Anda di halaman 1dari 14

c c

    c   

[slide1]



O objetivo da Revolução Francesa não foi apenas de abolir a formação estrutural antiga da
sociedade, desde suas influências, tradições costumes e usos, de sua distribuição dos poderes
estabelecidos até um esvaziamento do espírito humano de todas as idéias sobre as quais se
tinham fundado o respeito e a obediência, mas a derrubada do poder de um governo antigo.

A monarquia absoluta que, antes, tantos benefícios havia trazido para o desenvolvimento do
comércio e da burguesia francesa, agora era um empecilho com suas leis mercantilistas
impedindo que esta vendesse suas mercadorias livremente, impedindo a modernização da
França.

O descontentamento era geral, mas foi um movimento iniciado há alguns anos, por um grupo
de intelectuais franceses, que trouxe a solução. Esse movimento criticava e questionava o
regime absolutista. Eram os iluministas, que achavam que a única maneira possível de a França
se adiantar em relação à Inglaterra era passar o poder político para as mãos da nova classe,
isto é, a burguesia (comerciantes, industriais, banqueiros). Era preciso destituir a nobreza que,
representada pelo Rei, se mantinha no poder.

Este acontecimento foi considerado como a Revolução que deu início á Idade Contemporânea.
Terminou a servidão e os direitos feudais na França e gritou-se pelos princípios universais de
͞Liberdade, Igualdade, Fraternidade͟.

[Liberté, Egalité, Fraternité - Jean Nicolas Pache].

A partir daí, a França passa por significativas mudanças. Seus ideais parecem ter sido
esquecidos e o povo é traído, vivendo agora sobre um Regime de Ditadura onde o conceito de
vida privada se perde e acaba por ser substituída pela vida pública.
[slide2]

c

[slide3]

 

A situação econômica da França era crítica. A maior parte da renda vinha da agricultura, onde
as técnicas eram atrasadas em relação ao consumo do país. Dos 26 milhões de habitantes, 20
milhões viviam no campo em condições de vida extremamente precárias e uma parte dos
camponeses estava ainda sob o regime de servidão.

Um comerciante, para transportar suas mercadorias de um lado para outro do país, teria que
passar pelas barreiras alfandegárias das propriedades feudais, pagando altíssimos impostos,
impedia o livre comércio.

A natureza também contribuiu com a Revolução a Revolução: entre os anos de 1784 a 1785
houve inundações e secas alienadamente, fazendo com que os preços dos produtos ora
subissem, não dando condições para que os pobres comprassem, ora descessem, levando
alguns pequenos proprietários à falência.

A situação da indústria francesa não era melhor, pois parte dela ainda estava sob o sistema
rural e doméstico, e as corporações, chamadas de grêmios, impediam o desenvolvimento de
novas técnicas. Como se não bastasse, o governo francês assinou o seguinte tratado com o
governo inglês: os franceses venderiam vinhos para os ingleses, e estes venderiam panos para
os franceses, sem pagar impostos, o que levou as manufaturas francesas a não suportarem a
concorrência dos tecidos ingleses, entrando numa grave crise.

? Ëase agrícola;
? Técnicas atrasada em relação ao consumo do país;
? Regime de servidão ainda vigente no campo;
? Taxas alfandegárias que dificultavam o livre comércio;
? Períodos de grandes secas alternadas com inundações;
? Industrialização atrasada em relação à Inglaterra;
? Altos impostos sobre os produtos internos.


[slide4]



A sociedade francesa, na época, estava dividida em três partes, conhecidas como Estados:

   - Era o clero francês e estava dividido em alto e baixo. O alto clero era
composto por elementos vindos das ricas famílias da nobreza, possuindo toda a sorte de
privilégios, inclusive o de não pagar impostos. O baixo clero era o pobre, estando ligado ao
povo em geral e não à nobreza, como o primeiro.

[slide 5]

ͻ !  - Era a nobreza em geral. Os privilégios eram incontáveis, sendo que o mais
importante era a isenção de impostos. Há que se salientar aqui que a nobreza também estava
dividida: a nobreza cortesã, que vivia no palácio, e outros setores da nobreza, que viviam na
corte, recebendo pensões do Rei, onerando os seus castelos, no campo, à custa do trabalho de
seus servos. À medida que a crise aumentava, essa nobreza que vivia no campo aumentava a
pressão sobre seus servos, favorecendo o clima de insatisfação.

[slide6]

"  - Era o setor da sociedade francesa composto pela maioria esmagadora da
população, sobre cujos ombros recaía todo o peso de sustentação do reino francês. Esse setor
era composto por burgueses: pequenos burgueses (pequenos comerciantes, artesãos), uma
camada média (composta de lojistas, profissionais liberais) e a alta burguesia (grandes
banqueiros, comércio exterior). E na sua maioria, pelos camponeses que, forneciam os
alimentos para toda a França, além de terem de pagar pesadíssimos impostos.

#

ͻ Decadência da monarquia absolutista;

ͻ Propagação do pensamento Iluminista entre os intelectuais franceses;

ͻ Crise financeira no país;

ͻ Descontentamento do Terceiro Estado, em especial o da burguesia.

A política na França pré-revolucionária mostrava os sinais da decadência acumulada dos


outros Reis absolutos, principalmente um déficit crônico no reinado Luís XVI, que subiu ao
trono em 1774.
As críticas ao regime aumentavam dia-a-dia. Os intelectuais, baseando-se nas teorias dos
iluministas, não poupavam seus escritos para criticar desesperadamente o regime.

O Rei, diante dessa situação, tenta alguns expedientes para resolver a questão convidando um
iluminista de nome Necker que, com a anuência do Rei e da nobreza, convoca os Estados
Gerais, única solução encontrada para discutir uma saída.

Numa assembléia de todos os Estados que, desde 1614 não eram convocados, deveria se
discutir mais ou menos abertamente uma solução para a crise financeira e achar uma saída
para que todos pagassem impostos iguais. Todavia, o Terceiro Estado não pensava só na crise
financeira, mas também em aproveitar a oportunidade e fazer exigências de caráter político.

A notícia da convocação dos Estados Gerais caiu como uma bomba sobre a França. Da noite
para o dia todo o país foi invadido por milhares de jornais, panfletos e cartazes. A nobreza e o
Rei viam isso tudo apavorados.

Enquanto isso, o Terceiro Estado organizava-se ainda mais na busca de transformações


imediatas.

[slide7]

Os Estados Gerais começaram sua reunião de abertura no dia 5 de maio de 1789, sendo que
dai em diante foi impossível deter a revolução.

Exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjuntas e não separadamente por
Estados, como era de costume. O Terceiro Estado proclama-se em Assembléia Geral Nacional.
O Rei, desesperado diante do atrevimento dos representantes populares, manda fechar a saia
de reuniões. Mas o Terceiro Estado representado por seus deputados se dirige para um salão
que a nobreza utilizava para jogos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabelecido
que permaneceriam reunidos até que a França tivesse uma Constituição.

[slide8]

Esse ato ficou conhecido com o nome de O Juramento do Jogo de Pela.

No dia 9 de julho de 1789, reúne-se uma Assembléia Nacional Constituinte, incumbida de


elaborar uma Constituição para a França. Isso significava que o Rei deixaria de ser o senhor
absoluto do reino.

[slide 9]

A burguesia francesa, por sua vez, apelou para o povo. Toda a população parisiense avança,
num movimento nunca visto, para a Ëastilha, a prisão política da época, onde o responsável
pela prisão foi preso e enforcado.

[slide10 e 11]
O momento agora é dos camponeses, que percebem a fraqueza da nobreza e invadem os
castelos, executando famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança, de uma raiva
acumulada durante séculos. Avançam sobre a propriedade feudal e exigem reformas. A
burguesia, na Assembléia, temerosa de que as exigências chegassem também às suas
propriedades, propõe que se extingam os direitos feudais como única saída para conter o furor
revolucionário dos camponeses.

[slide12]

A burguesia, preocupada em estabelecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar


então, A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

[slide13]

$

È? Divisão dos poderes;

È? Criação de Assembléias;

È? Votos Censitários;

È? Expansão do ideal liberal.

%ß dividiram-se os poderes do rei em três instituições diferentes: o poder


legislativo, o poder executivo e o poder judicial;

  &' ß para poder representar o terceiro estado (povo) e ninguém se sentir
inferiorizado;

 ( ß permitia que todos os cidadãos da França pudessem votar para eleger o
seu representante na Assembléia;

 )%& ß começou a ser adaptada por outros países da Europa.

&(

É um ideal de um sistema de governo democrático, o primado da lei, a liberdade de expressão


e a livre concorrência econômica.

O Liberalismo é uma ideologia que defende o aumento da liberdade individual mediante o


exercício dos direitos e da lei.
[slide14]

c

No período revolucionário, ͞privado͟ e tudo o que se refere à privatização passa a significar


conspiratório e ͞interesses͟ a ͞traição à nação͟. Nada que fosse considerado particular deveria
prejudicar a vontade geral da nova nação.

Durante a Revolução, as fronteiras entre a vida pública e a vida privada mostraram uma
grande flutuação. Qualquer expressão de interesses privados era visto como contra
revolucionária. Correndo o risco de ser considerado culpado e condenado a guilhotina, surge a
necessidade de uma anulação da vida privada.

Surge então a preocupação obsessiva em manter os interesses privados à distância da vida


pública e logo a anulação da primeira.

[slide15]

$ %*

Com o tempo, as roupas, a linguagem, as atitudes em relação aos pobres, os serviços


prestados, o uso dos bens móveis, tudo se convertia em critério de patriotismo, mesclando a
vida do homem público com o homem privado.

[slide16 ]

Desde a abertura dos Estados Gerais em 1789, a roupa assumiu um significado político.

A preocupação constante com o vestuário é um dos exemplos mais claros da invasão do


público no espaço privado.

[slide17]

A moda masculina não se definiu de imediato com tanta clareza. Mas a indumentária logo se
transformou num sistema semiótico intensamente carregado, revelando o significado público
do homem privado.

O século XVIII, pode ser considerado a era da roupa bordada para homens. Muitas eram
bordadas com fios de ouro e prata, o que distanciava cada vez mais, a aristocracia do povo. No
͞habit complet à la française͟, ou terno executivo do século XVIII, as casacas eram usadas
abertas, para exibir coletes em tecidos nobres e ricamente bordados, contrastando com o
resto do traje.

[slide18]
Sans-culottes é um termo cunhado por volta de 1790-92 pelos nobres, para definir os
membros do Terceiro Estado, porque eles geralmente usavam calças compridas (pantalons) no
lugar dos culotes.

[slide19]

A carmagnole, casaco dos sans culottes, tinha a silhueta de um terno, curto e justo.

[slide20]

Os moderadores e os aristocratas eram identificados por sua recusa em usarem a roseta. A


partir de 1792, o barrete vermelho, o casaco estreito com várias filas de botões e as calças
largas passam a definir o verdadeiro republicano.

 ?

1 ß ͞Uniforme͟ de um vereador.

2 - Uniforme oficial com botões de metal dourado mostrando armas da cidade e o número da
divisão e do batalhão.

[slide22]

Roupa popular usada no dia-a-dia, na cidade e no campo. Também era usada pelos
marinheiros. A fórmula da roupa popular coexistiu com as clássicas daquele tempo.

[slide23]

A roupa é investida de tal significado político que a Convenção, em outubro de 1793, vê-se
obrigada a reafirmar ͞a liberdade do vestuário͟ ß ͞Nenhuma pessoa, de qualquer sexo, poderá
obrigar qualquer cidadão ou cidadã a se vestir de uma maneira particular (...) sob pena de ser
considerada a tratada como suspeita͟.

No entanto, essas discussões na Convenção mostram que tal decreto se dirige principalmente
às associações femininas cujas participantes usavam toucada vermelho e obrigavamas outras
mulheres a imitá-las.

[slide24]

Uma grande simplicidade, e na verdade a avareza no vestuário era considerada como uma
prova de patriotismo.

[slide25 e 26]

Em 1790, os jornais dedicados a moda apresentam um ͞traje estilo Constituição͟ para as


mulheres que. Segundo o jornal de La Mode ET Du Goût [Jornal da Moda e do Gosto], a
͞grande dama͟ de 1790 veste ͞cores listadas estilo nação͟, e a ͞mulher patriota͟ usa ͞tecido
de cor azul-rei com chapéu de feltro negro, fita no chapéu e roseta tricolores͟.
[slide27]

Aos olhos dos deputados a politização da indumentária ameaçava subverter a própria


definição da ordem dos sexos. Todas as associações femininas foram suprimidas, pois iam
contra a ͞ordem natural͟, na medida em que emancipam as mulheres de sua di entidade
exclusivamente familiar.

As mulheres eram tidas como a representação do privado, e sua participação ativa enquanto
mulheres em praça pública eram rejeitadas por praticamente todos os homens.

  ??

Durante o Consulado e Diretório francês houve uma certa incorporação de valores gregos e
romanos, o que acabou garantindo às roupas femininas um toque clássico, além do conforto
no império.

[slide29] -
?   ? ? ? ? ?   ? ? ?  ? ? ?  ? ?
?

De modo geral, a Revolução contribuiu para diminuir o número de peças de roupa e deixar a
indumentária mais solta. Para as mulheres, isso significava uma tendência a se desnudarem
cada vez mais.

 ?

??
 ?  ? ??  ???? ? ?  ?? ?  ?
? ?

[slide31]

Acessórios vestuário feminino.

[slide32]

Vestido feminino, 1795-1800.

?
[slide33]

› ?

Depois dos excessos de crueldade da Revolução, dentre eles a execução dos próprios
reis da França (Maria Antonieta e Luis XVI), e a instalação de um novo regime político,
os revolucionários ainda não estavam satisfeitos. Durante um período conhecido como
Terror, qualquer um que parecesse se opor ao novo governo corria o sério risco de ter
seu pescoço numa guilhotina. Mas como o humor negro é algo que nasceu com a
humanidade, os franceses criaram o Baile das Vítimas.

Parentes próximos de pessoas recentemente guilhotinadas eram convidadas para um


evento altamente exclusivo, para o qual muitos desesperados chegavam a falsificar os
convites. E a moda para estes bailes era ainda mais macabra que o próprio baile.

As mulheres prendiam os cabelos em coques no alto da cabeça (a exemplo do que se


fazia com os condenados, para evitar que alguma coisa atrapalhasse a eficácia da
lâmina) e usavam nos pescoços uma gargantilha extremamente fina, em tom de sangue,
para imitar o corte da guilhotina. Algumas também tramavam um laço vermelho ou
violeta sob o busto e sobre o ombros, formando nas costas um curioso X. Relatos da
época mostram as pessoas dançando em trajes de luto nesses eventos, para escândalo da
sociedade e de muitos cronistas.

[slide34]

 
??   ?

[slide35]

Os objetos do espaço privado não foram esquecidos, até os mais íntimos trazem a marca do
ardor revolucionário. A Liberdade, a Igualdade, a Prosperidade, a Vitória, sob a forma de
jovens deusas encantadoras, enfeitam os espaços privados da burguesia republicana.

[slide36]

Os quadros históricos mostrando os acontecimentos fundadores da República não chegaram a


substituir integralmente as gravuras e imagens da Virgem e dos Santos, e não se pode afirmar
com segurança que as atitudes populares tenham sofrido modificações profundas com a nova
educação política. Mas a invasão dos novos símbolos públicos nos espaços privados foi
determinante para a criação de uma tradição revolucionária.
[slide37]

&(

[slide38]

O Estado revolucionário tentou regulamentar o uso da linguagem exigindo que se empregasse


o francês em lugar dos regionalismos e dos dialetos.

A linguagem reflete as flutuações da fronteira entre o público e o privado sob vários aspectos.

Para alguns, a perda da vida privada foi compensada com a criação de uma linguagem privada.

Os soldados que com o recrutamento abandonavam toda e qualquer vida pessoal criam um
͞falar de veteranos͟

O simbolismo revolucionário não era unilateral. Os símbolos revolucionários invadiam o


âmbito da vida privada e essas, por sua vez, invadiam o espaço público. O tratamento familiar
por ͞tu͟ se generalizou.

[slide39]

Também o uso de termos coloquiais vulgares ou grosseiros eram comuns nos discursos
políticos, mais uma maneira dos revolucionários de renegar o Antigo Regime. Atingiu o ápice
nas descrições de Maria Antonieta que era apresentada como antítese de tudo o que as
mulheres deviam representar e a expressão última e mais baixa daquilo que para os
revolucionários ocorreria às mulheres caso ingressassem no universo público.

[slide40]

Mesmo os nomes sofrem influência.

Entre 1793 e 1794, era comum os filhos se chamarem Maria Liberdade, Ërutus, Péricles,
Marat. São principalmente os meninos que recebem nomes revolucionários. Mas a moda
desses nomes passou rapidamente.


[slide41]

c! 

[slide42]

O catolicismo, ao mesmo tempo um conjunto de crenças privadas e cerimônias públicas, foi


campo das mais acesas lutas públicas (e talvez privada).

Os revolucionários esperaram fundar um regime sobre a tolerância religiosa universal; as


questões religiosas permaneceriam como assuntos privados. Mas os velhos hábitos e a
crescente necessidade financeira ditaram uma solução mais duvidosa: o confisco dos bens
eclesiásticos e a Constituição Civil do Clero.

Mesmo que muitos deles desejassem uma reforma, os católicos não aceitaram irrestritamente
o controle do Estado. Foi a primeira vez que indivíduos privados ß em sua maioria mulheres e
crianças ß assumiram um papel público para defender sua Igreja e seus ritos. E sob o ataque do
Estado e dos revolucionários mais encarniçados, principalmente nas cidades, a religião veio a
se privatizar. Mas com o término de todas as restrições, o mundo privado veio fazer
reivindicações públicas em nome de sua fé.

[slide43]

#

[slide44]

Os símbolos da vida familiar e doméstica podiam exercer um efeito político (e, portanto
público) durante esse período de confusão entre a vida pública e a vida privada.

O discurso político da década revolucionária conta uma história de família. No começo, o rei é
representado como um pai benevolente que teria reconhecido os problemas de seu reino,
desejando resolvê-los com o auxílio de seus filhos agora adultos (deputados do Terceiro
Estado). Mas, depois de sua tentativa de fuga (em junho de 1791), tornou-se impossível
sustentar essa versão: pouco a pouco, os filhos passam a requerer transformações
fundamentais, e chegam a exigir a substituição do pai. Nesse momento, a necessidade de
eliminar o pai tirano se intensificou duplamente com a raiva contra a mulher que jamais fora
possível representar com traços maternos; o adultério tão explorado de Maria Antonieta era
um insulto à nação. Agora, surgia um novo esquema familiar no poder, o casal monárquico
fora substituído pela Fraternidade dos revolucionários, protegendo suas frágeis irmãs, a
Liberdade e a Igualdade. Restou aos irmãos à tarefa de criar um mundo novo e de velar por
suas irmãs órfãs.
No casamento, a cerimônia para ser legal, devia ser realizada na presença de um funcionário
municipal. Desse momento em diante, a autoridade pública assumiu uma participação ativa na
formação da família.

A legislação da vida familiar mostra as preocupações heterogêneas dos governos


revolucionários; tratava-se de conservar o equilíbrio entre a proteção da liberdade individual, a
preservação da unidade familiar e a consolidação do controle do Estado.

Pode-se avaliar a tensão entre os direitos individuais, a família e o controle do Estado


especialmente no caso do divórcio, instituído pela primeira vez na França pela Revolução.

[slide45]

Se o casamento era um contrato civil fundado sob o consentimento de ambas as partes, ele
poderia ser rompido.

[slide46]

Nas cidades, sem dúvida, mas no campo ela foi bem menor. Os casais divorciados provinham
de todas as camadas da sociedade urbana, embora o maior índice de divórcios se concentrasse
entre os artesões, os comerciantes e os profissionais liberais.

As mulheres beneficiaram-se com as novas leis, muitos dos pedidos feitos sem acordo mútuo
foram encaminhados por iniciativa das mulheres.

A vida própria familiar é onde mais se faz evidente a invasão da autoridade pública.

O motivo de divórcio que aparece com mais freqüência é o abandono ou ausência, seguido de
incompatibilidade. Muitos dos que pedem divórcio por abandono se queixam de não ver o
cônjuge há dez anos ou mais.

A possibilidade de se divorciar terá exercido uma influência efetiva sobre a vida privada dos
novos cidadãos da República?

[slide47]

A legislação sobre o divórcio libertou o individuo de uma situação doméstica deplorável . Já


quanto à incompatibilidade estão repletas de histórias de agressões domésticas.

[slide48]

Mas a possibilidade de divórcio, por si só, exerceu influência sobre o casamento. A partir de
então, existiam mulheres como a Claudine Remey, que queria deixar o marido porque ͞Não
podia ser feliz com ele͟.

Para muitos, o amor devia ser à base do casamento. Já para outros cujo casamento era a
melhor maneira de escapar ao recrutamento.

Todavia, cerca de um quarto dos homens e das mulheres divorciados tornaram-se a se casar.
[slide49]

$+%)

[slide50]

A mulher se tornou o símbolo da fragilidade que deveria ser protegido do mundo exterior (o
público); tinha se convertido no símbolo do privado se revela frágil frente à politização e à
transformação pública do processo revolucionário.

[slide51]

Não podemos tomar Sade como o verdadeiro representante das atitudes em relação às
mulheres durante a Revolução; sua obra, porém, chama a atenção para o papel
desempenhado por elas enquanto figuras privadas. Os revolucionários limitaram o papel das
mulheres a irmãs e mães. Nos romances de Sade, o privado é o lugar onde as mulheres são
encarceradas e torturadas para o gozo sexual dos homens, tendo como única identidade a de
objetos sexuais.

[slide52]

Em ambas as representações do privado, as mulheres não possuem qualquer identidade


própria ß pelo menos é o que desejam os personagens masculinos, pois elas são representadas
como destruidoras em potencial.

[slide53]

Uma vez que jamais aceitariam voluntariamente os papéis que lhes são designados.

[slide54]

, 

[slide55]

A vida privada parece findar com a Revolução e recomeçar apenas quando se abandona a vida
pública.

É muito difícil a concepção da vida privada dos próprios revolucionários. O pouco que se sabe
sobre os sentimentos íntimos das pessoas entre 1790 e os primeiros anos do século XIX revela
uma grande preocupação, cada um é atingido de uma maneira.

As figuras políticas são espantosamente impessoais, tal como as memórias de seus


predecessores do Antigo Regime. O amor, as relações conjugais, a saúde, permanecem na
sombra, como se não guardassem nenhum vínculo com a grande experiência de criação de
uma nova nação.

Pouco sabemos o que sentiam as pessoas em seus espaços ͞interiores͟. Para falar da vida
privada sob a Revolução somos quase sempre obrigados a nos basear em dados quantitativos
da história social (índice de divórcios e de suicídios) e em depoimentos diretos de alguns
membros da elite que tinham oportunidade de escrever seus pensamentos ͞privados͟.

[slide56]



[slide57]

Se o Estado podia regulamentar a vida familiar e alterar a medida do tempo diário, mensal ou
anual, se a política podia decidir o nome dos filhos e as escolhas das roupas, a vida privada
também poderia desaparecer. E a vida intima se encontrar submetida a pressões devido à
secularização do casamento, à restrição religiosa, à mobilização em massa; a ordem até então
tida como natural se torna instável.

Mesmo os revolucionários mais encarniçados não conseguiram suportar a tensão criada pela
invasão do público no privado, e se distanciaram progressivamente de sua criação, bem antes
do Termidor.

[slide58]

Haveria maneira melhor de avaliar a modernidade dos princípios da revolução e os efeitos a


longo prazo (positivos e negativos) da herança revolucionária?

[slide59]

Anda mungkin juga menyukai