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Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo A Santidade do Sexo 4. Introdugéo, Antes de adentrarmos as quest6es relacionadas a sexualidade, urge fazermos algumas consideragées preliminares. Se néo, vejamos: 1.1) Nao desejamos flertar nem de longe com todo esse estardalhago acerca do sexo que est sendo divulgado em nossos dias. Nas palavras de J. Allan Peterson, “sexo, sexo, sexo. A nossa cultura estd chegando ao ponto de saturagdo total. A fossa esté transbordando. Livros, revistas, discos e filmes 0 prociamam incessantemente (...) todos os dias, 0 dia todo, bombardeia-nos essa mensagem como petardos vindos de um canhao de lavagem cerebral: ‘consiga do sexo tudo 0 que ele pode dar. De todo jeito. Em todo 0 tempo. Vocé sé vive uma vez. Goze 0 que puder. Nao deixe passar a oportunidade. O amanha nao existe”. E tudo isso que nossa sociedade tem vivido e, portanto, nao devemos utilizar um segundo de nosso tempo para fazermos coro com esse som maligno que embriaga e mata a consciéncia Enquanto repenso estes estudos (outubro/2011), folheio um artigo da Revista Veja de julho de 1990, que teve como titulo de capa “Sexo e Violéncia na TV: 0 impacto sobre as criancas". A pedido da Veja, alunos do curso de Radio e TV da Escola de ‘Comunicagées @ Artes da Universidade de So Paulo contaram as cenas de erotismo, nudez e violéncia mostrados pela televisdo durante uma semana. Os nimeros apontados (pasmem, ha 21 anos!) jd eram estarrecedores. A pesquisa deu conta de que uma crianga de cinco anos que assistia TV duas horas por dia, ao final de um ano teria assistido a 1.168 piadas sobre sexo, 7.446 cenas de nudez e mais de 12.600 disparos de arma de fogo. Tamanha exposigao nada pode gerar sendo profunda insensibilizagao para com préticas sexuais de toda sorte pervertidas e uma geragéo de viciados em pornografia, Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 2 A Santidade do Sexo 2) Néo queremos cortejar nem por um segundo a filosofia hedonista. Hedonismo 6 a doutrina filoséfica que faz do prazer o fim Ultimo da vida. © hedonismo preconiza que tudo 0 que traz prazer é certo, sendo errado tudo aquilo que inibe ou constrange a plena posse daquele prazer. Seguindo esta filosofia, 0 mundo tem aceitado que se 0 casamento néo proporciona 0 prazer anelado, que seja encontrado, noutro lugar, onde quer que esteja. Que nao haja regulamento e restrigdes, contanto que o prazer encontre livre curso, ndo importando as consequéncias danosas proporcione, 1.3) Vale acrescentar que néo é 0 sexo que proporcionaré a téo sonhada felicidade. Cumpre-nos informar-Ihe que se vocé ndo é uma pessoa feliz, realizada, ndo ‘seré uma transformagéo em sua vida sexual que fara isso por vocé. Afirmar que para sermos felizes dependemos que algo acontega em nosso cénjuge e em nossa relagdo conjugal é entregar a nossa vida em méos erradas. Nas palavras do Dr. Lloyd-Jones, “a tragédia (...) da posigéo madera é que ela vé a felicidade apenas como experiéncia (...). Esta é a ideia de felicidade: a gratificagéo do meu desejo do momento; nada mais é levado em consideragao. A pessoa como um todo — a mente, a alma, a consciéncia ~ ndo é considerada; as consequéncias ndo sao levadas ‘em consideragao” ‘Almejamos que as anotagdes que 0 leitor encontraré a seguir sejam muitissimo Uiteis quanto a toda a questéo que circunda a sexualidade. No entanto, e mais que isso, asseveramos ardentemente que a felicidade deve estar para além do estado atual da sexualidade e jamais depende dela. Que nossa felicidade provenha da consciéncia de uma vida de paz com Deus, do acesso 4 Sua presenca, da convicgao da comunhéo com Ele. Que entendamos que felicidade é 0 estado daquelas vidas que tiveram suas consciéncias purificadas das obras mortas para servirem ao Deus vivo (Hb 9:14). E aqui que perguntamos por que tantas pessoas vivem para a busca do ‘prazer a todo custo’. A resposta é clara: elas ndo sao felizes! Se fossem, nao viveriam neste desespero por uma suposta felicidade que, cegos, tentam agarrar no escuro enquanto tateiam em vao. Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo Que ougamos a voz do sabio pregador: “Disse eu no meu corago: Ora vem, eu te provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade" (Ec 21). 1.4) Por outro lado, devemos evitar posturas doentia e excessivamente escrupulosas quanto as questées da sexualidade’. Certo é que muitos assumiram uma atitude exacerbadamente pudica com relagao ao sexo. “Pedro Lombardo e Graciano advertiram aos cristéos de que 0 Espirito Santo sala do quarto, quando um casal praticava 0 ato sexual - mesmo que fosse com o objetivo de conceber um filho! Outros lideres eclesidsticos ensinavam com insisténcia que Deus exigia abstinéncia sexual em todos os dias santos. E, além disso, os casais eram aconselhados a nao manterem relagdes sexuais 3s quintas-feiras, por ser o dia em que Cristo fora preso; nem as sextas- feiras, em honra de sua crucificagao; aos sabados, em honra da Virgem Maria; aos domingos, pela ressurreigo de Jesus; e as segundas-feiras, em respeito pelas almas falecidas. A igreja procurava controlar cada faceta da vida do homem, néo Ihe deixando possibilidade de buscar a vontade de Deus, nem ao casal 0 direito de decidir por si mesmo como iria viver os mais intimos aspectos da vida conjugal” (Tim e Beverly LaHaye). * Genival Veloso de Franga aponta, dentre outras, as causas as religiosas (identificagio com o pecado) & as ccuturais (conceitos de pudor e decéncia) como ensejadoras de frigidez, que denomina como “disturbio do Instinto sexual que se caracteriza pela diminuigao do apetite sexual na mulher, devido a vaginismo ou oengas psiquicas ou glandulares Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 4 A Santidade do Sexo 2. Principios Basilares No que pertine ao nosso tema, o propésito é mais uma vez entendermos com clareza 0 que a Biblia tem a ensinar, convictos estando de que Deus tem o melhor Conselho, a tiltima palavra, quanto a todos os aspectos da nossa existéncia. ‘A Reforma Protestante trouxe a ousadia necessaria para que os dogmas da Igreja Catdlica comegassem a ser questionados e estimulou o retono a Palavra de Deus. E a partir dela, e somente dela, que temos extraido os principios que nos devem nortear cada aspecto de nossa existéncia. Citando mais uma vez Lloyd-Jones, ‘o cristéo nada sabe além da Biblia” Nesse passo, portanto, desejamos elencar os principios basilares sobre os quais devemos construir 0 edificio sdlido do conhecimento acerca da tematica. 1) O sexo é uma criagdo de Deus. Antes do pecado, e antes mesmo de qualquer outro mandamento dado ao primeiro casal, é dito que “Deus os abengoou, & terra (...)" (Gn 1:28). Em Gn 2:22 ‘somos informados que Eva foi formada por Deus e trazida a Addo por Ele e, apés a celebragao de Gn 2:24, é-nos dito que “ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; € Deus Ihes disse: Frutificai multiplicai-vos, € ench no se envergonhavam'” (Gn 2:25). Pelo que é simples supor que Addo e Eva viviam suas experiéncias sexuais. Tendo feito 0 primeiro casal, Deus os uniu, inclusive sexualmente, e pés sua aprovagao “em tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom (...)" (Gn 1:31). 2.2) Nada ha de errado com o sexo, em si mesmo. Dizer que nada ha de errado com 0 sexo, em si mesmo, é tao s6 inferir logicamente do fato de que o sexo é uma criagdo de Deus. escritor aos hebreus (13:4a) escreveu que “venerado seja entre todos o matriménio (...)". Ele investe contra a influéncia do ascetismo, que proibia o casamento como se 0 celibato fosse um tipo superior de santidade. Calvino, comentando este versiculo, entende a expresso ‘entre todos’ "no sentido em que nao ha nenhuma classe Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | § A Santidade do Sexo humana a qual se deva proibir 0 matriménio. © que permitiu a raga humana, universalmente’, continua o reformador de Genebra, “é licito a todos, sem excegao. Com isso quero dizer que todos que se encontram aptos para o matriménio € necessitam dele devem desfruté-lo" Corroborando ainda este meu ponto, Tim e Beverly LaHaye nos lembram que ‘Senhor Jesus escolheu um casamento para ser 0 cendrio do Seu primeiro milagre”, além de ratificar a primeira celebragdo como norma definitiva (cf. Jo 2:1-11; Mt 19:5): ‘e serdo. 0s dois uma sé came’. 2.3) O sexo, uma criagao de Deus e, por isso, ‘bom’ em si mesmo, foi dado para a satisfagdo humana em seu sentido mais pleno. Primeiro, lembramos a béngéo da geragao de filhos (‘frutificai e multiplicai-vos"), a maior dentre outras satisfagdes e 0 maior dentre os demais propésitos. Segundo, citamos a béngéo do companheirismo. Por dez vezes, no Antigo ‘Testamento, 0 verbo hebraico ‘yada'(conhecer) é usado para relagdo sexual. "E conheceu Addo a Eva, sua mulher (...)" (Gn 4:1). O sexo 6 a maneira mais intima, completa e Pessoal que hd em toda a expressdo de companheirismo. Na relagao sexual ha a mais completa doagéo e € a maior expresso de confianga, de compartilnamento e de identificagdo. E 0 ato sexual que faz do termo "uma s6 came" uma realidade. Terceiro, somos levados a béngdo do prazer sexual em si mesmo. O sexo também foi dado por Deus para o prazer! O texto de Gn 26:6-9 nos informa que a mentira de Isaque foi desmascarada quando Abimeleque o viu *brincando com Rebeca sua mulher’ (v.8). A palavra, também traduzida por “acariciando”, vem da mesma raiz do nome Isaque, pelo que nos parece que o autor quis fazer um jogo de palavras: “o acariciador acariciava’. Nao sabemos, na verdade, o que viu Abimeleque, mas, seja ld 0 que viu o fez concluir que aquelas brincadeiras nao eram préprias para irmaos, John Gill comentou como Isaque e Rebeca estar-se-iam rindo e abracando, beijando-se com frequéncia & coisas como essas, Em Dt 24:5 informamo-nos que o recém casado era liberado de servigos militares “por um ano inteiro (...) para alegrar a mulher que tomou’. Que além de deixar herdeiros, o casal gozasse os prazeres iniciais do casamento. Em Cantares, os prazeres do sexo sdo descritos numa riqueza inexcedivel de ilustragdes. Diz-se que so Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 6 A Santidade do Sexo melhores que 0 vinho para alegrar (4:10a), mais saborosos que favos de mel ¢ leite (4:11). As alegrias do sexo so comparaveis patticipagao em um oasis, onde se bebe de um manancial e colhem-se os frutos mais deliciosos e as mais raras especiarias (4:12- 15; of. Pv 5:15, 18). “Seja bendito o teu manancial e alegra-te com a mulher da tua mocidade”. 24) O sexo sé exala sua beleza e sé reflete o propésito do Criador quando vivido dentro do casamento, conforme ordenado por Deus. Hernandes Dias Lopes sintetiza com maestria “os quatro grandes pilares do casamento como instituigao divina”, observando Mc 10:6-9: o casamento é heterossexual ("Deus os fez homem e mulher monogamico monossomiatico (‘serao os dois uma sé came’) e indissolvel (‘0 que Deus ajuntou nao deixara 0 homem a seu pai e mae e unirse-4 a sua mulher ‘separe © homem"). Pois bem, é somente no casamento como instituido pelo Criador que ‘© sexo deve ser vivenciado. Nesse sentido, leiamos as palavras do apéstolo Paulo: “(...) por causa da impureza, ‘cada um tenha a sua prépria esposa, e cada uma, 0 seu préprio marido” (| Co 7:2). Facil observar das palavras do escritor sagrado que dentre as razées pelas quais Deus estabeleceu 0 casamento esta a prevengao dos pecados de ordem sexual, fato que levou Augustus Nicodemus e Minka Schalkwijk afirmarem que “da perspectiva das Escrituras, sexo é algo sé para o casamento”, e que Paulo “nao vé outra opedo legitima, nem um ‘outro caminho valido diante de Deus para satisfagao sexual que nao seja o casamento" Lamentaveimente, uma pesquisa feita pela Unesco em parceria com 0 Ministério da Satide em 2002, revelou que os brasileiros esto perdendo a virgindade mais cedo: os meninos aos 14 anos e as meninas aos 15, enquanto que em 1998 a média era de 16 e 19 anos, respectivamente’, Concluimos, pois, com William Hendriksen, para quem, “em seu cendrio apropriado, 0 sexo é um maravilhoso dom de Deus. Entretanto, no ha lugar para a * De acordo com pesquisa do Centro de Estatistica Religiosa © Investigagdes Socials (Ceris) no Rio de Janeiro, Sao Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife, 43% dos catdlicos sao a favor do sexo antes do casamento, Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 7 A Santidade do Sexo luxuria e a vulgaridade. Isso é erréneo sempre e em qualquer lugar, seja para os solteiros ou para os casad« 3. Desvios da sexualidade Gn 3:1-7 apresenta-nos 0 relato da queda. O casal estava em plena comunhéo com Deus e em perfeita harmonia entre si. Mas 0 ato de desobediéncia em comer do fruto de determinada arvore, que the havia sido proibido (Gn 2:17), trouxe consequéncias imediatas. A primeira experiéncia de culpa dos primeiros pais foi a sua descoberta quanto & nudez (Gn 3:7), expressa em termos de vergonha. A intimidade do casamento (Gn 2:24) sofreu séria avaria. Percebe-se que o aspecto sexual da humanidade foi muitissimo atingido, ensejando © surgimento de toda forma de iniquidade, perverséio, exagero e descontrole nesta drea. E nesse quadrante que devemos compreender toda a sujeira relacionada a sexualidade. ‘A Biblia ocupa-se com toda esta questo da santidade do sexo, porque atenta a santidade do lar e ao retomo a condigao original de dignidade planejada pelo Criador. Guardar a santidade do sexo é resguardar a santidade do lar, proteger a familia e viver de modo que a gléria de Deus seja reconhecida nas relacées humanas. “Porneia” é a palavra grega mais geral para relagdes e relacionamentos sexuais ilicitos ¢ imorais. “Porneia” brota de um coragao nao regenerado (Mt 15:19; Me 7:21), dai que Paulo a trata como uma “obra da came" (GI 5:19). A sanha homossexual das civilizagées de Sodoma e Gomorra foi chamada por Judas (Jd 7) de “pomeia’. Portanto, de ‘pomeia” deve-se arepender (II Co 12:21; Ap 2:21), abster (| Ts 4:3) e fazer morrer (Cl 3:5), A seguir, trataremos das principais formas de desvios da sexualidade como divinamente instituida, que certamente podem ser descritas como “porneia’ Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 8 A Santidade do Sexo 1) Edipismo: a tendéncia ao incesto. Incesto é uma forma agravada de fornicago ou adultério, por ser uma unio sexual ilicita entre parentes consangiiineos ou proximamente relacionados. E “o impulso do ato sexual com parentes pré “Na qualidade de um povo santo, separado para ter uma ligagéio especial com o Senhor, Israel no podia imitar as praticas de outros povos" (Oxford Annotated Biblia). A 108" (Genival Veloso de Franca). legislagao mosaica, portanto, tinha por intuito separar 0 povo de Israel dos costumes & das atividades pagas. No antigo Egito, por exemplo, a unido incestuosa nao era apenas permitida, mas, em alguns casos, era até exigida. Que Israel ndo imitasse os costumes pagaos (Lv 18:3-5; 24-27) Os capitulos 18 e 20 déo-nos os graus de parentesco que excluiam 0 casamento ou as experiéncias sexuais. Pela expressao “descobrir a nudez’ quer-se dizer "ter sexo com” ou “casar com" (Lv 18:6), quando se esta a proibir tanto a relagao sexual ocasional quanto 0 casamento com parentes mencionados nos versiculos que se seguem. Em Lv 18:7, 0 incesto com a mae é proibido, embora, por inferéncia, também o seja da filha com 0 seu pai (cf, Gn 19:32-38). Esta prética era comum entre os persas, egipcios, cananeus e permaneceu entre os japoneses. O castigo deste incesto era a morte (Lv 20:11), talvez por apedrejamento. O oddigo de Hamurabi prescrevia a fogueira. Em Ly 18:8, 0 incesto com a madrasta é vedado. Temos como exemplos deste ; cf. 49:3,4) e de Absaléio com as mulheres de Davi, seu pai (II Sm 16:20-23; cf. | Rs 2:17). No Novo Testamento, ha um ‘caso mencionado em | Co 5:1-4 (of. Dt 22:30). Quanto a punigéo, ver Lv 20:11. Em Lv 18:9, 11, temos a proibigéio de relagdes sexuais com immas, germanas ou iterais. O exemplo que nos salta aos olhos € 0 do patriarca Abraéo (Gn 20:12), ‘Observamos ainda a loucura de Amnom com Tamar (Il Sm 13:11-14). Uma maldigéo é pronunciada contra aqueles que incorressem neste tipo de relagéo em Dt 27:22. A pecado, os casos de Riiben com Bila (Gn 35:2: ur punigéo era a pena de morte (Lv 20:17), talvez por apedrejamento. Em Lv 18:10, 0 incesto com a neta é proibido. Por inferéncia, deduz-se que sexo com a filha era proibido, j4 que 0 era com a neta. A punigéo ndo é mencionada Deduzimos tenha sido 0 apedrejamento. Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 9 A Santidade do Sexo Em Lv 18:12, 13, temos a proibigdo de relagao incestuosa com tias patemas ou matemas®. O proprio Moisés era filho de uma relagao destas (Ex 6:20). Naor, immao de ‘Abrado, casou-se com Mica, filha de seu itmao Hara (Gn 11:29). Otniel casou-se com sua sobrinha Acsa, filha de Calebe, seu irmao mais velho (Js 15:17; Jz 1:13). Herédoto nos informa, e Tacito, que os persas, gregos e romanos casavam-se com as tias. A puni¢aio deste pecado seria infertilidade por maldigao divina (Lv 20:19, 20). Em Lv 18:14 é proibido (© sexo com as tias por afinidade, ou a esposa do tio. Quanto & punigao, ver Lv 20:20, Em Lv 18:15 6 proibida a relagdo sexual com a nora. A punigao seria a execugo (Lv 20:12), provavelmente por apedrejamento. Um caso da transgressdo dessa lei foi 0 vergonhoso incesto de Judé com sua nora Tamar (Gn 38). Relagao incestuosa com a sogra nao 6 mencionada em Lv 18, mas ocorre em Ly 20:14 e Dt 27:23, cuja punigao seria morte na fogueira. Em Lv 18:16 proibe-se relagao sexual com a cunhada. Herodes Antipas tornou-se culpado deste pecado e foi repreendido por Jodo Batista (Mt 14:3, 4). A punicao deste pecado seria infertiidade por maldigo divina (Lv 20:21). Excegao A regra seria ‘casamento por levirato, quando um homem deveria casar-se com a vitiva sem filhos de ‘seu itmao, com a fim de perpetuar sua descendéncia (DDT 25:5-10). Segundo o relato de Gn 38:6-10, Ona é punido por Deus com morte por nao haver cumprido a tarefa do levirato que Ihe cabia. A maneira como os saduceus tentaram ‘apanhar’ o Senhor Jesus tem a pratica do levirato como pressuposto (Mt 22:23-28) Em Lv 18:17 6 defeso 0 sexo com uma mulher e sua filha ou neta, mesmo que a méefavé viesse a falecer. A punicéo especifica a esse pecado no foi mencionada. Por inferéncia de Lv 20:14, conclui-se pela morte na fogueira. Em Lv 18:18 é proibida @ relagdo com duas irmas, ou que se casasse com duas imas ao mesmo tempo. Jacé casou-se com duas irmas (Gn 29:28-30), mas isso ocorreu antes da lei mosaica, N4o ha mengdo de uma punigao especifica para este caso. ° A doutrina forense tem defendido a atualidade da vigéncia do Decreto-Lei 3.200/1941, que, em seu art. 2%, permite 2 possibilidade do casamento entre parentes colaterais de terceiro grau (\'sobrinha; tialsobrinho). ‘quando exame pericial comprovar que no resultaré em risco & prole. Uma aberragao perpetuada no direito brasileiro Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo 2) Homossexualismo: feminino e masculino. (© homossexualismo masculino é também chamado de uranismo e pederastia; 0 feminino, de safismo, lesbianismo ou tribadismo. © homossexualismo pode manifestar-se ainda em termos de travestismo (gratificago com 0 uso de vestes ¢ atitudes do sexo posto) € transexualismo (inconformagao com o préprio estado sexual), Se apenas 4% das populagdes modemas se compéem de verdadeiros homossexuais, uma horrenda taxa de 20% 6 de bissexuais (Champlin). “A famosa investigagao do zodlogo americano Alfred C. Kinsey sobre a sexualidade humana o levou a concluir que 4% dos homens (pelo menos os americanos brancos) sao exclusivamente homossexuais por toda a vida; 10% 0 so por até trés anos; 37% tém algum tipo de experiéncia homossexual entre a adolescéncia e a idade adulta. A percentagem de mulheres homossexuais, segundo observou, é mais baixa, embora atinja a casa dos 4% entre as idades de 20 e 35” (John Stott)’, Para o renomado estudioso da medicina legal, Genival Veloso de Franga, homossexualismo € “uma das formas mais comuns de transtorno da identidade sexual” e “a prova indiscutivel de uma personalidade anormal, pelas profundas modificagSes da conduta e da afetividade”. Mas, essa posig&o longe esta da unanimidade. Em 1973, a Associagéo Americana de Psiquiatria deixou de classificar a homossexualidade como transtorno mental. Em 1985, 0 Conselho Federal de Medicina deixou de considerd-la como desvio sexual, e a OMS (Organizagéo Mundial de Saude), em 1990, retirou a homossexualidade da Classificagao Internacional de Doengas. * Mas os numeros apontados nao sao exalos. Em 2003, uma equipe do Hospital das Clinicas de So Paulo ppreparou uma pesquisa com 7000 entrevistados, homens @ mulheres, de 18 a 70 anos, pertencentes a todas as classes sociais ¢ regides. Resultado: 10% disseram-se homossexuais, Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo Percebe-se, nesse diapasdo, que o homossexualismo (ou homoafetividade) passou por diversas fases nesse caminho de “conquistas’. A principio, a conduta era revestida de siléncio e anonimato, passando em seguida da exposigéo mais franca e aberta até as lutas € reivindicagses pela institucionalizagao da “familia homoafetiva’. Paises como Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Noruega, Suécia, Islandia, Canada e Africa do Sul jé permitem 0 casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na ‘América Latina, a Argentina foi o primeiro Estado a autorizar 0 casamento nessas bases, em apertada votagao (33 votos a favor e 27 contra) no Senado, em 15 de julho de 2010. Na Brasil, julgados esparsos decidiram, a priori, no sentido de se conceder direitos proprios de familia, acerca do reconhecimento da sociedade de fato, hipdtese em que, no caso de dissolugao, dever-se-ia aferir a contribuigao de cada um dos sécios para se proceder a partilha na proporgao dos esforgos de cada um. A par destas posigées jurisprudenciais, ja existiam decis6es judiciais reconhecendo mesmo a uniao estavel entre homossexuais, mormente ao argumento de que tais relacionamentos baseiam-se em “afeto” Mas, indubitavelmente, a decisdo judicial mais marcante nessa toada de “vitbrias homossexuais” foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal, julgando a ADI 4277 (Agao Direta de Inconstitucionalidade 4277). Nessa decisdo, 0 STF, ao arrepio da Constituigao Federal (cf. art. 226, § 3°) ¢ do Cédigo Civil (cf. art. 1.723) vigentes, ¢ ainda fazendo as vezes de verdadeiro legislador, reconheceu a existéncia da uniéo estavel homossexual como entidade familiar, em inteira paridade com unides heterossexuais e para todos os fins de direito de familia (adogéio, heranga, regime de bens, dissolucao e partilha etc). Outro capitulo dessa “novela” medonha versa sobre a transgenitalizagao e da alteragao do prenome e do sexo no registro civil O art. 13 do Cédigo Civil/2002 proibe 0 ato de disposigao do préprio corpo, quando importar diminuigao permanente da integridade fisica, ou contrariar 0s bons costumes. O conceito de "bons costumes”, entretanto, fluido e, certamente, se cirurgias de mudanga de sexo contrariavam os “bons costumes” na década de 70 do século passado, época em © Cédigo em vigor foi gestado, hoje ja ndo contrariam, mormente em uma sociedade que vé seus valores morais se esboroarem numa velocidade estonteante. " Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo © Conselho de Justiga Federal, ja capitulando ante a crescente degradagdo moral da sociedade, posicionou-se do seguinte modo em seu Enunciado 276: “O art. 13 do Cédigo Civil, ao permitir a disposigao do préprio corpo por exigéncia médica, autoriza as cirurgias de transgenitalizagao, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a conseqiiente alterago do prenome e do sexo no Registro Civil” Atualmente, tais cirurgias so regulamentadas pela Resolugéo 1.652/02 (que revogou a Resolugéo 1.482/97) do Conselho Federal de Medicina, perfithando o transexualismo com as caracteristicas do “1) Desconforto com 0 sexo anatémico natural; 2) Desejo expresso de eliminar os genitais (...); 3) Permanéncia desses disturbios de forma continua e consistente por, no minimo, dois anos; 4) Auséncia de outros transtornos mentais’. Uma vez permitida a transgenitalizagao, 0 caminho estava aberto para a alteragao do prenome e do sexo no registro civil. O argumento € que o transexual sofreria toda sorte de constrangimentos e seria constantemente exposto ao ridiculo se tivesse que apresentar-se com nome masculino apesar da aparéncia feminina. Notavel que apés uma das palesiras que dei sobre o tema, fui informado de um caso real por alguém que me ouvia. Era a histéria de um rapaz recém chegado em uma cidade, que comegou um relacionamento com uma moga de seu novo domicilio, O namoro ia se fortalecendo. Ele, muito animado com a beleza da moga, conversava com seus colegas de faculdade sobre suas intengdes de casamento etc. Até que veio a descobrir tratar-se sua “namorada” de um transexual. Ficamos a imaginar, com certa dose de indignagao, que as préximas geragées, com muito mais raz6es, poderdo contrair relacionamentos duradouros e casamentos do tipo “gato por lebre". Outra historia hedionda ouvi de um site confidvel, que noticiava uma mudanga de ‘sexo do menino T.L., da Califémia, “filho” de um casal de lésbicas. As “maes” perceberam 0 jeito efeminado do garoto, observaram que dizia “sou uma menina” dentre as primeiras frases ditas por ele e que aos sete anos ameagou mutilar o proprio érgao sexual. Pronto, Decidiu-se que a melhor hora para a mudanga de sexo era na infancia, processo que ja se iniciou. © menino T.L. comegou um tratamento hormonal aos oito anos, que impediré o 2 Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo desenvolvimento de ombros largos, voz grave, pelos faciais e ajudaré no desenvolvimento de caracteristicas femininas. ‘A despeito de todas as “conquistas”, o movimento LGBT néo esta satisfeito. Quer- se a criminalizagao de manifestagées contrarias ao homossexualismo e a legalizagéo do ‘casamento civil homoafetivo, na mesma senda da lei argentina. Todavia, o que mais nos ocupa ¢ a satide da Igreja de Cristo. Anelamos ver se nossos irmaos estdo firmes na verdade da palavra de Deus e andam a observando. E dizer, queremos investigar, nesse passo da cai jinhada, 0 que Deus prescreve a respei do homossexualismo, A Biblia contém quatro grupos de passagens que trazem claras proibigdes ao homossexualismo. Primeiro, a histéria de Sodoma (em Gn 19:1-3), donde vem o nome “sodomia’. Conforme a visdo crista tradicional, os habitantes de Sodoma foram “culpados de praticas homossexuai estava recebendo em sua casa’. De modo semelhante, temos a historia narrada em Jz 19, episédio ocorrido em Gibed. Na ocasiao, outro residente (desta vez um velho por tentarem (sem sucesso) “infigir aos dois anjos que LO andnimo) convida dois estrangeiros (nao anjos, mas um evita e sua concubina) para sua casa. Uns homens cruéis cercaram sua casa e fizeram a mesma exigéncia dos sodomitas, para que o visitante fosse para fora “para que o conhecessem”. Em ambos os textos “conhecer’ é eufemismo para ato sexual (cf. Gn 4:1, 17,25). Segundo a interpretagao preferida do movimento homosexual, “conhecer’ néo significa “fazer sexo’, mas, simplesmente, “travar conhecimento’. Lé teria hospedado estrangeiro sobre cujas intengdes ndo se sabia. Destarte, 0 pecado de Scdoma, como dos homens de Gibed, teria sido o de invadir a privacidade dos hospedeiros e violar leis de hospitalidade John Stott, em apoio a tradigao crista, afirma que (1) “Os adjetivos ‘perverso’, ‘vil’ e ‘desgragado' (Gn 19:7; Jz 19:23) no parecem adequados para descrever uma violagéo de hospitalidade; (2) a oferta das mulheres no lugar dos homens realmente parece como se houvesse alguma conotagdo sexual no episédio; (3) embora o verbo ‘yada’ seja usado apenas 10 vezes para intercurso sexual (...) 6 dessas ocorréncias esto em Génesis, € uma na propria historia de Sodoma (...) (v.8); (4) (...) a inequivoca declaragao de Judas 8 Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo [Ud 7] néo pode ser descartada como simplesmente um erro copiado do pseudo- epigrafado judaico”. Acresca-se que Il Pe 2:8 chama 0 pecado dos sodomitas de “obras iniquas”. Em seguida, temos os textos leviticos (18:22; 20:13), que, segundo a “exegese gay’, profbem rituais religiosos ligados a idolatria, sem qualquer relagéo com a homoafetividade. Nada mais enganoso. Os textos claramente condenam o homossexualismo e 0 denunciam como “abominagéo". Como vimos na histéria de Gibea (Jz. 19:27), 08 israelitas nao abandonaram de vez esse vicio (cf. | Rs 14:24). A punigéo dos homossexuais em Israel era a morte, provavelmente pelo apedrejamento, donde se infere a gravidade com que o pecado era considerado. Na lei mosaica, a proibigao do homossexualismo é extenséo do sétimo mandamento (‘no adulterarés’, Ex 20:14), que, do modo mais amplo possivel qualquer forma de imoralidade sexual, mormente como protegao a familia. A lei nada mais é que um mandamento de retomo ao principio, a maneira estabelecida por Deus (Gn 2:18, 23). Deus fez uma mulher para um homem. A unidade deve ser vivida na diversidade de sexos (Gn 2:24), Terceiro, temos as declaragdes de Paulo em Rm 1, em sua descrigéo do mundo greco-romano de seus dias. Os pagaos suprimiram a verdade e se voltaram aos idolos. Em julgamento, “Deus os entregou” as suas mentes depravadas (1:24, 26,28). Mais uma vez 0 texto é manipulado pelo “movimento cristo LGBT", para quem Paulo estaria condenando a pratica dos “pervertidos” (pratica homossexual de macho heterossexual) € no dos “invertidos” (homens e mulheres com disposi¢ao homossexual). Percebe-se, todavia, que para Paulo 0 homossexualismo é sempre contrario a natureza (physis), significando @ ordem criada por Deus, que néo se deriva de um determinismo biolégico & sim da apostasia do coragao. Para o apéstolo, violar a physis é violar a ordem criada por Deus. Quarto, temos outros textos paulinos (I Co 6:9, 10; | Tm 1:9-11), nos quais aparecem as palavras gregas ‘arsenokoitai’ (em ambos) e ‘malakoi’ (em | Co somente). ‘Segundo leitura com tendéncia homoafetiva, nestes textos Paulo tinha em mente a pederastia comercial entre homens mais velhos e adolescentes, ensejando a corrupgéo 14 Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo destes. "Malakoi’ (efeminados) é literalmente “macio ao toque’, e, metaforicamente, entre ©s gregos, indicava 0 homem que representava o papel passivo no intercurso homosexual. _‘Arsenokoitai’ (sodomitas) significa literalmente “macho na cama” e os gregos usavam esta expressao para descrever aquele que fazia as vezes do homem na relagéo homossexual. Donde se infere que quaisquer formas de homossexualismo (inclusive entre homens e travestis ou transexuais) constituem-se, no primeiro texto, em a0 reino de Deus e, no segundo, uma marca dos transgressores da Sua lei moral Quer pelo crescimento exacerbado, quer pela repercussao ou pelos desafios que apresenta, 0 homossexualismo permanece alardeando a sociedade por atentar as questées morais, sociais, familiares e juridicas. E a perversdo que consiste na satisfag&o sexual com animais domésticos, pratica mais comum no campo que no meio urbano. *O Relatério Kinsey sobre 0 sexo mostrou que entre 40 @ 50% da populacdo rural dos EUA tém cometido atos dessa natureza. Mas nas areas urbanas a taxa de pessoas envolvidas 6 de somente 4%" (Champlin). Esse pecado é chamado de confuséo, ou seja, uma desordem da natureza (Lv 18:23; 20:15, 16; DDT 2 animais era a morte. 1; Ex 22:19). A punigéo para quem praticasse sexo com Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo 3.4) Outras formas medonhas de perversdo sexual. Erotismo ¢ a tendéncia abusive aos atos sexuais. No homem, chama-se satiriase: na mulher, ninfomania ou uteromania. Caracteriza-se pelo ardor insacidvel do desejo sexual Exibicionismo ¢ a perversdo consistente na salisfagao sexual de mostrar seus 6rgdos genitais, em geral a distancia e em locais publicos. Mixoscopia caracteriza-se pelo desejo iniquo de presenciar 0 coito de terceiros. Trata-se voyeurismo (derivado das expressdes francesas voyeurs ou voyeuses). Pluralismo torpeza que se manifesta na pratica sexual com mais de trés Participantes, e, nas palavras de Genival Veloso de Franga, traduz um elevado grau de desajustamento moral e sexual” ‘Swapping, por sua vez, é a pratica horrenda que se perfaz pela troca consentida de parceiros entre dois ou mais casais. Gerontofilia é a atracdo de individuos jovens por pessoas de excessiva idade. Por outro lado, pedo! a perversdo sexual que se apresenta pela predilegao erética com criangas, indo desde os atos obscenos até a pratica de manifestag6es libidinosas”. Franca alerta que “ha uma verdadeira industria de confecgao de dlbuns com criangas despidas que sdo avidamente compulsados ou em sites na Internet visitados por esses pervertidos” 1. segundo Genival Veloso de Franca, © que colacionamos até aqui demonstrou suficientemente ao leitor que a lista de pervers6es sexuais é interminavel. Faltaria tempo para acrescentar as praticas horrendas da necrofilia (impulsao de praticar sexo com cadaver), sadismo (satisfagaio sexual pelo sofrimento do parceiro), masoquismo (prazer sexual na propria dor, sofrimento ou humithacdo) e outras torpezas do género. A quisa de arremate, anotamos to 56 que nao ha limites 4 perverso do instinto sexual. A sede de inovagdo, a busca desenfreada pelo prazer a todo custo e a super Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo erotizagao tém, juntas, conduzido a perversdes inimagindveis, a palologias e a desestabilidade das relagdes e da familia em uma sociedade que anda a galopes em diregao a completa destruigao de todo e qualquer senso de moral 3.5) Dentre outras praticas controvertidas, se no pervertidas, se encontram ‘0s sexos oral e anal. ‘A pesquisa de Tim e Beverly LaHaye, realizada com 3.377 pessoas, dos quais 98% professaram ser crentes verdadeiros, indicou "que © sexo oral esta aumentando hoje, gragas @ amoral educagao sexual, a porografia, a modema literatura sexual e a decadéncia moral de nossos dias’. A pesquisa revelou que a pratica entre os cristéos ¢ menos comum. "Obviamente, a comunidade crista ainda nao aceitou unanimemente o ‘sexo oral. A maioria dos conselheiros cristéos mostra-se relutante em condenar ou apoiar a pratica, deixando @ deciséo com 0 individuo. Contudo, parece existir um grande numero de crentes que desfrutam de uma vida amorosa satisfatéria e feliz sem esta pratica’, asseveraram. “Estamos convencidos’, afirma o casal LaHaye, “de que nada tomard o lugar do tradicional ato conjugal como o principal método de expresséo do amor conjugal entre pessoas casadas’ Quanto ao sexo oral, alguns entendem como caricias preliminares do jogo do sexo, nao sendo mesmo 0 caso de substituir o intercurso normal. O que ndo acontece ao sexo anal Na verdade, o sexo anal é uma perversdo da natureza, como Deus a planejou. E 0 ‘sexo dos sodomitas. E uma distorgdo promovida pela pomografia que desafia 0 propésito de Deus para 0 sexo e seu prazer ligado @ procriagao. Nem por um segundo defendemos Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo procriagdo como a Unica béngao a ser auferida do sexo, no entanto, béngao alguma estd dissociada inteiramente desta, como pretende o sexo anal, 4, Adultério: gravidade, causas e prevengao. 4.) A gravidade do adult Vé-se a gravidade do adultério na forma como foi punido no Antigo Testamento: morte por apedrejamento (cf. Lv 18:20; 20:10). O adultério ja era passivel de castigo nos cédigos legais antigos, que remontam ao segundo milénio a.C., como 0 cédigo Lipit-istar, © Cédigo de Hamurabi e as antigas leis assirias. No Novo Testamento, 0 adultério é dito ‘como incompativel com Reino de Deus (| Co 6:9-10) e como causa que sujeita o adtiltero ao julgamento divino (Hb 13:4) Segundo 0 ensino do Senhor Jesus, o sétimo mandamento (Ex 20:14; Dt 5:18) ja é violado quando se olha “para uma mulher com intengao impura’, caso em que, “no coragao, jé adulterou com ela" (Mt 5:28). E dizer, se a infidelidade ao matriménio é pecado, qualquer tendéncia nesta diregéo igualmente ja 0 é. Nao ignoramos que os grandes pecados nascem das maquinagées do coragao (Mt 15:19). Ademais, observamos que se 0 “néo adulterarés" j4 é quebrado na mente, profbe-se com ele o adultério consentido, o virtual e o consumo de pornografia Das pesquisas da Redbook, somos informados que apenas 3% das pessoas interrogadas nao consideram o adultério errado, 0 que nos faz concluir que mesmo os adulteros no consideram a prética saudével. Nesse passo de nosso estudo sobre “a santidade do sexo”, desejo tecer breves anotagdes acerca das razdes que tomam 0 aduitério algo especialmente grave. Se nao, vejamos, Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo 4.1.1) O adultério projeta-se contra a santidade do lar. "Venerado seja entre todos 0 matriménio ¢ 0 leito sem macula; porém, aos que se dao a prostituigao e aos adultérios, Deus os julgaré” (Hb 13:4). Ha uma ameaga de punigéo aquele que langa macula sobre o matriménio, tal 6 0 caso dos impuros ¢ adkilteros. 4.1.2) © addltero milita contra uma instituigao divina — 0 casamento. “Assim nao so mais dois, mas uma s6 care. Portanto, 0 que Deus ajuntou no 0 separe o homem" (Mt 19:6). © adultério causa tal rompimento ao ajuntamento feito por Deus que torna possivel a vitima segundas nuipoias legitimas perante Ele (Mt 19:9). Aqui, 0 casamento enquanto instituicéo é considerado objetivamente em sua seriedade. Deus é 0 seu primeiro celebrante e o seu instituidor. Afronté-lo é voltar-se contra uma instituigao divina, frise-se, 4.1.3) O adultério é uma violagao de um pacto realizado na presenca de Deus. Pv 2:17 fala da mulher estranha “que deixa 0 guia da sua mocidade e se esquece da alianga do seu Deus". Segundo o profeta Malaquias, eis a razéo pela qual Deus havia desprezado © oficio dos sacerdotes em seu tempo: “Por que o Senhor foi testemunha entre tie a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua alianga" (MI 2:14). A par da nogao de casamento como instituigao, subsiste a ideia de casamento como acordo livre de vontades entre pessoas livres. Ali, Deus é 0 instituidor, aqui, a testemunha de um pacto. Ali, casamento 6 objetivamente considerado; aqui, subjetivamente considerado, sendo Deus a testemunha deste santo acordo. Nao se pode olvidar que Deus respeita nossos acordos, se legitimos, e quer que os respeitemos (ct. Js 9). 4.1.4) O adultério (@ quaisquer outras formas de prostituicSo) € um ato singularmente grave pelo modo como se insurge contra a verdade sobre 0 corpo do cristao. No texto de | Co 6, 0 verso 13 informa-nos que nao ha conexao entre o corpo e a prostituigéo como ha entre o alimento e 0 estémago. A conexdo ¢ entre 0 corpo e 0 Senhor, que ressuscitar 0 corpo (14). No verso 15 é-nos dito que os nossos corpos S80 membros do Corpo de Cristo. A gravidade do adultério esta no fato de que membros do Corpo de Cristo séo retirados do seu uso apropriado e tornados membros de merettiz, 19 Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 2 A Santidade do Sexo ‘Como podemos dar-nos a uma unidade espuiria em um ato sexual ilicto, quando estamos unidos a0 Senhor? (vs. 16,17). Portanto, “fugi da prostituigao”. Nao existe outro modo de tratar 0 caso! Passo seguinte, a singularidade do adultério é descrita no v. 18. "A assertiva do Apdstolo ¢ estritamente veraz. O alcoolismo e a glutonaria so pecados feitos no corpo e através do corpo, sendo praticados mediante 0 abuso do mesmo, porém, so coisas introduzidas de fora, erradas em seu efeito, cujo efeito é dever de cada individuo prever e evitar”. Mas a fornicagao ¢ uma usurpagao daquele corpo que pertence ao Senhor. Nao é um efeito sobre 0 corpo, com base na participagdo de coisas vindas de fora, mas, antes, uma “degradante solidariedade fisica, incompativel com a solidariedade do crente em Cristo”, uma contradigao da verdade do corpo, proveniente de si mesmo. Leon Morris descreve a singular gravidade do adultério deste modo: “Outros pecados contra 0 corpo, por exemplo a bebedice e a glutonaria, envolve 0 uso de algo que vem de fora do corpo. O apetite sexual surge de dentro. Aqueles se prestam para outros propésitos, por ex., a soviabilidade. Este ndo tem outro propésito que o da gratificagao da lascivia. Aqueles séo pecaminosos quando usados em excesso. Este é em simesmo pecaminoso”, 4.1.5) Quinto, adultério 6 uma estupidez. "O caminho dos prevaricadores ¢ aspero” (Pv 13:15). A principio parece doce. E a solugao que “caiu do céu’. "Todos os meus problemas serdo resolvidos Até que se descobre que seu preco ¢ alto: “Porque os labios da mulher estranha destilam favos de mel, ¢ o seu paladar 6 mais suave do que o azeite. Mas 0 seu fim & amargoso como 0 absinto, agudo como a espada de dois gumes. (Os seus pés descem para a morte; os seus passos esto impregnados do inferno. Para que no ponderes os caminhos da vida, as suas andangas so errantes: jamais os conheceras. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e ndo vos desvieis das palavras da minha boca. Longe dela seja o teu caminho, e nao te chegues a porta da sua casa; para que néo és a outrem a tua honra, e nao entregues a cruéis os teus anos de vida; para que nao farte a estranhos 0 teu esforco, € todo 0 fruto do teu trabalho va parar em casa alheia; & no fim venhas a gemer, no consumir-se da tua came e do teu corpo. E entiio digas: Como odiei a corregdo! e o meu coragao desprezou a repreensdo! Endo escutel a voz dos que Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo me ensinavam, nem aos meus mestres inclinei o meu ouvido! No meio da congregagao e da assembiéia foi que eu me achei em quase todo o mal’ (Pv 5:3-14). 4.1.6) O adultério 6 especialmente grave por configurar-se numa traigao em um ambiente construido necessariamente sobre a base da confianga. Somente uma atitude de extremo egoismo exporia a instabilidade e ao softimento aqueles que nos séio mais préximos, que mais dependem e mais esperam de nés. Sem diivida, “as lagrimas, duvidas e noites mal dormidas de pessoas que passaram pela tragica experiéncia da traigdo conjugal e os filhos de pais separados devem nos alertar e sensibilizar” (Hans Ulrich Reifler). ‘Quem permanece a vaguear em busca de pasios mais verdes ndo tem ideia do frescor do seu préprio. jebe agua da tua fonte, e das correntes do teu pogo (...) seja bendito 0 teu manancial, ¢ alegra-te com @ mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraido perpetuamente (...)" (Pv 5:15,18,19). Noutras palavras, olhe para dentro, nunca para fora do seu cercado! “Russel Conwell conta uma historia incomparavel: Era uma vez um idoso, penso que se chamava Ali Hafed. Ele era possuldor de uma grande fazenda, pomar, campos de cereais, hortas. Fizera muitos investimentos, e estava rico e contente. Um dia recebeu a visita de um velho sacerdote budista, um homem de elevada estirpe. Eles se assentaram perto do fogo ¢ o sacerdote contou-Ihe a minuciosa historia da criagdo. E concluiu dizendo que os diamantes eram as pedras preciosas mais raras e valiosas que haviam sido criadas; ‘gotas congeladas de luz solar’, e, se Ali tivesse diamantes, ele poderia obter o que quisesse para si e para a sua familia Ali Hafed comegou a sonhar com diamantes - acerca de quanto eles valiam. E tornou-se pobre. Ele ndo perdera nada, mas sentia-se pobre. Ele disse: ‘Quero uma mina de diamantes', e ficava acordado durante a noite Certa manha ele decidiu vender a sua fazenda e tudo o que tinha, e viajar pelo mundo, em busca de diamantes. Juntou 0 dinheiro que tinha, deixou a familia aos cuidados de um vizinho, e comegou a sua busca. Viajou pela Palestina e pela Europa Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo extensivamente, ¢ nada encontrou. Por fim, depois que 0 seu dinheiro jé fora todo gasto ele estava em farrapos, em miséria e pobreza, chegou em uma praia em Barcelona, Espanha. Uma grande onda veio quebrando, e esse homem pobre, desanimado, sofrendo, quase moribundo, néo péde resistir a terrivel tentagao de se langar nessa onda tremenda. E afundou, para nunca mais emergir. “O homem que comprou a fazenda de Ali Hafede, certo dia levou 0 seu camelo para 0 regato que havia em sua horta. Quando 0 camelo colocou 0 focinho naquele ribeiro Faso, 0 novo proprietario notou um brilho curioso de luz, que provinha de uma pedra nas areias brancas da torrente. Ao esgravatar com os dedos a areia, ele encontrou um monte das mais belas pedras preciosas: diamantes. Esta foi a descoberta da mais magnifica mina de diamantes na historia da humanidade: a Golconda. Os maiores diamantes que enfeitam as coroas reais do mundo vieram dessa mina” (Peterson). Pare de comparar seu cOnjuge com quem quer que seja. Ele é especial. Ele é sé ‘seu. Deus 0 separou para vocé. “Alegra-te com a mulher da tua mocidade”. 4.2) Causa e prevencao ‘Apés havermos pensado sobre a gravidade do adultério, devemos ponderar sobre quais as suas possiveis causas. Desse modo, ressalte-se, ndo desejamos justificd-to, Adultério é adultério, pecado grave contra Deus, contra a instituigéo divina do casamento, contra estabilidade e santidade do lar, uma negagao da verdade do corpo € ponto final. Nada o tornara menos pecaminoso! No entanto, apenas colocar sua gravidade nao nos isenta da responsabilidade de proteger 0 cénjuge contra os possiveis e ndo raros assaltos que todos sofremos. Assiste razAo a quem vé o adultério como uma fragilidade do casal, e nao somente do adiiltero. Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo Embora tenhamos colocado alhures a realidade quanto aos prazeres da vida sexual, € possivel que muitos, ao terem lido, tenham pensado secretamente ou mesmo dito abertamente: “Tudo bem, mas isto néo corresponde a minha realidade". Na verdade, para alguns, a hora do sexo a hora do terror, é 0 pior e o mais angustiante de todos os momentos. Outros ainda ja perderam as esperancas de reencontrarem o ‘caminho do prazer na cama e ja vaticinaram: ‘melhor seria se ele no pensasse mais nisso”. E nesse passo que surgem todos os tipos de desculpas: os afazeres, as criangas, ‘0 cansago, a enfermidade e coisas que valham, contanto que se livrem daquela hora Jé em 1953, 0 Dr. Alfred Kinsey, chamado o pai do “relatério sexual’, “disse que metade dos homens e um quarto das mulheres que entrevistou confessaram relagdes extraconjugais’. Na pesquisa da Redbook, em 1974, quase um tergo das mulheres participaram de relagdes extraconjugais. Destas, cerca de 90% haviam tido sexo pré- nupcial. A mesma pesquisa revelou que é duas vezes mais provavel que esposas sem religido tenham sexo fora do casamento do que aquelas fortemente religiosas. ‘Apenas anoto estes dados com a finalidade de apontar a insalisfagao com 0 prazer sexual no casamento. E dbvio, ressalte-se outra vez, que o adiltero ndo sera jusfificado pela negligencia que sofre em seu casamento, mas, é certo que alguns relacionamentos Propiciam a caréncia que gera 0 caso extraconjugal. E ébvio ainda que o cénjuge insatisfeito esteja mais vulneravel aos ataques de Satands, e isto ndo sou eu que digo! \Vejamos as palavras do escritor inspirado: “Mas, por causa da prostituigao, cada um tenha a sua propria mulher, e cada uma tenha 0 seu préprio marido, © marido pague ‘a mulher a devida benevoléncia, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher nao tem poder sobre 0 seu préprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira 0 marido no tem poder sobre 0 seu préprio corpo, mas tem-no a mulher. Nao vos priveis, um ao outro, sendo por consentimento muituo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e a oragao; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanas ndo vos tente pela vossa incontinéncia” (I Co 7:2-5). Notemos que neste texto, 0 apéstolo indica uma das razdes do matriménio: "as prostituiges” (v 2). No verso 3, ele inicia sua fala sobre as obrigagdes do casamento, 0 que desenvolve no verso 4, afirmando que os cOnjuges “néo tém poder sobre o seu Pr. Ary Queiroz Vieira Junior | 24 A Santidade do Sexo préprio corpo”. A palavra “poder” ai é “autoridade’, indicando que os oGnjuges ndo tém o direito de usarem seus corpos completamente como queiram. Eles tém obrigagées mituas, © que sugere que 0 ato sexual é algo absolutamente indispensavel em tempos normais. No verso 5, Paulo desenvolve ainda a ideia de que um cénjuge pertence ao outro, a ponto de chamar a nega¢ao do proprio corpo de ato de fraude. A privacao, ensina, sé deve acontecer (1) "por miituo consentimento”, (2) “por algum tempo" (e depois ajuntai- vos outra vez) e (3) "para vos aplicardes ao jejum e a oragio", “para que Satands ndo vos tente pela vossa incontinéncia’, Para Paulo, @ nossa incontinéncia é tal que mesmo os afastamentos por mutuo consentimento e santo propésito devem ser esporadicos e nao tao longos. O que contribui ‘ao nosso ponto 6 que ambos, marido e mulher, se tornam mais vulnerdveis quando o ‘casamento nao Ihes proporciona satisfatério prazer sexual. Conservemos, pois, em mente a exortagao apostdlica de | Co 7: manter a relagao conjugal viva é um antidoto eficiente contra a incontinéncia na area sexual. Por isso, desejo oferecer algumas notas sobre 0 que se pode fazer positivamente pela construgao € preservagao de uma vida conjugal satisfatoria. Vejamos. Primeiro, controlemos o mal humor. Ninguém deseja ardentemente ir para a ‘cama com um etemo irritado, do tipo que de tudo reclama € para quem tudo esté sempre cerrado. Qualquer brisa suave é por ele interpretada como um tomado violento. Segundo, vigiemos as palavras. “O homem prudente encobre 0 conhecimento, mas 0 coragdo dos tolos proclama a estulticia” (Pv 12:23). No percebemos que ndo da para ir a cama estando cheios de magoas? Terceiro, néo percamos nenhuma oportunidade de elogiar nosso cénjuge. "Nao saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas 56 a que for boa para promover a edificagdo, para que dé graga aos que a ouvem. E néo entristegais o Espirito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redengao.Toda a amargura, e ira, e cdlera, e gritaria, e blasfémia e toda a malicia sejam tiradas dentre vés, antes sede uns para com 08 outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef4:29-32). Este foi o segredo do reencontro de Salomao e Sulamita: palavras de elogio. Ela fala sobre o quanto admira seu amado, em 5:10-16. Ele Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo declara-se apaixonadamente em 6:4-9 ¢ 7:1-9. Alé que novamente se reencontram em 7:10-13. Quarto, lutemos contra a rotina. Ela 6 cruel. Sejamos criativos. Tomemos iniciativas. Planejemos juntos 0 lazer que seja adequado para ambos. Invistamos em momentos sé para o casal, freqiientemente. Mas, acima de tudo, criemos uma rotina agradavel, vez que ndo vivemos da excegao, mas da regra Quinto, no guardemos magoas. Quando formos magoados, abramos coragao de um modo que nao acusemos nosso cénjuge. Ao invés de dizermos: “vocé me magoou", digamos, “estou me sentindo ferido’, “preciso colocar meus sentimentos ¢ Ihe perdoar’ Sexto, tentemos conversar abertamente sobre sexo. Nao precisamos ser nem pornégrafos em nosso linguagem, nem demasiadamente escrupulosos. O livro de Cantares 6 um exemplo claro do que digo. As falas so desinibidas sem ferirem nossa sensibilidade. Essa é a linguagem do Espirito Santo. Nestas conversas, precisamos tentar nos conhecer melhor. Gostos, preferéncias, coisas indesejadas, tudo precisa ser colocado de modo claro. Sétimo, tentemos vencer a inibigo, se inibidos, ou tentemos respeitar a igo do outro, se desinibidos. Precisamos descobrir juntos, na ‘© que excila 0 outro, sem que haja qualquer tipo de coergao. Citavo, aprendamos a ceder. Raramente os casais se encontram no tocante 20 imidade do casal, ritmo sexual. Muitas vezes aquilo que é escassez para um é transbordante para o outro. ‘Ambos deveremos ceder. © amor sabe sacrificar algo pelo outro. E o mais importante’ no nos sintamos rejeitados quando 0 cénjuge nao estiver com vontade. Nono, lembremo-nos que somos casados, e, como tais, possuimos deveres Para com 0 outro. “O marido pague a mulher a devida benevoléncia, @ da mesma sorte a mulher ao marido” (I Co 7:3). Nao podemos mais viver como bem desejamos a ponto de negligenciarmos nossos deveres maritais, Décimo, leiamos uma boa literatura cristé sobre o assunto. Hé nas livrarias, tanto materiais bons quanto ruins. Escolha o melhor, o mais equilibrado e dé preferéncia a autores consagrados 4 drea de aconselhamento familiar, mormente com base em exposigdes de textos biblicos que tratam do assunto. Ademais, leituras que nos ajudam a conhecer mais a Biblia nos auxiliaréo a sermos cristéos melhores e, por isso, conjuges Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo melhores. Conhegamos as fungées do seu corpo, ao maximo que pudermos, tanto quanto do nosso cénjuge. Leiamos, ao menos, um bom livro por ano nesta area. Décimo primeiro, procuremos ajuda em casos especiais. Alguns perpetuam um problema por ndo se disporem a pedir socorro. Alguns casos pedem um conselheiro, outros, um profissional médico. Décimo segundo, zelemos 0 nosso corpo. Cuidemos de nossa satide e da ine pessoal. Evitemos, por tudo nesta vida, os maus odores. Procuremos apresentar- nos quase sempre atraentes para nosso cOnjuge, mas nunca repulsivos. Décimo terceiro, ndéo usemos 0 Sexo como uma arma que premia ou pune. Isto € mais especialidade das mulheres, que costumam expressar sua insatisfacéio com a negagao do sexo. Décimo quarto, e por outro lado, néo aparegamos faceiros e agradaveis s6 quando quisermos sexo. Isso é simplesmente patético! E ela sente-se usada ante tamanho cinismo. Décimo quinto, tenhamos em casa a devida privacidade e mantenhamos o ninho devidamente apto para nos receber. Alguns nao suportardo a casa de cabega para baixo. Sei que alguns se excedem nesse perfeccionismo. Mas, por favor, que 0 minimo suficiente seja observado. Por fim, deixo-vos com este conselho de Augustus Nicodemus e Minka Schaulkwijk: "mantenham expectativas realistas sobre o desempenho sexual a assim evitardo frustragées (...) Os casais deveriam se conscientizar que é perfeitamente normal no ter relagSes sexuais toda noite” (com grifo nosso) 4,3) E se nada funcionar? Remetemos 0 leitor ao texto de Gn 29:30-35. O verso 26 deste capitulo explica, ainda que ndo justifique, 0 que segundo Labao era costume em sua terra: “nao se faz assim no nosso lugar, que a menor se dé antes da primogénita” Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo Sendo este o costume da terra, Lia ndo reivindicou estrita exclusividade monogamica. Os seus citimes ndo diziam respeito a privilégios sexuais. O que ela nao pode aceitar foi ndo ser amada! Ah, isso nao. © verso 30 nos informa que Jacé “amou também a Raquel mais do que a Lia” Esta, que amava seu marido (30:16al), teve sua tristeza compensada pelo Senhor, pois ‘vendo (...) que Lia era desprezada, abriu a sua madre" (v. 31), Lia, que era “desprezada’, “preterida’, alimentava esperangas de conquistar 0 amor do seu marido. E isto expés nos nomes e expressées de sentimentos positives que proferia a cada novo filho. Quero que vocé note que Jacé mantinha relagdes sexuais com Lia. Mas isso nao era o bastante. Lia precisava ser amada. Lia precisa entender as express6es do afeto de Jacé, ver demonstragao de seu interesse por ela ‘A cada um dos primeiros trés filhos hd uma palavra que revela sua dor e um brado de esperanga renovada. Nasceu o primeiro filno “e chamou-o Ruben", nome que alguns dizem significar “eis um filho!”, “pois disse: Porque o Senhor atendeu & minha afligdo...". A palavra hebraica lepressao”. Lia sentia-se deprimida por no ser amada para ‘afligao’ 6, literalmente Talvez esta seja a causa das depressées da esposa do leitor. Ela meramente esta convencida de que vooé ndo a ama! Mas, quanto a Liz, sua esperanga ¢ que “agora me amaré 0 meu marido”, Seria vocé téo surdo como Jacé que néo consegue ouvir 0 clamor de sua esposa? ‘Ao segundo filho Lia chamou-o Simedo, que talvez signifique ‘audi¢ao’, para indicar que Deus continua Ihe ouvindo. Por ocasiéo do nascimento de Simedo, Ihe disse’ “porquanto 0 Senhor ouviu que eu era desprezada’. A palavra hebraica que é traduzida para ‘desprezada’ significa ‘odiada’, Esta era a maneira como Lia entendia os sentimentos de Jacé para com ela. Como vooé acha que reage na cama uma mulher que se sente ‘odiada’ ou humilhada? Com que alegria vocé espera que ela Ihe receba em casa? NAo, nao, nao se engane! O maximo que uma mulher assim poderd fazer € cumprir sua ‘obrigagdo’ de esposa e dizer: ‘tome logo, homem, tome o que Ihe devo". E assim que vocé a quer? Lia revela mais de suas impressdes com o terceiro filho. Ela se sentia distanciada do seu marido e deixa escapar sua esperanga que “agora esta vez se uniré meu marido a Pr. Ary Queiroz Vieira Junior A Santidade do Sexo mim", como que dizendo: “nao é possivel que ele permanega longe, ja Ihe dei trés filhos”. Lia talvez compartlhasse das expectativas tolas que ainda hoje sobrevivem, a saber, que filhos prendem maridos. Em pensando assim, até que poderiamos justificar Lia, pela cultura na qual ela estava inserida. Mas de modo algum desculpamos as mulheres que continuam a gerar filhos com o fim de agarrar 0 marido. Nao, no, jamais! © seu marido tem que ficar com vocé por vocé. Jacé queria Raquel sem filhos mesmo. Elana queria ‘Ana sem filhos mesmo. Veja como ele @ consolava: Na, por que choras? E por que néo comes? E por que esta mal o teu coragaio? Nao te sou eu melhor do que dez filhos?” (I Sm 1:8), Lia concebe o quarto filho, “dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor’. E possivel que Lia tenha aprendido que nao deveria viver em torno de suas buscas pessoais. Que Deus era mais importante que Jac. Que melhor era parar para ver coisas maiores que Deus estava fazendo do que viver em tomo de um homem fragil como seu marido. Lia ndo foi a mais amada das esposas de Jaoé, mas por meio dela viria o Messias, nosso Senhor. “Por isso chamou-o Juda, que significa ‘Deus seja lowvado”. Deus seja louvado, com ou sem o amor de Jacé. Ou simplesmente teria achado Lia, na religiéo, uma maneira de afogar ‘suas mégoas? Quem no conhece mulheres mal amadas que canalizam sua caréncia aos assuntos religiosos? Nao imaginamos ser 0 caso. Quero que vooé perceba a dignidade da fé desta mulher, a Lia. Ela percebeu que mesmo as mais grandiosas estratégias podem falhar. Nao pode conquistar 0 marido nem Ihe dando quatro filhos. A despeito disso, fez o que as mulheres que nada mais esperam do marido deveriam fazer: encontrar seu amparo e seu regozijo em Deus. Afinal, Deus, antes de querer que tenhamos uma vida sexual plenamente satisfeita, deseja que busquemos o Seu Reino e sua justiga. A gloria de Deus deve a 1ar-nos mais que qualquer satisfagao de ordem pessoal. Portanto, deixemo-nos encher pelo Espirito Santo, e cuidemos em nos esforgar para que 0 fruto do Espirito seja cada vez mais evidente em nés. Julgamos plenamente possivel a um casal manter uma vida equilibrada, fiel, respeitosa e afetuosa, ainda que nao haja a melhor sexualidade possivel. A Deus toda a gloria Pr. Ary Queiroz Vieira Junior

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