NOGUEIRA, Oracy, 2006. “Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil”. In Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, volume 19, número 1.
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O texto apresenta três principais correntes de estudo das relações raciais no Brasil e analisa estudos da década de 1950. O autor desenvolve um quadro de referência caracterizando dois tipos de preconceito racial: de marca, baseado na aparência, e de origem, baseado na ascendência. Ele argumenta que o preconceito brasileiro é mais do tipo de marca, enquanto nos EUA é mais do tipo de origem.
Deskripsi Asli:
Oracy Nogueira faz uma análise das principais linhas de estudo do tema racial no Brasil
O texto apresenta três principais correntes de estudo das relações raciais no Brasil e analisa estudos da década de 1950. O autor desenvolve um quadro de referência caracterizando dois tipos de preconceito racial: de marca, baseado na aparência, e de origem, baseado na ascendência. Ele argumenta que o preconceito brasileiro é mais do tipo de marca, enquanto nos EUA é mais do tipo de origem.
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NOGUEIRA, Oracy, 2006. “Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil”. In Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, volume 19, número 1.
O texto apresenta três principais correntes de estudo das relações raciais no Brasil e analisa estudos da década de 1950. O autor desenvolve um quadro de referência caracterizando dois tipos de preconceito racial: de marca, baseado na aparência, e de origem, baseado na ascendência. Ele argumenta que o preconceito brasileiro é mais do tipo de marca, enquanto nos EUA é mais do tipo de origem.
Disciplina: afro-brasileiros Professor: Carlos Alexandre Nome: Flvia Mendes de Sena mat. 13/0110680 Braslia, 09/16 NOGUEIRA, Oracy, 2006. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugesto de um quadro de referncia para a interpretao do material sobre relaes raciais no Brasil. In Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, volume 19, nmero 1.
Ideias principais do texto
Oracy Nogueira faz uma anlise das principais linhas de estudo do tema racial no Brasil e aponta trs principais correntes: a) uma que d nfase ao estudo do processo de aculturao, preocupada em determinar a contribuio das culturas africanas formao da cultura brasileira com o principal representante Nina Rodrigues, entre outros; b) a dos estudos histricos, em que se procura mostrar como ingressou o negro na sociedade brasileira, a receptividade que encontrou e o destino que nela tem tido, corrente esta de que Gilberto Freyre o principal representante. e c) a corrente sociolgica que, sem desconhecer a importncia dos estudos feitos sob as duas perspectivas j mencionadas, se orienta no sentido de desvendar o estado atual das rela- es entre os componentes brancos e de cor (seja qual for o grau de mesti- agem com o negro ou o ndio) da populao brasileira. nessa ltima corrente que o texto se detm. O autor recorta alguns estudos representativos da dcada de 1950 e tenta encontrar entre eles algumas similaridades: a preocupao de circunscrever a rea a ser abrangida pela pesquisa; a preocupao em explicitar os dados utilizados; a preocupao de comparar a situao racial brasileira com a de outros pases e, em especial, com a dos Estados Unidos e, por fim, o objetivo de conhecer situao racial do pas, em conjunto, pela comparao e sntese. Quanto aos aspectos diversos, as pesquisas se ocupam de territrio rural e urbano, de vrias regies do pas e variao da proporo de negros por regio. Partindo desses estudos e mais a literatura da rea, o autor desenvolve um quadro de referncia caracterizando as situaes raciais no Brasil e aspectos novos sobre o tema. Esse quadro de referncia se basei em dois plos ideais representando de um lado a situao do Brasil e no outro a situao dos Estados Unidos -- o primeiro com um racismo negado e o segundo com um racismo manifesto. Nessas pesquisas, o autor define o preconceito
brasileiro como de marca enquanto
nos Estados
Unidos, seria de origem, entendidos como tendncia e no de maneira
absolta. O de marca seria quando o preconceito de raa se exerce em relao aparncia, isto , quando toma por pretexto para as suas manifestaes os traos fsicos do indivduo, a fisionomia, os gestos,
o sotaque. J o de origem acontece quando basta a
suposio de que o indivduo descende de certo grupo tnico para que sofra as consequncias do preconceito.
O preconceito de marca aponta uma preterio que pode ser minimizada com atributos econmicos
ou sociais enquanto o de origem se mantm independente de
quaisquer atributos. Alm disso, onde o preconceito de marca, serve de critrio o fentipo ou aparncia racial; onde de origem, presume-se que o mestio, seja qual for sua aparncia e qualquer que seja a proporo de ascendncia do grupo discriminador ou do grupo discriminado, que se possa invocar, tenha as potencialidades hereditrias deste ltimo grupo e, portanto, a ele se filie, racialmente. Quanto carga afetiva, onde o preconceito de marca, ele tende a ser mais intelectivo e esttico; onde de origem, tende a ser mais emocional e mais integral, no que toca atribuio de inferioridade ou de traos indesejveis aos membros do grupo discriminado. Nas relaes interpessoais, o preconceito de marca cruza facilmente as fronteiras da cor, enquanto no outro essas fronteiras so severamente distinguidas. Quanto ideologia, onde o preconceito de marca, a ideologia , ao mesmo tempo, assimilacionista e miscigenacionista; onde de origem, ela segregacionista e racista. Onde h o preconceito de marca, o dogma da cultura prevalece sobre o da raa; onde o preconceito de origem, d-se o oposto. Quando o preconceito de marca, a conscincia da discriminao tende a ser intermitente; onde de origem, tende a ser contnua, obsedante. O autor nos coloca que, quanto estrutura social, Onde o preconceito de marca, a probabilidade de ascenso social est na razo inversa da intensidade das marcas de que o indivduo portador, ficando o preconceito de raa disfarado sob o de classe, com o qual tende a coincidir; onde o preconceito de origem, o grupo discriminador e o discriminado permanecem rigidamente separados um do outro, em status, como se fossem duas sociedades paralelas, em simbiose, porm irredutveis uma outra. (pp 17)
A luta contra o preconceito em uma categorizao de marca, tende a se confundir
com a luta de classes, enquanto no racismo de origem, no. O autor encerra lembrando que esse quadro no se coloca como regra, mas como hiptese que deve ser analisada levando em considerao os diversos fatores que compoem cada sociedade.