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Exmo Sr.

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa


Dr. António Costa

Exmo Sr. Presidente


Animado pelo reconhecimento da importância das práticas de participação
cívica configuradas no convite à população para as sessões
descentralizadas a realizar nas várias freguesias da cidade de Lisboa, em
devido tempo inscrevi-me para exercer o meu dever de cidadania na sessão
do dia 2 de Junho, no Centro Cultural Casapiano. No momento em que o fiz
e por ter sido solicitado, informei sobre os assuntos que previa apresentar,
presumindo que esse conhecimento prévio permitiria aos responsáveis
autárquicos documentarem-se para responderem às questões colocadas
pelos cidadãos.
A minha intervenção incidiu sobre (1) o estado do pavimento de muitas das
ruas da freguesia de Alcântara, sustentada pela preocupação com a
inexistência de um plano de reparação, (2) a existência de vários prédios
devolutos, referindo quatro exemplos que envergonham a freguesia de
Alcântara e a cidade e para os quais solicitei uma intervenção mais enérgica
do executivo municipal, (3) o encerramento previsto da repartição de
finanças da R. Dos Lusíadas e a necessidade dos responsáveis autárquicos
assumirem uma posição inequívoca a favor dos cidadãos que dela
necessitam e que o expressaram num abaixo assinado já entregue na
Assembleia da República e (4) a preocupação com o encerramento do
Hospital pediátrico de D. Estefânia em 2013, a inexistência de alternativas
de qualidade no interesse das crianças e das famílias e a
imprescindibilidade da Câmara Municipal de Lisboa adoptar uma posição
favorável à construção de um hospital pediátrico autónomo, i.e., não
incluído e/ou “diluído” num hospital geral.
Sobre os dois primeiros assuntos, os vereadores dos pelouros respectivos
procuram responder às questões colocadas, pese embora a falta de rigor
e/ou o desconhecimento de alguns aspectos .
No que diz respeito às outras duas questões colocadas – Encerramento da
Repartição de Finanças e falta de alternativa credível ao Hospital de D.
Estefânia após o seu encerramento – o Senhor Presidente entendeu ignorar.
Ao exercer o seu direito à indiferença face às necessidades dos cidadãos e
ao seu bem estar e qualidade de vida, reforçou com o seu silêncio o
descrédito quanto às generosas intenções das reuniões públicas promovidas
pela autarquia, que ao contrário de uma saudável aproximação entre os
municípes e os seus representantes autárquicos, constituem-se afinal como
uma inconsequente e descomprometida interacção de propaganda.
Senão vejamos ...
Será que a CML não tem opinião sobre o que pode ou não prejudicar os seus
munícipes mesmo que não sejam os responsáveis directos pelas decisões
anunciadas e/ou tomadas? Poderá opinar sobre as vantagens da
proximidade dos serviços públicos aos cidadãos, ou terá que se remeter ao
silêncio por força dos seus compromissos partidários?
Não é óbvio que a concentração dos serviços em determinadas áreas obriga
os cidadãos a deslocações entre pontos tão diversos como extremados da
cidade e a enormes perdas de tempo? Não é desejável que a CML manifeste
uma posição favorável à construção de um novo hospital pediátrico que
substitua o Hospital de D. Estefânia, respeitando e dignificando o desejo da
Rainha fundadora que há 150 anos o doou à Cidade, em detrimento de
interesses imobiliários que espreitam com avidez aquele espaço privilegiado
na cidade?
Ignorando as questões que lhe foram colocadas, o Sr. Presidente dá motivos
para os municípes da cidade de Lisboa se questionarem sobre o
cumprimento da missão e a verdade dos compromissos éticos e morais que
assumiu com os cidadãos, nos desígnios da cidade.
Partilho com muitos outros a convicção de que o Sr. Presidente não hesitaria
em responder às questões levantadas, teria seguramente uma opinião e
não deixaria de a emitir se, por acaso, as decisões que agora se contestam -
e para as quais são procuradas respostas mais favoráveis aos municípes,
tivessem sido tomadas por um governo de outra força política diferente
daquela que o Sr. Presidente representa.

Permita-me ainda manifestar a minha perplexidade, porquanto no início da


reunião o Sr. Presidente esqueceu-se de formular um simples e
compreensível pedido de desculpas às cerca de duas centenas de pessoas
que o aguardavam por cerca de 30 minutos para além da hora estipulada
para o início da reunião. Para poderem estar presentes à hora marcada,
algumas pessoas prejudicaram a actividade profissional que exercem, como
foi o meu caso.

Aproveito também para lhe manifestar o incomódo que foi para a maioria
dos presentes, o diálogo estabelecido entre o Sr. Presidente e o primeiro
cidadão que indevidamente usou da palavra no início da reunião.

Espero que esta carta seja entendida com um acto legítimo de um cidadão
que exerce o seu direito à indignação por não ver respondidas algumas das
questões, tão oportunas quanto pertinentes, colocadas no âmbito da
reunião dos municípes com os mais altos representantes autárquicos.

Sem outro assunto, queira receber as minhas cordiais saudações

Lisboa, 3 de Junho de 2010

(Vitor Sarmento)

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