A campanha de vacinao
Mais de 1500 homens foram recrutados para o combate ao mosquito que
transmitia a febre amarela, porm, praticamente no houve nenhuma
campanha de esclarecimento sobre a vacinao, sua funo e o objeto
principal da mesma. Essa falta de esclarecimento fez com que a populao
se mostrasse ainda mais revoltada com as atitudes arbitrarias a que eram
sujeitas. Os agentes de sade, que participavam da chamada Brigada Mata
Mosquito iam acompanhados de agentes sanitrios e de policiais, onde
invadiam as casas e vacinavam as pessoas a fora, contra sua vontade. Eles
tambm exterminavam ratos e mosquitos, sem nem se preocupar se eram
ou no bem vindos em cada residncia.
No dia 11 de novembro de 1904 explodiu a revolta nas ruas. A populao
revoltada destrua tudo o que encontrava pela frente, postes de iluminao,
carroas, bondes. Os revoltosos exigiam o fim da obrigatoriedade da
vacinao, e como forma de protesto atacavam tambm policiais e
saqueavam as lojas. No se tratava apenas da vacinao, eles aproveitaram
aquele momento para mostrar sua indignao contra o tambm projeto de
urbanizao do centro do Rio de Janeiro.
Como parecia que as coisas tinham sado do controle, o governo no viu
outra sada a no ser suspender a obrigatoriedade da vacinao e declarar
estado de stio na cidade. A revolta s cessou no dia 16 de novembro, com
um grande nmero de mortes e feridos. Um elevado nmero de
participantes da revolta foram deportados para o Acre, e assim que as
coisas se acalmaram o governo voltou novamente o processo de vacinao.
Mesmo com toda resistncia da populao, e o abrangente nmero de perda
de vidas, o modelo de vacinao empregado surtiu efeito, j que conseguiu
Oswaldo Cruz