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• Testes Psicológicos

Empregos dos testes:

- Educacionais:
• classificação das crianças, com relação à sua capacidade de aproveitar os diferentes tipos de instrução
escolar;
• identificação, de um lado, dos intelectualmente retardados e, de outro, dos bem dotados;
• diagnóstico dos fracassos acadêmicos
• aconselhamento vocacional e educacional
• seleção de candidatos para escolas profissionais e especiais

- Processos de adoção:
• Avaliação de crianças a serem adotadas e de pessoas que pretendem adotar

- Empresariais (seleção e classificação de funcionários para a indústria):


• admissão
• designação de tarefa
• promoção
• demissão

- Pesquisa:
• estudo sobre a natureza e distinção das diferenças individuais;
• identificação de traços psicológicos;
• mensuração de diferenças entre grupos;
• investigação de fatores biológicos e culturais ligados às diferenças no comportamento.
- De maneira mais específica:
• mudanças no indivíduo provocadas pela idade;
• influências da educação;
• resultado da psicoterapia
• impacto da propaganda
• influência da distração na realização

Histórico dos Testes Psicológicos

Um dos primeiros problemas a estimular o desenvolvimento dos testes psicológicos foi a identificação dos
retardados mentais. Até hoje, a verificação da deficiência intelectual continua a ser uma aplicação
importante de certos tipos de testes psicológicos. De outro lado, um forte impulso para o desenvolvimento
inicial dos testes foi apresentado pelos problemas surgidos na educação.

• Doente mental X Débil Mental

Antes do século IXI, as pessoas que apresentavam deficiências intelectuais eram tratadas com desprezo,
expostas ao ridículo e até mesmo à tortura. Com o crescente interesse pelo tratamento adequado dos
desajustados mentais surgiu a compreensão da necessidade de algum critério uniforme para
identificação e classificação desses casos.

O estabelecimento de instituições especiais para o tratamento dos “débeis mentais” tanto na Europa
quanto nos Estados Unidos tornou especialmente urgente a necessidade de criação de padrões para a
admissão de um sistema objetivo de classificação.
Primeiramente, era necessário distinguir o doente mental do débil mental, trabalho realizado pelo
psiquiatra francês Esquirol (1938).

Doente Mental: pessoa que apresentava perturbações emocionais acompanhadas ou não de


degeneração intelectual.
Débil Mental: pessoa com deficiência intelectual existente desde o nascimento ou da primeira infância.

Seguin, outro médico francês rejeitando a noção dominante de incurabilidade da deficiência mental,
estabeleceu a primeira escola destinada à educação de crianças mentalmente deficientes (1837), usando
técnicas de treinamento dos sentidos e dos músculos.
ABORDAGEM PSICOMÉTRICA

• As contribuições de Francis Galton


- Biólogo inglês, fundamentalmente responsável pelo início da aplicação de testes.
- Interessado pela hereditariedade humana: descobrir, por exemplo, o grau exato de semelhança entre
pais e filhos, irmãos e irmãs, primos, ou irmãos gêmeos.
- Mediação de processos psicológicos simples: acuidade visual; acuidade auditiva; força muscular; tempo
de reação e outras funções sensórias simples.
- Alguns desses testes continuaram a ser usados (Régua de Galton – para discriminação visual de
comprimento, Apito de Galton – para determinação da maior altura audível).
- Acreditava que os testes de discriminação sensorial poderiam servir como processos de aferição
do intelecto de uma pessoa: “a única informação que nos atinge vinda dos acontecimentos externos,
passa, aparentemente, pelo caminho de nossos sentidos; quanto maior o discernimento que os nossos
sentidos tenham da diferença, maior o campo em que podem agir nosso julgamento e nossa inteligência”
(Galton, 1883, p. 27).
- Emprego de métodos estatísticos para análise de dados sobre diferenças individuais.

• Cattell e os primeiros “Testes Mentais”


- Psicólogo americano.
- Fusão entre a Psicologia Experimental e o movimento de aplicação de testes.
- Interesse pela mensuração de diferenças individuais.
- 1890 – fez o primeiro uso da expressão “Teste Mental”, em um artigo. Esse artigo descrevia uma série de
testes, aplicados anualmente a estudantes universitários numa tentativa de determinar seu nível
intelectual: medidas de força muscular, velocidade de movimento, sensibilidade à dor, acuidade auditiva,
discriminação de peso, tempo de reação e outras medidas semelhantes.
- Resultados desanimadores: pouca correspondência entre resultados de cada pessoa em testes
diferentes e pouca ou nenhuma relação com estimativas do nível intelectual feitas por professores e com
notas escolares.

• Binet e o aparecimento dos TESTES DE INTELIGÊNCIA


- 1904 – Governo francês nomeou uma comissão para estudar processos de educação para crianças
subnormais, alunas das escolas de Paris.
- Para satisfazer essa exigência prática, Binet, em colaboração com Simon, preparou a primeira Escala
Binet-Simon (1905).
- Antes disso, Binet já se atinha a pesquisas para medir a inteligência, tendo recorrido à mensuração de
traços físicos, análise de caligrafia e até quiromancia (leitura das mãos).
- Todavia, esses estudos o levaram à convicção cada vez mais firme de que a mensuração direta e
grosseira das funções intelectuais complexas era melhor solução.
- Escala Binet-Simon (1905): 30 problemas, organizados em ordem crescente de dificuldade, abrangendo
uma variedade de funções: julgamento, compreensão e raciocínio, além de testes sensoriais, em menor
quantidade.

- 1908 – Segunda Escala, agrupada em níveis de idade, em que se retiraram alguns itens insatisfatórios e
adicionaram-se outros.
- Foram colocados no nível de 03 anos, por exemplo, todos os itens a que as crianças de 03 anos eram
capazes de responder; no nível de 04 anos, todos os testes respondidos por crianças normais de 04 anos
e assim por diante até a idade de 13 anos.
- O resultado da criança no teste podia ser apresentado como Idade Mental (= idade de crianças normais
cuja realização ela atingia).

-1911 – Terceira revisão, com poucas revisões e acréscimos. Ano da morte prematura de Binet por
“congestão cerebral”.

- 1916 – EUA, adaptação Escala Stanford-Binet. Uso pela primeira vez do conceito de QI (quociente de
Inteligência), como uma relação entre idade mental e idade cronológica.
- A última revisão desse teste ainda é empregada.
• Inteligência – Abordagem Psicométrica

- Tanto na teoria, quanto na prática, trata-se de um conceito bastante controvertido.


- Primeiro foram desenvolvidos os primeiros testes e, a partir deles, sentiu-se a necessidade de definir
melhor o conceito de inteligência.
- Em 1921, foi realizado um Simpósio sobre Inteligência, quando um grande número de psicólogos expôs
suas opiniões a respeito do conceito de inteligência, sem que conseguissem chegar a um acordo.
- Estabeleceram-se relações entre inteligência e:
• raciocínio abstrato
• adaptação ao ambiente
• adaptação a situações relativamente novas
• capacidade de aquisição de novos conhecimentos

- Surgiram, portanto algumas teorias, dentro da ABORDAGEM PSICOMÉTRICA que tentavam explicar o
fenômeno:

• Teoria Bifatorial da Inteligência


- Spearman, 1904, EUA.
- Buscava solucionar as diferentes posturas da época: as que postulavam a existência de uma inteligência
geral, suprema e igualmente importante em todas as tarefas cognitivas (teoria monárquica); as que
postulavam a existência de vários e amplos fatores de capacidade com influência grosseiramente igual
(teoria oligárquica); e as que postulavam que cada tarefa dependia de uma capacidade específica (teoria
anárquica).
- Formulou a Teoria dos Dois Fatores, ou Teoria Bifatorial:
• Todas as habilidades humanas teriam um fator comum, geral (G) e um específico (E)
• Embora em cada habilidade estejam presentes os dois fatores, nem sempre desempenham o mesmo
papel: enquanto para algumas habilidade, o fator (G) é o principal, para outras, (E) predomina.
• (G): energia mental subjacente e constante a todas as operações psíquicas, intra-individualmente
constante e inter-individualmente variável.
• (E): próprios de cada habilidade particular. Haveria tantos fatores (E) quantas habilidades verificadas no
sujeito. Qualitativamente, seriam os instrumentos por meio dos quais atua e opera a energia mental.
Variariam intra e inter-individualmente.
• Supôs também a existência de fatores grupais, que resultariam da combinação de vários fatores (E)
ligados a tarefas de uma mesma natureza geral.
• Duas pessoas poderiam ser diferentes quanto à quantidade de (G), assim como quanto à quantidade de
fatores (E) atuantes em uma determinada tarefa.
• Assim, torna-se possível entender como uma pessoa relativamente mais inteligente que outra (através de
um (G) superior) seja menos capaz em uma determinada área.

• Teoria Multimodal da Inteligência


- Thorndike (1874-1949), EUA.
- Inteligência constituída por um grande número de ligações nervosas, específicas e independentes; isto é,
a inteligência é apenas a soma de todas as capacidades que atuam nos atos mentais, cada uma delas
separada e independente das outras..
- Uma pessoa inteligente teria apenas mais ligações nervosas adequadas do que uma pessoa pouco
inteligente

• Teoria das Capacidades Mentais Primárias de Thurstone


- Inteligência como um conjunto de capacidades mentais primárias, dentre as quais: capacidade numérica,
capacidade visual (fator espacial), capacidade de memorização, compreensão verbal, fluidez verbal,
indução, um fator que favorece a rapidez da percepção, outro que favorece sua flexibilidade, dois fatores
verbais que facilitam a associação (um limitado à forma e o outro ao significado da resposta), fator ligado à
fluidez verbal.
- Também haveria uma ou mais capacidades intelectuais gerais, que explicariam as correlações entre as
capacidades mentais primárias.
• Considerações Finais – ABORDAGEM PSICOMÉTRICA

- A Abordagem Psicométrica partiu dos testes mentais para examinar as funções intelectuais e tentar
descobrir a natureza última da inteligência.

- (Análise fatorial – para determinar as correlações entre as capacidades intelectuais).

- Chegou a várias teorias que não resolveram o problema inicial: saber se a inteligência é uma capacidade
mental geral, ou várias capacidades específicas independentes.

- Por outro lado, permitiu muitos conhecimentos sobre as diferenças individuais e sobre as estruturas das
capacidades.

- Inteligência como o resultado de um teste ou “aquilo que o teste mede”. Entretanto, aquilo que os
testes medem parece ser mais um complexo funcional (uma soma de funções), que uma identidade
definida, cuja natureza e estrutura são conhecidas e universalmente aceitas. Ou seja, com os testes,
acabamos chegando ao conhecimento daquilo que é possível executar por meio da inteligência, mas não
à definição estrutural e seu modo de funcionamento. Acabamos nos limitando a concluir que aquilo que se
considera conduta inteligente (que aparece na execução das tarefas propostas) seria o resultado da
atuação da inteligência.

- Durante muitos anos, esperou-se que o aperfeiçoamento dos instrumentos de medida pudesse levar
mais perto da formulação de uma tese a respeito da natureza da inteligência, o que, entretanto, não
ocorreu. Temos algumas hipóteses, nem sempre concordantes, como vimos em cada um dos autores da
Abordagem Psicométrica.

- É importante lembrar que na Abordagem Psicométrica não há uma preocupação explícita com o
processo de desenvolvimento das habilidades intelectuais, embora haja uma noção de desenvolvimento
implícita segundo a qual o desenvolvimento se dá a partir da realização de funções predeterminadas. →
Desde o nascimento o indivíduo traria certo número de habilidades em potencial que iriam se atualizando.

- A criança nasceria com um nível predeterminado de inteligência que poderia, em princípio, ser medido
por testes, sendo que o resultado (QI) dificilmente se modificaria da infância até a idade adulta.

- A escalas de desenvolvimento fornecem um valor estatístico que permite medir o nível de


desenvolvimento alcançado, ou atraso no desenvolvimento. Fornecem uma ordem cronológica descritiva
do desenvolvimento.

- Decorrência prática dessa maneira de pensar: busca por instrumentos cada vez mais aperfeiçoados.

- Em resumo: a Psicometria contribuiu mais para o estudo das diferenças individuais e sua medição
que para a compreensão da gênese do comportamento cognitivo.
ABORDAGEM PSICOGENÉTICA - Piaget e Psicanálise

- Compreensão da gênese do psiquismo pelo estudo do desenvolvimento infantil.


- Desenvolvimento psíquico seria uma construção progressiva realizada a partir da interação do indivíduo
com o meio.
- Concepção básica: gênese do psiquismo que não é apenas descritiva, mas também explicada.

• Desenvolvimento cognitivo segundo Piaget


[Cognição: aquisição de conhecimento; conjunto de processos mentais usados no pensamento, na
percepção, na classificação, no reconhecimento]

- Piaget (1896- 1980) e seus colaboradores: quem mais se aprofundou na discussão sobre a estrutura e o
desenvolvimento das operações da inteligência.
- Piaget trabalhou com Binet (francês que desenvolveu escalas de inteligência) no desenvolvimento de
testes de inteligência. Entretanto, pela formação como biólogo, interessou-se mais pela evolução e
organização formal dos processos cognitivos (aqueles referentes à aquisição de conhecimento).
- Inteligência como extensão de certas características biológicas.
- Funcionamento intelectual como uma forma especial de atividade biológica, cujas características
fundamentais são: organização (esquemas), adaptação, assimilação e acomodação.

► O organismo atua sobre o meio, ao mesmo tempo em que o meio atua sobre o organismo, que
busca se adaptar, buscando o equilíbrio.

- Adaptação: estado de equilíbrio entre as ações do organismo no meio (Assimilação) e as ações do


meio sobre o organismo (Acomodação).

- Assimilação: ação do organismo sobre o meio. O bebê, ao investigar seu ambiente imediato, pega,
chupa, explora, sacode, absorve, ou seja, assimila.

- Assimilação Mental: incorporação de um novo objeto ou idéia a uma idéia ou esquema* já possuído
pela criança.

- Acomodação: O ambiente, tanto composto por coisas inertes, quanto por pessoas vivas resiste, move-
se, fere, foge, dá prêmios, castiga, o que obriga a criança a acomodar-se.
- É a tendência para se ajustar a um novo objeto e alterar os esquemas de ação a fim de se adaptar a
tal objeto, sem perder sua continuidade, nem seus poderes anteriores de assimilação.

- Assimilação e Acomodação são funções complementares e representam, durante toda a vida, os dois
aspectos imutáveis da inteligência.

- Crescimento mental = resolução da tensão existente entre Assimilação e Acomodação.


- resolução da tensão entre usar respostas velhas para situações novas e a
aquisição de respostas novas ou a modificação das antigas para adequar-se a novos problemas.
- ocorre à medida que a criança se adapta às novas situações.

- Cada vez que a criança se acomoda a um novo problema ou acontecimento, mais seu crescimento
intelectual se aproxima da maturidade, uma vez que modificou suas idéias a respeito do mundo, tendo
gerado um novo esquema adaptativo.

- Organização: para Piaget, uma ação adaptativa sempre pressupõe uma organização subjacente, ou
seja, de base.
- O comportamento adaptativo não vai se originar de uma fonte caótica e completamente indiferenciada.
- A cognição é organizada (assim como a digestão!)
- Todo ato inteligente pressupõe algum tipo de estrutura intelectual, algum tipo de organização dentro da
qual ocorre.
- Organizações = totalidades, sistemas de relações entre elementos.
- Uma ação inteligente, seja ela um movimento rudimentar do bebê, ou um julgamento complexo e
abstrato de um adulto, tem sempre relação com um sistema ou totalidade de ações do qual faz parte.
- Duas faces da mesma moeda: De um lado, a adaptação pressupõe uma coerência subjacente, ou seja,
uma organização e, de outro, as organizações são criadas através de adaptações.
- Adaptação ↔ Funcionamento
- Organização ↔ Aspecto Estrutural

- Organizações intelectuais = Esquemas

- Esquemas: sequências de comportamento que diferem em magnitude e complexidade.


- Construídos sempre por uma sequência de comportamentos que formam uma totalidade organizada.
- Unidade estável, passível de repetição – ações que a compõe estão estreitamente interligadas e
governadas por um significado central.
- São estrutura e, por isso, são criados e modificados pelo funcionamento intelectual.
- Organizações mais ou menos plásticas, fluidas, às quais as ações e objetos são assimilados durante o
funcionamento cognitivo.
- Constantemente ampliando o campo de aplicação para assimilar objetos novos e diferentes.

- Sistema:

Pressupõe

Adaptação Organização subjacente - Esquemas

Criada por meio da

- Estruturas movem-se para Equilíbrio

- As estruturas movem-se continuamente para um estado de equilíbrio e, quando se atinge um estado


relativo de equilíbrio, a estrutura torna-se mais pronunciada, mais claramente delineada que a anterior (ex:
passagem de uma para outra das fases piagetianas).
- Entretanto, esses equilíbrios são instáveis e cheios de lacunas, podendo-se afirmar que cada estado de
equilíbrio traz em si as sementes da própria destruição.
- O equilíbrio é sempre dinâmico e nunca absoluto. É um “equilíbrio instável”.
- Os desequilíbrios têm um papel de desencadeamento (impulso) e são tão importantes quanto maiores as
possibilidades de superá-los, ou seja, de sair deles.
- Sem desequilíbrio, não há reequilibração.

- As propriedades funcionais gerais do processo adaptativo permanecem as mesmas ao longo do


desenvolvimento e em todos os níveis de idade.
Por outro lado...
- As estruturas são mutáveis, capazes de mudanças qualitativas de tempos em tempos.
- Cada estrutura sucessiva se desenvolve a partir da anterior e incorpora a última, o que produz uma
espécie de desenvolvimento hierárquico.
Por isso, Piaget dividiu o curso total do desenvolvimento em unidades chamadas períodos, estágios.
• O ponto de vista da Psicanálise

- Processos intrapsíquicos envolvidos em cada uma das condutas apresentadas.


- Não há muitos estudos específicos sobre o desenvolvimento intelectual, mas este é um tema que
atravessa as considerações psicanalíticas sobre o desenvolvimento global da personalidade e, mas
particularmente, sobre o desenvolvimento do ego.

- Segunda Tópica – sob o prisma do desenvolvimento do pensamento

- Instâncias psíquicas
- ID: camada mais antiga do aparelho psíquico que compreenderia as representações psíquicas dos
impulsos herdados ou inatos, assim como conteúdos adquiridos e reprimidos. Funciona regido pelo
processo primário, cujas características básicas são: tendência à gratificação imediata dos impulsos
segundo o princípio do prazer e uma indiscriminação qualitativa que permite ao desejo o deslocamento
de uma representação para outra, a condensação de várias representações em uma só e a combinação
de desejos contraditórios. Isso leva a um tipo de pensamento sem conjunções negativas, condicionais ou
outras, aparecendo expressões antagônicas uma no lugar da outra e coexistindo pacificamente idéias
mutuamente contraditórias.

- EGO: seria uma diferenciação do id. As funções que contribuem para sua formação são a apreensão do
mundo externo (percepção), o domínio da motricidade e a capacidade de controlar o excesso de tensão. A
aquisição da fala, a compreensão de que certos ruídos são utilizados como símbolos das coisas, a
capacidade gradual de uso racional da fala e a compreensão são muito importantes para a formação do
ego, sendo que o encadear das palavrase das idéias torna possível o pensamento propriamente dito. A
estrutura do ego maduro é dominada pelo princípio da realidade, isto é, por um pensamento objetivo,
socializado, racional e verbal obedecendo às leis habituais de sintaxe e lógica, regido pelo processo
secundário.

- SUPEREGO: modificação do ego, por interiorização de forças repressoras que atuaram sobre o indivíduo
ao longo do seu desenvolvimento. Sua atividade se manifesta pela consciência moral, atitudes de
autocrítica e de proibição. É formado a partir da identificação da criança com os pais idealizados e
posteriormente com a lei, da qual se torna depositário.

- Dos três sistemas psíquicos inter-relacionados, o ego parece ser o mais complexo: serve como
intermediário entre o id e o superego, integra os recursos da personalidade total lidando com as realidades
interna e externa, harmonizando-as com a dor e a angústia resultantes dos conflitos entre elas.

- O referencial psicanalítico pode auxiliar na compreensão dos distúrbios de aprendizagem ou de


pensamento como sintomas de falhas no funcionamento global da personalidade.

• Estudos da Sociologia Educacional

A Abordagem Psicométrica, como vimos, chegou à suposição de que os testes mediriam um nível de
inteligência que dificilmente se modificaria da infância até a idade adulta. Assim, a avaliação da
inteligência por meio dos testes permitiria uma classificação das crianças e uma predição quanto às suas
possibilidades de produção intelectual.

Desenvolvimentos posteriores nos sistemas educacionais e pesquisas a respeito da influência de fatores


hereditários e ambientais sobre a inteligência levaram à conclusão de que, embora exista uma
possibilidade de que os gens estabeleçam um limite ou teto para a capacidade cognitiva na vida de grande
parte das pessoas, as condições ambientais estabelecem um limite inferior àquele. Essas idéias têm
influenciado os psicólogos, que passaram a dar mais atenção a fatores ambientais em geral e à influência
de grupo em particular, com uma redução do interesse pelas diferenças individuais quando comparadas às
influências de grupo (familiar, escolar, etc.).

Assim, para a prática educacional, parece mais importante dar atenção à interação social e à eficiência
dos métodos de ensino do que à classificação das crianças a partir da aplicação de testes de inteligência,
prática ainda bastante difundida.
• Conclusões

O estudo do comportamento inteligente, ou outro, deve ser feito em função da personalidade e do contexto
social do qual o indivíduo é integrante, sendo visto como um processo, isto é, de maneira dinâmica.

A partir de uma visão integrada do ser humano, podemos destacar manifestações que consideramos
inteligentes, sem todavia que nos esqueçamos que há componentes não-intelectuais na inteligência.
Assim, quando enfocamos a produção intelectual, não podemos nos esquecer da influência dos afetos e
do ambiente sobre a pessoa.

Quando se realiza um teste, como parte de um processo psicodiagnóstico com uma criança que apresenta
problemas de aprendizagem, por exemplo, deve-se considerar que, mesmo os melhores testes de
inteligência, fornecem dados, na melhor das hipóteses, sobre o que a criança sabe ou não, ou pode
manifestar naquele momento e que esses dados são em relação àquilo que o teste mede.

TESTES DE INTELIGÊNCIA (cap.2)

• Diferentes posturas frente aos testes de inteligência

- Modelo Positivista - Subjetividade

• Inclusão da Psicologia entre as ciências • Impossível o estudo do ser humano


naturais. como qualquer outro fenômeno natural.

• Mais ligados às experiências • Dentre estes destacam-se os


laboratoriais, procuram transpô-las ao psicanalistas que, preocupados com o
atendimento de seus clientes, buscando inconsciente, suas manifestações e sua
a objetividade e trabalhando importância na vida dos seres humanos,
principalmente o comportamento não desenvolveram testes de inteligência,
observável. mas ocuparam-se com técnicas
projetivas que procuram desvendar os
conflitos da personalidade.

• Desta postura surgiram vários testes de • Também encontramos as correntes


inteligência, que procuram aproximar-se humanistas e fenomenológico-
de uma avaliação objetiva da mesma. existenciais, que consideram os testes
psicológicos descaracterizadores do ser
humano por reduzi-lo a aspectos teóricos.
Essas correntes usam os testes para
discuti-los com seus clientes e
transformando-os em recursos
terapêuticos mais do que em técnicas de
avaliação

• Caracterização dos testes psicológicos

- Definições dos testes psicológicos

- Pieron (1969):

“... uma prova definida implicando na realização de um trabalho idêntico para todas as pessoas
examinadas, como uma técnica precisa para a apreciação do sucesso e do erro, ou para a anotação
numérica dos escritos”

- Kleinmuntz (1974)

“... um instrumento padronizado ou um procedimento sistemático que se destina a obter uma medida
objetiva de uma amostra de comportamento.”
- Van Kolck (1974)

“... um teste psicológico é um procedimento que busca medir o fenômeno psicológico e, portanto, procura
atender às exigências do método experimental.”

- Korchin (1975):

“... uma situação estandardizada na qual o comportamento de uma pessoa é mostrado, observado e
descrito”.

- Anastasi (1977):

“... é, fundamentalmente, uma medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento”

- Essas definições não se aplicam aos testes projetivos, mas aos testes de aptidão, sensório-motores e
aos de nível intelectual.

- Em geral, o resultado destes testes é dado em valores numéricos, indicando a posição individual de um
sujeito em relação aos outros, num contínuo quantitativo (QI e Percentil).

- A definição de teste psicológico implica, portanto, alguns pontos, indispensáveis para que possam ser
considerados instrumentos confiáveis:

• Situação experimental padronizada ou situação onde ocorre a aplicação; material do teste; objetividade e
clareza nas instruções, de modo que o teste possa ser reproduzido igualmente para todos os sujeitos.
• Registro preciso e objetivo das respostas dos sujeitos, que de acordo com a prova podem ser verbais,
gráficas ou execução de uma tarefa manual;
• Normas estandardizadas para avaliação e classificação das respostas do sujeito em relação a um grupo
de referência (amostra).

• Critérios estatísticos usados para julgar se um teste atende aos requisitos necessários

• Padronização: uniformidade no processo de aplicação e de avaliação do teste.

- Aplicação: instruções claras e precisas, seguindo cuidadosamente o que o teste propõe. Somente assim
é possível a comparação entre resultados de testes aplicados por diferentes aplicadores e a avaliação de
um indivíduo com relação às normas. O local de aplicação deve ser escolhido visando à não-interferência
de variáveis como ruídos, má iluminação e interrupções inesperadas. O próprio aplicador funciona como
uma variável que influencia nos resultados.
- Avaliação: estabelecimento de normas.
- Normas: Sem elas, os resultados nos testes não podem ser interpretados. Os testes psicológicos não
têm padrões predeterminados de aprovação ou reprovação. O resultado do indivíduo pode ser avaliado
apenas através da comparação com os resultados obtidos por outros. Como o nome indica, uma norma é
a realização normal ou média. Assim, se crianças normais de 8 anos de idade resolvem corretamente 12
de 50 problemas de um determinado teste de raciocínio aritmético, a norma de 8 anos, para este teste,
corresponde a um resultado 12. Este é conhecido como o resultado bruto do teste. Pode ser expresso por
meio de qualquer medida objetiva (tempo, número de erros, de acertos). Esse resultado bruto só tem
sentido quando avaliado através de um conjunto adequado de normas. Através das normas estabelecidas
que será possível avaliar a realização média de um sujeito e os diferentes graus de superioridade e
inferioridade em relação a esta média.

- Para determinar a posição exata do sujeito em relação à amostra de padronização, seu resultado bruto é
transformado em outras medidas:

1. Resultado de idade: o conceito de Idade Mental foi introduzido nas escalas Binet-Simon, em 1908.
- Nessas escalas, os itens são agrupados em níveis de idade.
- A Idade Mental da criança corresponderá ao nível mais alto de idade que ela completar adequadamente.
► QI (Quociente de Inteligência)
- QI = Idade mental/Idade Cronológica x 100 [IM/IC x 100], estando esses valores em meses.
- Exemplo, se uma criança tiver 08 anos e 03 meses de Idade Mental e 09 anos e 01 mês de Idade
Cronológica, seu QI será de [(08x12)+03 / (09x12)+01] x100 = 99/109 x 100 = 90,8.
- Quando se considera o valor numérico de um QI, deve-se sempre especificar o teste do qual foi derivado.
Diferentes testes de inteligência que dêem resultados em QI, na realidade diferem no conteúdo e em
outros aspectos, que podem influenciar a interpretação dos resultados.
- O QI é uma expressão do nível de habilidade de um indivíduo, num determinado momento, com relação
às suas normas de idade.
- Nenhum teste de inteligência pode indicar as razões para o seu desempenho.
- Há ainda o QI de desvio que será explicitado mais à frente, por ser uma medida de desvio (Resultados-
padrão).

2. Percentis: indicam a posição relativa do indivíduo na amostra de padronização, em função da


porcentagem de pessoas que estão abaixo do seu resultado bruto.
- Os percentis não são resultados de porcentagem de acertos nas respostas, mas sim resultados
transformados em termos de porcentagem de pessoas.
- O percentil 50 corresponde ao resultado médio, ou normal, enquanto os mais altos que 50 representam
resultados acima da média e os abaixo de 50, resultados inferiores à média.
- Uma pessoa que esteja localizada no percentil 78, por exemplo, em um determinado teste de
inteligência, obteve desempenho superior ao de 78% das pessoas de sua faixa de idade, nesse teste.

3. Resultados-padrão: indicam a que distância o resultado obtido pelo sujeito está da média, em termos
do desvio-padrão, permitindo, assim, uma comparação mais acurada entre diferentes sujeitos.
- O QI de desvio é um resultado padrão com média 100 e desvio-padrão de aproximadamente 16. (No
WISC-III, por exemplo, é usada média 100 e DP 15).

• Precisão: é o que faz com que uma prova reaplicada em um mesmo indivíduo dê resultados
significativamente semelhantes. Indica, portanto, se as diferenças individuais nos resultados dos testes
ocorreram ao acaso ou são consequência de diferenças reais.

- Para isso: cálculo da correlação:

Correlação Indicativo
0 Falta de correlação, o que poderia ocorrer ao acaso.
+1 Correspondência total entre os resultados.
-1 Inversão total dos resultados entre dois conjuntos, ou seja, o melhor sujeito em um teste é o
pior em outro.

O coeficiente de precisão pode ser obtido através de diferentes técnicas:


- Teste – reteste: Reaplica-se o mesmo teste, após um período de tempo, a um mesmo grupo de pessoas.
A correlação entre os dois resultados é o coeficiente de precisão.
- Equivalência (ou Formas Alternativas): dois testes com questões de natureza e dificuldade semelhantes
aplicados a um mesmo grupo de sujeitos, correlacionando os resultados obtidos nas duas provas.
- Homogeneidade (ou precisão das metades): O teste é dividido em duas partes equivalentes (questões
pares e ímpares, metades), e os resultados obtidos nessas partes são correlacionados.
- Kuder-Richardson um único teste é aplicado uma única vez e a análise é feita buscando-se a coerência
das respostas dos sujeitos em todos os itens – coerência interitens.

- A precisão depende ainda de outros fatores, como o estado de saúde do testando, seu cansaço, uso de
medicações, sono e o estado emocional. Quanto mais preciso um teste, no entanto, menos suscetível de
alterações em função desses fatores.

- Para um teste ser considerado preciso, é necessário que seja submetido a várias técnicas que meçam
sua precisão e que se obtenha em cada uma delas um coeficiente de correlação igual ou superior a 0,8.

• Validade: demonstra até que ponto um teste mede aquilo que se propõe a medir. É determinada
verificando-se as relações entre os resultados obtidos no teste e o resultado de observações, feitas por
outros meios, sobre o comportamento que o teste pretende medir.
- Validade de conteúdo (exame cuidadoso do conteúdo do teste para verificar se os aspectos
fundamentais do que ele pretende medir são abrangidos).
- Validade relativa ao critério (indica se um teste é capaz de predizer o comportamento de um sujeito nas
situações que ele mede. Por exemplo, um teste de aptidão escolar poderia ser validado pelas notas que o
sujeito obtém na escola.
- Validade do conceito (é a medida em que um teste mede, efetivamente, um “conceito teórico” ou traço).

• Classificação dos testes


- Quanto à sua composição material: verbais, gráficos, ou de manipulação
- Quanto ao modo de administração: individual ou coletivo
- Quanto à classe de respostas: verbais ou de execução
- Quanto ao tipo de sujeitos: livres de influências culturais ou para populações específicas (infantil,
adulta...)
- Quanto à sua funcionalidade: teste de eficiência (testes de conhecimento, aptidão, inteligência) ou de
personalidade.

USO DOS TESTES DE INTELIGÊNCIA (CAP.3)

• Como instrumentos de medida


- Os testes de inteligência desenvolveram-se no contexto de uma tradição científica que permitia
considerar a inteligência como um aspecto específico do ser humano, passível de observação e de
medida (Psicometria).
- Os testes foram elaborados com base na adoção de definições precisas do que os autores consideravam
inteligência e do que cada teste se propunha a medir (critério de validade).
- Desenvolveram-se através de pesquisas e experimentações, utilizando os mesmos métodos usados
nas ciências físicas.
- Procurou-se sempre adotar cuidadosos critérios estatísticos, de forma a garantir a validade, precisão,
fidedignidade e padrões para obtenção dos resultados na elaboração dos testes de inteligência.
- Busca por um conhecimento objetivo: elaboração, escolha e uso dos testes.
- A intenção nessa homogeneização ao adotar essa série de cuidados era controlar variáveis, evitando
interferências que pudessem alterar de alguma forma os resultados ou invalidar os testes de inteligência.
Preocupação presente em toda comunidade científica, nos vários campos de estudo.
- Utilização profissional
- Problemas decorrentes da prática:
1. Inteligência como termo genérico
2. O perigo das classificações
3. Problemas de discriminação
4. Vulgarização do termo QI
5. Tendenciosidade das normas classificatórias
6. Limitações das padronizações
7. Problemas de adaptação dos instrumentos
8. Familiaridade
- Uso do Computador

• Como instrumentos de observação


- Extrair dos testes o maior número de informações sobre a personalidade do indivíduo, ampliando sua
compreensão através da inclusão da maior gama de conhecimentos possíveis através do exame do
contexto relacional no qual o teste se dá.
- Caráter indecomponível da personalidade
- Mito da neutralidade científica
- Postura imparcial do Psicólogo
- Ênfase na observação
- Contexto relacional
- Prática dos testes de inteligência no contexto psicodinâmico

• Como instrumentos de auto-conhecimento


- O ramo da Psicologia decorrente das abordagens fenomenológico-existenciais e humanistas acrescentou
novas críticas aos testes de inteligência.
- Segundo esses psicólogos, o uso dos testes de inteligência, da maneira como era feito, além de ser de
pouca utilidade, podia ser prejudicial aos clientes. Os aspectos apontados por esses psicólogos giravam
em redor do respeito à individualidade e autonomia do cliente.
- Propunham a participação do cliente em todo processo de avaliação, interpretação e conclusões.

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