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Ela afirma que hoje as pessoas pertencem mais aos bairros urbanos. As distâncias se
encurtaram, não só porque a cidade deixou de crescer, mas porque as pessoas já não
se deslocam por ela, de ponta a ponta. E nessa nova configuração urbana, reina
absoluto o shopping center, que passou a ser o novo local para compras de produtos e
serviços, entretenimento e refúgio. "Como numa nave espacial, é possível realizar ali
todas as atividades reprodutivas da vida: come-se, bebe-se, descansa-se, consomem-
se mercadorias e símbolos segundo regras não escritas, porém absolutamente claras,
afirma Sarlo.
Ninguém sabe mais sobre os shoppings do que os adolescentes que podem praticar ali
liberdade de trânsito e exibição, apoiados nesta desordem sem controle. As marcas e
etiquetas que constituem a paisagem do shopping substituem o elenco dos velhos
símbolos públicos ou religiosos que entraram em declínio.
Beatriz define que a moda serve para captar as mudanças mais insignificantes do ar
dos tempos. E deve ser maleável o suficiente para nos permitir jogar com seus
mandamentos sempre efêmeros. A idéia do traje como diferenciação entre as tribos
culturais se desenvolve em todas as suas peripécias.
A juventude é um território onde todos querem viver. A cultura juvenil, como uma
cultura universal e tribal ao mesmo tempo, constrói-sena escola.