produção das commodities tradicionais. Ob-
cem o compromisso com a sustentabilidade servamos uma crescente complexificação e
da agricultura familiar. É necessária uma diversificação das atividades agrícolas e os
mudança nas cabeças, consciências e com- mercados tornam-se mais incertos e dinâmi-
portamentos dos técnicos e agentes de desen- cos. Com a produção agrícola sob contrato e o
volvimento. Uma mudança nas pessoas, uma estabelecimento das cadeias produtivas, as
mudança na metodologia de trabalho, nas re- principais determinações para a agricultura
lações – uma mudança de cultura. Isso tudo vêm de esferas cada vez mais próximas dos
é um desafio monumental. consumidores, em especial dos que vivem em
Há muita insegurança, incerteza e medo médias e grandes cidades e apresentam de-

60 dos extensionistas e técnicos em geral, for-


mados e informados para a agroquímica con-
mandas mais diversificadas e diferenciadas,
inclusive em termos de qualidade. Ademais,
Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.3, jul./set.2001
A rtigo
Há muita insegurança, incerteza
a produção agrícola já não é mais a única e,
e medo dos extensionistas e
em muitos casos, nem a principal fonte de técnicos em geral quando são
renda das famílias que vivem no espaço ru-
ral. Esse terreno abriga um significativo con- demandados a trabalhar com
junto de atividades não-agrícolas e um gran- formas alternativas de agricultura
de número de agricultores familiares vem en-
contrando na pluriatividade um recurso
cada vez mais utilizado.
Somam-se a esse quadro os novos estran-
gulamentos que derivam da antiga estrutura
fundiária e as recentes mudanças no papel liar, destacamos a tentativa de modificar qua-
(regulador) do Estado. O resultado são as no- litativamente o sistema de crédito rural, so-
vas bases para a agricultura familiar e para bretudo o Pronaf, o que requer a conjugação
os profissionais das ciências agrárias que com de esforços entre as instituições de pesqui-
ela trabalham. Conseqüentemente, a aten- sa, assistência técnica e extensão rural, as
ção dos agentes não deve se limitar ao interi- escolas técnicas e universidades, e as pró-
or da unidade produtiva agrícola e, menos ain- prias organizações de agricultores.
da, a algum produto agrícola específico. As políticas públicas e programas específi-
Parece indispensável que os profissionais cos (nacionais e estaduais), a formação e
das ciências agrárias estudem os sistemas reciclagem profissional para os agentes de
de produção, enxerguem as cadeias produti- desenvolvimento, bem como os métodos par-
vas, pesquisem as oportunidades de mercado ticipativos de planejamento e de gestão dos
(principalmente para produtos diferenciados recursos públicos, principalmente no âmbito
e nichos), observem as dinâmicas familiares, local, são, com certeza, alguns dos melhores
respeitem as experiências dos agricultores, instrumentos para enfrentar o difícil desafio
apóiem a organização comunitária e valori- de promover práticas agrícolas e estilos de
zem a educação para a cidadania. Aumenta, agricultura de base ecológica e, com elas, o
assim, a importância da aprendizagem dinâ- desenvolvimento regional sustentável. A
mica (que resulta da práxis soci-
al em contextos e ambientes per-
manentemente evolutivos) e da
construção dialética de conheci-
mentos. É disso tudo, bem como
do planejamento participativo e
da gestão social dos recursos pú-
blicos, que depende o desenvol-
vimento rural sustentável que é
a base do desenvolvimento local
em muitos municípios e
microrregiões (Denardi et. al.,
2000).
Sobre as políticas públicas des-
tinadas a promover sistemas de
produção mais sustentáveis en-
tre os agricultores de tipo fami- 61
Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.3, jul./set.2001
A rtigo
Referências bibliográficas

ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo da previdência social rural. Rio de Janeiro: IPEA,


agrário em questão. São Paulo: Hucitec, 1992. 2000. 63 p. (Texto para Discussão n. 734).

ALTIERI, M. A. Agroecology: the science of the DENARDI, R. A. et al. Fatores que afetam o
sustenaible agriculture. 2.ed. Boulder, Colorado: desenvolvimento local em pequenos municípios
Westview Press, 1995. do Estado do Paraná. Curitiba: Emater/PR, 2000.
60p.
CAMPANHOLA, C.; GRAZIANO DA SILVA, J.
Diretrizes de políticas públicas para o novo rural EMATER-Paraná. Cursos de desenvolvimento
brasileiro: incorporando a noção de rural sustentável e planejamento municipal;
desenvolvimento local. In: O novo rural elaboração e gestão social de planos e
brasileiro : políticas públicas. Jaguariúna, SP: projetos: relatos de experiências de crédito rural.
Embrapa/Meio Ambiente, 2000. v.4. p.61-91. 1999.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia FAO/INCRA. Novo retrato da agricultura
e desenvolvimento rural sustentável: familiar: o Brasil redescoberto. Brasília: 2000.
perspectivas para uma nova extensão rural. Porto
GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: processos
Alegre: Emater/RS, 2001. 36 p. (Textos
ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre:
Selecionados, 22)
Ed. Universidade/UFRGS, 2000.
DELGADO, G.; CARDOSO JR, J. C. Principais LAMARCHE, H. (Coord). Agricultura familiar :
resultados sobre a previdência rural na região uma realidade multiforme. Campinas: Ed. da
sul do Brasil; projeto de avaliação socioeconômica Unicamp, 1993.

Notas
1
Para uma melhor conceituação da cultural etc. Para uma melhor análise do
agricultura familiar, ver entre outros: conceito de sustentabilidade ver, entre outros:
Abramovay (1992) e Lamarche (1993). Altieri (1995), Caporal e Costabeber (2001) e
2
Há diversas publicações deste estudo Gliessman (2000).
(levantamento) da FAO/INCRA, que utiliza 6
Sobre o conceito e princípios da
dados do Censo Agropecuário do IBGE (1995/ agroecologia ver, igualmente: Altieri (1995),
96). A principal delas é a citada na bibliografia Caporal e Costabeber (2001) e Gliessman
final. Os dados aqui utilizados foram (2000).
acessados eletronicamente: www.incra.gov.br/ 7
Sobre o perfil exigido para o "novo
sade/
3
profissionalismo" extensionista, ver Caporal e
Ver, por exemplo, Delgado e Cardoso Jr. Costabeber (2001).
(2000). 8

4
Estas afirmações não se fundamentam em
Todos os dados sobre o crédito rural do nenhuma pesquisa bibliográfica, mas em
Pronaf utilizados neste texto foram acessados na muitos anos de vivência e observação na
internet: www.desenvolvimentoagrario.gov.br/ condição de extensionista, dentro e fora da
pronaf/credito/ Emater-Paraná, bem como em outras funções
5
Sem entrar em polêmica discussão teórica, atinentes ao desenvolvimento rural.
para os fins deste trabalho considera-se 9
No caso específico da Emater-Paraná, não
apenas que a sustentabilidade (da agricultura, houve contratação de nenhum novo
de seus sistemas de produção e do próprio extensionista nos últimos oito anos e não há
desenvolvimento rural) envolve múltiplas nenhuma perspectiva de que ocorram

62 dimensões: ambiental, econômica, social, contratações nos próximos anos.

Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.3, jul./set.2001

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