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or Tab Ze busy an \ / E \ JUSTIGA Bra ote> Superior TRIBUNAL DE JUSTICA Dovutrina Epi¢&o COMEMORATIVA - 25 ANOS Ministre Nancy Andrighi Diretora da Revista 34(4) bot. S12 S489 6 Peer Pil : ‘Surewior TRIBUNAL DE JUSTIGA beh Guautere no Mast Dmsros oa Rona ‘Minisra Nancy Andnigh-+ Disorz ‘Andrea Dias de Castro Cosh Chef de Gabinete Bloame August Serndorer Gerson Prado da Silva ‘Mania Angelica Neves Sane Ana ‘Maria Luies Pimencel Melo} Teno em Seretariado (Ceisuano Augusto Redegues Santor Mensgero Gabinete do Mine Dirtr da Rute SAPISul- Quad 6- Lace 1B dos Penis ~ 2 Anda» Soe ‘Bras - DF -70095-500 sre usr senses jude “Teefone (61) 3319-8803 "Fa (61) 3519-8992 23d Brel, Super Tibunal de frcea Dourna :elicio comemoraiva, 25 anos SupeorTiburl de Justin — Brass ‘SepenoeTbual de js, 2015. 616 p.:a, Elipondo pele Grbnete do Minisro Direor ds Rent. ISBN 978-85-7248-159.5, 1, Tribunal Sopenor, dro, clei Bra 2 Tribunal Supenor, dousnes, Beni 2. Super Tribunal de Jornen, Bel [inl ‘SUPERIOR TRISHMAT De wists ae BIBLIOTECA M. OSCAR SARAIVS x Data (8 Thea Superior TRIBUNAL DE JUSTICA PLENARIO. Ministro Felix Fischer Preidence ‘Minusro Gilson Dipp + Vier Prdente Minsstro Ari Pargendler ‘Minssero Francisco Falko} Coneedor Neconl de ue Minisera Nancy Andrighi + Dios ds Ress Minustra Launta Vaz Mintstro Jofo Otivio de Noronha 4 Dison Gert ds ENEAM Minisixo Arnaldo Esteves Lima-| Comepeder Gerad jens Fedral Ministro Humberto Marans ‘Minis Mania Thetess de Assis Moura Ministro Herman Benjamin Ministro Napoicio Nunes Mata Filho ‘Ministro Sidnei Benew Ministre Jorge Musst ‘Ministro Og Fernandes ‘Minisro Luis Felipe Salomnio Minis Mauro Campbell Marques ‘Ministro Benedito Goncalves Ministre Raul Araijo ‘Minisiro Paulo de Tarso Sansevenno ‘Minit Isabel Gallocti Ministro Antonio Carlos Ferreira ‘Miniseo Villas Béas Cueva Ministr Sebastiéo Ress Jimor ‘Minustzo Marco Buzat ‘Ministro Marco Aurélio Bellize ‘Minisera Assusete Magalhies Minsstro Sérgo Kukina Ministzo Moura Ribeiro ‘Minisera Regina Helena Costa Ministro Rogerio Schiees Cruz Ministre Nefi Cordeiro Reslugo 19ST, a 3" UST}. are 24, He V2, § 8,628 400338 3 |A Nova Sisrauirtca nas Meproas CareLanes Psssous KO rocesso PENAL BRASILERO Minisra Maria Thereza Racha de Assis Mow SUMARIO: 1, INTRODUGAO. 2. ALGUNS ASPECTOS RELEVANTES DA LEI 12.403/2011. 2.1 Cabimento da prisio prevendva. 2.2 Medidas alrematvas a prisio. 2.3 Modalidades de prsio cautelar. 2.4 Cricénos para imposicio das medidas caurelares. 2.5 Prisio em flagrante. 2.6 Liberdade prowsona. 3. CONCLUSAO. 4. BIBLIOGRAFIA. 1. INTRODUGAO ‘A Lei 12.403/2011, de 4 de maio de 2011', que alterou o regime juridico da prisio ¢ das medidas cautelares, crouxe profindas + Minsea do Sapence Tibunal de Jase. Brofesors douror de Direo Procesual Penal da acaldade de Dro da Univeidade de Sto Polo. "Ala, publics eo di 5 de mas de 2011, com sca le de ees ds, incge a chamada ‘efooma proces! pel, nada em 2001 cag 2 presenta de oo Projos de Li eaborador pels Comusso Presidida pa Profesor Ada Pellegnm Grnoet,wzsessnad per Peonio Calmen Fo « compota ta por Anronio Magulhses Gomes Fh, Antonio Seamer Femandes. Lz imo Gomes Miguel Res juni, Nisam Carnaro Leo, Rene nel Dore, Rogéi Laura Tua «Side! Benet. Es conquano eka ido im do mos worm en ds mas esperdos pa comune yusiicn ‘Sunetog Tusuna. os usricn- Dounans «Enero Cousnonsi = 2898, ‘modificagSes no sistema das medidas cautelases pessoais". E certo que a nova le, resultado do PL 4.208/2001, apresentado uma década antes pela Comisséo de Reforma, sofreu algumas alteragées no curso do proceso legislativo, as quais contudo néo chegaram 2 descaracterinie bs ‘Uma das principais aleeragées esti na mudanca de mencalidade em relacio a0 raciocinio que inspirou o Cédigo de Processo Penal de 1940!, Com a reforma, a liberdade, antes do trinsiro em julgado da senvenga condenatéria, &2 regra, nos termos do que dispée, desde 1988, a Consticuicéo da Reptiblica (art. 5°, inciso LXV1), ¢ prisio, a excesio, Isto significa que a prisfo preventiva tem carirer de subsidiariedade, 2 dente urs: Jeinc Nelo Miranda Coun, Le 12.405/2014: mats ma tee de alse urns niitene sar, Boles ISCCRIM 223, juno 201%, ps Geraldo Prado patos Pe Melhig, reve adie erica a Lata, 12-403, de 2011, gue mollis o rege SER rs psn no procs perl bre, Brim JBCCRIM a. 223 uno 201, p10; ‘rpeo ice Boca, Mis relxoer bre a Lat 12408/11, Babu IBCCRIM 223 uno TOIT pi Og Remand (core, Media cele ne prope pte et aerate. ‘Comensrios +L 12.40, de 04.05 201. Sip Palo: RT, 2011, 334. > V, por exemplo,s pcs que earn contd no § 7° do ar. 282 e gue se ent poss tanbin no Projeo de Codigo de Provo Penl (PLS 15672009 e FL 8.045/2010), de que a ‘Radia cudar deve ter penodiamente rena, Disp, a propa o are 562 do Projo oc. rpekfamusono na Cima dos Depusnes:“Chalquer que sje 0 su fundamen legal 3 prsto dieser bigaeomancnte examined plo jr ou bra Competes tino, os mouves desrminartes a sun apcacio,padendo Semel foro caso, por out mesa cates?” Carzo aera Aus Lopes Jinios, O noe “Spun. 3y-mucs tas moar: pone do PL 4208 foram speedo 2 ong do rorio derrca pulse que oxgmou 2 Ls 1240372011, eos mterescs plies nem sempre exe Pin cameni cm 9 vel dz evoke dogmsies que o Disco Prcesil ena! aang’. De gu se jo Gibeme de Sousa Nuca, Peso cUberdde: fra proces pen adept Le L403, ded de mato de 2011 Sto Pale: RT, 2011, 33 *£ 0 Cédigo de Proceso Penal baleo, que enon em vigor no nico de désada de 40d atelo 50k cm tleno Eero Novo, fi emreada pela prinana do intrest do Extado sobre o inci Janae, Deprene scx Exponio de Mawvos gut olpsadar sf ss nfvenon oli dt cares stan na Cares de 1937, Tanto ¢ que rsavamentea posto preven, ea cla obras Se sy pt ca esac fe eemunada pana de elven po cemp0, no mebuo, al 8 aa je uns (are 312), A Banca nao en admasida pas 8 dls spenados com recto, aeret 2 ta ese tenor ce 21 anes oa mars de 70,2 pena mizoma io excess oisane? (ex 333). Now Ssesinics nis Meniet Cuneants ations vo Procauo Pass Basen somente sendo admitida quando néo for cabivel a sua substicuicio por outra medida cautelar (art. 282, $6°)* Vejamos, a seguir, algumas relevantes modificagées trazidas pela nova lei e seus relexos no sistema processual penal vigente. 2. ALGUNS ASPECTOS RELEVANTES DA LEI 12.403/2011 2.1 Cabimento da pristo preventiva ‘A anual redacéo do ar. 313 do CPP compée 0 novo sistema imaginado pelo legislador no que diz respeito& prisio cautelar. A alteracéo significative, a comecar pela escolha contida no inciso I—a quantidade dda pena ¢ nio a sua qualidade -, que abandona a jé praticamente abolida distinggo entre reclusio ¢ detengio. Mas, para além de uma mera sdequacio a cealidade da pena de priséo, 2 nova previséo legal craz maior protesio & liberdade, na medida em que preserva o starus ibernaris do acusado naqueles crimes em que a sentenca final nfo o levara 20 circere, como acontece, por exemplo, no crime de furto simples® Deacordo com o disposto no mencionado dispositive legal, admice- se a decretacio da prisio preventiva, nos termes do art. 312 do CPP”, nas seguintes hipéteses: > Eden no prem ure eas pen na cee, podend st ado ean iand sone Sul Soctl ture on conn cont of aac SUED § euro usar pponsnnccrs po aed cata lat froma ao ar 38 § gus pepe tr ermine anda stot be 3 bse po ours Sea ura de won com ae 30s erate pra 1 doe vt gcd sents er eur slr seeds pie pee ngewe are pvc toa 9 dee Chee bercs ‘Pilcrcoueas doa 32 dene Cigh Or rapa reve tame ne one Sind quo ofr sed impr oua edia a ra conendns vers 6g, pun pv aibrad proves sua dos 34 CPB * Va espero, Gere Prado Excepconaldade da paso provi, em Ox Fernandes (enrd Meier concrete». VE. i : 7 Are 312 do CPP: “A prio prevenva pode set decrenda como gyanga da ordem pi, orden econSmca, pe coments donee cumin, oo pa segarr spn le feud qunde bowe: prom deen da em ee fee de ston [ego umeo. "A prin pecentva também poder se decreas em exo de decumpamen de ‘alge dar ebrgztoes pons por fore de outs meds cuca (ar. 282, § Sores Tus sic Dosen «Beso Cousnonsiy= 2805 T ~ nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade sméxima superior a 4 (quatro) anosi I] - se ever sido condenado por ousro crime doloso, em sentenca sransitada em julgado, ressalvado 0 disposto no inciso I do caput do art, 64 do Cédigo Penal: IH se 0 crime envolver violencia doméstica ¢ familiar contra a mulher, erianca, adolescente, idoso, enfecmo ou pessoa com deficiéncia, para garantir ¢ execucio das medidas provetivas de urgéncia. “A maior novidade esté no inciso I do art. 313 do CPR, que restringiu co cabimento da prisio preventiva aos crimes punidos com pena méxima superior a4 anos. Eo legisiador assim dispés para estabelecer um sistema ‘coerente com o ordenamento juridico vigemte, comando como base 2 previsio de subsuinuigio da pena privativa de liberdade por restriuva de direitos para os crimes dolosos. Com efeito, tendo em vista que a pena privativa de liberdade maxima nfo superior a 4 anos, em regra, € passivel de penas restritivas de direito, conforme previsto no art. 44, 1, do Cédigo Penal, o egislador previu um sistema em que, para penas até este limite, a fanga poder ser desde logo arbitrada pelo Delegado de Policia (art. 322, CPP), porque, 2 final, 2 pena imposta nao significara o encarceramento. Jés para os crimes cuja pena privaciva de liberdade seja superior a quatro anos, em segra, # prisfo preventiva poder ser detetminada se nio for cabivel @ adocdo de outra medida cautelar, dencre aquelas previstas no rol do art. 319 do CPP ‘Ousras hipéteses jé previstas em lei permanecem: a) quando amputado tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentenga transitada em julgado, ressalvado 0 disposto no art. 64, 1, do CP (que trata dos efeitos da rcincidéncia pelo periodo de 5 anos); b) se o crime envolver violéncia doméstivac familias contre. raulher (e agora rambem ‘contra erianga, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiéncia), Now Susie oat Menoes Chums Pesos xo Proreen ve Beaseane para garantir a execu¢io das medidas protetivas de urgéncia. E claro que nio basta, para a decretacio, que o acusado seja reincidente, ou que © crime envolva violéncia doméstica. Impée-se, nestes casos, que concorram 0 fiunus commas delici ¢ 0 periculum libereatir, ow ‘ejay que cxistam Fundadas e concretas razbes a justficar a restrigio, cumprindo ressaltar que, na hipétese do inciso TIT do art. 313, 0 risco de descumprimento da medida deve ser fundamentado, a comportar a medida mais gravosa* “Também serd admitida a priséo preventiva, nos termos do art. 313, patigrafo unico, do CPR, quando houver diivida sobre a idencidade civil da pessoa ou quando esta nio fornecer elementos suficientes para cxclarecé-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade apés a identificagdo, salvo se outra hipétese recomendar a manutencio da medida, Na redacio ancerior, tal situacio estava prevista, no inciso T, juntamente com o vadio, cuja figura em boa hora foi exclufda da prisio preventiva. Mas, é de convi, reta-se de medida de tucela do processo que deve ser vista com muita restricZo ¢ s6 devers ser imposta de forma absoluramente excepcional, quando inexistente outra menos gravosa que possa atingir a finalidade, até porque jé hi meios legais de identifcar o imputado, criminalmente, colhendo suas impressées digiais? E certo, porém, que consoance disposto no art. 314 do CPR a prsio preventiva, em nenhum caso, sera decretada se 0 uiz verifcar pelas provas constantes dos aucos, que o agente praticou 0 faro nas condigBes previstas no art. 23, I I III do Cédigo Penal (legitima defesa, estado de necestidade, estrito cumprimento do dever legal ¢ exercicio regular do direito, E que nestas situagbes, ndo ha crime e, se houver persecuio criminal, o acusado deverd ser absolvido (art. 397, 1¢ 386, VI, do CPP). Cl Gee Mado, aspeomaidede nts pA 148 CE an, 3° da Le 12.037/2009. Vind, Andee Borges de Mendones, Pi... p, 249-252 Genldo Paso, Bxepoonaliade, p, 148-14. Supe Tes a uri - Dorn - Exeue Cousmonss 25 808 2.2 Medidas alternativas & priséo ‘Alveracéo de extrema relevancia ratida pela Lei 12.403/2011 foi a de oferecer 20 juiz um elenco de medidas alternativas A prisio preventiva, sendo nove no att. 319 ¢ uma no art. 320 do CPP, roralizando assim dex medidas, dentre 0s quais sobressas a fianga, que foi revitalizada e, inclusive, recentemente imposta em cifras clevadissimas. Sio elas: 1 comparecimento periédico em jutzo, no prazo ¢ nas condigées fzxadas pelo juiz, para informar ¢ justificar atividades;, II ~ proibigio de acesso ou frequéncia 2 determinados lugares quando, por citcunstincias relacionadas 20 fato, deva 0 indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infragoes; II-- proibigio de mancer contato com pessoa determinada quando, por circunstincias relacionadas 20 faro, deva o indiciado ou acusato dela permanecer discante; IV - proibicio de ausentar-se da Comarca quando a permanéncia scja convenience ou necessénia para a investigagéo ou instrugio; ‘V - recolhimenco domiciliar no periodo norusno e nos dias de folga quando o invesigade ou acusado tena residéneia ¢ trabalho Bxos; ‘V1 - suspensio do exercicio de fungio piblica ou de atividade de snarurera econdmica ou Gnanceira quando houver justo receio de sua utilizagio para a pratica de infragdes penais: Vit - incemnagéo proviséria do acusado nas hipéeses de crimes praticados com violéncia ou grave ameaga, quando os peritos concluirem ser inimputivel ou semi-imputavel (art. 26 do Cédigo Penal) e houver risco de reiteracio; VIII - fanca, nas infragées que 2 admitem, para assegurar 0 comparecimento a atos do processo, evitara obscrucio do eu. andamento ou em caso de resistéicia nsjustificada & ordem judicial: IX - moniroracio elewénica. Now Soran is Mess Crea assus yo Panceso ana Basso X_—proibicdo de ausentar-se do Pais (art. 320, CPP) “Trata-se de uma das principais inovacbes da Lei, que estabeleceu formas outras que no a prisio, rompendo, assim, com 0 chamado binémio “prisio-liberdade” até entio cxistente no CPP de 1941. E, como alerta Aury Lopes Jr'®: "Néo se trata de usar rais medidas quando indo estiverem presentes os fandamentos da prisio preventiva. Nada disso, Séo medidas cautelares e, portanto, exigem a presenga do fiomus commiss: delict € do periculu libertatts, nfo podendo, sem eles, serem impostos.” Ou seja, “A medida alrernativa somence deverd ser usiizada quando cabivel a priséo preventiva, mas em razio da proporcionalidade, hhouver uma outra restrigdo menos onerosa que sirva para tutelar aquela situacko" Como assevera Gustavo Badaré'': “E possivel identificar, nesse rol de medidas, uma escalada de intensidade nos graus de restricéo da liberdade, permitindo ao julgador buscar a medida mais adequada, quando presente uma necessidade cautelar. Ou seja, entre as medidas cautelares alrernativas & prisio hi, nas palavras de Franco Corero, uma ‘progressio afltiva”™”. certo, como explictado pelo mencionado autor, que, excecso feita 4 medida de internacio proviséria do inimputivel ou semt-imputivel, prevista no art. 319, VI, do CPP, cabivel ‘na hipotese de crimes praticados com violéncia ou grave ameaga” lei nio forneceu qualquer parémesro no ques refere is hupéteses de incidéncia das cautelares alternativas 4 prsio, ceabendo ao juiz no caso concreca, verficar qual delas éa mais adequeda, “quer entre a prisio preventiva, de um lado, © as medidas alternativas, de outro, observando o cariter subsidiério da priséo (CPP, art. 282, § 6°), quer entre as diversas medidas alcernativas entre si, segundo os diferences aggaus de restrigbes da liberdade existentes entre clas" "= CE O noe regime tsp 125. CE Medias eutlaresalermaas, em Of Fernandes (coor), Maids anlar p 208 "Ch Media ctl, p22. © ‘Sunemos Tununau os jrrca: Douran excho Cowon = 25 4895, ‘Assim, pare a aplicacio de qualquer uma das providéncias cautclares previstas nos arts. 319 e 320, do CPP, o juiz devera fazer uma andlise de seu cabimento ¢, principaimente, de qual, dentre as possiveis, é 2 medida mais adequada ¢ necessitia a0 caso concreto®, trazendo suas razées para admitir uma ou mais, dentre as elencadas. E, como diz Guilherme de Souza Nucci, “o sucesso ou Fracasso das novas medidas dependerd de dois farores preponderantes: a) 2 efetiva aplicacéo pelos juizes; b) 0 apoio, em forma de recurso estacal, para muitas delas”, Questo interessante diz com a seguinte hipdtese: nos crimes dolosos cuja pena méxima seja igual ou inferior a quatro anos, mas incidir uma das hipdteses do art. 313, II TI, do CPP (quando, embora o crime tenhia pena maxima igual ou inferior a quatro anos, 0 imputado tiver sida condenado por outro érime doloso, em sentenca transitada em julgedo; € quando o crime envolver violéncia doméstica e familias), caberd a decretagio de medida caurelar divessa da prisio? Temos que sim, por dois motivos: a) néo existe a prisio preventive obrigatéria, sendo necessaria a sua fundamentaglo, qualquer que seja a quantidade de pena cabivel; b) segundo o disposto no art. 282, § 6°, do CPP, a prisio preventiva tem carater subsididrio. B, ainda que em tese 0 impurado seje reincidente, & possivel que o juz analise se existe periculum libercatis, 04 32), ¢ hi elementos concretos nos auros que indiquem um perigo derivado da liberdade do imputado. Este exame deve ser feito pelo magistrado, repita-se, qualquer que seja 0 crime ea pena a cle cominada. 2.3 Modalidades de prisio cautelar ‘A nova lei adotou providéncia consentinea com os principios da cautelatidade, ao prever que o juiz. deveri, a0 recebet 0 auto de prisio em flagrante, verificar a possibilidade de aplicar medida caurelar diversa 8 Voie 24, "Ch Poe liberate p88. Now Simeincs aus Menioys Crease Pune uo Panesso Dass Baste da priséo ow, se esta se revelar inadequada ou insuficiente, converté-lo, de forma fndamentada, em preventiva (art. 310, Il, CPP). legistador deixou claro que “ninguém poder ser preso senfo em flagrante delito ou por ordem escrita ¢ fundamentada da autoridade judiciéria competence, em decorréncia de seneenca condenatéria transitada em julgado, ou, no curso da investigacio ou do processo, em virrude de prisio vemporéria ou prisio preventiva” (art. 283, CPP). ‘Acaba-se, assim, com a ideia aré entéo prevalente, de que cinco eram as formas de priséo cautelar, em sentido amplo: a) Aagrante detito: b) preventiva; c) decorrente da deciséo de promiincia; d) resulrante de sentenca condenatéria recorrivels c) temporiria Restam, agora, em principio, apenas duas modalidades de restricio cautelar a liberdade: 2 temporéria © a preventiva, abarcando, esta, por CE Madidas curares¢princlpiaeconeurueouas em OG Fernandes Medias canta. 4445, Dis o aor °O leguador de 2001, que decardamenceprtndew adeguar 0 exo do Epp go murs scumtno cong pela Coneonuqao de 1988, bem poder wer able por Cvs sau peogiowe confida 20 magstrada. Mato fe aptnssparcalmene, omtinds § (Sitnos seta de ollcio somente na fede tvesogsco, mancendo-a quando cout 9 {uno ot a fit do pees" : Brerpaenlidde.cit,p. 130-131. Copel © autor a propose, que “eamibem neste pont 3/7 ‘eima ineansassconal” ‘ © / o por outa em cumulagio Aon Sines ous Menus Caeanes Passe a Pages Pa Saaseng 1 priséo preventiva. E, uma vez decretada a medida cautelas, poderé cla ser revogada ou substicuida quando nfo mais houver motivo para ‘que subsist, assim como poderd vir a ser novamente dectetada, se sobrevierem razées que a justifiquem”. 2.5 Priséo cm flagrante No capitulo da “Prisio em Flagrante”, o legislador fez, basicamente, duas alreracées, nos arts. 306 ¢ 310 do CPR. A primeira delas (art. 306, CPP) diz. com a necessidade de tambem se comunicar a prisio a0 Ministério Piblico, inclusive porque ele, como fiscal da lei, pode verificar a existéncta de ilegalidade na prisio em fagrance, além de examinar desde logo a conveniéncia de requerer alguma medida caurelar em substituicao ao lagrante™ ‘Asegunda (art. 310, CPP) é mais profunda. £ que o juiz, recebendo. co auto de prisio em flagrante, que the sera encaminhado no prazo de 24 horas, deve analisé-lo e, de forma fundamentada, decidir acerca da ilegalidade da custédia cautelar, ou da possibilidade de concessio de liberdade proviséria, ou, finalmente, se é caso de restrigio da liberdade, convertendo o flagrante em preventiva. Em sintese, de acordo com 0 disposto no art. 310, caput, do CPD, ao seceber o flagrante o juiz deverds a) relaxar a priséo ilegal (inciso Ds b) concederliberdade proviséria, com ou sem fianga (inciso HI); ©) converter a prisio em flagrante em preventiva, se ndo houver vicio no flagrante e se as medidas cautelares diversas da prisio (art. 319, CPP) se revelarem inadequadas ou insufcientes (inciso 1) > Coma da Au Lopes Je, O noo mgmt 23,0 sr. 28, 9§ 4 5%, consegto pnepno és promsionlidade, E que, uma ver denparcide 9 siprce sea lepwimacor da media, deve coor nade, 2 Vea reipeo, Of Fess, Contam, procs e pisio, m Og Fenandes (cont), Medias exer ct 9.83. © ‘Screon Tusunns os sic - Dour - sche Cousnonsr = 25 808 ‘Chama-se aqui a atengio para 0 deralhe: tendo em vista 0 disposto no art. 282, § 6°, do CPP, a sisternitca prevista no art. 310, caput, nrecessita set vista sob outra ética: se a priséo preventiva € a ulnma ratio, o juiz deve verificar se a prisio ¢ilegals em segundo lugas, sendo o flagrante legal, se € possivel concede a liberdade provisoria, impondo juma ou mais das medidas caucelares diversas da priséo: e, por Ulmo, se ‘rudo o mais se mostrar insuficience, convercer o flagrante em preventiva, 2.6 Liberdade provisoria © parigrafo inico do art. 310 do CPP sepete, em grande parte, 0 que jévinha disposto no antigo arc. 310, caput fazendo apenas algumas alterag6es: 4) atualiaa a referéncia 20 art. 23, incisos I a III, do Cédigo Penal; b) no mais se refere & necessidade de citiva do Ministério Publico para a concessio da liberdade proviséria: 6) exige que 2 decisio seja fundamentada. Assim, vislumbrando, desde logo, a possiblidade de que o crime tena sido praticado sob uma dag excludentes de iliccude, o magistrado poderé determinar a soltura ddo indiciado, sob compromisso de comparecimento 2 todos os atos processus, sob pena de revogicfo, sem a prévia oitva do Ministério Publico. d) conceder liberdade provisoria sob compareeimento 20s atos do processo, se presente ume das siemapbes previstas no art. 23, incisos Ia IIT, do Cédigo Penal compromisso de Nao se esquesa. ainda, da previsio legal de prisio domicilir (art 317 ¢ 318, CPP) e que, em se tratando de delitos de erinsito, 2 regra de que nio se impors 2 prisio em flagrante, nem se exigirt Banga, se prestar pronto ¢ integral socorro a vitima (art. 301 CTB), continua, = nosso ves, em vigor CO yuie deve veificas assim e em primeira lugar, se caso de flagrance ese le foi elaborado de acordo com os preceitos legns. Se legal, deverd @ Now Serene nis Menus Caren Pact to Pazeseio Ps austen rclaxar a prisio, devolvendo a liberdade do individuo, sem restrigbes, a menos que haja pedido para decretagio da prisio preventiva, jé que, de offcio, no mais podera fazé-lo na fase de investigacéo. E, havendo tal pedido, o juiz deveri analisar se € caso de substituicio por medida caurelar que seja proporcional, partindo da menos restrtiva para a mais restriciva™ Em segundo lugas, sendo legal o agrante, o juiz deveri verificar se é caso de alguma medida que possa substiouir 2 prisio proviséria por alguma daqueles previstas nos arts. 319 e 320 do CPP, seguindo 0 ‘mesmo critério ¢ dererminando se apenas uma medida sera necesséria € suficiente, ou se melhor sera cumular duas ou mais medidas ‘A problematica pée-se, com especial relevo, quando se trata de saber sea liberdade proviséria deve ou nio ser cumulada com outra ou outras medidas cautelares,além e inclusive, 2 Banca. A quescio resolve- se com a anilise da proporcionalidade, que deve ser entendida como 0 juizo de ponderacéo, feita pela magistrado, sobre 2 gravidade do faro € a gravidade da pena. E isso porque a proporcionalidade busca acolher of limites que devem ser impostos 20 Estado, Ou seja: ela deve ser vista sempre como forma de protegio dos direitos fundamentais. ¢ nio de ‘expansio do poder punitivo. 2 Como asevendo por Maurin Znoie de Mores Ande uta. 9.96," More Ande tina p96 "ora. lige meinen mp at eves Fa co age SS ah camsrn sc ep gu anal oo ‘Ele lade so conhcmono pte. Asm: ome restr pam des pers fico de andue ponte gue 2 pst pode se conser Dep ule conc "Rpm snes «Jn ce 2 vi apn oe yt lego ous med cus oa os) the equrmen Ye do Mineiro Publis” ee oe meee ® Nomasmasensde manifecase Masse Znsie de Mors And eine. 97h, welky Dsus Ups: pa on fg (noc fe ato), oe [unr bs psn popnac hese oes agua secede pro promos dene ‘Selden Vale de, dave neta cane de rpmsonlae peat medidas psa or sen a 319520, OP" Supeson Tams oe jorea- Downs Exeue Coummonai = 35 8 3. CONCLUSAO A partir da Lei 12.403/2011, impoe-se que o juit faca uma andlise do caso concreto, de forma fandamentada, a respeito do status libertatis do impurado, no decorzer da persecucio penal, devendo percorrer longo caminho até que chegue & conclusio de que a priséo preventiva se justifica, sem que possa ser substituida por qualquer uma das hipéteses alternativas. E deverd observar a proporcionalidade entre a pena a ser eventualmente imposta e a gravidade da infracio, para verificar: 1) se & caso de medida cautela alternatva & prisio; 2) qual serd a medida mais adequada (ou medidas) 20 caso concreto, partindo sempre da medida ‘menos restritiva possivel. 4, BIBLIOGRAFIA BADARO, Gustavo Henrique. Medidas cautelares alternativas & prisio preventiva ~ Comentirios aos arts. 319-350 do CPR, na redagio da Let 12,403/2011. Em FERNANDES, Og (Coord.). Medias cautelares no ‘processo penal: prisies e suas alternatwvas. Comentétio 4 Lei 12.403, de 45.2011. Séo Paulo: RT. 2011, p. 205-297. BOTTINI, Pierpaolo Cruz. Mais reflexées sobre @ Les 12.403/11, Boletim IBCCRIM n. 223, junho 2011, p. 13. COUTINHO, Jacinto Nelson Miranda. Lei n? 12.403/2011: mais uma tentative de salvar o sistema mnguisizério brasileiro, Botetim IBCCRIM n. 223, junho 2011, p. 4. FERNANDES. 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