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e os primrdios do cristianismo (v. gr. ns. 48, 54, 66, 188, 360); confrontar a cronologia e o manuseamento orosiano das fontes historiogrficas aquilo que Rodrigo designa como "manipulaes cronolgicas do presbtero hispnico" (cf. n. 193, p. 230) - com outras fontes, mostrando at
que ponto, da finalidade apologtica que Orsio imprimira sua obra,
resulta, ou no, um relato fidedigno dos acontecimentos histricos desde
a Fundao da Cidade at ao advento do cristianismo e progressiva
desagregao do Imprio Romano do Ocidente (v. gr. ns. 126, 193, 213,
338-39, 358, 366, 430). As notas que referimos ilustram to-somente, de
modo paradigmtico, a diviso tripartida a que as sujeitmos. Sendo to
copiosas, impossvel abranger a sua riqueza num trabalho de recenso.
A harmnica articulao entre o texto traduzido e as anotaes faz
da obra em epgrafe um excelente instrumento de trabalho para quem
queira compreender Orsio no seu tempo e avaliar o seu contributo para a
Historiografia, ou, ainda, para quem pretenda analisar aspectos particulares das Historiai de Orsio, pois tem ao seu dispor, a partir de agora, uma
verso credvel, se bem que parcial, do texto, enriquecida por um imenso
conjunto de referncias a fontes historiogrficas. Este, por seu turno,
completa-se com o recurso a uma bibliografia selecta, contendo estudos
recentes sobre o pensamento do presbtero bracarense e o seu enquadramento cultural, amplamente manuseada ao longo da obra e devidamente
identificada nas pp. 289-297. A obra em apreo conta, ainda, com um
ndice onomstico, sempre til num trabalho de semelhante envergadura.
De modo inconcusso, a obra de Paulo F. Alberto e Rodrigo Furtado
constitui um estudo de referncia obrigatria para quem queira estudar
Orsio, em portugus e em Portugal.
Paula Oliveira e Silva
LUIS ALBERTO DE BONI, Filosofia Medieval. Textos. Coleco Filosofia, Porto Alegre, EDIPUCRS, 2000, 418 p.
Dedicando-se desde h mais de 20 anos docncia e investigao
em Filosofia Medieval, Luis A. De Boni traz a pblico a obra em epgrafe
no intuito de contribuir para preencher as carncias de edies de textos
filosficos pertencentes ao designado perodo medieval e de os tornar
acessveis, sobretudo, aos alunos. O autor justifica a presente antologia
por uma exigncia pragmtica que insere em contexto histrico: a cada
vez mais diminuta existncia de leitores familiarizados com o idioma de
Ccero, mormente entre os discentes das Licenciaturas de Filosofia.
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